sábado, 31 de janeiro de 2015

Capítulo 12: Salto alto

CENA 1: Mansão de Cínthia, Urca, RJ. COMEÇO DE MANHÃ.
(Continuação...)
Antes das 7 da manhã, o homem que havia combinado com Cínthia sobre uma encomenda no dia anterior, liga para ela.
HOMEM: (POR TEL.) Tô na porta da sua casa.
CÍNTHIA: Já tô indo.
Cínthia desce as escadas e abre a porta para o homem.
HOMEM: (ENTREGANDO 3 CAIXAS) Aqui está o que você me pediu.
CÍNTHIA: Valeu, querido.
Cínthia fecha a porta da casa e entra com as caixas para o seu quarto. Ingrid ouve barulhos de pisadas e resolve ir ao corredor ver quem é, então vê Cínthia carregando as três grandes caixas para seu quarto.

CENA 2: Casa de Clécio, Lapa, RJ. COMEÇO DE MANHÃ.
Elvira acorda e é surpreendida por Clécio.
ELVIRA: Que susto, Clécio!
CLÉCIO: Foi mal, Elvira.
ELVIRA: Ta.
CLÉCIO: Virinha, sinto saudade dos velhos tempos.
ELVIRA: Que velhos tempos?
CLÉCIO: (APROXIMANDO-SE DE ELVIRA) Quando a gente era ...
ELVIRA: A gente era o que?
CLÉCIO: Esquece.
ELVIRA: Você não sabe o que a gente era?
CLÉCIO: Não sei o nome que se dá a isso.
ELVIRA: Nós éramos dois safados que ficávamos nos pegando quando Álvaro saía de casa.
CLÉCIO: Eu não descreveria assim.
ELVIRA: Mas não é verdade?
CLÉCIO: Bem...
ELVIRA: Você sabe que é, né Clécio?
CLÉCIO: Eu não gosto de lembrar que trai a confiança do Álvaro.
ELVIRA: Ele é um velho louco apaixonado por uma dançarina de bordel.
CLÉCIO: Dançarina de bordel?
ELVIRA: É, aquela vagaba.
CLÉCIO: Falando dela, fiquei sabendo de uns podres da vida dela.
ELVIRA: Tá esperando o que pra me contar?
CLÉCIO: Pode ser que depois eu te conte.
ELVIRA: Já sei o que você quer em troca.
Elvira agarra Clécio e ele a segura contra a parede, se beijando loucamente, até que Rayane aparece.
RAYANE: Que pouca vergonha é essa?

CENA 3: Mansão de Cínthia, Urca, RJ. MANHÃ.
No seu quarto, Cínthia abre as caixas que recebeu do homem, e retira as encomendas, uma por uma. Ingrid observa tudo por um cantinho da porta e fica espantada.
INGRID: (PARA SI MESMA) Então ela é mesmo uma traficante de...
Ingrid é interrompida por Rejane que sai do quarto.
REJANE: Ingrid, ta fazendo o que aí?
INGRID: Fala baixo, tô tentando espionar a Cínthia.
REJANE: Tá, o que ela ta fazendo?
INGRID: Abrindo umas caixas.
REJANE: Com o quê dentro?
INGRID: (MENTE) Bem, não deu para ver.
REJANE: Vishi, ela deve estar vindo, dá pra ouvir barulho de pé. Vamos pro nosso quarto.
Rejane e Ingrid voltam para o quarto delas, e logo depois, Cínthia vai para lá.
CÍNTHIA: Oi meninas.
REJANE: Oi Cínthia.
INGRID: O que vamos fazer hoje?
CÍNTHIA: Bem, eu tenho uma reunião na My Body, mas posso antecipar tudo lá pra agora, de manhã, aí de tarde nós podemos ir ao Jockey.
REJANE: Você se encantou mesmo com o cara que cuidou do Adamastor né?
CÍNTHIA: Para de gracinha, Rejane. Quero ver vocês trabalhando.
INGRID: Ah, consegui um emprego para mim e Rejane, lá em Copa. A gente começa amanhã.
CÍNTHIA: Que bom.
REJANE: Que horas você nos busca aqui, Cínthia?
CÍNTHIA: Perto da hora do almoço, aí a gente aproveita e almoça num restaurante bom por ai.
INGRID: Tá. E você vai pra My Body agora?
CÍNTHIA: Em torno de meia hora estarei saindo daqui. Por quê?
INGRID: Nada não.
CÍNTHIA: Vou descer pra tomar café. Vocês me acompanham?
REJANE: Eu já tô indo.
INGRID: Eu também.
Cínthia desce as escadas enquanto Rejane e Ingrid se arrumam para tomar café da manhã.

CENA 4: Casa de Clécio, Lapa, RJ. MANHÃ.
ELVIRA: Bem, minha filha...
RAYANE: Deixa, mãe, já entendi. Você e o Clécio estão curtindo uns passeios pelo passado, né? Tipo flashback, não é:
CLÉCIO: Como você ficou sabendo?
RAYANE: Eu não sou surda, eu ouvi tudo.
ELVIRA: Só não espalha pro Álvaro nem pra Karina.
CLÉCIO: Você ainda gosta do Álvaro, Elvira?
ELVIRA: Nã... claro que não.
CLÉCIO: Então por que você não quer que ele saiba?
ELVIRA: Ele vai achar que eu não presto.
CLÉCIO: Mas ele já sabe disso.
ELVIRA: Até você agora, Clécio?!
CLÉCIO: Você larga ele com duas meninas pequenas e ainda quer que ele tenha uma boa impressão sua?
ELVIRA: Eu quero reconstruir minha vida.
CLÉCIO: Então já saquei tudo: você ainda gosta dele. Pra mim, tranquilo, você pode aproveitar, mas não vou deixar você ficar aqui.
RAYANE: Por que, Clécio? Vacilo!
CLÉCIO: Não vai fazer muito sentido vocês ficando aqui. Procurem o tal emprego que a Karina vive falando lá na casa do patrão dela.
ELVIRA: Tá. Valeu, Clécio.
CLÉCIO: Quando precisarem de mim realmente, sabem onde procurar.
Elvira e Rayane saem da casa de Clécio com suas coisas.

CENA 5: Sala de jantar da casa de Roberto, Urca, RJ. MANHÃ.
Roberto chega à sala de jantar e encontra a esposa tomando café.
ROBERTO: Acordou cedo, Dayse?
DAYSE: Sim. Hoje vou contratar logo a nova empregada.
ROBERTO: Que bom.
DAYSE: E a sua reunião com a Cínthia?
ROBERTO: É agora de manhã.
DAYSE: Descobriu quem roubou a My Body?
ROBERTO: Vou descobrir isso logo que chegar à empresa, só falta analisar uns arquivos.
DAYSE: Que bom. Se essa pessoa não for a Cínthia, o que ela vai fazer com essa pessoa?
ROBERTO: Não sei, mas acho que ela vai fazer a pessoa pagar pelo crime. Cínthia gosta de ver sofrer quem a fez sofrer.
DAYSE: Você suspeita de alguém a não ser ela?
ROBERTO: Não. Isso é o que me preocupa. Preciso pensar em outras hipóteses.
DAYSE: Não tem nenhum funcionário que você suspeita?
ROBERTO: Não. Agora eu vou comer alguma coisa para poder resolver isso logo.
Roberto come um pão e sai logo da casa.

CENA 6: Sala de refeições na mansão de Cínthia, Urca, RJ. MANHÃ.
CÍNTHIA: Meninas, eu já vou para a My Body.
REJANE: Mas já?
CÍNTHIA: Sim. Tenho uma reunião com o Roberto, preciso ver quem roubou a empresa.
INGRID: Quem você acha que foi?
CÍNTHIA: Tenho suspeitas.
REJANE: Tipo...
CÍNTHIA: Tipo que não são da sua conta.
REJANE: Quanta grosseria, Cínthia.
CÍNTHIA: Eu estou é ansiosa mesmo com o resultado da pesquisa que o Roberto andou fazendo.
INGRID: Então vá trabalhar.
CÍNTHIA: É o que eu farei mesmo.
Cínthia sai da sala de refeições.

