quinta-feira, 31 de maio de 2018

Tribunal de Rua - CAPÍTULO 01


◯ ◌ ◯  NO AR ◌ TRIBUNAL DE RUA  ◯
●●● CAPÍTULO 1      ●

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Pedro Bala é um homem completamente diferente desde que conheceu Dogão. Influenciado, ele se torna um dos chefes de um bando criminoso no Morro da Providência. No capítulo 1, chamado de "Quem Disse Que o Amor Não Mata?", Pedro enfrenta um dos maiores problemas de sua vida: a morte do amor de sua vida.

sábado, 24 de setembro de 2016

Episódio 3: Vidas expostas

EPISÓDIO 3
“FACA”
ESCRITO POR – EVERTON BRANDÃO

CENA 1/CASA DE HENRIQUE/QUARTO/INT.NOITE
HELENA SE ARRUMA PARA IR EMBORA, ENQUANTO CONVERSA COM HENRIQUE QUE ESTÁ DEITADO NA CAMA.
HELENA – Eu não vejo a hora desse casamento chegar e me livrar do Sérgio que é um chato e a corja de policiais, principalmente aquela insuportável da Marina.
HENRIQUE – Não precisa falar assim dela.
HELENA – Mas ela é uma chata. Hoje fui experimentar o vestido de noiva e falei umas verdades na cara dela e ela até me acusou de golpista.
HENRIQUE – Que não deixa de ser verdade.
HELENA – Não deixa de ser verdade, claro. Mas se o Sérgio descobri a verdade, que essa que é a verdade, que eu sou uma vadia golpista, adeus dinheiro, adeus conforto. Eu tô achando que essa Marina vai ficar no meu pé, me implicando. Vou precisar da um jeito nela.
HENRIQUE – Cuidado com o que você vai fazer, não quero nada de errado com ela.
HELENA – O que é que foi? Vai defender a princesinha agora?
HENRIQUE LEVANTA DA CAMA E PEGA NO BRAÇO DE HELENA.
HENRIQUE (ALTO) – Escuta aqui, se acontecer alguma coisa com ela eu acabo com você.
HELENA (ALTO)- Me solta, você tá me machucando.
HENRIQUE SOLTA HELENA.
HELENA – Estamos nessa juntos, se essa puta desconfiar que é um golpe esse casamento, já era Henrique.
HENRIQUE – Eu sei, mas eu não quero que nada aconteça com a Marina.
HELENA – Pode ficar tranquilo, eu não vou matar ela não. Só vou diminuir as chances dela nunca mais ficar junto com o Murilo.
DIAS DEPOIS.
CORTA PARA/
CENA 2/DELEGACIA FEDERAL/SALA DE MURILO/INT.DIA
MURILO CONVERSA COM HELENA, ENQUANTO A MESMA ESTÁ SENTADA EM CIMA DA MESA.
MURILO – Como é que é?
HELENA – Isso mesmo Murilo. Foi uma prostituta que armou para você e a Marina se separarem a mando do Henrique.
MURILO – Não é possível.
HELENA – Se eu estou te falando quer dizer que é verdade. Essa prostituta é minha amiga.
MURILO – Isso não pode ficar assim.
MURILO SAI DA SALA E HELENA RI.
HELENA – Agora é só espera as coisas acontecerem bem gostosinho.
CORTA PARA/
CENA 3/DELEGACIA FEDERAL/SALA DE ESPERA/INT.DIA
MURILO E MARINA DISCUTEM.– AO SOM DE INSTRUMENTAL (TENSO).
MARINA – Por favor, Murilo, não vamos voltar a discutir isso.
MURILO – Mas você precisa saber da verdade.
MARINA – Eu já sei de toda a verdade.
MURILO – Foi uma verdadeira armação que fizeram para separa a gente, a Helena me contou.
MARINA – A Helena? Me poupe, aquela mulherzinha nojenta. Você vai acreditar nela?
MURILO – Mas a história dela bate com a verdade. Foi uma prostituta a mando do Henrique que fez a nossa separação.
MARINA (ALTO) – Chega! Eu não quero mais saber dessa história, dói demais ter que se lembrar daquelas cenas que você fez para acontecer.
MURILO – Mas você tem que confiar em mim, acreditar em mim. Pois essa é a verdade.
MARINA (ALTO) – Eu confiei em você, eu acreditei em você. Mas a partir do momento que eu coloquei a minha confiança inteira em suas mãos, você foi se deitar com uma vagabunda qualquer, com uma prostituta. Eu transava com você enquanto você transava com outras ao mesmo tempo. Qual o problema, eu não era suficiente pra você?
