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Acordo com todos me rodeando
com olhares espantados. Minhas mãos estão trêmulas e eu estou suando frio. Olho
para as minhas mãos e minha pele está pálida. Demoro mais ou menos um minuto
até perceber que eu tive um pesadelo.
— O que aconteceu? –
Pergunto.
— Você começou a gritar que
nem um maluco e quando te vimos, você estava se debatendo no chão. Parecia um
ataque epiléptico. – Aaron me responde.
— Já está quase amanhecendo.
É melhor irmos andando. – Íris resmunga.
[...]
Enquanto andamos, dou uma
parada para verificar a arma a laser. Ainda tem duas cargas sobrando. O bastão
que Luna me deu também só tem duas cargas. Eu poderia simplesmente pedir à ela
que aumentasse as cargas do bastão, mas o cajado dela já está quase sem
energia, e isso acabaria nos atrasando muito.
Por mais cinco dias, essa
rotina incansável se repete. Nós andamos o dia todo e quando anoitece, paramos
para dormir. Só comemos ao amanhecer, quando Silas traz animais que ele
conseguiu capturar. Todas as noites, lembro-me das mortes de E.D., Ryan, Sara,
Zoe e até mesmo da morte de Ariel. Por mais que eu tenha certeza de ter
destroçado seu corpo ao meio, ainda tenho receio que não estou completamente
livre de Ariel.
Lembro também do início da
guerra. Como eu queria arranjar um abrigo para Chloe e Sleepy, que haviam sido
jogados nesse mundo sem a menor escolha. Lembro-me da minha mãe e da minha avó,
mas evito pensar muito nelas, ou até mesmo me importar com elas, pois foi assim
que Chloe veio parar aqui.
E então, uma coisa me
incomoda.
Katherine.
Minha mãe nunca mencionou
que teve uma filha. Nem ao menos uma vez eu ouvi-la falando o nome Katherine.
Além disso, a julgar pela aparência madura dela, diria que ela é mais ou menos
oito anos mais velha que eu.
Então, acho mais provável à
teoria de que Katherine não é cem por cento minha irmã. Acredito que ela seja
minha irmã por parte de pai, afinal de contas, o sobrenome de solteira da minha
mãe não é Davenport.
Mesmo assim, que motivos
Morte teria para perseguir Katherine? Eu sei que foi um sonho, mas foi tudo
intensamente real, como se eu estivesse lá.
— É ali. – Aaron aponta para
frente.
Olhamos um labirinto com um
tamanho tão grande que daria para criar uma civilização ali dentro. Só há uma
entrada, mas segundo Aaron, há várias saídas. Aaron se despede de nós e dá meia
volta para seguir seu próprio caminho.
Escuto um grito.
Aaron começa a correr em
nossa direção e grita para que entremos no labirinto o mais rápido possível, e
assim fazemos.
Entramos no labirinto e os
galhos secos trancam a passagem entre nós e a saída.

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