segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Capítulo 1: O bem ou o mal?

Personagens deste Capítulo

AGENOR
GABRIELE
ALBERTO
ANDRESSA
ANDRESSA
BÁRBARA
FERNANDO
LUÍSA
MANUELA
MARIA CAMILLA
MARIA CLARA
MARIANA
MARÍLIA
PEDRO
RICARDO HENRIQUE
VERÔNICA

CENA 1/ MACEIÓ/ PONTA VERDE/ EXTERIOR/ AMANHECENDO.
Abre com imagens da cidade e do bairro amanhecendo.

CENA 2/ CASA RICARDO E PEDRO/QUARTO RICARDO/INT/DIA.
Abre em Ricardo Henrique sentado na cama e escrevendo num papel.

RICARDO HENRIQUE (em pensamento): - Ele se passou por meu amigo, mas na verdade é um caloteiro. Mas um dia eu ainda vou te encontrar Fernando, e você vai pagar tudo o que me deve, isso é uma promessa de
Ricardo Henrique Amaral.

Alguém bate na porta. Ricardo tenta esconder o papel, em vão, pois Pedro entra no quarto e nota o objeto em suas mãos.

PEDRO: - Bom dia.
RICARDO HENRIQUE: - Bom dia. Hoje é o dia.
PEDRO: - Pois é. Tá ansioso?
RICARDO HENRIQUE: - Pra falar a verdade... Não. Até por que eu nem me importo muito com essa coisa de mudança, apesar de eu ter morado nessa casa durante todos esses anos e ter passado por situações boas e ruins aqui.
PEDRO (fala do papel): - Que negócio é esse na sua mão?
RICARDO HENRIQUE: - Nada demais. Apenas acordei com uma vontade de escrever uns versos. Só isso.
PEDRO (desconfia): - Sei... Você e seus segredinhos. De qualquer forma vim aqui avisar que o café já está na mesa.
RICARDO HENRIQUE: — Ok! Eu já desço!

Pedro sai. Ricardo fica a olhar pro papel.

CENA 3/ CASA RICARDO E PEDRO/ SALA DE JANTAR/ INT/ DIA.
Pedro e Ricardo Henrique estão na mesa tomando café.

RICARDO HENRIQUE: - Eu ainda não entendi o motivo da nossa mudança.
PEDRO: - Simples: O nosso pai pediu pra que eu cuidasse de um dos vários restaurantes da nossa família. E esse restaurante fica do outro lado da Ponta Verde. E eu preferi fazer essa mudança pra ficar mais perto do restaurante. E quanto mais perto, melhor!

RICARDO HENRIQUE: - Tá, eu entendi. Mas e essa casa? O que vamos fazer com ela?
PEDRO: - Vamos vender essa casa.
RICARDO HENRIQUE: - Ficou maluco? Essa casa é o lugar onde nós sempre moramos. Nascemos aqui e não podemos
vender agora como se fosse algo sem importância... PEDRO: - Negativo! Em primeiro lugar, nós não nascemos aqui, e sim num hospital e isso é óbvio e fato. Em segundo lugar fica frio. Tá tudo sob controle. Eu sei o que estou fazendo.
RICARDO HENRIQUE: - Tudo bem! Se você tá dizendo... Só vou lhe dar um aviso: Se algo der errado, a culpa será inteiramente sua.

Pedro se mostra um pouco nervoso após essa fala de Ricardo Henrique.

RICARDO HENRIQUE: - Mas vem cá. Você falou tanto que temos que nos mudar que acabou se esquecendo do Lucas.
PEDRO: - Esqueci não senhor! Eu já dei o endereço novo pra ele. Quando ele voltar lá dos Estados Unidos eu vou buscá-lo no aeroporto.

Pedro termina de tomar café e se levanta da mesa.

RICARDO HENRIQUE: - Aonde você vai?
PEDRO: - À praia. Quer ir comigo?
RICARDO HENRIQUE: - Claro. Vou sim. Estou precisando relaxar um pouco mesmo.

Ricardo se levanta da mesa e sai com Pedro.

CENA 4/ AP VILLANUEVA/ QUARTO FERNANDO/ INTERIOR/ DIA.

Abre num despertador que logo começa a tocar e a tremer no criado mudo. O objeto faz um barulho infernal que faz com que Fernando acorde. Ainda sonolento ele pega o despertador e o joga longe e ele para com o barulho. Ainda morrendo de sono, ele cai da cama e sai se arrastando pra fora do quarto.