MURILO PEGA NO BRAÇO DE MARINA E LEVA ELA PARA UM LUGAR MAIS DISTANTE DA SALA DE ESPERA, NÃO MUITO LONGE, MAS PARA UM LUGAR MENOS CHEIO.– AO SOM DE INSTRUMENTAL (TRISTE).
MURILO – Eu te amo e tudo que aconteceu com a gente foi fruto de uma armação.
MARINA (TRISTE) – Sua armação. Para de tentar colocar as coisas como se você fosse uma vítima. E o que é que o Henrique tinha haver com isso? Para de tentar mostra pra mim algo que não aconteceu, você deitou com aquela vagabunda porque quis, eu vi aquela mulher saindo do quarto e as fotos de você pelado e outra mulher.
MURILO – Eu vou te provar que foi armação.
MARINA (TRISTE) – Eu não quero que você me prove nada, você já está me cansando já, meu coração e minha alma não aguenta mais você, o que você faz, o que você fala, eu já estou cansada desse mesmo velho amor, dessas suas desculpas. É mais fácil você confessar que é um cachorro, canalha e babaca.
MURILO – Mesmo se eu trouxer milhares de provas e jogar na sua cara, você não vai acreditar não é mesmo?
MARINA (ALTO) – Mas não existem mais provas Murilo. Prova de quê? Você está me destruindo, para com isso! Se você continuar insistindo nessa história que acabou e não tem mais volta, eu vou pedi minha transferência para outra cidade. Eu fui completamente apaixonada por você e olha o que você fez? Brincou com o amor, não se brinca com a verdade e você foi lá e brincou. Eu vou te detestar para o resto da minha vida.
MARINA SAI CHORANDO E MURILO COMEÇA A BATER SUA CABEÇA NA PAREDE (DEVAGAR). HELENA OLHA DE LONGE E SORRI.
CORTA PARA/
CENA 4/BANHEIRO/INT.DIA
MARINA ENTRA E TRANCA A PORTA. COMEÇA A CHORAR, PASSA MÃO NO CABELO, COMEÇA A SE BATER NA CARA E ABRE A TORNEIRA PARA LAVAR O ROSTO, PORÉM CONTINUA CHORANDO.– AO SOM DE JOANNA (ESTRANHA DEPENDÊNCIA).
CORTA PARA/
CENA 5/DELEGACIA FEDERAL/SALA DO DELEGADO/INT.DIA
DANILO ENTRA COM UMA CAIXA NA MÃO. – AO SOM DE INSTRUMENTAL (SUSPENSE).
MURILO – O que é essa caixa? Algum presente?
DANILO – Isso que eu estou tentando saber. Estava na recepção, aí falaram que era para o delegado e para o Murilo.
SÉRGIO – Pra mim?
DANILO – Exatamente!
SÉRGIO – Mas o que será?
MURILO – Acho que se você abrir vai acabar descobrindo.
SÉRGIO ENTÃO ABRE A CAIXA E SE SURPREENDEM POR VER UMA FACA GRANDE.
SÉRGIO (ALTO) – Mas que brincadeira é essa?
MURILO – Eu sei o que é isso. É coisa do assassino, ele quer tentar colocar medo na gente, quer que a gente esqueça o caso.
SÉRGIO – Ele quer testar, vai continuar testando. Vocês precisam pegar ele logo.
DANILO – Delgado, está muito complicado.
SÉRGIO – Não me interessa. E o prazo da aposta de vocês, está acabando.
MURILO – Temos mais três semanas. Ainda está em tempo.
SÉRGIO – Pois bem, então faça rápido. Porque não quero me ocupar com isso essa semana, depois de amanhã, é o meu casamento com a Helena, andem com isso.
DANILO – Certo delegado. Mas por qual motivo ele mandou uma faca para a gente?
MURILO – Mas isso é óbvio, é arma que ele vai usar na próxima vítima e é o Marcelo Oliveira.
DANILO, SÉRGIO E MURILO FICAM SURPRESOS.
DANILO – Tem um bilhete aí.
MURILO PEGA O BILHETE E LÊ.
MURILO (LENDO)“Tic-tac, tic-tac, o tempo está passando, ninguém tem pressa para morrer, mas eu tenho para matar.”.
MURILO, SÉRGIO E DANILO CORREM PARA O CARRO.
