sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Capítulo 03: Apenas Desejo


Norma invade a sala de Raul e o deixa tenso. Ela estava decidida a conversar com ele e pelo visto era algo relacionado aos dois.

Raul: O que você está fazendo aqui? O que você quer?
Raul faz sinal para sua secretária sair e ela sai deixando os dois a sós.
Norma: Já faz muito tempo e você não mudou nada. Continua aquele mesmo homem de antes.
Raul: Sem joguinhos. Eu não tenho nada para falar com você, portanto seja breve.
Norma: Eu só vim aqui para te mostrar que eu sobrevivi. Quem diria não é? Achou mesmo que eu iria morrer de fome? Pois bem, aqui estou eu.
Raul: Mas continua a mesma coisa de antes.
Norma: Não! Sou muito pior do que eu era antes. E quer saber, bem melhor do que um dia imaginei se tivesse ficado ao seu lado.
Raul: E a criança?
Norma: Não te interessa. Minha filha está muito bem.
Raul: Então é uma menina?
Norma: Acho que já te falei demais. Só vim aqui para te mostrar que superei o seu desprezo. Adeus, e lamento pela sua perda.
Norma caminha até a porta.
Raul: Espere!
Norma olha para Raul.
Raul: O nome, me diga apenas o nome dela... Por favor.
Norma: Quanto menos você souber dela melhor.
Norma sai da sala e Raul se senta na cadeira pensativo.
.......

Laura chega em sua casa e encontra Linda sentada no sofá da sala.
Linda: Oi mãe, como foi lá na delegacia?
Laura: Horrível. Me lembrar daquele dia me corta o coração.
Laura senta ao lado de Linda.
Laura: Agora você não vai acreditar na maior.
Linda: O que?
Laura: A assassina da sua irmã, eu a encontrei hoje lá na delegacia.
Linda fecha o livro que estava lendo e olha, pasma, para Laura.
Linda: Do que você está falando mãe?
Laura: O nome dela é Clarice. Foi uma ex-namorada do Fernando.
Linda: Mas ela confessou...
Laura: Não, infelizmente não. Ela vai negar até a morte, porém ninguém me tira da cabeça que foi ela que matou a Raquel.
Linda: Impossível mãe. Como ela faria isso? Ela nem esteve aqui naquele dia.
Laura: Engano seu filha. Ela esteve aqui sim! Esteve aqui e matou a sua irmã. Assassina miserável. Vou fazer com que pague caro pelo que ela fez.
.......
 Clarice estava no intervalo do trabalho, e estava almoçando com Simone, sua colega.
Clarice: Eu jamais seria capaz de fazer isso com alguém.
Simone: Eu sei disso amiga. Seja quem tenha feito isso deve ser alguém mais próximo dessa família. Os Albuquerque devem ter muitos inimigos, com certeza foi alguém de fora que fez isso.
Clarice: Bom, é melhor irmos porque se não o chefe arranca nossa cabeça.
Simone: É verdade, vamos.
Clarice põe as mãos na cabeça.
Simone: O que foi amiga?
Clarice: Essa história tá me deixando pirada. Acabei esquecendo de trazer minha bolsa.
Simone: Não esquenta, eu pago e depois você me devolve.
Clarice: Obrigada, amiga. Prometo que te pago assim que chegarmos na empresa.
Simone: Tudo bem, vamos.
.......

A delegada Renata estava assinando uns documentos na sua mesa. Seu colega, Abreu, abre a porta.
Abreu: Uma ligação anônima para a senhora. Disse que tem uma denúncia para fazer sobre o caso da morte da Raquel Albuquerque.
Renata: Ligação anônima? Me passa, quero ver o que essa pessoa tem de bom para me dizer.
Abreu passa a ligação para Renata.
Renata: Alô!... Sou eu sim... Claro pode falar.
Renata escuta a pessoa anônima do outro lado da linha. Depois de alguns segundos ela desliga o telefone e olha para Abreu.
Renata: Reúna dois homens, temos um trabalho para fazer.
.......
Roberto aparece na empresa onde Clarice trabalha e procura por ela. Quando encontra, ele bate na porta da sala dela que faz sinal para ele entrar.
Clarice: Roberto? Que surpresa em te ver aqui.
Roberto cumprimenta Clarice com um beijo no rosto.
Roberto: Vim ver como você está. Soube do que aconteceu com a Raquel não é.
Clarice: Sim! Soube. Lamentável.
Roberto: Uma verdadeira tragédia. Morrer envenenada bem no dia em que ela ia se casar com o meu irmão Fernando. Coincidência não é.
Clarice percebe uma certa insinuação no tom de Roberto.
Clarice: Muita coincidência, mas a verdade que não existe hora e nem lugar para morrer. Não é verdade?
Roberto: Claro.
Clarice: Seja claro comigo Roberto. O que você veio fazer aqui de verdade?
Roberto: Olha Clarice, vai parecer meio chato, mas... É estranho ter te visto no casamento do meu irmão. O que você foi fazer lá?
Clarice: Roberto eu fui por pura bobagem, mas saí muito antes de acontecer essa baderna toda. Agora se você me dá licença, eu tenho muita coisa pra fazer aqui.
Roberto: Claro. Desculpa se te chateei, eu só queria... Deixa pra lá.
Roberto vai embora.
.......
Fernando estava sentado no sofá da sala e Leonel senta o lado dele.
Leonel: Como você está?
Fernando: O que o senhor acha?
Leonel passa a mão na cabeça dele.
Leonel: Sabe filho, eu estive pensando. Agora que a Raquel morreu, eu acho que você deve mudar a estratégia.
Fernando olha para Leonel curioso.
Leonel: A irmã dela, Linda não é? Pois bem, invista nessa moça. Case-se com ela e entre para a família Albuquerque.
Fernando se levanta irritado.
Fernando: Mas o que o senhor está falando? Está louco?
Leonel levanta esbravejando.
Leonel: Louco? Acho que não. Sabe que estou certo. Raul Albuquerque nunca te apoiará em nada e logo você não passará de um quase genro dele. É tudo ou nada, você escolhe. Linda é a única maneira de você se dá bem. Pense nisso.
Leonel sai da sala e Fernando fica pensativo.
.......

