segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Capítulo 18: Ironia do Destino


Cena 01. Ext. Cidade de Esmeralda. Rua. Manhã.
    (Sonoplastia: Wiggle – Jason Derulo)
Hector anda pela cidade vestido de mulher. Ele se atrapalha ao andar de salto.
HECTOR: Maldita a hora em que eu fui aceitar essa ideia do Edgar.
    Hector vê Isabela andando com Téo pela rua.
HECTOR: É agora.
    Hector vai até Isabela.
TÉO: Isabela, eu vou comprar uma bebida pra gente, tá?
ISABELA: Tá bom.
TÉO: Já volto.
    Téo vai até um quiosque comprar bebidas. Hector chega.
HECTOR (com voz de mulher): Oi, você pode me dar uma informação? É que eu sou novo... nova na cidade e eu queria saber onde fica a farmácia mais próxima.
ISABELA: Bem, que eu saiba, a farmácia mais próxima fica um pouco longe. Você tem que dobrar essa esquina, seguir direto e vai demorar um tempinho. Aí você chega numa loja de roupa e mais ou menos duas casas depois é a farmácia.
HECTOR (com voz de mulher): Ai, obrigada. Você mora nesse prédio aqui em frente, é?
ISABELA: Moro sim. Por quê?
HECTOR (com voz de mulher): Não, só por curiosidade. Desculpe, mas eu sou muito curioso... curiosa. Então eu vou até a farmácia. Obrigada, querida!
ISABELA: Nada.
    Téo volta com dois sucos.
TÉO: Quem é aquela maluca que tá andando que nem um jumento desmamado?
ISABELA: Uma doida que queria saber onde ficava a farmácia.
TÉO: Cada uma.
    Téo e Isabela continuam caminhando.
Cena 02. Int. Casa de Lourival. Corredor. Manhã.
    Rosidalva e Lourival ouvem gemidos de Karina no banheiro. A mocinha vomita.
ROSIDALVA: Karina, tá tudo bem c’ocê, minha fia?
    Karina vomita novamente.
LOURIVAL: Eu acho que foi um não, Rosidalva.
    Karina sai do banheiro.
LOURIVAL: Karina, o que foi que se sucedeu c’ocê?
KARINA: Nada não, seu Lourival. Eu só tô um pouco enjoada.
    Nandinha chega.
NANDINHA: Enjoada? O que foi que você comeu, prima?
KARINA: Não sei.
NANDINHA: Hum. Mas mudando de assunto, desculpa a indelicadeza, mas você tá um pouco gordinha.
KARINA: Cê acha, Nandinha? Ai, meu Deus.
    Karina e Nandinha saem.
ROSIDALVA: Enjoada, gordinha...
LOURIVAL: Ocê tá pensando no que eu tô pensando?
ROSIDALVA: Tô, Lourival. Tô sim.
LOURIVAL: Quem será o pai?
ROSIDALVA: Não tá na cara, Lourival? O Zaqueu.
LOURIVAL: Não vai me dizer que eles...
ROSIDALVA (interrompe): Teve uma noite que eu ouvi uns gemido vindo do quarto da Karininha. Só pode ser, marido.
LOURIVAL: Meu pai do céu!
    Lourival e Rosidalva ficam pensativos.
Cena 03. Int. Casa de Lourival. Sala. Manhã.
    Karina senta-se no sofá. Nandinha se senta ao seu lado. Zaqueu entra em casa e olha para Karina.
ZAQUEU: O que foi que sucedeu c’ocê, Karina?
KARINA: Nada, Zaqueu. Nada.
    Karina sai da casa.
NANDINHA: Por que ela tá assim com você, Zaqueu?
ZAQUEU (com raiva): E ocê ainda me pregunta, sua cobra criada? Eu sei muito bem que ocê não perdeu memória porcaria nenhuma. Ocê me beijou só pra deixar a Karina brava comigo, não foi?
NANDINHA: Como você pode falar isso de mim, Zaqueu? Desculpa, eu não sabia que vocês estavam juntos.
ZAQUEU (grita): Para de mentir, sua vagabunda!
    Rosidalva e Lourival chegam.
LOURIVAL: O que é isso, fio?
ZAQUEU: Pai, essa desgraçada aqui não perdeu a memória tranqueira nenhuma. Ela tá enganando nós tudo. Ela acabou com o namoro da Karina e eu.
ROSIDALVA: Zaqueu, meu fio, ocê num pode acusar as pessoa assim.
ZAQUEU: Posso sim. E ocê, Nandinha, é uma vigaristazinha mequetrefe. Ordinária! Filha da mãe!
    Zaqueu dá um tapa em Nandinha. Nandinha fica olhando para ele, depois vai para o quarto.
Cena 04. Int. Casa de Lourival. Quarto de Nandinha. Manhã.
    Nandinha entra no quarto e deita na cama. A vilã começa a chorar.
NANDINHA: Se aquele caipira pensa que vai acabar comigo ele tá muito enganado. Sou eu que vou acabar com ele e com toda essa família Buscapé.
    Nandinha continua deitada chorando.
Cena 05. Ext. Casa de Lourival. Frente. Manhã.
    Karina está sentada no chão da varanda da casa de Lourival. Zaqueu chega.
ZAQUEU: Karina, eu...
KARINA (interrompe): Desculpa, Zaqueu. Mas eu preciso ir pro trabalho. Finalmente alguém me chamou pra decorar a casa de novo. Deixa eu ir pegar minhas coisas. Com licença.
    Karina entra em casa e deixa Zaqueu chateado.
Cena 06. Int. Prisão. Interior. Manhã.
    Suíno continua preso. Ele risca a parede da cela com um giz.
SUÍNO: Mais um dia. Aquela Karina me paga por me fazer passar por isso. Ela me paga!
    Suíno quebra o giz.
Cena 07. Ext. Cidade de Esmeralda. Rua. Manhã.
    (Sonoplastia: Quando a Chuva Passar – Ivete Sangalo)
    Karina desce de um táxi. Ela anda pela cidade de Esmeralda, rumo ao apartamento de sua cliente. Ela entra em um prédio. É o prédio onde mora Sabrina.
    (Sonoplastia: Fade Out > Quando a Chuva Passar)
Cena 08. Int. Prédio. Recepção. Manhã.
    Karina entra no prédio e vai até a recepcionista.
KARINA: Oi, meu nome é Karina. Eu sou decoradora de imóveis. A inquilina do 48 me chamou aqui.
RECEPCIONISTA: Tudo bem. Eu vou interfonar.
    A recepcionista interfona para o apartamento.
Cena 09. Int. Apartamento de Sabrina. Quarto. Manhã.
    Sabrina está em seu quarto, sentada em sua cama, lendo novamente o diário do falecido marido Miguelito. Ela ouve o telefone tocando e vai até a sala.
Cena 10. Int. Apartamento de Sabrina. Sala. Manhã.
    Sabrina chega até a sala e atende o telefone.
SABRINA: Alô? (pausa) Ah sim, pode mandar subir. Obrigada.
    Sabrina desliga o telefone.
Cena 11. Int. Prédio. Recepção. Manhã.
    A recepcionista desliga o telefone.
RECEPCIONISTA: Você pode subir. O elevador é esse aqui à direita.
KARINA: Tá, obrigada.
    Karina entra no elevador.
Cena 12. Int. Apartamento de Sabrina. Sala. Manhã.
    A campainha toca. Sabrina atende a porta e vê Karina. As duas ficam chocadas.
KARINA: Sabrina?
SABRINA: Karina?
AS DUAS: Que coincidência.
SABRINA: Menina, quer dizer que a decoradora de imóveis é você?
KARINA: Eu mesma. Ah, desculpa. Você tem uma rixa com a minha família. Eu acho que você não vai...
SABRINA (interrompe): Não, que isso. Já faz tempo. E falando em tempo, você mudou bastante. Tá bonita, menina!
KARINA: Obrigada. E o seu Miguelito, cadê ele?
SABRINA: O Miguelito morreu em um acidente de carro.
KARINA: Ah, desculpa.
SABRINA: Não precisa pedir desculpa. É... Karina, você se incomoda de esperar dois minutinhos aqui? Eu quero te mostrar uma coisa.
KARINA: Não, pode ser.
SABRINA: Fica à vontade.
KARINA: Obrigada.
    Sabrina vai até o quarto. Karina senta-se no sofá.
Cena 13. Int. Apartamento de Sabrina. Quarto. Manhã.
    Sabrina volta ao quarto e pega o diário de Miguelito. Ela dá uma última lida e suspira.
Cena 14. Int. Apartamento de Sabrina. Sala. Manhã.
    Karina está com o diário nas mãos.
KARINA: Pra que você trouxe o diário do seu Miguelito, Sabrina?
SABRINA: O seu avô morreu no dia do seu casamento, não é mesmo?
KARINA: É, é verdade. Eu nem gosto de lembrar. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra?
SABRINA: Lê o diário, Karina.
    Karina abre o diário e começa a ler.
KARINA (lendo): Esta noite eu dei o troco, paguei com a mesma moeda. Ele pensou que conseguiria me humilhar, mas se enganou redondamente. Depois que ele não me admitiu na empresa que ele estava criando, eu criei uma raiva profunda por ele. Eu não tinha mais consciência do que eu estava fazendo. Quando eu vi, já tinha feito. Eu matei Augustus Narvalli.
    Karina fica em estado de choque.





FIM DO CAPÍTULO

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