segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Capítulo 13: Salto Alto
CENA 1: Ruas da Urca, RJ. MANHÃ.
(Continuação imediata do capítulo anterior...)
O ladrão, caído no chão, chama atenção de muitas pessoas, e assim Verônica pisa no acelerador de seu carro e foge do atropelamento, mas Agatha vê tudo.
AGATHA: (PARA SI MESMA) Ah não, Verônica!
Aos poucos, mais pessoas vão chegando ao local onde o garoto está caído no chão. Elvira e Rayane chegam e veem o ladrão caído.
ELVIRA: Safado!
AGATHA: O que ele fez, senhora?
ELVIRA: Senhora está no céu. Esse desgraçado roubou meu celular no busão.
RAYANE: Nós ainda perdeu o hoje, né, mãezinha?
ELVIRA: Pois é, filha.
AGATHA: Vocês tavam indo pra onde?
ELVIRA: Pra casa da dona Dyse.
AGATHA: Dayse?
RAYANE: Ah é, esse bagulho mesmo.
AGATHA: Eu conheço ela.
ELVIRA: Agora nem vem igual na TV dizendo: eu sou ela.
AGATHA: (RINDO) Não. Ela é minha mãe.
RAYANE: Sério?
AGATHA: Sim. Vocês são parentes da Karina?
ELVIRA: Infelizmente sou mãe dela.
RAYANE: E eu a irmã.
AGATHA: Como assim infelizmente?
ELVIRA: Longa história, mas você nos leva lá na tua casa?
AGATHA: Vocês vão pra entrevista de emprego né?
ELVIRA: Aham.
AGATHA: Não tenho carro mas dou um jeito de levar vocês. Agora vou deixar um papel ali na academia e já volto.
Agatha entra na ‘Mais Saúde’. Nesse momento, dois policiais chegam ao local do acidente.
POLICIAL: O que aconteceu aqui?
ELVIRA: Esse trombadinha roubou meu celular no ônibus.
RAYANE: Isso mesmo, aí a gente correu atrás dele,mas ele foi atropelado por uma dona rica que saiu correndo.
POLICIAL: Alguém anotou o número dessa placa?
Ninguém se manifestou.
POLICIAL: Então, já que tivemos vítimas, quero vocês duas mais o garoto na delegacia agora. Me acompanhem.
ELVIRA: Mas a gente tem entrevista de emprego.
O motorista do ônibus então para o ônibus e vai em direção ao local do atropelamento.
MOTORISTA: Policiais, esse assalto aconteceu no meu ônibus. Essas duas aí quebraram o vidro pra fugir.
POLICIAL: Mais um motivo para todo mundo ir pra delegacia!
ELVIRA: Seu polícia, eu não tenho como te acompanhar agora.
POLICIAL: Senhora, você tem que me acompanhar agora.
Os policiais colocam Elvira, Rayane, o trombadinha, o motorista e algumas testemunhas nos carros da polícia.
CENA 2: Academia ‘Mais Saúde’, Urca, RJ. MANHÃ.
SUSANA: Oi. Agatha?
AGATHA: Isso.
SUSANA: Olha, a dona Paula não tá aí hoje.
AGATHA: Eu sei, vim trazer a ficha mesmo.
SUSANA: Está bem. Pode deixar comigo.
Agatha entrega um envelope pardo para Susana.
SUSANA: Obrigada.
AGATHA: Obrigada você. Você pode me responder uma coisinha?
SUSANA: Se eu souber responder, claro.
AGATHA: Você acha que eu tenho chances de ser chamada?
SUSANA: Bem, isso é uma coisa que não depende de mim. Até gostaria de te ajudar, mas a Paula que deve ver isso.
AGATHA: Tô meio ansiosa. Meu primeiro emprego, ainda nem terminei a escola.
SUSANA: Também foi difícil pra mim.
AGATHA: Sério?
SUSANA: Claro. A gente fica muito ansiosa. Na minha primeira tentativa, não deu certo. Acho que não combinava comigo mesmo eu insistindo várias vezes.
AGATHA: Qual era a carreira?
SUSANA: Tentei ser modelo, mas aí não recebi muitas propostas. Nem ganhei o Prêmio Miss do meu bairro.
AGATHA: Acho que não devia desistir.
