|
O dragão de Morte voa em
direção ao portal do Olimpo.
— Luna, uns cento e
cinquenta metros à esquerda foi onde Íris e Silas entraram. Preciso que você vá
para lá e leve-os para algum lugar seguro.
— Pode deixar. – Ela me
responde.
Nossos pégasus voam em
direções opostas e não demora muito até que eu acompanhe Morte. Ponho meu
pégasus em frente ao dragão e ele cospe fogo em nós. Fecho meus olhos com o
ataque, mas algo me protege. Um campo de força verde.
Olho para trás.
Jared Winchester.
— Achei que precisaria
disso. – Ele diz e me joga uma espada e vai embora.
— Quer combater um dragão com
uma espada? – Morte comenta. – Isso é patético.
— Não, Morte. Quero lutar de
homem para homem com você. Claro, se você tiver coragem. – Digo.
Morte range os dentes.
Depois que Jared some do meu
ângulo de visão, imagino se Luna entendeu a pista. Aproveitei-me do fato de
Morte estar indo em direção ao portal errado para enviá-los ao portal certo,
para que eles fiquem seguros e recuperem suas energias.
Penso em como Chloe deve
estar lidando com tudo isso. Digo, à um tempo atrás, ela era só uma garota
popular no colegial. Hoje, ela está presa comigo e um monte de criaturas
sobrenaturais no inferno. Ela deve estar em colapso.
Uma esfera azul paira sobre
a mão esquerda de Morte e ele a atira contra mim. A esfera me acerta em cheio e
me faz cair do pégasus, que voa para outro lugar. Não caio no chão. Fico
pairando no ar.
— Quer lutar de homem para
homem? Ótimo! – Ele grita.
Morte desce de seu dragão e
sinaliza para ele voar para longe dali. Morte também paira no ar, mas tem um
domínio muito maior que o meu. Ele voa em minha direção, com a espada em mãos,
e ataca.
Eu bloqueio o primeiro
golpe, e o meu corpo rodopia no ar, jogando-me para o lado. Morte lança um
golpe e me atinge no braço, deixando um corte pequeno, mas ardente.
Morte me ataca movimentando
a espada para baixo com muita força e eu a bloqueio, mas sou arremessado mais
para baixo, porém, consigo controlar meu corpo. Aproveito o impulso e vôo em
direção à Morte, movimentando a espada de baixo para cima, na esperança de
desarmá-lo, mas Morte bloqueia meu golpe e me dá uma cabeçada, o que me deixa
tonto e derrubo a espada.
Ele me segura pela camisa,
sua espada na mão direita, preparada para perfurar o meu peito e me destruir,
mas é aí que algo esbarra em Morte e arremessa-nos para lados diferentes.
Com o impulso e minha
tontura, caio no chão e lá permaneço por alguns segundos. Meu pégasus atacou
Morte, que agora decepou a cabeça do bicho, fazendo-o cair dando voltas, até
finalmente desaparecer no meio do labirinto em chamas.
Levanto-me do chão e vejo
Luna e Chloe presas numa espécie de precipício. Corro o mais rápido que posso
até a beirada do precipício e as duas olham para mim com medo. Sinto que elas
estão apavoradas.
Ponho a mão nas minhas
costas e sinto a foice. Puxo-a e começo a cortar vários galhos e dar alguns
nós, na medida do possível, pois a madeira quente e cortante desse labirinto machuca
as minhas mãos. Arremesso a corda de galhos para Luna, e ela amarra em volta
dela e Chloe. Amarro a outra ponta da corda de galhos em mim e vôo com o pouco
de força que me resta, mas ainda sou capaz de tirá-las do precipício.
Morte me vê ajudando as
garotas, e vem em direção a mim. Assim que as meninas tocam o chão, sinalizo
para Luna utilizar o cajado e desaparecer com Chloe.
Desamarro a corda e
cambaleio, quase sem forças.
Morte toca o chão e recebe
uma flechada.
— Chloe, sai daqui! – Grito.
— Você está maluco se pensa
que eu vou deixar você morrer aqui.
— Eu mandei você sair! –
Grito novamente.
Chloe se assusta com a
ferocidade da minha voz e fica vulnerável. Morte lança a flecha de volta contra
ela, mas eu me jogo na frente e a flecha penetra meu ombro. Caio de costas no
chão e ouço um ruído esquisito. Por
favor, que elas tenham ido embora, digo para mim mesmo.
Morte me dá uma sequência de
chutes, fazendo-me cuspir sangue pela boca e pelo nariz. Meu rosto deve estar
completamente inchado, pois a dor que eu sinto é mais forte do que a que eu
senti quando minha pele queimou no lago.
— Você é tão tolo quanto a
sua irmã. – Morte me chuta novamente.
Levanto-me. Meu sangue
escorre por todo o meu rosto. Minha visão é fraca, meus sentidos também. Tudo o
que eu consigo fazer é ficar de pé.
Morte me agarra pela camisa
e me dá três socos no rosto.
— Meus soldados irão
torturá-la por toda a eternidade. A senhora do limbo passará sua vida inteira
sofrendo por conta de sua tolice. E você eu terei prazer em matar.
— Então mate. – Digo com a
voz rouca e sangue escorrendo de minha boca.
— Eu irei matá-lo, mas não
agora. Por hora, você só vai levar uma surra para aprender que ninguém vence o
Morte. – Ele me dá mais socos no rosto e alguns no estômago. Cuspo um dente e
mais sangue começa a fluir para fora de mim.
Rio.
— A insolência é um mal de
família, vejo.
— Seu idiota. – Respondo
para Morte e ele franze as sobrancelhas.
Encosto no bastão e imagino
a caixa que Silas nos mostrou nas ruínas do castelo de Hades. Imediatamente, a
caixa aparece na minha outra mão e eu a abro. Morte começa a dar gritos
excruciantes e se transformar numa fumaça negra. A fumaça é sugada para dentro
da caixa e segundos depois, ela explode na minha mão, deixando-me surdo por um
tempo, e jogando-me no chão.
Vejo quatro pares de pés
antes de apagar por completo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário