quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Episódio 6: Crazy for life

Cena 01. Ext. Colégio Alberto Villani. Frente. Dia.
     Imagem do Colégio Alberto Villani de frente. Os alunos entram fantasiados para a festa a fantasia em comemoração à reforma da escola, e também em virtude do Carnaval.
Cena 02. Int. Colégio Alberto Villani. Pátio. Dia.
     Os alunos entram no colégio. Gi, Letícia, Gago, Batera e Cabeção entram lado a lado. Gi está vestida de Carmem Miranda, com frutas na cabeça. Letícia está fantasiada de cobra. Gago usa uma fantasia de pirata. Já Cabeção está com uma fantasia de palhaço.
GI: Ai, gente eu adoro essas festas da escola.
LETÍCIA: Meu amor, desculpa a sinceridade, mas não parece. Não existe fantasia mais cafona do que Carmem Miranda.
GI: Escuta aqui, Letícia, eu só não falo mal da sua fantasia porque ela caiu como uma luva em você. Uma vez cobra, sempre cobra.
LETÍCIA: Olha, você não me provoca, hein?
CABEÇÃO: Gente, por favor, chega de briga. Bora aproveitar a festa, né não, Batera?
BATERA: É sim, professor Cabeção. Gago, vem aqui comigo no banheiro.
CABEÇÃO: Vê lá o que vocês vão fazer no banheiro, hein, bombas de hormônios? Hahaha.
     Batera e Gago vão até o banheiro.
Cena 03. Int. Colégio Alberto Villani. Banheiro Masculino. Dia.
     Batera e Gago entram no banheiro.
GAGO: Quê que foi, Ba-batera? Por que você me ch-cha-chamou aqui?
BATERA: Gago, eu não aguento mais, cara. Eu tô apaixonado pela Gi, mano. Eu nunca disse isso pra ninguém, e só tô dizendo pra você porque eu sei que eu posso confiar em você. Não pode?
GAGO: Cla-claro que pode. Mas me con-conta mais sobre essa histo-tória.
BATERA: Ah, sei lá. De uns tempos pra cá eu comecei a criar um sentimento maior que amizade pela Gi. Sabe como é, quando você percebe você já tá gostando da pessoa. Mas, na moral, eu acho que ela não tá nem aí pra mim. Tu acha que eu devo me declarar pra ela?
GAGO: Pô, Batera, que histo-tória. Não sei, cara. Se vo-você nunca tentar você nu-nu-nunca vai saber.
BATERA (olha-se no espelho): Sei não, Gago. E se ela disser não?
GAGO: Aí ela disse, Ba-batera. Tu não precisa fi-ficar pra baixo por ca-cau-causa de uma garota.
BATERA: Verdade, Batera. Valeu!
     Batera sai do banheiro.
GAGO: Ba-batera, onde é que cê vai, ca-cara? Ei, Batera!
     Gago sai correndo atrás do amigo.
Cena 04. Int. Colégio Alberto Villani. Pátio. Dia.
     Uma marchinha alegre de carnaval toca. Todos os alunos da escola estão dançando. O pátio está todo enfeitado no clima do Carnaval. No pátio, há uma porta, com uma fita vermelha. O diretor Rômulo aparece com um microfone na mão direita e uma tesoura na mão esquerda.
RÔMULO: Bom dia, eu gostaria de pedir um pouco da atenção de todos.
     Gi e Letícia, que estavam dançando, se entreolham.
GI: Letícia, você não acha muito estranho essa festa toda por causa de um mísero laboratório de ciências?
LETÍCIA: Agora que você falou, Gi, eu também acho muito esquisito tudo isso. Mas deve ser porque é época de carnaval, né?
GI: Deve ser.
     Rômulo bate no microfone.
RÔMULO: Atenção, por favor! Obrigado. Bem, vocês devem saber o motivo dessa festa. Além do carnaval, nós estamos inaugurando o laboratório de ciências da escola, certo?
TODOS: Certo!
RÔMULO: Errado! Essa foi uma desculpa para trazer todos vocês aqui. O verdadeiro motivo pelo qual todos nós estamos aqui hoje se encontra atrás daquela porta (aponta para a porta com a fita vermelha). Sim, aquela porta ali foi o que trouxe vocês aqui, mesmo sem saberem.
    Rômulo vai até a porta com a tesoura na mão. Ele corta a fita vermelha.
Cena 05. Int. Casa de Rodrigo. Quarto de Rodrigo. Dia.
     Rodrigo termina de vestir a roupa. Caio entra no quarto.
CAIO: Posso entrar?
RODRIGO: Já entrou, né?
CAIO: Eu vim saber se você ainda tá com aquela ideia de sair atrás do cara que vive te perseguindo. Você sabe como acabou a sua primeira tentativa, né?
RODRIGO: Sei, molecote. Pior que eu sei. Mas eu sinto que eu preciso saber quem é o tal homem da capa branca.
CAIO: Rodrigo, você meu irmão mais velho e eu te amo. Se alguma coisa acontecer com você, saiba que eu vou estar sempre com você. (tira um medalhão do bolso) Esse medalhão eu comprei na rua, com o dinheiro da minha mesada. Eu vi numa novela que essa figura que tem nele, uma fênix, simboliza a vida. A fênix, mesmo depois de morta, renasce. Eu quero que você fique com ela.
     Caio entrega o medalhão a Rodrigo.
RODRIGO: Obrigado, Caio.
     Os irmãos se abraçam.
Cena 06. Int. Colégio Alberto Villani. Pátio. Dia.
     Todos os alunos olham espantados para o que tem atrás da porta.
RÔMULO: É isso mesmo que vocês estão vendo. É uma sala de armas.
     CAM mostra o interior da sala. O lugar está cheio de armas de grande porte.
RÔMULO: Nós vamos mudar muitas coisas na escola esse ano. Os bolsistas vão ter que estudar isso. Vão largar as aulas, nada de português, matemática, biologia... nada! Os bolsistas vão honrar o Brasil. Sem mais delongas, os bolsistas vão guerrear no Estado Islâmico!
     Todos ficam chocados.
BATERA: Como é que é?
RÔMULO: É isso mesmo que você ouviu, meu jovem. E eu disse todos, repito, todos os bolsistas.
GI: Até nós, as meninas?
RÔMULO: Todos.
BATERA: Não, isso tá errado! Isso é abuso, como é que a gente...
RÔMULO: Nós vamos pagar todas as despesas. Viagem, hospedagem, roupas... tudo. Mas vocês vão para o Estado Islâmico. Não adianta chorar. Bem, já disse. Preparem-se. Obrigado.
     Rômulo vai para a sala dos professores. Cabeção vai também.
Cena 07. Int. Colégio Alberto Villani. Sala dos Professores. Dia.
     Os dois entram na sala dos professores.
CABEÇÃO: Diretor Rômulo...
RÔMULO: Professor Artur, você sabe que eu nunca ia querer nada disso para os meus alunos. E também sabe que eu estou sendo obrigado a fazer isso. E sabe melhor ainda quem está me obrigando.
CABEÇÃO: É, eu sei. Mas quem está te obrigando também não quer isso.
RÔMULO: Como é que é? Então pra que ela tá fazendo isso?
CABEÇÃO: Diretor, essa pessoa está possuída.
RÔMULO (surpreso): O quê? Mas como?
CABEÇÃO: Eu não posso dizer muita coisa.
     Cabeção sai da sala dos professores.
Cena 08. Int. Colégio Alberto Villani. Pátio. Dia.
     Gi, Batera, Gago, Letícia e todos os outros bolsistas da escola estão sentados no chão do pátio, distante dos outros alunos. Todos estão desanimados.
GAGO: Isso de man-mandar a gente pra e-esse tal de Esta-tado Islâmi-mico não é de Deus não.
BATERA: O diretor Rômulo nunca foi assim. Ele sempre quis o melhor pra todos os alunos, independentemente de ser bolsista ou não. Tem uma coisa muito mal contada nessa história.
LETÍCIA: Também acho, Batera. Mas o que a gente pode fazer?
GI: Tive uma ideia!
LETÍCIA: Ih, é por isso que começou a feder.
GI: Cala a boca, Letícia. Será que nem em uma situação crítica dessas você não para de provocar? Deixa eu falar, por favor.
LETÍCIA: Tá bom, não tá mais aqui quem falou.
     Gi começa a falar sua ideia para os amigos.
Cena 09. Ext. Casa de Rodrigo. Frente. Dia.
     (Sonoplastia: Primeiros Erros – Capital Inicial)
     Rodrigo sai de sua casa, afim de encontrar o homem de capa branca. Ele pega, em seu bolso, o medalhão da fênix que Caio lhe deu e o aperta contra o peito. O rapaz sai determinado. Caio abre a porta e vê o irmão indo embora. O menino suspira.
Cena 10. Ext. Rio de Janeiro – RJ. Rua. Dia.
     A sonoplastia da cena anterior continua. Rodrigo sai em busca de descobrir a identidade do misterioso homem de capa branca. Ele olha para todos os lados, tentando encontra-lo.
     (Sonoplastia: Fade Out > Primeiros Erros)
Cena 11. Int. Casa de Raul. Quarto de Raul. Dia.
     Raul e Marília estão sentados na cama do primeiro.
RAUL: Eles quase descobriram que fui eu quem atropelou o bostinha do Rodrigo.
MARÍLIA: Que perigo, Raul! Imagina quando eles descobrirem.
RAUL: Eles não vão descobrir, Marília! Não vão!
MARÍLIA: Como você pode ter tanta certeza assim?
RAUL: Tu sabe que eu sou muito esperto, não sabe, Marília? Então. Eu sempre dou um jeito de me safar. Fica fria.
    Raul e Marília se beijam. Depois, deitam na cama, debaixo das cobertas.
Cena 12. Ext. Rio de Janeiro – RJ. Rua. Dia.
     Tetéia e Bilu estão andando lado a lado.
BILU: Tetéia, eu...
TETÉIA (interrompe): Zip, Bilu!
BILU: Não, Tetéia, dessa vez eu não vou ficar calado. Eu preciso te dizer que eu gostei muito do beijo.
TETÉIA: Foi só um beijo, Bilu. Não foi nada de mais.
     (Sonoplastia: The Lazy Song – Bruno Mars)
     Bilu fica na frente de Tetéia.
BILU: Me diz que você não sente nada por mim.
     Tetéia fica um tempo encarando Bilu, depois empurra o garoto.
TETÉIA: Deixa eu passar, Bilu!
BILU: Eu te amo, Tetéia.
     Tetéia se vira para Bilu.
BILU: Eu nunca tive coragem de te dizer isso, mas... é isso.
     Tetéia não responde e volta a caminhar e deixa Bilu falando sozinho. O menino desanima.
     (Sonoplastia: Fade Out > The Lazy Song)
Cena 13. Ext. Rio de Janeiro – RJ. Rua. Dia.
     Rodrigo continua caminhando. Ele passa em frente ao colégio Alberto Villani. De trás de uma árvore que há na frente da escola, sai o homem de capa branca. Rodrigo vê e sai correndo em direção a ele.
RODRIGO: Ei, você!
     Os dois começam a correr pela rua. Eles correm por vários minutos, até que o homem entra em uma floresta e Rodrigo também. Ao entrar nessa floresta, Rodrigo não vê mais o homem de capa branca.
RODRIGO: Ah, não. Eu tô perdido. Socorro!
Cena 14. Ext. Colégio Alberto Villani. Frente. Dia.
     Todos os alunos saem da escola, desanimados.
BATERA: Eu devia ter faltado hoje.
GI: Calma, Batera. Com a minha ideia, eu tenho certeza que vai dar tudo certo!
BATERA: Será mesmo? O que você acha, Gago?
     Batera percebe que Gago não está entre eles.
BATERA: Ué, cadê o Gago?
GI: A Letícia também sumiu.
     Os dois olham para trás e veem Gago tentando seduzir Letícia. Batera e Gi riem.
GAGO: Aí en-então ele resp-respondeu: “não, porque ma-mac-macaco não sabe rez-zar”. Hahahaha.
     Letícia não acha engraçado.
LETÍCIA: Desculpa, Gago, mas suas piadas não são nada engraçadas.
GAGO: Pô, Le-letícia. Você ain-ain-ainda não percebe-beu?
LETÍCIA: Percebi o quê?
GAGO: Nada, esque-quece.
     Letícia vai ao encontro de Gi e Batera. Gago fica desanimado.
Cena 15. Ext. Rio de Janeiro – RJ. Pontos principais. Dia/Noite.
     (Sonoplastia: Manias e Defeitos – Leandro Lopes)
     Anoitece no Rio de Janeiro. Pessoas entram em suas casas, voltam de caminhadas e saem da praia.
     (Sonoplastia: Fade Out > Manias e Defeitos)
Cena 16. Ext. Floresta. Noite.
     Rodrigo está na floresta, suado, riscando gravetos, tentando fazer fogo.
RODRIGO: Nos filmes é tão fácil.
     Rodrigo finalmente consegue fazer fogo e monta uma fogueira.
RODRIGO: Ah, graças a Deus. Mas como é que eu vou sair daqui? Droga. Tudo começou a dar errado pra mim desde que esse cara de capa branca apareceu.
     Rodrigo pega em seu bolso o medalhão que seu irmão Caio lhe deu.
RODRIGO: Ah, Caio. Como é que você deve estar agora?
     Rodrigo continua olhando para o medalhão da fênix.
Cena 17. Int. Casa de Tetéia. Quarto de Tetéia. Noite.
     Tetéia está deitada em sua cama. Ela lembra de quando ela e Bilu se beijaram na academia Friedrich.
TETÉIA: Ah, Bilu...
     Tetéia se embrulha com as cobertas e dorme. Ela sonha que está vestida de princesa no meio de um baile. Bilu chega, vestido de príncipe, e os dois começam a dançar. Os dois aproximam o rosto um do outro. Quando quase estão se beijando, Tetéia acorda.
TETÉIA: Nossa. Será que eu e o Bilu... ai, meu Deus eu tô confusa.
     Tetéia tenta dormir novamente, sem sucesso.
Cena 18. Ext. Floresta. Noite.
     Rodrigo dorme em cima de um amontoado de folhas na floresta onde se perdeu. O homem de capa branca o observa.





FIM DO CAPÍTULO
OS CRÉDITOS SOBEM AO SOM DE

“PRIMEIROS ERROS” – CAPITAL INICIAL

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