SUSANA: Foi muito difícil ter que ouvir muitas pessoas dizendo ‘não’.
AGATHA: Imagino, mas agora eu preciso ir. Tem gente me esperando, mas espero voltar aqui como funcionária. Gostei de conversar com você.
SUSANA: Boa sorte. Tchau.
Agatha sai da ‘Mais Saúde’.
CENA 3: Escritório de Roberto na ‘My Body’, Urca, RJ. MANHÃ.
Roberto entra em seu escritório e abre seus arquivos que comprovariam quem roubou a ‘My Body’. Roberto fica preocupado porque não encontra mais os arquivos.
ROBERTO: (PARA SI MESMO) O que será que aconteceu com os arquivos? Eles estavam aqui ontem.
Karina entra na sala do patrão.
KARINA: Cheguei, seu Roberto. O senhor quer alguma coisa?
ROBERTO: Karina, você mexeu por algum acaso nesse computador?
KARINA: Não. Por quê?
ROBERTO: Lembra que eu disse do relatório que tinha que fazer pra Cínthia?
KARINA: Claro.
ROBERTO: Os arquivos que estavam ontem aqui simplesmente sumiram.
KARINA: Alguém pode ter hackeado seu computador.
ROBERTO: É. Não tinha pensado nisso. Mas quem?
KARINA: Talvez alguém que não quisesse que o senhor descobrisse isso.
ROBERTO: Que tal a pessoa que roubou a empresa?
KARINA: É uma chance.
ROBERTO: Mas o que eu faço? A Cínthia já deve estar chegando.
KARINA: Sinceramente, não sei, acho que você pode falar a verdade.
ROBERTO: Que verdade?
KARINA: Que podem ter hackeado o seu computador.
ROBERTO: Cínthia ficaria muito frustrada.
KARINA: Falar a verdade é o melhor caminho.
ROBERTO: Pode ser mesmo. Chama o Sandro da informática aqui, por favor.
Karina pega o telefone da sala de Roberto e disca para o setor de informática.
KARINA: (POR TEL.) Sandro?
SANDRO: (POR TEL.) Sim. Quem é?
KARINA: Karina, secretária do doutor Roberto.
SANDRO: Sim. O que houve?
KARINA: Ele está te chamando aqui para ver algo relacionado a hackers no computador dele. Pode ser?
SANDRO: Claro, já estou indo.
CENA 4: Portaria da ‘My Body’, Urca, RJ. MANHÃ.
Paula e Hugo chegam à portaria.
PAULA: Bom dia. Eu me chamo Paula, vim falar com o doutor Roberto.
PORTEIRO: Sobre o quê?
PAULA: Sou dona da academia ‘Mais Saúde’, é sobre a parceria.
HUGO: Você está querendo saber demais, hein, porteiro?!
PORTEIRO: Senhor, só estou fazendo meu trabalho.
HUGO: Tá.
PORTEIRO: Vou ligar agora.
O porteiro pega o telefone e disca para a sala de Roberto.
PORTEIRO: (POR TEL.) Doutor Roberto, uma moça chamada Paula está aqui embaixo querendo falar com o senhor.
ROBERTO: (POR TEL.) Paula? Pergunta qual o assunto.
PORTEIRO: Ela disse que é dona de uma academia, veio falar de uma parceria.
ROBERTO: Ah sim, pode deixar entrar, mas pede para ela ficar na recepção do meu andar, ok?
PORTEIRO: Está certo.
O porteiro desliga o telefone. Cínthia chega à academia.
CÍNTHIA: Bom dia.
PAULA: Bom dia.
HUGO: Oi dona Cínthia.
CÍNTHIA: Quem são vocês aqui com essas roupas de ginástica?
PORTEIRO: Dona Cínthia, eles vieram falar com o doutor Roberto sobre uma parceria. Falando nisso, dona Paula, ele disse para esperarem na recepção do andar dele.
CÍNTHIA: Eu levo eles, mas que parceria? Sou dona de quase tudo daqui e ele não me falou nada.
PAULA: Sou dona de uma academia aqui na Urca.
CÍNTHIA: (INTERROMPENDO PAULA) Tá, minha filha, depois você conta sua história. Agora vamos subir.
Os três entram no elevador.
CENA 5: Rua da academia ‘Mais Saúde’, Urca, RJ. MANHÃ.
Agatha não encontra Elvira nem Rayane na rua.
AGATHA: Senhora, cadê aquele pessoal do atropelamento?
MULHER: Ah, o seu polícia levou geral pra delegacia.
AGATHA: Por quê?
MULHER: Porque o motorista do ônibus ainda disse que aquela mulher mais velha e a filha piriguete tinham quebrado a janela do ônibus.
AGATHA: Ok.
MULHER: Mas você conhecia elas?
AGATHA: Si... Não conhecia não.
MULHER: Melhor, né? Aquela gente encrenqueira!
AGATHA: Parecia mesmo.
Agatha resolve ir andando até sua casa e liga para Verônica.
AGATHA: (POR TEL.) Verônica, não adianta negar porque eu vi tudo.
VERÔNICA: (POR TEL.) Que bom que viu. Sinal de que não está cega.
AGATHA: Não tem graça. Eu vi que você atropelou o garoto.
VERÔNICA: Ele praticamente se jogou em cima do meu carro.
AGATHA: Mas você nem ajudou a socorrer.
VERÔNICA: Tinha chance de eu pegar a pior doença de todas.
AGATHA: Querida, não tem Ebola no Brasil.
VERÔNICA: Não é Ebola, é pobrite.
AGATHA: Estou falando sério, Vê, você tem chance de ser multada ou até presa. Eu nem sei dessas coisas de lei, mas sei que vai feder pro teu lado.
VERÔNICA: Ninguém deve ter visto a placa, fui mais rápida que o Senna. Vai até aparecer nos jornais: ‘‘Jovem da Urca foge e gritam ‘Taca-le pau’ ’’.
AGATHA: Parece que você não quer me ouvir, então eu vou te dar um aviso: ou você fala disso pros nossos pais ou eu mesma conto tudo. Você tem até hoje.
Agatha desliga o telefone e continua caminhando.
CENA 6: Escritório de Roberto na ‘My Body’, Urca, RJ. MANHÃ.
Sandro entra no escritório de Roberto.
SANDRO: Oi doutor Roberto. O que foi?
ROBERTO: Que bom que você veio, Sandro. A Cínthia pediu pra eu fazer um relatório com base em arquivos da empresa, por isso peço seu sigilo absoluto sobre o que vamos ver ou não agora.
SANDRO: Como assim?
ROBERTO: A empresa foi roubada e no meu computador tinham vários arquivos que mostravam o verdadeiro ladrão ou ladra, mas tudo simplesmente desapareceu daqui.
SANDRO: Mas o senhor não chegou a analisar tudo?
ROBERTO: Não, faltava pouca coisa que eu ia analisar hoje, que é o prazo pra entrega do relatório.
SANDRO: Vamos ver se eu consigo encontrar esse arquivo.
Sandro fica mexendo no computador e Karina entra na sala.
KARINA: Doutor Roberto, a dona Cínthia chegou e a reunião será daqui a 10 minutos, ela me convocou também, não sei o motivo, disse que também quer você lá, Sandro.
SANDRO: O que ela quer comigo?
KARINA: Não sei, ela tá fazendo mistério. Doutor Roberto, seus convidados estão ali fora.
ROBERTO: Tá, sirva um café, água ou suco para eles.
KARINA: Ok.
ROBERTO: Ah, antes disso: a Verônica já chegou?
KARINA: Parece que ela ainda nem está muito perto.
ROBERTO: Como sabe?
KARINA: É o que se comenta por aí.
ROBERTO: Tá. Pode sair já, Karina.
Karina sai da sala de Roberto.
CENA 7: Delegacia na Urca, RJ. MANHÃ.
O delegado Silvano se encarrega do caso.
DEL. SILVANO: Por favor, Elvira e Rayane.
Elvira e Rayane entram na sala do delegado.
ELVIRA: O que houve, delegado?
DEL. SILVANO: Senhoras, apurei bastante o caso e fiquei sabendo que você quebraram os vidros do ônibus.
ELVIRA: Mas foi pra recuperar o celular.
DEL. SILVANO: Sim.
RAYANE: Mas a gente quebrou porque não podíamos ficar sem celular.
DEL. SILVANO: Não precisa se defender mais. Já que agora conheço a história pelo lado de vocês, posso oficializar: as senhoras estão presas por vandalismo!
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário