Cena 01. Int. Casa de
Lourival. Corredor. Tarde.
Karina está perplexa.
ZAQUEU: Anda,
Karina, me responde! Esse fi é meu?
KARINA: Zaqueu,
eu não tô afim de te responder. Pode ser outra hora?
ZAQUEU: Nada de
outra hora. Se ocê tá esperando um fi meu, eu tenho o direito da paternidade.
NANDINHA:
Eu posso dizer o que eu acho?
ZAQUEU: Fica
calada no teu canto que eu não falei contigo. Karina, me responde, por favor!
Eu te amo, e eu quero criar um fi junto contigo.
KARINA (grita): Eu nem sei se eu tô grávida! Que droga!
Karina sai correndo e vai para o seu quarto.
Cena 02. Int. Casa de Lourival. Quarto de
Karina. Tarde.
(Sonoplastia: Long Live –
Taylor Swift)
Karina entra no quarto, deita na cama e começa a chorar. Ela
lembra de quando Zaqueu lhe deu flores e, em seguida, lhe beijou. Logo após,
Karina lembra-se de quando os dois deitaram na cama. De volta ao presente,
Karina limpa as lágrimas e põe a mão sobre sua barriga.
KARINA: Será?
(Sonoplastia:
Fade Out – Long Live)
Cena 03. Int. Casa de Juliette. Quarto. Tarde.
Juliette e Dionísio se beijam, sentados em
cima da cama.
DIONÍSIO:
Eu sabia que você não resiste, Juju. Você ainda me ama.
JULIETTE:
Cala a boca e me beija mais, seu cafajeste.
Os dois continuam se beijando, quando, de
repente, Juliette vomita em Dionísio.
DIONÍSIO:
Quê que é isso, Juliette? Agora deu pra vomitar em mim?
Juliette vai até o banheiro do seu quarto.
Cena 04. Int. Casa de Juliette. Banheiro.
Tarde.
Juliette vomita mais na privada, depois ela vai até a pia, lava
o rosto e se olha no espelho.
JULIETTE:
Juliette, Juliette... você já fez coisa demais nessa vida. Agora era só o que
faltava fazer filho.
Dionísio entra no banheiro.
DIONÍSIO:
Tá tudo bem?
JULIETTE:
Tá parecendo que tá tudo bem? Eu quase coloco minhas tripas pra fora de tanto
vomitar e você vem me perguntar se tá tudo bem? É claro que não tá tudo bem,
né, Dionísio? Me poupe! Que pergunta mais infame.
DIONÍSIO:
Calma, Juju, calma. Eu posso pelo menos tomar um banho pra tirar esse vômito
aqui?
JULIETTE:
Já tá aqui dentro, né?
Dionísio tira a roupa e entra no box.
Cena 05. Int. Cadeia. Cela de Suíno. Tarde.
Suíno está sentado em um banco na sua cela.
SUÍNO: Aquela
filha da mãe nunca chegou pra me tirar desse inferno. Se ela demorar, mais dois
minutos que sejam, eu...
Suíno é interrompido por Karina.
KARINA: Você faz
o quê?
Suíno olha para ela e vê o delegado ao seu
lado.
DELEGADO:
Seu César, essa mulher veio aqui me dizer que se equivocou a lhe dar voz de
prisão e já descobriu o verdadeiro autor do crime que você foi acusado. Bem, o
elemento já faleceu, então não temos muito o que fazer.
KARINA:
Resumindo tudo, eu falei com o delegado Peçanha e ele vai te soltar.
SUÍNO:
Finalmente, né? Eu pensei que eu ia ficar nessa porcaria de lugar pra sempre,
cumprindo pena por um crime que eu não fiz. E então, eu já posso vazar?
DELEGADO:
Pode sim. Vá até o depósito pegar as suas coisas e some daqui.
Suíno sai da cela. Karina e o delegado o
seguem.
Cena 06. Int. Apartamento de Sabrina. Sala.
