Cena 01. Int. Colégio Alberto Villani. Pátio.
Dia.
Rômulo volta ao colégio. Ao seu lado está o homem de capa
branca. Não conseguimos ver seu rosto. O colégio está vazio. Rômulo nota a
pichação de Batera, com a palavra “JUSTIÇA”.
RÔMULO: Ah, não.
Picharam a parede da minha escola. Tá vendo o que você fez? Se você não tivesse
me obrigado a mandar os alunos para a guerra, nada disso estaria acontecendo.
Bom, vamos pra minha sala conversar mais sobre isso.
Rômulo e o homem de capa branca vão para a
sala do primeiro. O homem de capa branca é o responsável pelo mandado dos
alunos ao Estado Islâmico!!!
Cena 02. Int. Colégio Alberto Villani. Sala de
Rômulo. Dia.
Rômulo senta-se em sua cadeira. O homem de capa branca, em uma
cadeira de frente para a mesa do escritório.
RÔMULO: Agora
você vai ter que me explicar duas coisas; por que você está me ameaçando de
morte se eu não mandar os alunos para o Estado Islâmico e por que você está
andando desse jeito, como se estivesse disfarçado.
Uma fumaça preta toma conta da sala. O homem
de capa branca abre os braços. A fumaça preta rodeia ele. Quando a fumaça some,
o homem já não está mais lá.
RÔMULO: O quê?
Mais que diabos tá acontecendo aqui?
Rômulo percebe um papel em sua mesa. Nesse papel,
está escrito “P.C.”.
RÔMULO: P.C.? O
que significa isso? Como é que ele fez isso. Meu Deus, eu devo estar vendo
coisas. Será que eu tô sonhando? Pena que não tem ninguém aqui pra me beliscar.
O que tá acontecendo aqui?
Rômulo fica pensativo e dá outra olhada no
papel.
Cena 03. Int. Casa de Bilu. Sala. Dia.
Bilu está sentado no sofá de sua casa, jogando videogame. O
garoto está desanimado. A campainha toca e Bilu vai atender. Ao abrir a porta,
Bilu vê Tetéia.
TETÉIA: Bilu,
eu...
Bilu fecha a porta na cara de Tetéia e volta
para o sofá.
Cena 04. Ext. Casa de Bilu. Frente. Dia.
Tetéia fica confusa.
TETÉIA: Será que
o Bilu ainda tá com raiva de mim? Droga, eu não devia ter falado tudo aquilo
pra ele.
Tetéia dá meia volta e segue para sua casa.
TETÉIA: Poxa,
ele é meu companheiro fiel de todos esses anos. Eu nunca percebi que ele
gostava de mim. E quando eu descubro, eu falo um monte de coisa pra ele. Você é
uma burra, Tetéia. Uma burra! Uma idiota! Uma otária! Uma...
BILU (interrompe): Uma maluquinha. Mas uma maluquinha que eu amo.
(Sonoplastia: The Lazy Song
– Bruno Mars)
Tetéia se vira e vê Bilu parado atrás dela.
TETÉIA: Bilu!
Tetéia corre até Bilu. Os dois se beijam.
Cena 05. Ext. Rio de Janeiro – RJ. Praia.
Dia/Tarde.
A sonoplastia da cena anterior continua. Entardece no Rio de
Janeiro. Close na casa de Rodrigo.
(Sonoplastia: Fade Out >
The Lazy Song)
Cena 06. Int. Casa de Rodrigo. Quarto de
Rodrigo. Tarde.
Rodrigo está deitado em sua cama, olhando para o teto. Sua mãe,
Tamara, entra no quarto.
TAMARA: Filho,
posso entrar?
RODRIGO: Já
entrou, né? Só toma cuidado que eu posso te matar, já que eu sou louco.
TAMARA: Rodrigo,
chega! Já chega! Para com isso! Eu nunca disse que você era louco.
RODRIGO (levanta): Disse. Disse na minha cara. Você disse na minha cara, na frente
do papai e do Caio que eu preciso me internar numa clínica psiquiátrica. Você
acha que isso não uma insinuação de que eu sou maluco? Mãe, se você não me
entende, é melhor que eu vá embora dessa casa.
TAMARA: Não fala
uma besteira dessa, filho. Você não vai embora daqui.
RODRIGO: Então,
por enquanto, me dá licença. Sai do meu quarto. Vai, mãe!
Tamara sai do quarto de Rodrigo, triste.
Rodrigo fecha a porta, escorrega até o chão e começa a chorar. Do outro lado da
porta, Tamara também está chorando sentada no chão.
Cena 07. Int. Oficina. Interior. Dia.
Celina, Sócrates e Nando trabalham na oficina.
NANDO: Como é
que é, Celina? Você e o Rodrigo se beijaram? Quem diria...
CELINA: Ah,
Nando. Foi só um beijo. Nada demais. É que eu fui falar para ele que...
Celina para de falar, percebendo que iria
falar do homem de capa branca.
SÓCRATES:
Que?
CELINA: Nada.
Nada não. Esqueçam o que eu falei. Bom, vamo trabalhar?
Os três continuam trabalhando. Gago chega na
oficina.
GAGO: E aí,
três.
CELINA: Fala,
Gago. Como é que foi o protesto?
GAGO: Não deu
na-nada certo. O di-di-diretor nem ligou pro nosso pro-prote-pro-protesto.
NANDO (rindo): Essa quase não saía. Hahahahaha.
GAGO: Mas eu
tô ven-vendo outra coisa que tá sa-saindo. Olha lá (aponta para Tati).
Nando vê Tati andando na rua.
NANDO: Eu já
volto, galera. Espera um pouco.
Nando vai até Tati.
SÓCRATES:
Esse aí sofre de um amor mais que platônico.
CELINA:
Sócrates, cê tá bem?
SÓCRATES:
Tô. Por quê?
CELINA: Você
finalmente falou uma coisa que não é pergunta.
Os três riem.
Cena 08. Ext. Oficina. Frente. Tarde.
Nando chega até Tati.
NANDO: Oi.
Lembra de mim?
TATI: Claro.
Você é o... Miguel?
NANDO: Quase.
Meu nome é Nando.
Os dois riem.
NANDO: Mas e
aí? Eu tava pensando em te chamar pra gente pegar um cineminha hoje à noite.
Topa?
TATI: Mas eu
nem te conheço direito. Como você já tá me chamando pra ir ao cinema?
NANDO: Exatamente
por isso. Eu quero te conhecer melhor, sacou? E aí, topa ou não topa?
TATI: Tá bom,
eu vou. A gente se encontra na praça às sete.
NANDO: Isso aí.
Mas só tem um probleminha.
TATI: Qual
probleminha?
NANDO: É você
que vai ter que pagar. Sabe como é, money que é good nós não have.
TATI: Tá
legal, Miguel. Eu pago.
NANDO: Nando.
TATI: Isso.
Nando.
Os dois riem novamente.
Cena 09. Ext. Praça. Tarde.
(Sonoplastia: Uma Gota no
Oceano – NXZero)
Rodrigo está sentado em um banco de uma praça. Ele lembra do
momento em que discutiu com sua mãe.
RODRIGO (chorando): Eu te amo tanto, mãe.
Rodrigo continua chorando.
(Sonoplastia:
Fade Out > Uma Gota no Oceano)
Cena 10. Int. Cinema. Sala. Noite.
Bilu e Tetéia entram no cinema para assistir
a um filme. Eles se sentam.
TETÉIA: Bilu,
esse filme é tudo de bom!
BILU: Tudo de
bom é o seu beijo.
TETÉIA: Cala a
boca, seu tarado! Presta atenção que o trailer já tá passando.
Bilu desanima. Nando e Tati entram na sala e
sentam-se atrás de Bilu e Tetéia.
NANDO: Ô Tati,
desculpa aí eu ter que pedir pra você pagar.
TATI: Não tem
problema, Nando. Eu já queria assistir esse filme mesmo.
NANDO: Então
tá, né?
O filme começa. Todos ficam concentrados. O
celular de Tetéia começa a tocar. Todos reclamam.
TETÉIA: Calma,
seus arranjadores de briga! Eu já vou desligar!
Tetéia desliga o celular.
Cena 11. Ext. Rua. Noite.
Rodrigo está em sentado em uma calçada. Ele havia ligado para
Tetéia.
RODRIGO: Nossa,
nem a Tetéia me atende. Será que até ela tá pensando que eu sou louco? Já sei,
o professor Geraldo. Ele, com certeza, vai me atender.
Rodrigo liga para Geraldo.
Cena 12. Int. Casa de Geraldo. Quarto. Noite.
Geraldo está dormindo. Seu celular está vibrando em cima da
cômoda.
Cena 13. Ext. Rua. Noite.
Rodrigo fica chateado.
RODRIGO: Pelo
amor de Deus, nem ele. Minha mãe já deve ter espalhado pra todo mundo que eu
sou um louco de pedra. Será que é tão difícil pra ela entender que eu vejo esse
homem de capa branca? A culpa é toda da minha mãe. A culpa é dela!
Rodrigo fica com muita raiva e deixa uma
lágrima escorrer do seu olho.
RODRIGO: Eu vou
embora. Isso! É a melhor alternativa. Eu vou embora... pra nunca mais voltar!
Rodrigo caminha sem rumo pela rua. O homem
de capa branca observa ele.
FIM DO CAPÍTULO

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