O Grande Dragão de Fumaça
Era uma noite de sexta feira treze, eu
estava caminhando pelas ruas da cidade de Jardim, uma das únicas cidades no
mundo a ser toda feita de magia. Essa cidade ficava fora do mapa dos humanos,
como todas as outras cinquenta cidades espalhadas pelo globo, pois fazia pparte
de outra dimensão.
Eu tinha brigado com minha mãe, porque
ela sempre preferiu Lucas ao invés de mim. Minha mãe e eu sempre brigávamos,
dificilmente nos intendíamos, ao contrário dela com meu irmão, já minha avó e
eu sempre nos demos bem. Então, toda vez que mamãe e eu brigávamos, eu corria
para a casa de dona Sonia.
Eu estava andando pelas ruas da cidade,
quase chegando a casa de minha avó materna, quando o céu estrelado deu lugar a
nuvens muito escuras, com alguns raios. Parecia que iria dar uma tempestade
repentina, quando estava chegando perto da casa de minha avó, um dragão de
fumaça apareceu no céu e veio em minha direção como se fosse me pegar. A rua
estava deserta, e o medo foi grande, naquela hora não hesitei de fugi daquele
dragão.
Quando o dragão já estava em cima de
mim, escutei a voz de minha avó:
- Lau-Mir! - uma luz se expandiu por
toda parte e se chocou contra o dragão de fumaça, vi uma águia de luz voando no
meio de todo o estrondo e depois a voz de minha avó novamente- Lucia! Para
dentro! Agora!
Corri para dentro da casa de minha avó.
A porta de sua casa se abriu no instante que me viu ir em sua direção, o que
normalmente não acontecia, pois aquela porta não gostava de mim, ela nunca se
abria, tinha sempre que pedir a alguém para abri-la.
Entrei e corri para a janela, queria
ver o que tinha acontecido. Mas não vi nada, parecia que havia voltado tudo ao
normal, só vi minha avó entrando pelo portão e fazendo um feitiço de proteção
na entrada da casa.
Eu só queria saber o que tinha
acontecido. Depois de alguns instantes, minha avó entrou em casa, apontando sua
varinha para as janelas e porta e elas fechavam sozinhas:
- O que era aquilo, vó? - perguntei
Minha avó que era uma senhora gorda,
baixa de cabelos grisalhos, com óculos meia lua, sua pele branca e com vestes
roxas e longas, além de seu chapéu pontudo que também era roxo, fingiu não ter
me ouvido e mudou de assunto:
- Está com fome, querida?
- Um pouco... - falei sem entender o
porquê dela não me responder.
- Vou preparar um suco de amora com
bolinhos de frigideira! - disse minha avó- Aqueles que só eu sei fazer!
Ela foi direto para a cozinha e eu fui
atrás, não hesitei a perguntar novamente
- Vó, me responda, por favor? - eu
estava com ar de desconfiança- O que foi aquilo?
- Olha o que chegou para você hoje de
manhã! -minha avó estava com uma carta na mão- Eu tratei de providenciar a sua
carta de admissão em magiscovs!
Minha avó estava resistente em dizer
qual a era causa daquele dragão. Ela me deu a carta e eu a abri.
ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE
MAGISCOVS
"Caro(a)
senhor(a) Lucia Louves, nós temos o prazer de anunciar que a nossa escola tem
uma vaga disponível para a sua senhoria. Temos o prazer de lhe enviar um
monitor para auxilia-lo (a) nesta emocionante jornada como a mais nova bruxa
de Magiscovs. Sua lista de material está
anexada abaixo. Sua presença é muito importante, seu ano letivo começará dia 27
de janeiro. A carruagem de unicórnios sairá exatamente ás 20:45hs. Não esquecer
de chegar no terminal um pouco mais cedo, para se organizar nos meios de
transportes. Boa Sorte!"
LISTA DE MATERIAIS
- 1 varinha mágica - 1 caldeirão de
estanho tamanho grande- 1 pena- 1 tinteiro- 3 fardos de pergaminhos- 1 livro de
magia para 1ª série- 1 livro de poções para
1ª série - 1 livro de domação de animais mágicos para 1ª série - 1 livro de
ervas mágicas para 1ª série - 1 livro de defesa das forças do mal - 1 livro de
história da mágia -1 livro de ciências das fadas- 1 livro de "sociedade
alternativa" para 1ª série - 1 bicho de estimação- 1 vassoura.1pombo
correio.
obs: O monitor chegará em sua
residência assim que nos enviar uma resposta através dos pombos correios.
Eu li atentamente a carta e fiquei
muito feliz, por alguns instantes minha avó conseguiu fazer com que eu
esquecesse do que acontecerá anteriormente.
-Nossa vó, que legal! - falei muito
feliz- Eu nem acredito que vou estudar em Magiscovs!
- Minha filha, eu estou emocionada em
saber que minha neta irá estudar na escola em que eu trabalho! - ela apontou a
varinha para a mesa e apareceram deliciosos bolinhos de frigideira com bastante
canela e açúcar polvilhados por cima e uma jarra de suco de amora fresca. Pulei
em cima.
Minha avó e eu comemos bem de pressa.
Após isso fomos nos deitar.
No dia seguinte acordamos com a voz de
minha mãe a chamar no portão.
