domingo, 25 de janeiro de 2015

Episódio 5: Crazy for Life


Cena 01. Ext. Casa de Rodrigo. Área de Lazer. Dia.
     Rodrigo e Celina estão na piscina, se beijando debaixo d’água. Os dois sobem até a superfície.
CELINA: Rodrigo, eu...
RODRIGO (interrompe): Desculpa, Celina. Eu não devia ter feito isso.
CELINA: Não, Rodrigo. Foi bom. Eu gostei.
RODRIGO: É sério?
CELINA: É, mas eu acho que a gente não devia fazer isso. Tanta coisa ruim acontecendo. A morte do seu Aristeu acabou de acontecer e...
RODRIGO: Não precisa terminar, Celina. Eu também acho. Desculpa mais uma vez.
     Rodrigo e Celina sentam-se na beira da piscina, deixando a água molhar apenas os pés.
RODRIGO: Mas você tinha uma coisa pra me falar, né?
CELINA: É, eu tinha. Eu encontrei com o cara da capa branca ontem à noite.
RODRIGO: Quê?
     Rodrigo fica surpreso.
Cena 02. Int. Shopping. Interior. Dia.
     Gi, Batera e Letícia passeiam pelo shopping. As meninas apontam várias roupas para Batera, mas o rapaz mostra os bolsos vazios.
GI: Para tudo, Batera. Como é que você convida a gente pra vir no shopping e você não tem dinheiro?
BATERA: Ué, eu vim só passear, aproveitar que hoje é o último dia que a gente tem pra aproveitar. Amanhã recomeçam as aulas lembram? O diretor Rômulo deixou bem claro que era só um recesso.
GI: Tá bom, senhor certinho, tá bom.
LETÍCIA: Gente, pra mim tanto faz se a gente vai ou não comprar alguma coisa. O que interessa é ficar perto do Batera.
GI: Ai, meu Deus, era só o que me faltava. Agora eu vou ter que ouvir essa loira oxigenada se insinuando pro Batera.
LETÍCIA: Quê que é, Gi? Tá com ciúme, querida?
GI: Que ciúme o que, meu amor? Como diz a música, eu sou a diva que você quer copiar.
LETÍCIA: Eu quero te copiar? Haha, faz-me rir. Se enxerga, garota.
GI: Se enxerga você, sua branquela.
LETÍCIA: Não me chama de branquela, sua escurinha.
GI: Ei, ei, ei. Escurinha não. Olha o preconceito! Aqui é morena tropicana. Dois beijos pra você.
LETÍCIA: Se eu quisesse seus beijos eu pedia pra uma vaca me lamber.
     Gi começa a puxar o cabelo de Letícia. Letícia faz o mesmo. Elas começam uma confusão.
BATERA: Ih, começou.
     Os seguranças do shopping chegam e tentam conter as duas. Eles seguram elas e as levam para fora do shopping.
Cena 03. Ext. Shopping. Frente. Dia.
     Os seguranças levam Gi e Letícia para fora do shopping a força.
LETÍCIA: Me larga, seu brutamonte!
GI: Pode ficar com essa aí pra você, mas você vai ter que tirar essa sua mão gigante de cima de mim.
     Os dois seguranças levam Gi e Letícia para bem longe do shopping. Batera vem bem atrás, fingindo não conhecer as duas. Os seguranças largam Gi e Letícia e voltam para o shopping. Batera chega até as duas.
GI: Muito bem, Batera. Em vez de ajudar a gente, fica aí mascando seu chiclete de braços cruzados.
BATERA: E que isso sirva de lição pra vocês nunca mais fazerem isso.
LETÍCIA: Ih, será que baixou o meu pai no Batera?
GI: Para de falar asneira, ô patricinha de Bervelly Hills.
LETÍCIA: Eu tenho nome sabia, Giovana? Segura esse teu forninho aí.
     As duas começam a discutir novamente. Batera vai embora disfarçadamente.
Cena 04. Int. Cemitério. Interior. Dia.
     CAM passeia pelo cemitério vazio, até que chega em um túmulo, onde Geraldo está ajoelhado. É o túmulo de Aristeu. Geraldo com um ramo de flores na mão, aos prantos. Acontece um flashback. Geraldo lembra de sua adolescência.
-----LEMBRANÇA-----
Geraldo, adolescente, está na frente de Aristeu, ainda novo.
ARISTEU: Geraldo, você é o meu garoto prodígio. Quando você for adulto, eu quero que você se lembre de mim.
GERALDO: É claro que eu vou lembrar de você, seu Aristeu. Você foi o melhor professor que eu já tive.
Os dois se abraçam.