CORTA PARA/
CENA 6/APARTAMENTO DE MARCELO OLIVEIRA/SALA DE ESTAR/INT.DIA
MARCELO LÊ UM ROTEIRO. DE REPENTE, ESCUTA UM BARULHO, SE LEVANTA DO SOFÁ QUE ESTAVA SENTADO E ESTRANHA. VAI ATÉ A JANELA E NÃO VÊ NADA, QUANDO VOLTA ESCUTA PASSOS, ELE DÁ UMA VOLTA EM SI PRÓPRIO E NÃO VÊ NADA. LOGO, ELE É SURPREENDIDO COM UMA FACA NA BARRIGA E NÃO DIZ NADA, SÓ COMEÇA A VÔMITA SANGUE. E CAI NO CHÃO. O ASSASSINO FAZ MAIS CORTES NA BARRIGA E NA CARA DE MARCELO, FAZENDO COM QUE ELE MORRA.– AO SOM DE INSTRUMENTAL (TENSO).
CORTA PARA/
CENA 7/RUA/EXT.DIA
HELENA ANDA TRANQUILAMENTE. MARINA LOGO ATRÁS.
MARINA (ALTO) – Helena!
MARINA SE APROXIMA Á HELENA.– AO SOM DE INSTRUMENTAL (TENSO).
HELENA – Algum problema, querida?
MARINA – Sim!
HELENA – Qual?
MARINA – A primeira vez eu deixei passar quando você deu sua opinião na minha vida, por acaso uma opinião que eu não pedi. Mas eu te avisei, que da segunda vez, eu não ia deixar passar, eu não iria aceitar que você, uma golpista barata se intrometesse na minha vida. A segunda ia ter volta.
HELENA – E daí?
MARINA – A primeira vez, eu te avisei. Agora a segunda vez...
ENTÃO MARINA DÁ UM TAPÃO NA CARA DE HELENA QUE CAI NO CHÃO.
HELENA (ALTO) – Você está louca?
MARINA (ALTO) – Não, acontece que eu avisei a você, deixei bem claro pra você, não se mete na minha vida e você se intrometeu novamente, falando coisas para o Murilo.
HELENA SE LEVANTA.
HELENA (ALTO) – Eu só tentei ajudar.
MARINA (ALTO) – Eu já disse que eu não sou sua amiga, eu não quero a sua ajuda. Pronto, eu te dei um tapa, próxima vez, eu vou te da uma surra que vai dar até gosto, não toca no meu nome.
MARINA SAI.
HELENA – Você me paga, sua cadela!
CORTA PARA/
CENA 8/APARTAMENTO DE MARCELO OLIVEIRA/SALA DE ESTAR/INT.DIA
DANILO, SÉRGIO, MURILO, JORNALISTAS E MÉDICOS OLHAM O CORPO DO MARCELO.
DANILO – Dessa vez o assassino foi de uma crueldade sem tamanho, ele avisou que iria fazer, com qual arma iria fazer.
MURILO – Usou uma faca, do jeito que ela mandou de presente, uma faca.
SÉRGIO (NERVOSO) – Esse bandido quer nos fazer de palhaços, pois aqui não tem nenhum palhaço não.
MURILO – Ele tá fazendo um jogo, os assassinatos em série dele é como se fosse um jogo patético e desnecessário. Mas por que tantas mortes? Sempre com artistas que são ligados de alguma forma.
DANILO – É algum plano. Porque dessa vez, ele não matou o ator em algo que ele estava aparecendo, foi na casa dele, sem evento, sem chamar a mídia, sem nada.
JORNALISTA #1 – Bom, parece que a polícia federal ainda não descobriu o que anda acontecendo.
SÉRGIO (NERVOSO) – Estamos fazendo o que podemos.
JORNALISTA #1 – Mas não é o suficiente para o Brasil. Até quando essa violência vai continuar? Porque vocês não fazem nada, só fica aí, se perguntando quem é, por que, isso não ajuda em nada.
DANILO – O que não ajuda é a imprensa brasileira sensacionalista ficar fazendo manchetes denigrindo a policia federal, nos chamando de incompetentes.
JORNALISTA #2 – Mas é o que vocês são. É o terceiro artista morto em um mês, uma morte horrível e ainda sim vocês não conseguiram nada. Cambada de incompetente.
MURILO – Olha o desacato. Coloco os dois atrás das grades e quero ver sair alguma matéria falando da nossa suposta “incompetência”.
SÉRGIO – Murilo e Danilo, os dois retornem a delegacia que eu vou resolver umas coisas.
MURILO – Pode deixar.
CORTA PARA/
CENA 9/DELEGACIA FEDERAL/SALA DO DELEGADO/INT.TARDE
DANILO E MURILO ENTRAM NA SALA DO DELEGADO E SE SURPREENDEM COM A PRESENÇA DE MARTA.
MURILO (SURPRESO/ALTO) – O que é que você está fazendo aqui? Em?