Minha avó levantou-se num pulo da cama
onde estávamos dormido e foi atender a porta, levantei-me logo depois, peguei a
carta de admissão e disse para a minha mãe que tinha os cabelos loiros,
olhos-cor-de-mel, pele clara como da minha avó, magra e baixa:
- Mãe! Mãe!
Eu fui chamada para o ano letivo da escola Magiscovs, mas eu nem sei
porquê estou te contando isso, uma mãe que prefere apenas um de seus filhos. Se
você me amasse mesmo iria ter reparado que eu tinha saído escondida.
- Filha você sabe que o Lucas é pequeno
e por causa disso precisa de um tratamento especial. Além disso, eu percebi
sim, esse é um dos motivos de eu está aqui, pois sabia que você estaria na sua
avó!
-Chega!- Disse minha avó
completando- Eu não quero que vocês
discultão! – logo, ela virou-se para minha mãe e disse- Erika, precisamos
comprar o material escolar, pois as
aulas começam semana que vem- disse a minha avó
- Já!? - minha mãe indagou surpresa. -
Mas ela acabou de receber a carta!
- Erika! - disse minha avó- Você sabe
que a carta sempre chega em cima da hora!
- Cadê a carta? - minha mãe indagou
esticando a mão.
- Está aqui! - entreguei em suas mãos.
Lucas estava ao lado de minha mãe
segurando em sua barra da saia e prestando atenção em tudo. Ele tinha cabelos
lisos e olhos cor-de-mel como os da minha mãe, sua pele era morena clara como a
do pai que trabalhava como professor em Magiscovs.
Já o meu pai nunca ouvi falar, toda vez
que eu entrava no assunto, tanto a minha, como minha avó, mudavam de assunto.
- Hoje mesmo, depois do almoço vou com
a Lucia comprar seus materiais! - disse a minha avó colocando o café da manhã
na mesa.
- Eu como mãe, também vou! Pois quero participar desta fase
tão importante na vida da minha filha! - minha mãe lia a lista de materiais
- Agora a senhora se importa comigo!? -
falei num tom de ironia - Ela é sua mãe!-
respondeu vovó - E tem que participar da sua vida!
-Eu nunca deixei de me importar com
você! - disse minha com ciúmes, como se a minha avó quisesse roubar-me dela.
- O engraçado é que depois que você
casou-se com aquele zumbi lezado você nunca mais me olhou do mesmo jeito que
antes!
- Não diga isso! -minha mãe estava
nervosa. - Você é igualzinha ao seu pai!
- A é!? E por que você nunca falou
dele? Eu quero saber quem é e como é o meu pai, já que aquele zumbi retardado
não serve para nada!
- Não chame-o de zumbi retardado!-
disse minha mãe irritada
- Ah! Quer que eu o chame de papai
morto-vivo, então!?
- Não! Chame-o de Luiz, apenas Luiz!
- Vamos parar com essa briga!- disse
minha avó irritada. - E não chame o Luiz de retardado, pois ele será seu
professor!
- Não... Não! Eu não acredito nisso! O
lezado vai ser meu professor!
- Lucia não chame ele assim, nós já
conversamos sobre isso! - minha avó ficou mais brava
Minha avó mudou de assunto falando para
eu ir com a minha mãe para casa para que eu me arrumasse, porque depois do
almoço nós iriamos no centro da cidade comprar o meu material escolar...
Fomos para casa e escolhi no meu
guarda-roupa, um vestido azul-bebê, fui para o banheiro e tomei um banho bem
demorado, conforme a água caia nas minhas costas, lembrava-me do acontecimento
da noite anterior, tanto do dragão, quanto da carta.
Eu era uma moça de estatura mediana,
branca, olhos castanhos claros, cabelos bem pretos e magra. Diziam que meu
sorriso era lindo.
Sai do meu banho e fui direto até o
vestido e coloquei-o. Quando eu estava penteando meus longos cabelos lisos, meu
irmão Lucas veio até mim, um pouco sem graça, enrolando a blusa no dedo.
- Lu, você vai embora? - perguntou ele.
- Não, meu amor, eu vou estudar, apenas
isso! - disse. Naquele momento eu fiquei com pena de meu irmão. Por mais que
brigassemos de vez em quando, nós nos amavamos.
- Eu já estou com saudades de você! -
disse ele quase chorando.
Eu o abracei e quase chorei também,
tive que segurar minhas lagrimas para que ela não caísse nele.
Logo minha mãe gritou lá da sala, seu
berro era tão alto que dava para ouvir da esquina:
- Lucas, Lucia! A avó de vocês chegou!
Apressem-se!
-Já vou! -disse para minha mãe- Lucas
rápido põe a camiseta, o short e o sapato!
- Já estou arrumado, Lu! Só falta por
os sapatos!
- Então, coloque! - falei
Enquanto isso minha avó e minha mãe estavam
discutindo sobre como seria o meu primeiro dia de aula, elas estavam falando
tão alto que dava para ouvir lá do segundo andar:
- será como todos os anos: primeiro
haverá uma reunião entre os professores, depois terá a entrada dos alunos no
salão triunfal... - disse vovó
Descemos as escadas interrompendo a
conversa. Minha avó levantou-se do sofá e disse entusiasmada:
- Vamos?!
- Vamos! - falei sorrindo

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