CENA 5/ AP VILLANUEVA/ CORREDOR/ INTERIOR/ DIA.
Fernando sai de seu quarto e bate nas 3 portas que há no corredor.
FERNANDO (batendo na porta): - Vambora acordando meu povo, que o dia hoje é muito longo.

As meninas saem do quarto, todas na mesma hora.

MARIANA: - Fernando dá um tempo né? Hoje é Sexta Feira, por favor.
FERNANDO: - Hoje é sexta feira. Dia de semana. Dia em que muita gente tá por ai se matando de trabalhar.
Somos podres de ricos... Somos sim! Mas assim como esses trabalhadores, também temos coisas importantes
pra fazer.
LUÍSA: - Como o que? Arranjar um namorado pra mim?
MARIA CAMILLA: - Nossa Luísa, você só pensa nisso...
LUÍSA: - E você se acha né, você se sente a princesa
encantada junto com o canalha do Jorge.
MARIA CAMILLA: - Sabe por que você tá falando isso? Inveja! Tem inveja de mim, pois eu estou namorando e você não!
LUÍSA: - Pois vou te dizer uma coisa minha querida: Se eu tiver que escolher entre namorar o Jorge e ficar solteira, eu prefiro morrer lacrada.
MARIANA: - Vocês duas querem parar com a discussão?
FERNANDO: - Também acho! Ao invés de ficarem brigando feitas duas cadelas nas rinhas, vocês deveriam se preocupar com uma coisa.
LUÍSA: - E que coisa é essa?
FERNANDO — O aniversário da Camilla que é depois de amanhã! E até agora não resolvemos nada!
MARIANA: - Ai meu Deus é verdade! Preciso dar um trato no cabelo.
LUÍSA: - E eu preciso comprar roupas novas.
MARIA CAMILLA: - E a aniversariante aqui precisa dar um trato na “coisa toda”.

Elas começam o falatório. Falam desesperadamente, até que Fernando as interrompe.

FERNANDO: - Eu acho que vocês deveriam começar a tomar um banho, bando de sebosas. Estou indo tomar o meu. É melhor vocês fazerem a mesma coisa, por que do jeito que vocês estão, parecendo três galinhas que acabaram de sair do abatedouro, nada vai se encaminhar por aqui.

Fernando sai em direção ao banheiro, e as três se entreolham e ficam com cara de ofendidas após a fala dele.

CENA 6/ AP VILLANUEVA/ SALA DE JANTAR/ INTERIOR/ DIA.
Todos na mesa. Mesa posta. Mariana chega com um prato de panqueca na mão.

MARIANA: - Olha as panquecas pra meus irmãozinhos mais
lindos do Brasil.
LUÍSA: - Claro que somos lindos.
FERNANDO: - Mas é claro né. Agora que a gente tá vestido e arrumado feito pessoas normais. Até direi que um mendigo é uma criatura mais apresentável que nós quando acordamos.
MARIA CAMILLA: - Ah Fernando, para de reclamar.
FERNANDO: - Eu não tô reclamando. Apenas falei a verdade.
LUÍSA: - Mariana, suas panquecas tão show.
MARIANA: - Muito obrigada!
FERNANDO: - Não sou de elogiar não. Mas vou ter que te dizer que tá dando até pra quebrar um galho aqui.(para Luísa) E desse jeito, a Mariana arruma um namorado primeiro que você Luísa.

Todos riem, menos Luísa que não acha graça.

LUÍSA: - “Hahaha”, não tô achando graça nenhuma.
MARIA CAMILLA: - Gente eu to muito ansiosa pelo meu
anivesário.
MARIANA: - Ansiosos estamos nós que vamos ter que comandar toda a arrumação por lá.
FERNANDO: - Vixe. Já me sinto até cansado. A conversa está ótima, mas preciso subir.
MARIANA: - Vai subir? Vai fazer o que lá em cima?
FERNANDO: - Vou fazer umas anotações. Indicação da minha terapeuta.

Fernando sobe. Mariana estranha, mas continua tomando café.

CENA 7/ AP VILLANUEVA/ QUARTO FERNANDO/ INT/ DIA.
Abre em Fernando que está sentado em sua cama. Ele está escrevendo num caderninho, provavelmente num diário. Momento. Ele para de escrever e começa a ler.

FERNANDO (Lê em pensamento): - Estou lhe devendo uma grana preta, Ricardo Henrique. Mas algum dia irei lhe devolver tudo! Centavo por centavo. E espero também que nossa amizade volte a ser como antes. Apenas espero!