MARTA SORRI SENTADA NA CADEIRA DE PERNAS CRUZADAS.
CORTA PARA/
CENA 10/CASA DE HENRIQUE/ESCRITÓRIO/INT.TARDE
HENRIQUE E SÉRGIO CONVERSAM.
HENRIQUE – Eu vi aquele assassinato pela tv, o noticiário.
SÉRGIO – Como você viu, não conseguimos descobri quem é o maldito. Quer dizer, o Murilo e sua equipe.
HENRIQUE – E eu acho que eles não irão descobri tão cedo.
SÉRGIO – Por que você acha isso?
HENRIQUE – Já... Já... Morreram três artistas e até agora não tem nenhuma pista de quem seja.
SÉRGIO – O Murilo tem uma pista.
HENRIQUE – Qual?
SÉRGIO – Ele tem certeza que é uma mulher, colocou essa ideia fixa na cabeça, que é uma assassina.
HENRIQUE – Mas não é uma mulher.
SÉRGIO – Com qual base você afirma isso?
HENRIQUE – Porque uma mulher não é tão inteligente quanto os homens.
SÉRGIO – Pode até que você esteja certo, mas não duvido que seja uma mulher, algumas são até calculistas. Esses assassinatos em séries estão parecendo até tramas de televisão, umas tramas policiais baratas que assisto em novelas.
HENRIQUE – Mas você está quase perdendo a cabeça por casa disso.
SÉRGIO – Porque esses crimes não estão sendo resolvidos na rapidez que eu quero, estão acabando com o meu nome, o nome da polícia federal. E o prazo do Murilo está acabando ou ele resolve isso ou rua. Foi essa a aposta.
HENRIQUE – Bom, queria falar sobre aquilo. A pessoa ligou e quer o material logo.
SÉRGIO – Vou entra em contato com ela após o meu casamento, estou querendo mais dinheiro também e esse negócio está nos dando bons frutos. Tenho que lhe agradecer, você encontra as pessoas certas para isso.
HENRIQUE – Foi a melhor coisa que fizemos em anos, Sérgio.
CORTA PARA/
CENA 11/DELEGACIA FEDERAL/SALA DO DELEGADO/INT.TARDE
MURILO CONVERSA COM MARTA.
MARTA – Eu recebi uma intimação para depor aqui, então, estou aqui, começa as perguntas, o falatório básico de sempre.
MURILO – Como você consegue ser tão natural?
MARTA – Por que eu não estaria natural?
MURILO – Sínica, dissimulada, bandida.
MARTA – Eu juro pra você que eu não estou entendendo esse seus ataques contra mim.
MURILO – Você acabou de matar um jovem, um ator, matou com uma frieza que eu não vi igual.
MARTA – Não sei que merda você anda fumando, mas eu não matei ninguém. E morreu mais um artista? Putz, eu nem fiquei sabendo, obrigado jornal local.
MURILO – Confessa que foi que você que matou esse último e ainda as duas outras dos dias passados. O que é que você está querendo com esse jogo de assassinatos?
MARTA – Será que eu vou ter que ser mais clara? Eu não matei ninguém porra! Mas o mais engraçado dessa investigação, é que você adora me acusar, ama apontar o dedo na minha cara e dizer para o mundo todo, Marta a assassina. Mas e as provas? Não tem.
MURILO – Você sempre da um jeito de sumir com elas, mas eu vou descobri.
MARTA – Isso já está me chateando. Quando vai começar com as perguntas policial?
MURILO – Ok! Aonde que você estava na hora do assassinato? Desse último assassinato?
MARTA – Que horas que foi o assassinato?
MURILO – Onze e meia.
MARTA – Onze e meia?
MURILO – Isso! Onze e meia. Aonde que você estava?
MARTA – Eu fui tomar banho.
MURILO – Para quê?
MARTA – Para vim dialogar nesta delegacia com o senhor, já que o mesmo insistia tanto em ver meu rosto.
MURILO – Sem piadinhas, Marta.
MARTA – Mais alguma coisa?
MURILO – E nos outros assassinatos? Onde estava?
MARTA – O segundo, você já sabe. Agora aquele primeiro... Eu estava em São Paulo, junto com meu filho, só quem estava aqui, era meu marido. E essa caixa linda tem o quê?
MURILO – Não finja que não sabe sua cretina.
MARTA SE APROXIMA MAIS UM POUCO DE MURILO. – AO SOM DE GAL COSTA (FOLHETIM).
MARTA – Murilo, você até que é um charme, mas não tente me perturbar com isso, eu não matei ninguém.
MURILO PEGA NO BRAÇO DE MARTA.
MURILO – Você não vai escapar, eu vou te prender.
MARTA – Tente.
MARTA PASSA A MÃO NA PERNA DE MURILO.
MARTA – Vai me soltar ou vai me fuder? Escolha um dos dois.
MURILO SOLTA MARTA. MARTA VAI EMBORA. DANILO ENTRA.
DANILO – Então é essa que é a tal da Marta?
MURILO – Exatamente!
DANILO – Gostosa!
MURILO – Danilo!
DANILO – É coroa, mas é gostosa!
MURILO – Pega a caixa e vamos tira essa faca e guardar como prova.
DANILO ABRE A CAIXA E SE SURPREENDE. – AO SOM DE INSTRUMENTAL (SUSPENSE).
MURILO – O que foi Danilo?
DANILO – A faca que estava aqui foi trocada por outra faca coberta por sangue.
MURILO – Meu Deus! Marta!
DANILO – Essa faca deve ter sido usada para matar o Marcelo.
MURILO – Foi aquela vadia, assassina! Essa eu não vou deixar passar.
CORTA PARA/
CENA 12/CASA DE HENRIQUE/SALA DE ESTAR/INT.NOITE
HELENA ENTRA SEM BATER E CHAMANDO POR HENRIQUE, MAS SE SURPREENDE COM A PRESENÇA DE SÉRGIO.
SÉRGIO – Helena?

FIM DO EPISÓDIO
ESCRITO POR: EVERTON BRANDÃO
DIREÇAÕ GERAL: JOÃO CARVALHO
PRODUÇÃO: TVN
2016





sábado, 17 de setembro de 2016

Capítulo 10: Amores Desmedidos

CENA 01/MANSÃO VIDAL/JARDIM/INT/NOITE.
Continuaçao imediata da ultima cena do capítulo anterior. Tereza e Henri, a encarar Beatriz de forma tensa, depois de terem sido flagrados pela mesma aos beijos.
BEATRIZ – Mas o que é que esta acontecendo aqui?! Voces ficaram loucos?!/
TEREZA – (corta) Calma mãe... Eu posso explicar/
HERNI – (corta) Não tem o que explicar não! Chega essa mentira já durou por muito tempo, já ta na hora de todos saberem o que esta acontecendo entre nós.
BEATRIZ – ‘Acontecendo’? /
HENRI – (corta) Sim, eu e a Tereza nos amamos, somos loucos um pelo outro!
BEATRIZ – (grita) Voces são primos seus inconseqüentes, esse amor não vai e nem pode dar certo!
HENRI – (enfrenta) E quem vai impedir o nosso amor?!/
TEREZA – (corta) Henri, calma.../
Cássia entra.
CÁSSIA – Voce demorou Beatriz, vim ver se estava acontecendo algo.
Os três disfarçam.
BEATRIZ – Não esta acontecendo nada, vamos entrar?
    CENA 02/MANSÃO VIDAL/SALA-INT/NOITE.
Antonio, Marcos, Valkiria, Navarro, Beth, Os Acionistas e Mulheres, Amália e Laila já acomodados. Cássia, Tereza, Henri e Beatriz entram.
BEATRIZ – Pronto... Já podemos dar inicio ao nosso jantar.
Estes que estavam de pé acomodam-se.
ANTONIO – Mas antes... (se levanta) Eu gostaria de revelar o motivo pelo qual eu convoquei todos voces para essa ocasião.
MARCOS – Quebre o segredo então, ó Rei do Tempo.
ANTONIO – É um motivo que vai mudar a vida de todos voces.
BETH – Como assim?!
ANTONIO – Todos nós temos uma única certeza na vida: que vamos morrer. Levando isso em consideração, eu e meu fiel escudeiro Navarro redigimos o meu testamento.
BEATRIZ – E quem vai ser o sucessor?!
ANTONIO – Eu destinei todas as minhas casas, açoes, investimentos, enfim para diferentes pessoas e isso voces só ficaram sabendo no dia que eu morrer, porem a coisa mais importante que é a Vidal ficou em aberto.
HENRI – “Em aberto”? Mas como assim?
ANTONIO – Simples: voce e a Tereza passaram por um teste para decidir quem fica com a Vidal.
TEREZA – Sendo assim, nem precisa de teste, eu deixo tudo pro Henri, eu nunca gostei de escritório, empresa, relatórios/
ANTONIO – (corta) Só que se voce não passar por esse teste, automaticamente tudo o que eu lhe deixei no testamento será destinado a uma ONG.
TEREZA – Então eu vou ser obrigada a fazer esse teste?
ANTONIO – Esse teste é a minha esperança de que voce crie interesse pela Vidal e eu sei que isso dará certo.