Tarde.
Sabrina, Ricardo, Isabela, Téo e Márcio estão sentados no sofá.
ISABELA (abraçando Márcio): Ah, meu irmão que eu amo, eu tava com tanta saudade de você.
MÁRCIO: Eu
também tava com saudade, pirralha.
TÉO: É,
parece que as coisas já começaram a se resolver, né, sogrinha?
SABRINA: Nem
todas as coisas, Téo. Infelizmente.
RICARDO: Do que
você tá falando amor? Tá acontecendo alguma coisa?
SABRINA: Gente, eu
guardei isso por muito tempo e não contei pra vocês. Mesmo sendo melhor deixar
do jeito que está, eu sinto que eu tenho o dever de contar pra vocês.
TÉO: Pra que
tanto mistério, dona Sabrina? É muito grave o que aconteceu?
ISABELA: É, mãe,
não precisa de tanto mistério e suspense assim. Parece até que a gente tá
dentro de uma webnovela escrita por um autor calouro.
SABRINA: Tá bom,
eu vou contar, sem enrolar mais. Isabela, Márcio, meus filhos... o Miguelito,
pai de vocês, matou um homem!
Todos ficam espantados.
MÁRCIO: O papai
fez o quê? Como assim? Quem foi o pobre homem que ele matou?
RICARDO: Sabrina,
porque o Miguelito fez isso? Ele já tinha ficha criminal?
SABRINA: Não, ele
nunca teve passagem pela polícia. Tudo começou quando Augustus Narvalli, um
senhor que estava abrindo uma empresa, não deu um emprego para o Miguelito. Ele
bem que tentou e até levou um projeto ambicioso pro tal Augustus, mas de nada
adiantou. Aliás, a situação até piorou, porque Augustus disse que ele era
insistente demais e que deveria procurar outra empresa.
TÉO: Que
história sinistra, mano. Mas como você descobriu que ele matou o tal do velho?
ISABELA: Mãe, não
vai me dizer que você se envolveu nesse crime.
TITICA: Ela não
teve culpa de nada.
Todos se surpreendem com Titica, segurando o
diário de Miguelito.
SABRINA: Que
susto, Maria Etiniana! Espera aí, por um acaso você tava ouvindo a nossa
conversa?
TITICA: Eu tava
sim, mas eu já sabia de tudo.
MÁRCIO: De tudo
o que, Titica?
TITICA: De todo
esse bafafá com o seu Miguelito.
RICARDO: E como
foi que você descobriu, Titica?
SABRINA: Eu não
contei nada pra você. Você tava fuçando nas minhas coisas, Maria Etiniana? Olha
que eu te coloco no olho da rua, hein?
TITICA: Não é
nada disso, patroinha. Eu tava apenas fazendo meu trabalho, limpando o seu
quarto, encerando o chão. Eu tive que afastar sua cama pra encerar debaixo, e
acabei encontrando esse caderninho aqui (mostra o diário). Bom, eu sou
brasileira e curiosa por natureza. Então, naturalmente, eu abri e li o monte de
rabisco que o seu Miguelito escreveu. Já nas primeiras páginas, ele confessa o
crime. Foi o seu Miguelito quem matou Augustus Narvalli!
RICARDO: Então
tudo faz sentido. Nossa, eu nunca imaginei isso. Claro, eu não conhecia o
Miguelito, mas é difícil de acreditar numa história dessa.
TÉO: Pode
crer. Deus me perdoe, mas eu acho que o seu Miguelito fez bem em morrer!
ISABELA: Que é
isso, Téo?
TÉO: Ah, mas
é verdade, pô. Imagina se ele vira esses assassinos em série e decide matar a
dona Sabrina?
SABRINA: Vira
essa boca pra lá, menino.
MÁRCIO: Mas até
que ele tem razão, mãe. E esse tempo todo, eu e a Isabela éramos filhos de um
assassino.
TÉO: Por
pouco eu não fui genro de um assassino.
