segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Capítulo 04: Apenas Desejo

Depois de ouvir que ficaria detida sob suspeita de ter assassinado Raquel, Clarice entra em desespero.

Clarice: Eu não posso ficar presa, eu sou inocente. Você precisa acreditar em mim.
Renata: Me desculpe, mas o fato é que encontramos o veneno que matou a vítima dentro da sua bolsa.
Clarice: Eu juro que não matei a Raquel, eu nem a vi aquele dia. Fui embora antes da cerimônia. Só soube da morte dela porque minha mãe me informou. Por favor, não me prenda.
Renata se sensibiliza, porém não deixa sua emoção falar mais alto.
Renata: Você pode fazer uma ligação avisando sua família. Abreu. Conduza a senhorita Clarice até um telefone.
Abreu: Sim, senhora! Me acompanhe, senhorita.
Clarice se levanta arrasada e acompanha Abreu.
........

Norma: Presa? Como assim? Por quê?
Clarice: Encontraram um frasco dentro da minha bolsa, mãe. Neste frasco estava o veneno que matou a Raquel.
Norma fica arrasada.
Norma: Estou indo para aí agora mesmo.
Norma desliga o telefone.
........

Laura entra no escritório particular de Raul, eufórica.

Laura: Você precisa ver uma coisa, Raul.
Raul: O que houve?
Laura liga a televisão, estava passando o noticiário. Na televisão, Renata estava dando uma entrevista coletiva sobre a prisão de Clarice.
Renata: A prisão da dona Clarice é apenas uma precaução. Houve uma denúncia anônima informando que ela estaria portando um conteúdo suspeito e então fizemos a verificação, já que ela era uma das suspeitas de ter matado a vítima.
Repórter: O que a leva a crer que essa mulher assassinou mesmo a Raquel Albuquerque?
Renata: Bom, as duas tinham um histórico de desavenças. O que se sabe é que dias antes do casamento, a vítima teria discutido com a acusada e ainda teria rabiscado o carro dela escrevendo a palavra “vadia” na lateral. O mais estranho é que na cena do crime também encontramos esta mesma palavra escrita no espelho do banheiro.
Laura desliga a televisão.
Laura: Eu sabia. Eu tinha certeza de que esta mulher estava por trás da morte da nossa filha. Nós temos que fazer alguma coisa Raul. Temos que fazer com que está miserável pague caro pelo que fez a nossa filha.
Raul: Mas ela já está detida, Laura.
Laura: Não me interessa. Não confio nessa justiça. Se não ficarmos em cima ela vai se safar e isso nós não podemos permitir.
........


Roberto entra no quarto de Fernando e o encontra pensativo sentado em sua cama.

Roberto: Você viu o noticiário?
Fernando: Vi. Apenas constatei o que já sabia.
Roberto: Mas você tem certeza de que foi ela mesma?
Fernando: Você ainda tem dúvidas disso? O veneno que matou a Raquel estava na bolsa dela. Ela matou a Raquel e isso é um fato concreto. Eu jamais vou perdoá-la por isso. Se me der licença eu preciso ficar um pouco sozinho.
Roberto: Claro!
Roberto sai do quarto e deixa Fernando pensando.
........

Norma e Íris chegam na delegacia e encontram Abreu na recepção.

Norma: Por gentileza, eu sou a mãe da Clarice Vieira.
Abreu: Ah, sim. Me acompanhe por gentileza.
Abreu leva Norma e Íris até Clarice que estava detida em uma salinha, aguardando a transferência para um presídio. Quando elas se encontram, se abraçam emocionadas.
Norma: Filha!
Clarice: Mãe, eu sou inocente. Eu não matei ninguém.
Norma: Eu acredito em você meu amor. Sei que jamais seria capaz de fazer isso. Vai ficar tudo bem.
Íris: Você vai sair dessa mana.
Clarice: Maldita hora em que eu fui nesse casamento. Eu devia ter te escutado quando me pediu para não fazer isso.
Norma: Tudo bem meu amor. Aconteceu. Agora é lutarmos para reverter essa situação. Eu vou conversar com a delegada. Vai ficar tudo bem.
Clarice: Eu estou com medo mãe.
Norma: Não precisa ficar com medo. Estamos ao seu lado. Vai dar tudo certo. Deus não vai nos abandonar.
Elas se abraçam novamente.
........

Abreu bate na porta de Renata e avisa que Norma deseja falar com ela.

Renata: Pode deixar ela entrar.
Abreu faz sinal para que Norma entre.
Norma: Com licença doutora delegada.
Renata: Entre e sente-se.
Norma se senta em frente a Renata.
Norma: Doutora eu vim aqui lhe pedir que não prenda minha filha. Ela não matou essa moça...
Renata: Olha dona Norma, eu entendo seu apelo de mãe. Também tenho uma filha, claro que ainda menor que a sua, e sei o que somos capazes de fazer por elas. Mas a senhora tem que entender que eu só estou fazendo o meu trabalho. Encontramos um frasco dentro da bolsa da sua filha que continha a mesma substância que matou a vítima envenenada.
Norma: Mas e se alguém colocou dentro da bolsa dela?
Renata: Quem?
Norma: Bom, eu não sei, mas é uma hipótese.
Renata: Claro, mas infelizmente não trabalhamos por hipóteses e sim por fatos. Nesse instante o único fato é que sua filha tinha motivos e foi flagrada com este líquido em seus pertences. Sendo bem franca com a senhora, sugiro que contrate um advogado. A situação da sua filha é bem complicada.
........

Raul estava pensando sobre o noticiário e Laura se aproxima dele.
Laura: Estive pensando e já sei o que faremos para não deixar essa mulherzinha sair impune.
Raul: Do que você está falando, Laura?
Laura: Ligue para o Doutor Amadeu. Ele é um excelente advogado, um dos melhores que já conheci. Tenho certeza de que ele fará com que essa tal de Clarice apodreça na cadeia pelo resto de sua vida.
Raul: Não está se precipitando um pouco Laura. Tudo bem que está moça é a principal suspeita, mas...
Laura: Mais nada. Ligue para o doutor Amadeu o quanto antes, ou eu faço isso.
Raul: Tudo bem, eu farei isso.
Laura dá um sorriso silencioso.
........

Norma e Íris se despedem de Clarice.
Norma: Estamos indo pra casa, filha. Mas não se preocupe, eu já providenciei o seu advogado.
Clarice: Advogado? Então eu ficarei mesmo aqui?
Norma: Infelizmente sim meu amor. Mas estarei sempre por perto. Não vou descansar enquanto não te tirar daqui.
Íris: Logo você irá para casa mana.
Norma: Se cuida filha.
As três se abraçam.
........

A noite chega no Rio de Janeiro. Tinha sido um dia bem difícil para Clarice. Na casa de Laura, ela entra no quarto de Linda e a encontra olhando pela janela.

Laura: Filha! Já soube da notícia não é?
Linda: Sim! Acredito que todo o Brasil já sabe. Mas eu ainda não consigo acreditar nisso.
Laura: Mas agora há evidências. Essa mulher não vai escapar. Seu pai vai chamar o doutor Amadeu para ser o advogado de acusação. Vamos fazer essa assassina pagar caro pelo que ela fez.
Laura abraça Linda, que não demonstra estar muito convencida dessa história.
........

Norma estava colocando Íris para dormir. Ela ainda estava um pouco assustada com o que tinha acontecido com Clarice.

Íris: Será que minha irmã vai ficar presa por muito tempo, mãe?
Norma: Não meu amor. Sua irmã é inocente. Tenho certeza de que logo, logo ela vai sair de lá.
Íris: Tenho saudades dela.
Norma: Estou aqui meu amor. Vai ficar tudo bem.
........

Na prisão, Clarice estava desconsolada com tudo o que tinha acontecido. Ela chorava muito.

Clarice: Me ajuda meu Deus. O senhor sabe que sou inocente. Me tire desse lugar horrível. Faça com que o verdadeiro culpado apareça. Eu te imploro.
No dia seguinte, Clarice é chamada para conhecer o seu advogado, que estava esperando por ela na sala de visitas. A carcereira conduz Clarice até ele. Quando ela entra na sala, ela se depara com um homem, jovem, de uns 25 anos, loiro, olhos azuis, trajado em um terno escuro. Ele se levanta e estende a mãos para ela.

Ricardo: Dona Clarice? Muito prazer, Ricardo! O seu advogado de defesa.

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