TEREZA – Só voce mesmo, isso é uma idiotice/
HENRI – (corta) E o que consiste esse teste?
ANTONIO – Voce e a Tereza viajaram para Nova York e pegaram em uma filial da Vidal de lá um documento.
HENRI – Documento que consiste em exatamente qual informação?
ANTONIO – Isso só indo até lá pra saber, mas uma coisa eu adianto: Esse documento levará voces a Veneza.
TEREZA – E como se vence isso, pai?
ANTONIO – Esta tudo escrito neste documento.
BETH – Eu adorei a idéia!/
MARCOS – (corta) Eu gostaria de fazer uma colocação, apesar de não ser responsável por nenhuma das partes: isso vai atrasar muito a vida de voces.
ANTONIO – Aí que voce se engana, Marcos! Eles faram essa viagem em menos de quinze dias.
BETH – Quem adquirir o direito de ser seu sucessor já poderá começar a exercer poder antes de sua morte?
ANTONIO – Não exatamente... O sucessor vencedor será meu aprendiz.
    CENA 03/MANSÃO VIDAL/JARDIM-INT/NOITE.
Laila e Amália caminham pelo jardim.
AMÁLIA – Até que a comida estava bem gostosa...
LAILA – Sim, mas eu acho esses jantares tão nada haver.
AMÁLIA – Mais “nada haver” foi a proposta que o Rei do Tempo fez aos dois.
LAILA – Sim, mas essa proposta é tentadora, afinal quem não gostaria de ser o sucessor?
Marcos entra.
MARCOS – Voce desperdiçou essa chance, Laila.
LAILA – O que?
MARCOS – Se não tivesse arrumado namoro com essa molambenta, com certeza seria a sucessora do Antonio.
LAILA – Não fale besteira, as únicas alternativas eram o Henri e a Tereza.
MARCOS – Voce poderia se casar com o Henri assim teria tudo o que era dele pra voce, não precisa ser muito esperto pra saber que ele que vencerá essa proposta.
LAILA – (T) Agora eu entendi tudo... Voce só é contra o meu relacionamento com a Amália por causa de seus planos para mim com o Henri?
MARCOS – A vida é um comercio, Laila.
LAILA – Voce é um monstro!
Laila e Amália saem.
CENA 04/MANSÃO VIDAL/ÁREA DA PISCINA/ITN/NOITE.
Beatriz a encarar Henri.
BEATRIZ – Voces dois são dois insanos ou o que?
HENRI – A senhora esta confundindo insanidade com amor.
BEATRIZ – Eu to nem aí se voces se amam ou não, pra falar a verdade o grau de parentesco pouco me importa, o que eu me preocupo é se o Antonio descobrir isso!/
HENRI – (corta) Idaí?!
BEATRIZ – (corta) Ele te tem como um filho, seu moleque!
HENRI – Eu amo a Tereza!
BEATRIZ – Essa paixão não vai dar certo, escuta o que eu estou te falando!
CENA 05/MANSÃO VIDAL/QUARTO DE TEREZA-INT/NOITE.
Tereza deitada a cama. Beatriz entra.
BEATRIZ – Tereza, assim os convidados vão perceber que tem alguma coisa errada, desça imediatamente!
TEREZA – Eu não tenho clima, mãe! Eu tava tentando fugir desse amor, dessa paixão insensata, aí vem meu pai e diz que eu vou ter que viajar por 15 dias com o Henri! (t) Vai ser impossível resistir, mãe.
BEATRIZ – Calma... Tudo tem uma saída!
TEREZA – Que saída?! O meu pai quer tudo do jeito dele, se eu contar meus motivos aí que ele me deserda/;
BEATRIZ – (corta) Nem pense nessa possibilidade! Esse amor tem que ser esquecido e principalmente ter que voltar anulado de Veneza.
TEREZA – Será que eu consigo?
BEATRIZ – Voce tem que conseguir!
    CENA 06/RIO DE JANEIRO/GERAIS/INT/DIA.
Em vários takes descontínuos mostrar uma boa passagem de tempo. Atenção direção, após inserir takes diurnos e noturnos do Rio de Janeiro e seus pontos turísticos, CORTAR PARA CADA CENA: (Tudo isso com o som de Epitáfio – Titãs)
Vemos, com a passagem de tempo, Henri arrumando suas malas e vendo uma foto de Tereza em seu celular.
Vemos Valkíria que arrumou um namorado.
Vemos Beatriz abraçando Tereza que chora por sua paixão proibida.
Vemos Érica cada vez mais progredindo dentro da Vidal e agradando Antonio devido sua competência.