CENA 7: Ônibus, Lapa, RJ. NOITE.
Rayane e Elvira entram num ônibus.
ELVIRA: Meu Deus, que calor do inferno!
RAYANE: (ABABANDO-SE) Tá mesmo, mãe.
ELVIRA: Com esse calor, minhas pelancas vão virar tudo torresmo.
RAYANE: E eu vou ficar igual um peixe.
ELVIRA: Como assim?
RAYANE: Cheia de espinhas.
ELVIRA: (RINDO) Você é muito engraçada, filha, diferente do bronco do seu pai.
RAYANE: Sou mesmo. Mãe, você sabe onde fica a casa desse cara que a gente vai pedir emprego?
ELVIRA: Claro. Andei pesquisando.
RAYANE: Que bom.
ELVIRA: Vou dar uma ligada lá pra patroa.
RAYANE: Melhor, né?
ELVIRA: Também acho.
Elvira tira seu celular da bolsa para ligar para Dayse, mas um trombadinha passa por ela rapidamente, arrancando o celular da sua mãe.
ELVIRA: (GRITANDO) Pega ladrão!
RAYANE: (GRITANDO) Safado, volta!
Alguns passageiros apavoram-se e o trombadinha corre pelo ônibus.
ELVIRA: Bora, Rayane. Vamos pegar esse projeto de gente.
RAYANE: (GRITANDO) Abre a porta, seu motorista.
MOTORISTA: (GRITANDO) Só no ponto.
ELVIRA: (GRITANDO) Abre, seu corno!
MOTORISTA: Menos, senhora. Sinto muito.
ELVIRA: Eu vou falar sinto muito quando eu te matar, seu babaca.
MOTORISTA: Tamos filmando tudo.
ELVIRA: Eu perguntei alguma coisa? Abre essa porcaria logo.
Nesse momento, o trombadinha consegue abrir um vidro e pula de lá.
RAYANE: Vou pular também, mãe!
ELVIRA: E eu?
RAYANE: Sei lá.
Elvira consegue forçar o vidro e ele quebra, assim ela e a filha correm.
ELVIRA: (APONTANDO PARA O LADRÃO) Ali ele!
RAYANE: (GRITANDO) Pega ladrão!
O ladrão fica ‘‘zizagueando’’ entre os carros e Rayane e a mãe o perseguem.
                 
CENA 8: Sala de jantar da casa de Roberto, Urca, RJ. MANHÃ.
Verônica e Agatha chegam à sala de jantar, onde Dayse está.
VERÔNICA: Cadê a nova empregada, mãe?
DAYSE: Hoje vou decidir.
AGATHA: Não era mais fácil você ir numa dessas agências de empregada?
DAYSE: Prefiro escolher cara a cara a pessoa.
VERÔNICA: Já que não gosta da Lei do Menor Esforço, boa sorte nessa sua busca super animada.
DAYSE: Obrigada, filha. Você não deveria estar na My Body?
VERÔNICA: Deveria, mas como você pode ver, não estou lá.
AGATHA: Não vai trabalhar hoje não, mana?
VERÔNICA: Vou agora.
AGATHA: Me dá uma carona aí, Vê.
VERÔNICA: Pra onde?
AGATHA: Pra ‘Mais Saúde’.
VERÔNICA: Mas a sua chefa não vai estar na My Body?
AGATHA: Vou deixar a ficha com a secretária.
VERÔNICA: Então vou te largar lá, aí depois tu se vira porque já tô mega atrasada.
AGATHA: Então bora. Tchau mãe.
DAYSE: Tchau filhas.
Agatha e Verônica saem de casa.

CENA 9: Portaria do prédio da ‘My Body’, Urca, RJ. MANHÃ.
Roberto chega à empresa.
PORTEIRO: Seu Roberto, a Karina ainda não chegou, mas ligou e disse que está vindo.
ROBERTO: Tá. E a Cínthia?
PORTEIRO: Bem, a dona Cínthia ainda não chegou, mas disse que chegará daqui a pouco por causa de uma reunião.
ROBERTO: Tá. Algum acionista chegou já?
PORTEIRO: Pelo que eu saiba, não. Por quê?
ROBERTO: Nada não, só pra saber.
PORTEIRO: Mais alguma coisa?
ROBERTO: Ah, e a Aline?
PORTEIRO: A do setor de inovações?
ROBERTO: Ela mesma.
PORTEIRO: Chegou tem menos de cinco minutos.
ROBERTO: Valeu. Vou pra minha sala.
PORTEIRO: Bom trabalho.
Roberto entra no elevador.

CENA 10: Ruas da Urca, RJ. MANHÃ.
Verônica dirige seu carro e deixa a irmã em frente à academia ‘Mais Saúde’.
AGATHA: Não dá pra esperar, Vê?
VERÔNICA: Tô muito atrasada, Cínthia vai querer me matar.
AGATHA: Tá. Beijo.
Verônica continua andando de carro, ouve seu telefone tocando e vai pegá-lo mas não percebe e acaba atropelando o trombadinha que roubou o celular de Elvira.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...





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