Laura chega a delegacia para falar com a delegada Renata. Ela queria fazer uma denúncia formal a respeito de Clarice.
Laura: Com licença. Bom dia, eu gostaria de falar com a delegada Renata. É um assunto urgente. É sobre o assassinato da minha filha, creio que ela vai querer me atender.
Recepcionista: Me desculpe senhora, mas a delegada saiu em uma diligência. Se a senhora quiser esperar.
Laura: Entendo. Sabe se ela vai demorar muito?
Recepcionista: Talvez, mas não tenho bem certeza.
Laura: Obrigada.
Laura desiste e resolve voltar outra hora.
.......

Renata chega de surpresa no trabalho de Clarice e entra na sala dela.
Clarice: Delegada, o que faz aqui?
Renata: Recebemos uma denúncia anônima dona Clarice e temos uma ordem judicial para vasculharmos sua sala e seus pertences pessoais.
Clarice: Denúncia? Mas como assim.
Renata: Seremos breve. Podem começar.
Os policiais começam a revista e todos os colegas de Clarice começam a olhar a cena.
Clarice: É uma perda de tempo. Eu tenho nada para esconder da polícia.
Renata: Preciso olhar sua bolsa.
Clarice: Claro.
Clarice entrega a bolsa para Renata, que começa a remexer dentro. Depois de tirar alguns objetos ela retira um frasco.
Renato: O que é isto dona Clarice? É seu?
Clarice: Não! Isso não é meu, e eu nem sei o que está fazendo dentro da minha bolsa.
Renata: Nos acompanhe até a delegacia dona Clarice.
Clarice: Mas porque? Eu não estou entendendo nada.
Renata: Há uma seria suspeita de que este frasco é o veneno que matou a vítima Raquel Albuquerque.
Clarice: O que?
Clarice acaba cedendo e acompanha a delegada sob o olhar de todos os seus colegas.
.......

Laura chega em casa e encontra Raul sentado em seu escritório pessoal. Ela entra e fecha a porta.
Laura: Raul, eu descobri a assassina de nossa filha. É a ex-namorada do Fernando. Ela esteve aqui no dia do casamento e tenho certeza de que foi ela. Temos que denunciá-la.
Raul: Como assim? Como você descobriu isso?
Laura: O Fernando me contou.
Laura percebe que Raul está diferente e fica curiosa.
Laura: O que você tem? Está estranho, até parece que viu um fantasma.
Raul: E vi. A Norma me procurou hoje.
Laura: O que?
Raul: Veio mostrar superioridade.
Laura: Miserável. Que audácia em te procurar depois de tanto tempo.
Raul: Mas ela não irá mais aparecer. Ela já deu seu showzinho.
Laura: Assim espero. Já temos problemas demais para por em ordem. Temos que nos focar nessa assassina e prendê-la o quanto antes.
.......

Clarice estava sentada na sala de Renata.
Clarice: Eu jamais faria isso.
Renata: Queria acreditar nisso, mas houve uma denúncia anônima e encontramos esse frasco na sua bolsa.
Clarice: Alguém deve estar brincando comigo, vai ver é até água ou outro líquido qualquer.
Renata: Pode ser, mas tudo deve ser investigado.
Abreu entra na sala trazendo uns papéis.
Abreu: Com licença! Aqui estão os resultados da amostra do frasco que encontramos.
Renata folheia o documento e olha para Clarice.
Clarice: E então?
Renata: De acordo com este laudo, a substância encontrada com a senhora é o mesmo encontrado na bebida da vítima. É o mesmo veneno.
Clarice: O que? Não.
Renata: Infelizmente vou ter que detê-la dona Clarice.

Clarice fica pálida.


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