Vemos Navarro que conseguiu tirar Tabata da cadeia.
Vemos Vinicius fazendo algumas sessões de regressão.
Vemos Beth e Marlon cada vez mais aliados.
Marlon e Beatriz transando as escondidas.
Vemos Laila e Amália que conseguiram emprego em uma agencia de turismo.
    LETREIRO: UM MÊS DEPOIS...
    CENA 07/AEROPORTO/EMBARQUE-INT/DIA.
Beth, Antonio, Beatriz, Navarro despedindo-se de seus respectivos filhos. Pós isso, Antonio fica a encarar Henri e Tereza.
ANTONIO – Alguma duvida sobre o que devem fazer nesta viagem?
TEREZA – Nenhuma, eu só quero que o senhor saiba que eu não tenho o mínimo interesse em fazê-la.
ANTONIO – Isso não é novidade.
HENRI – Pode ficar tranqüilo que eu vou cuidar dela, tio.
ANTONIO – Eu tenho certeza disso. E, que vença o melhor.
CORTA PARA:
    CENA 08/AEROPORTO/PISTA DE VOO-INT/DIA.
O avião decola tranquilamente.
CENA 09/AVIÃO/INTERIOR/DIA.
 Tereza e Henri sentados lada a lado dentro do mesmo.
TEREZA – Voce que sempre foi o fiel escudeiro de meu pai, tem alguma idéia do que tem dentro desse tal envelope misterioso?
HENRI – Se eu soubesse não estaria viajando com voce.
TEREZA – Não sei pra que tanto mistério, viu... (t) Será que minha mãe vai contar alguma coisa a nossa família sobre o nosso beijo?
HENRI – Voce deveria ter perguntado isso a ela.
TEREZA – Eu acho que ela não vai contar, tomara né.
HENRI – E    como vai ser nossa convivência nesses quinze dias? Voce vai continuar fugindo de mim?
TEREZA – Vai ser impossível fugir de voce em uma viagem que eu só conheço voce.
HENRI – Então voce só não vai fugir porque não tem outra “saída”?
TEREZA – Talvez...
    CENA 10/AEPORTO DE MIAMI/INTERIOR/NOITE.
O avião pousa...
    CENA 11/AEROPORTO DE MIAMI/EXTERNA/NOITE.
Henri e Tereza pegam um taxi.
CORTA PRA DENTRO DO TAXI.
Henri e Tereza acomodam-se dentro do taxi.
TAXISTA – Eu sou o taxista brasileiro contratado pelo Sr Antonio Vidal.
HENRI – Como sabia que nós íamos sair agora?
TAXISTA – Tudo foi exatamente calculado pelo Sr Antonio.
TEREZA – E aonde voce vai nos levar?
TAXISTA – Para o hotel que ele alugou pra voces...
    CENA 12/MIAMI/RUAS CONTINUAS/INT/NOITE.
Mostrar o taxi atravessando todas as belíssimas ruas de Miami.
    CENA 13/MIAMI/HOTEL/RECEPÇAO-INT/NOITE.
Tereza a esperar sentada em uma cadeira. Henri, que estava na recepção, se aproxima da mesma.
HENRI – Tem dois quartos reservados... Vai querer dormir comigo ou ficar em um só pra voce?
TEREZA – O que voce acha?
HENRI – Se soubesse não estaria te perguntando, Tereza.
TEREZA – Lógico que em um quarto separado!
    CENA 14/MIAMI/HOTEL/AP DE TEREZA-INT/NOITE.
Tereza e Henri entram, (eles estao com suas bagagens)
TEREZA – Vamos conversar um pouco, voce não precisa ir imediatamente para o seu quarto.
HENRI – Se eu pudesse eu ficava todo o tempo do mundo/
TEREZA – (corta) Henri, por favor, vamos tentar ser fortes, não vamos nos entregar assim a paixão.
HENRI – (respira fundo) Ok!
TEREZA – Voce perguntou a recepcionista se o tal envelope esta lá?
HENRI – Perguntei, ela disse que não tem nada.
TEREZA – Aff! Parece que a gente esta num jogo, cheio de enigmas e eu detesto enigmas! (t) E porque será Miami e Veneza? Tanto lugar pro meu pai escolher...
HENRI – Quem sabe tem uma certa simbologia, e é isso que nós vamos descobrir.
    CENA 15/MIAMI/HOTEL/AP DE HENRI-INT/NOITE.
Henri sentado a cadeira a falar com Narro pelo skype.
NAVARRO – Fizeram uma boa viagem?
HENRI – Sim.
NAVARRO – Gostaram do taxista brasileiro?