Fernando fica pensativo.

CENA 8/ HOSPITAL/ RECEPÇÃO/ INTERIOR/ NOITE.
Flashback não gravado. Mariana está aflita no hospital andando de um lado pro outro, e logo surge Fernando com uma caixinha azul na mão.

FERNANDO: - Mariana, eu vim correndo assim que soube. Como a nossa mãe tá? É muito grave?
MARIANA (aflita): - Ela foi encaminhada pra sala de cirurgia. Os médicos vão fazer o possível e o impossível pra salvá-la. Ai, que bom que você chegou Fernando. (abraça Fernando) Estou precisando tanto de você. (refere-se a caixa azul) E o que é isso em sua mão.

Fernando abre a caixa azul na qual contém muitos dólares.

FERNANDO: - É um dinheiro que arranjei de última hora. Paga a cirurgia da mãe. O dinheiro tá todo ai.
MARIANA: - Mas aonde você conseguiu isso?/
FERNANDO (corta): - Paga essa cirurgia, faz o que eu estou mandando, por favor. Agora eu tenho que ir. As meninas estão desesperadas lá em casa. Mas eu não me demoro. Eu volto logo!

Fernando abraça Mariana e vai embora. Mariana olha a caixa azul novamente e fica assustada com a quantidade de dinheiro que tem ali.

MARIANA: - Meu Deus, aonde será que o Fernando, arranjou tanto dinheiro?

Close em Mariana. Fim do insert.

CENA 9/ AP VILLANUEVA/ QUARTO FERNANDO/ INT/ DIA.
Continuação da cena 7. Fernando continua pensativo. Alguém bate na porta. Rapidamente, Fernando esconde seu diário em baixo do colchão. Logo depois Maria Camilla abre a porta e entra.
MARIA CAMILLA: - Fernando, temos que ir. Precisamos resolver algumas coisas da minha festa.
FERNANDO: - Claro, vamos!

Ele dá oportunidade pra Camilla sair primeiro e sai fechando a porta logo depois.

CENA 10/ PONTA VERDE/ PRAIA/ EXTERIOR/ DIA.
Ricardo Henrique e Pedro estão correndo na praia. Os dois tiram a camisa e caem na água. Momento. Corte pros dois num quiosque comprando água de coco. Eles saem do quiosque e caminham na calçada enquanto conversam.

RICARDO HENRIQUE: - Eu sinto que ainda vou encontrar o Fernando. E quando eu o encontrar ele vai se arrepender de ter nascido.
PEDRO: - Para de falar besteira. Você não vai fazer nada. Esquece esse Fernando, isso tudo é passado.
RICARDO HENRIQUE: - Esquecer? Como você quer que eu esqueça de uma pessoa que se dizia meu amigo, arrancou de mim uma grana preta e depois sumiu do mapa sem me pagar?
PEDRO: - Eu só acho que você como amigo deveria perdoar essa dívida dele. E depois de tanto tempo ainda fiquei sem saber o motivo desse empréstimo. Me explica uma coisa: Como foi essa historia? Essa ladainha que pereceu anos e anos na sua mente?
RICARDO HENRIQUE: - Tudo começou há uns cinco ou seis anos atrás, numa noite, o Fernando  foi lá em casa e me parecia muito nervoso...

CENA 11/ FLASHBACK/ CASA RICARDO E PEDRO/ SALA/
INTERIOR/NOITE.
Ricardo abre a porta.

RICARDO HENRIQUE: - Entra Fernando.

Fernando entra. Ele aparenta estar muito nervoso.

RICARDO HENRIQUE: - Por que você tá assim? Aconteceu alguma coisa?
FERNANDO (nervoso): - Aconteceu. E preciso da sua ajuda Ricardo. Cara, você pode me emprestar uma grana ai?
RICARDO HENRIQUE: - E pra quê você quer?
FERNANDO: - Confia em mim.
RICARDO HENRIQUE: - Mas como você quer que eu confie em você se você não confia em mim? Fale pra que é o dinheiro.
FERNANDO: - Ricardo, por favor, me empresta esse dinheiro... Eu prometo que vou te pagar... Eu ainda não posso falar o motivo do empréstimo, mas você vai ter que confiar em mim.
RICARDO HENRIQUE: - Tudo bem, eu vou confiar, mas depois vou querer saber o motivo. Poxa, nós somos amigos.
FERNANDO: - Eu sei cara... Mas agora não dá!
RICARDO HENRIQUE: - Tudo bem! Quanto você quer?

Fernando cochicha no ouvido de Ricardo.

RICARDO HENRIQUE (espantado): - Isso tudo? Mas isso é uma quantia muito grande!
FERNANDO: - Sim. Por favor, meu amigo, preciso muito da sua ajuda agora.
RICARDO HENRIQUE: - Tudo bem! Me espere aqui. Eu já volto.

Ricardo Henrique sai. Corte pra Ricardo que volta à sala com uma dá a Fernando uma caixa azul.

RICARDO HENRIQUE: - Aqui tem a quantia certa que você pediu.
FERNANDO: - Muito obrigado Ricardo! Por tudo! Quando der eu te pago tudo! Centavo por Centavo!

Eles se cumprimentam. Close na caixa azul na mão de Fernando.

CENA 11/ PONTA VERDE/ PRAIA/ EXTERIOR/ DIA.
Continuação da cena 9. Ricardo Henrique e Pedro.

PEDRO: - Ele pelo menos não te disse o motivo de ter te pedido esse dinheiro?
RICARDO HENRIQUE: - Não, fiquei anos sem saber. Mas eu estou sentindo que o destino vai unir nossas vidas de novo. De alguma forma, mas vai. E quando isso acontecer, você pode ter certeza de que eu vou acertar minhas contas com o Fernando.

CENA 12/ CASA BÁRBARA/ SALA/ INTERIOR/ DIA.
Bárbara desce as escadas. Ela está com uma máscara verde no rosto.
BÁRBARA: - Bom dia, filhinhas.
ANDRESSA LUÍSA: - Nossa mãe. Que coisa é essa na sua cara?
BARBARA: - Você é mesmo uma criatura desprovida de educação. Em primeiro lugar eu lhe dei bom dia criatura do sub mundo. E em segundo lugar: Quem tem cara é cavalo!
ANDRESSA MARIA: - Em terceiro lugar, você ta esquecendo de uma coisa mamãe.
BARBARA: - E o que é?
ANDRESSA LUÍSA: - Do seu encontro com aquele seu
namorado ridículo.
ANDRESSA MARIA: — O rapaz deve ter quantos anos mesmo?!
ANDRESSA LUÍSA: - Sei lá, uns 24 anos.
BARBARA: - Mentira! Vocês erraram! Ele tem 21 anos.
ANDRESSA LUÍSA: - Piorou ainda mais a situação! Já pensou? Quando esse cara nasceu você já devia ter o
que? Uns 40 anos por ai. (risos)
BARBARA: - Eu não vou ficar aqui discutindo a minha vida pessoal com vocês. Sabe de uma coisa? Vocês tem muito o que crescer ainda!
ANDRESSA MARIA: - Você pega um cara que tem idade pra ser seu filho e eu é quem tenho que crescer? Me poupe dona Bárbara. Se você se acha tão a tal vai lá correr atrás do seu adolescente encantado!

Andressa Maria e Andressa Luísa riem. Bárbara sai emburrada.

CENA 13/ AP MARIA CLARA/ SALA/ INTERIOR/ DIA.
Maria Clara e Verônica conversam.

MARIA CLARA: — Então é isso. Está tudo armado. Finalmente o Jorge vai ser meu. Ele também vai ficar livre da Songamonga da Maria Camilla. Eu quero o plano se desenvolvendo na festa dela, amanhã.
VERÔNICA: - Tá, mas aonde eu entro nesse plano?
MARIA CLARA (misteriosa): — Você simplesmente vai atrair a Songamonga lá naquele local onde combinamos.
VERÔNICA: — E o que recebo em troca? Você sabe que eu
tenho uma paixão especial por dinheiro.
MARIA CLARA: — Não se preocupe Darling. Você vai ter seu pequeno agrado. Só precisa fazer tudo como o
combinado. Agora tchau! Tenho que dar um trato no meu cabelo...

Verônica olha pra Maria Clara.

MARIA CLARA (grosseira): - Tchau Verônica! Cai fora daqui. Eu tenho mais o que fazer.

Verônica vai embora. Close em Maria Clara.

CENA 14/ PONTA VERDE/ PLANOS GERAIS/ EXTERIOR/ DIA.
Planos Gerais do bairro.

CENA 15/ AP RICARDO/ INTERIOR/ DIA.
Pedro e Ricardo Henrique entram no apartamento ainda vazio. Eles olham em volta.

RICARDO HENRIQUE: — Gente olha o tamanho disso aqui.
PEDRO: — É mais não exagera não. Isso aqui também não
É a mansão que nós morávamos.
RICARDO HENRIQUE: — Aqui tem sacada?
PEDRO: — Deve ter lá em cima.

Corta para: RH na sacada.
Do PV de Ricardo Henrique ele vê Maria Camilla que por sinal também está na sacada de seu apartamento. Eles se olham, cada um em seu respectivo apartamento. Os dois trocam olhares.

RICARDO HENRIQUE: — (baixo p/ si) Meu Deus que garota linda.

Pedro chega por trás, assustando Ricardo.

PEDRO: — Eu sei que sou lindo mesmo.
RICARDO HENRIQUE (se assusta): — Que susto Pedro. Eu não tava falando de você não!
PEDRO: — Se não estava falando de mim, de quem você falava?
RICARDO HENRIQUE (desconversando): — De ninguém. Vamos arrumar logo essa bagunça antes que eu comece a tossir, você sabe muito bem que sou alérgico a poeira.
PEDRO: — É melhor mesmo, além do mais eu não quero gastar dinheiro com remédios.

Pedro sai. Ricardo dá uma última olhada na sacada e sai.

CENA 16/ AP VILLANUEVA/ SALA/ INTERIOR/ DIA.
Fernando e Maria Camilla. Conversa já iniciada.
MARIA CAMILLA: — Eu acabei de ver um cara lindo na
sacada.
FERNANDO: — Um, sei. Tudo começa na sacada. Principalmente quando são vizinhos. Você não assistiu a aquela novela das nove, que um homem conheceu uma
mulher pela sacada e depois se relacionou com
ela?! Eles moravam um em frente ao outro. Todo
capítulo eles se olhavam pela sacada...
MARIA CAMILLA: — Para Fernando...
FERNANDO: — Eu estou parado... E também não estou falando nenhuma mentira. Isso aí é tipo, paixão à primeira vista. Estou certo?
MARIA CAMILLA: — Pior que tá sim. Mas não posso olhar pra nenhum garoto agora... Ainda estou namorando o
Jorge.
FERNANDO: — Ah Maria Camilla. Larga o Jorge de uma vez. Tem tanta carne ai de primeira no açougue e fica ai correndo atrás desse despacho de encruzilhada.
MARIA CAMILLA: — Não fala assim Fernando. O Jorge é a razão da minha existência.
FERNANDO: — Razão da existência que nada. Razão da sua
existência é primeiramente Deus e depois os nossos pais. E você pode ter certeza de que ainda vai se decepcionar muito com o Jorge.
MARIA CAMILLA: — Não vou não... E chega desse assunto.
FERNANDO: — Tudo bem. Não seja por isso. Mas de uma coisa eu lhe digo.
MARIA CAMILLA: — O que é?
FERNANDO: — Depois não diga que eu não avisei.

CENA 17/ PONTA VERDE/ TRANSIÇÃO DO TEMPO.
Planos gerais do bairro que logo anoitece. E depois amanhece um novo dia.

CENA 18/ CASA VERÔNICA/ COZINHA/ INTERIOR/DIA.
Verônica, Marília e Manuela na mesa tomando café.

VERÔNICA: — Cadê o pai? Ele não vem tomar café?
MARÍLIA: — Ele foi buscar aquela prima dele no aeroporto.
VERÔNICA: — Ah meu Deus, aquela coisa vulgar?
MANUELA: — Filha, não fala assim da sua prima.
VERÔNICA: — Ela não é minha prima mãe. Ficou louca? Quem iria querer aquela criatura como prima?
MARÍLIA: — Até que não é ruim assim.
VERÔNICA: — Você fala isso, por que não sabe do segredo que o pai tem com ela.
MANUELA (estranha): — Que segredo é esse?
VERÔNICA: — É que eles escondem que... Ele joga
na loteria. É isso.
MARÍLIA: — Mas que bobagem, até eu jogaria.
MANUELA (para Marília): — Pois eu não quero, nem você nem seu pai jogando essas coisas e gastando dinheiro a
toa.
MARÍLIA: Tá bem. Não tá mais aqui quem falou.

Elas continuam tomando café. Cena fecha em Verônica.

CENA 19/AEROPORTO/INT/DIA.
Abre em Agenor esperando Gabriele chegar. Do PV de Agenor vemos Gabriele chegando. Ela corre e o beija.

AGENOR: — Minha manga rosa, mas que saudades de você. Já terminou seu noivado com seu príncipe lá?
GABRIELE: — Claro que já meu amor. Você acha que ele iria ficar comigo depois de pegar nós dois na cama?
Só se ele for muito burro mesmo.
AGENOR: — Mas hoje ninguém vai pegar a gente não.
GABRIELE: — E por um acaso você tem um lugar especial pra nós?
AGENOR: — Claro! Vem comigo!

CENA 20/ MOTEL/ QUARTO/ INTERIOR/ DIA.
Agenor e Gabriele já chegam se beijando. Eles começam a se despir e fazem amor.

CENA 21/ CASA VERÔNICA/ FRENTE/ CARRO ALBERTO/ EXT. INT/ DIA.
Faixada da casa de Verônica. Há um carro parado na frente. Marília sai de casa. Ela se aproxima de um carro e entra. Corte para o interior do carro: O carro é de Alberto, namorado de Marília. Eles se beijam.

ALBERTO: — Eu estava morrendo de saudades de você.
MARÍLIA: — Eu também meu amor.

Os dois se beijam.

ALBERTO: - E ai, deu uma enrolada nos seus pais lá?
MARÍLIA: — Meu pai nem tá em casa. Foi buscar a tal prima no aeroporto. E a minha mãe eu enrolo fácil, fácil. Até por que se ela descobrir que estamos namorando escondido ela me mata!
ALBERTO: — Eu consigo enrolar a minha numa boa.
MARÍLIA: — Os meus pais são duas cascas grossas. E ainda tem a chata da minha irmã que vive me perseguindo. Aproveitando que você tá com seu carro vamos sair daqui logo antes que ela nos veja.

Eles se beijam novamente e Alberto dá a partida.

CENA 22/AP RICARDO/ INTERIOR/ DIA.
Pedro e Ricardo terminam de arrumar o apartamento.

PEDRO: - Pronto! Finalmente terminamos!
RICARDO HENRIQUE (se jogando no sofá): - Graças a Deus. Não aguentava mais.
PEDRO: - Meu Deus acabei de me esquecer.
RICARDO HENRIQUE: - Esqueceu-se do quê? Ah não me diga que...
PEDRO: - Sim! Eu me esqueci daquele vaso caro que a mãe comprou na China. Eu deixei no carro. (entrega a chave do carro) Vai lá pegar!
RICARDO HENRIQUE: - Ai que saco! Aonde você deixou o carro?
PEDRO: - Na vaga de visitas.
RICARDO HENRIQUE: - Mas tu é um cagão mesmo hein... Vou te contar viu...

Ricardo sai.

CENA 23/ AP VILLANUEVA/ SACADA/ INTERIOR/ DIA.
Maria Camilla se aproxima da sacada. Do ponto de vista dela vemos Ricardo Henrique abrindo a porta do carro de Pedro na vaga de visitas.

MARIA CAMILLA: — Fernando vem ver.
FERNANDO (chegando): — O que foi?
MARIA CAMILLA: — É ele o cara de quem eu estava falando.

Fernando vai olhar quem é, mas não reconhece Ricardo Henrique, pois ele está de costas pegando algo no carro.

FERNANDO: — Ótimo. Então por que você não faz que nem no brechó e troca o canalha do Jorge por esse ai de quem você tanto fala?
MARIA CAMILLA: — Eu posso até fazer isso. O Jorge não tem me dado atenção nos últimos dias.
Ricardo Henrique se vira e Fernando finalmente o vê. Fernando fica desesperado ao ver que seu antigo amigo agora é seu mais novo vizinho.

FERNANDO (nervoso): — Você tá pensando mesmo em conhecer aquele cara?
MARIA CAMILLA: — Estou sim por quê?
FERNANDO (firme): - Por que você não pode conhecer ele! Não pode e não vai! Por que eu não vou deixar!
MARIA CAMILLA: — E por que você mudou de ideia assim tão rapidamente? Até parece que conhece aquele cara de algum lugar!

Fernando começa a ficar nervoso.

MARIA CAMILLA: - Então é isso! Você realmente o conhece de algum lugar! De onde? Em? Me fala! Da onde tu conhece aquele cara?

Fernando se vê sem saída e fica desesperado. Será que Fernando vai contar toda a história pra Maria Camilla? Você descobrirá no próximo capítulo!


Novela de:
MATHEUS RICCAZ

Escrita por:
Matheus Riccaz

Colaboração de:
Otávio Sarti
Sérgio Amado

Direção Geral:
João Carvalho Netto
Vitor Abou


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