-----DE VOLTA AO PRESENTE-----
     Geraldo continua chorando.
GERALDO: Eu nunca vou esquecer.
     Geraldo deixa o ramo de flores sobre o túmulo de Aristeu e caminha lentamente em direção ao portão enferrujado do cemitério.
Cena 05. Int. Academia Friedrich. Interior. Dia.
     As luzes da academia estão todas apagadas. Bilu e Tetéia caminham por dentro.
BILU: Tetéia, eu ainda não entendi por que você quis vir aqui. Eu quase me ferro naquele poste.
TETÉIA: Zip, Bilu, zip! Na hora certa você vai saber.
     Os dois continuam caminhando, até que chegam a uma parede cheia de fotografias dos alunos que já passaram pela academia. Tetéia pega o celular e ilumina a parede com a luz do flash. Ela passeia a lanterna pelas fotografias até que chega a uma onde está Raul, ao lado de seu carro.
TETÉIA: Bingo! Eu achei!
BILU: Achou o que, Tetéia?
TETÉIA: Eu sempre notei essa parede cheia de fotos dos alunos aqui da academia. E aqui tem uma foto do Raul justamente com o carro dele. Cadê a foto que a gente tirou?
BILU: Eu coloquei no meu bolso.
     Bilu passa a mão pelos bolsos, mas não encontra a foto.
TETÉIA: O que aconteceu, Bilu? Cadê a foto?
BILU: Eu acho que caiu quando eu tava subindo no poste.
     Tetéia não gosta.
Cena 06. Ext. Academia Friedrich. Frente. Dia.
     Raul pega uma foto no chão, em frente a academia. Ele percebe que a foto é de seu carro.
RAUL: Droga! Eles tão quase descobrindo que fui eu. Mas eu não vou deixar.
     Raul rasga a foto e joga no lixo.
Cena 07. Int. Academia Friedrich. Interior. Dia.
TETÉIA: Bilu, seu incompetente, como é que você deixa a foto cair?
BILU: Se você tivesse a consideração de me ajudar a subir. Mas não, você é a princesa e eu sou o escravo. Eu tenho que fazer tudo o que você manda. E depois, eu ainda saio de culpado. Cansei, Tetéia, cansei!
     Bilu tenta ir embora, mas Tetéia segura o braço dele.
     (Sonoplastia: The Lazy Song – Bruno Mars)
TETÉIA: Não faz isso, Bilu.
     Tetéia beija Bilu. CAM vai se distanciando, e continua mostrando os dois se beijando.
Cena 08. Ext. Rio de Janeiro – RJ. Dia/Noite.
     A sonoplastia da cena anterior continua. Anoitece no Rio de Janeiro. Close na casa de Rodrigo.
     (Sonoplastia: Fade Out – The Lazy Song)
Cena 09. Int. Casa de Rodrigo. Quarto de Rodrigo. Noite.
     Rodrigo olha o céu estrelado pela janela do seu quarto. Caio entra.
CAIO: O que foi, Rodrigo? Tá pensando na morte da bezerra?
RODRIGO: Nada não, Caio.
CAIO: Eu sei que é alguma coisa, Rodrigo. Me fala, pô. Eu sou seu irmão. Mais bonito, mas sou.
RODRIGO: Só você pra me fazer rir numa hora dessas, molecote.
CAIO: Quer dizer que o negócio tá feio mesmo, hein?
RODRIGO: Caio, eu acho melhor eu não te contar.
CAIO: Conta, Rodrigo. Agora eu já sei que você tem um segredo e eu não vou largar do seu pé enquanto você não me disser qual é.
RODRIGO: Tá bom, eu conto. É que faz um tempo que eu tô sendo perseguido por um homem de capa branca. Sempre quando eu tô na rua, esse cara tá me espionando de algum lugar. De trás de um muro, de cima de uma árvore. Enfim... e isso me deixou intrigado. E me deixou mais intrigado ainda quando a Celina disse que viu essa pessoa passando perto da academia.
CAIO: Puxa, que sinistro. E aí?
RODRIGO: E aí que eu tô determinado a procurar esse homem. Eu preciso saber a identidade dele. Amanhã mesmo eu vou seguir ele.
     Caio assente com a cabeça.
Cena 10. Int. Casa de Tati. Quarto de Tati. Noite.
     Tati, a moça que conversou com Nando há alguns dias, está arrumando a cama. CAM mostra uma capa branca em cima de sua cama.




#FIM DO CAPÍTULO
OS CRÉDITOS SOBEM AO SOM DE

“PRIMEIROS ERROS” – CAPITAL INICIAL

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