HENRI – O senhor sabia do taxista brasileiro?! (brinca) Afinal pai, do que mais voce sabe?
NAVARRO – De tudo, meu filho. De tudo.
HENRI – Então em conte o que raios têm de tao importante escrito nesse envelope.
NAVARRO – Sigilo profissional, essas coisas voces vao ter que descobrir por mérito próprio.
HENRI – E porque Miami e Veneza?
NAVARRO – Porque se encontram em países diferentes e ambos tem filiais nestes lugares, é assim que voces vao aprender a “manha” de ser um sucessor da Vidal.
HENRI – Tem certeza que é só isso?
NAVARRO – Suponho eu que sim.
    CENA 16/MANSÃO VIDAL/SALA-INT/NOITE.
Antonio a teclar em seu notbook. Beatriz desce as escadas.
BEATRIZ – O que ta fazendo, meu amor?
ANTONIO – Acabei de enviar as informações para serem imprimidas e entregues ao Henri e Tereza.
BEATRIZ – Se trata daquele envelope misterioso?
ANTONIO – Exatamente.
BEATRIZ – E quais informações contem nele?
ANTONIO – Se é misterioso é porque é um mistério. (T) Onde vai?
BEATRIZ – Vou dar uma volta com as amigas da Elite. Quer vir?
ANTONIO – Não, acho a conversa de voces uma futilidade sem tamanho.
BEATRIZ – Conversa de mulheres, meu amor. Bom, vou indo, beijinhos!
    CENA 17/MANSÃO VIDAL/EXTERNA/NOITE.
Beatriz sai com o carro da mansão. Cam busca: do outro lado da rua, Marcos que estava dentro do seu carro. Ele liga o mesmo e vai atrás dela.
    CENA 18/COPACABANA/RUAS/INT/NOITE.
A rua esta mais ou menos movimentada. O carro de Beatriz um pouco a frente. Marcos na cola.
CORTA PRO CARRO DE MARCOS:
MARCOS – Hoje eu descubro se os boatos que rolam na empresa de que voce bota chifres no Antonio é verdade ou não.
 CORTA PRO CARRO DE BEATRIZ:
Beatriz a dirigir, ela pega o cel e disca.
BEATRIZ – (ao cel) Alô? Marlon? Não sai do apartamento não, eu consegui da uma escapadinha da mansão pra te ver, em cinco minutos eu chego aí.
    CENA 19/HOTEL/GARAGEM-INT/NOITE.
O portão se abre. O carro de Beatriz entra na garagem e estaciona. Antes que o portão feche, Marcos entra e fica escondido atrás de uma parede. Ela estaciona na vaga 22. Em seguida, ela desce do carro e pega o elevador.
MARCOS – Ela estacionou na vaga 22... Tem caroço nesse angu, se não tivesse ela não entraria com tamanha facilidade na garagem desse hotel.
Ele se aproxima de um painel que esta preso ao lado do elevador (onde contem o nome dos moradores e o numero das vagas respectivas)
MARCOS – Deixe-me ver o 22... A vaga pertence a Marlon Silva. (t) Só pode ser o amante dela! Bingo!
CORTA PARA:
CENA 20/HOTEL DE MARLON/RECEPÇAO-INT/NOITE.
Francisquinho, o recepcionista, a teclar em seu computador. Marcos entra.
MARCOS – Eae... Tudo certo?
FRANCISQUINHO – Opa! Tem algum morador te esperando?
MARCOS – Não... (t) Voce quer ganhar um extra?
FRANCISQUINHO – Um extra? Como?
MARCOS – Eu só preciso que me forneça a chave reserva de um apartamento.
FRANCISQUINHO – Ah não sei não, eu posso perder meu emprego/
MARCOS – (corta) Eu te pago R$ 100,00. Vai aceita, tenho certeza que vai fazer diferença no final do mês!
FRANCISQUINHO – OK. Chave de qual apartamento?
MARCOS – Do apartamento 22.
Francisquinho coloca a chave sobre a mesa, ele passa a nota de cem.
    CENA 21/HOTEL/AP DE MARLON/SALA-INT/NOITE.
Marlon e Beatriz estão transando no quarto. Ouve-se os gemidos dela. Cam busca: sutiã, calcinha, cueca e blusas espalhadas pela sala.
cam busca: a maçaneta se mexendo e Marcos entrando cuidadosamente pra não fazer barulho. Ele sorri ao ver as roupas espalhadas e pega o celular. Ele se aproxima da porta do quarto – que esta entre aberta – e fica a observar Beatriz e Marlon transando loucamente. Marcos pega o celular e fica a tirar varias fotos dos dois sem que eles percebam.