TITICA: Eu
trabalho na casa onde morava um assassino.
SABRINA: Eu fui
mulher de um assassino.
Sabrina se emociona.
Cena 07. Ext. Prédio. Frente. Tarde.
(Sonoplastia: Wiggle – Jason
Derulo)
Hector, novamente vestido de mulher, está em frente ao prédio
onde moram Sabrina, Ricardo e os filhos.
HECTOR: É agora!
É hoje mesmo que a Isabela bate as botas!
Hector entra no prédio.
(Sonoplastia:
Fade Out – Wiggle)
Cena 08. Int. Apartamento de Sabrina. Sala.
Tarde.
A campainha toca.
RICARDO: Tá
esperando alguém, amor?
SABRINA: Não,
Ricardo. Isabela, meu amor, você pode atender?
ISABELA: Claro,
mãe.
Isabela abre a porta. Ela vê Hector.
HECTOR (imitando mulher): Oi, amiguinha! Lembra de mim?
ISABELA:
Sinceramente não.
HECTOR: Eu posso
ver que você não tem uma memória muito boa. A gente se conheceu lá em baixo,
lembra? Eu te pedi uma informação sobre onde ficava a farmácia mais próxima.
ISABELA: Ah,
lembrei! E o que você tá fazendo aqui?
HECTOR: Eu vim
te fazer uma visitinha. Você foi a minha primeira amiga aqui na cidade de Pérola.
ISABELA: O nome
da cidade é Esmeralda.
HECTOR: Isso,
isso! Esmeralda.
Hector entra.
HECTOR: Oh, você
está em um momento família. Oi, gente!
TÉO: Ei, eu
lembro de você. Você não é aquele travesti que falou com a Isabela há alguns
dias?
HECTOR: Ai,
assim você me deixa constrangido... constrangida!!! Eu não sou travesti, não,
bobinho. Eu sou mulher. E a sua namorada também. Então eu vou para o quarto ter
um papo de mulher pra mulher com ela.
Hector puxa Isabela e a leva para o quarto.
TÉO: Como ela
ou ele sabe que a Isabela é minha namorada? Que eu me lembre, nem eu nem ela
dissemos nada.
Todos estranham a situação.
Cena 09. Ext. Cidade de Esmeralda. Praça.
Tarde.
Karina e Suíno andam pela praça.
KARINA: Desculpa
de novo, César. Eu não queria fazer você pagar por um crime que você não fez.
SUÍNO: A bosta
já tá feita. O que eu posso fazer?
KARINA: Tá
acontecendo tudo de uma vez na minha vida, César. Quando eu acabo de descobrir
quem matou o meu avô, o que me deixou em estado de choque, eu começo a
suspeitar que eu tô grávida e...
SUÍNO (interrompe): Você o quê?
KARINA: Eu acho
que eu tô esperando um filho, César.
SUÍNO: E quem é
o pai?
KARINA: Depois
que toda a herança do meu avô acabou, eu tive que sair de casa, já que o banco
ficou com ela. Então, eu encontrei abrigo em uma fazenda. Nessa fazenda, mora o
Zaqueu.
SUÍNO: E esse
Zaqueu é um baita de um safado que, logo que te viu, já ficou com vontade de
furunfar. Acertei?
KARINA: César!
SUÍNO: Ué, mas
não foi assim?
KARINA: Em parte
sim...
SUÍNO: Não tô
dizendo?
KARINA: Tá bom,
César, tá bom. Mas ainda falta o principal mistério ser resolvido.
SUÍNO: E que
mistério é esse, Karina?
KARINA: Eu quero
saber quem foi que armou o incêndio que acabou com as vidas do meu pai e da
minha mãe, na minha frente, quando eu só tinha sete anos.
SUÍNO: Mas isso
é fácil de resolver. Eu sei quem foi o responsável por isso.
KARINA: Como é
que é?
Suíno olha fixamente para Karina.
FIM DO CAPÍTULO

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