Depois de ouvir que ficaria detida sob
suspeita de ter assassinado Raquel, Clarice entra em desespero.
Clarice: Eu não posso ficar presa, eu sou
inocente. Você precisa acreditar em mim.
Renata: Me desculpe, mas o fato é que encontramos
o veneno que matou a vítima dentro da sua bolsa.
Clarice: Eu juro que não matei a Raquel, eu
nem a vi aquele dia. Fui embora antes da cerimônia. Só soube da morte dela
porque minha mãe me informou. Por favor, não me prenda.
Renata se sensibiliza, porém não deixa
sua emoção falar mais alto.
Renata: Você pode fazer uma ligação avisando
sua família. Abreu. Conduza a senhorita Clarice até um telefone.
Abreu: Sim, senhora! Me acompanhe,
senhorita.
Clarice se levanta arrasada e
acompanha Abreu.
........
Norma: Presa? Como assim? Por quê?
Clarice: Encontraram um frasco dentro da
minha bolsa, mãe. Neste frasco estava o veneno que matou a Raquel.
Norma fica arrasada.
Norma: Estou indo para aí agora mesmo.
Norma desliga o telefone.
........
Laura entra no escritório particular
de Raul, eufórica.
Laura: Você precisa ver uma coisa, Raul.
Raul: O que houve?
Laura liga a televisão, estava
passando o noticiário. Na televisão, Renata estava dando uma entrevista
coletiva sobre a prisão de Clarice.
Renata: A prisão da dona Clarice é apenas
uma precaução. Houve uma denúncia anônima informando que ela estaria portando
um conteúdo suspeito e então fizemos a verificação, já que ela era uma das
suspeitas de ter matado a vítima.
Repórter: O que a leva a crer que essa mulher
assassinou mesmo a Raquel Albuquerque?
Renata: Bom, as duas tinham um histórico de
desavenças. O que se sabe é que dias antes do casamento, a vítima teria
discutido com a acusada e ainda teria rabiscado o carro dela escrevendo a
palavra “vadia” na lateral. O mais estranho é que na cena do crime também
encontramos esta mesma palavra escrita no espelho do banheiro.
Laura desliga a televisão.
Laura: Eu sabia. Eu tinha certeza de que
esta mulher estava por trás da morte da nossa filha. Nós temos que fazer alguma
coisa Raul. Temos que fazer com que está miserável pague caro pelo que fez a
nossa filha.
Raul: Mas ela já está detida, Laura.
Laura: Não me interessa. Não confio nessa
justiça. Se não ficarmos em cima ela vai se safar e isso nós não podemos
permitir.
........
Roberto entra no quarto de Fernando e
o encontra pensativo sentado em sua cama.
Roberto: Você viu o noticiário?
Fernando: Vi. Apenas constatei o que já sabia.
Roberto: Mas você tem certeza de que foi ela
mesma?
Fernando: Você ainda tem dúvidas disso? O
veneno que matou a Raquel estava na bolsa dela. Ela matou a Raquel e isso é um
fato concreto. Eu jamais vou perdoá-la por isso. Se me der licença eu preciso
ficar um pouco sozinho.
Roberto: Claro!
Roberto sai do quarto e deixa Fernando
pensando.
........
Norma e Íris chegam na delegacia e
encontram Abreu na recepção.
Norma: Por gentileza, eu sou a mãe da
Clarice Vieira.
Abreu: Ah, sim. Me acompanhe por gentileza.
Abreu leva Norma e Íris até Clarice
que estava detida em uma salinha, aguardando a transferência para um presídio.
Quando elas se encontram, se abraçam emocionadas.
Norma: Filha!
Clarice: Mãe, eu sou inocente. Eu não matei
ninguém.
Norma: Eu acredito em você meu amor. Sei
que jamais seria capaz de fazer isso. Vai ficar tudo bem.
Íris: Você vai sair dessa mana.
Clarice: Maldita hora em que eu fui nesse
casamento. Eu devia ter te escutado quando me pediu para não fazer isso.
Norma: Tudo bem meu amor. Aconteceu. Agora
é lutarmos para reverter essa situação. Eu vou conversar com a delegada. Vai
ficar tudo bem.
Clarice: Eu estou com medo mãe.
Norma: Não precisa ficar com medo. Estamos
ao seu lado. Vai dar tudo certo. Deus não vai nos abandonar.
Elas se abraçam novamente.
........
Abreu bate na porta de Renata e avisa
que Norma deseja falar com ela.
Renata: Pode deixar ela entrar.
Abreu faz sinal para que Norma entre.
Norma: Com licença doutora delegada.
Renata: Entre e sente-se.
Norma se senta em frente a Renata.
Norma: Doutora eu vim aqui lhe pedir que
não prenda minha filha. Ela não matou essa moça...
Renata: Olha dona Norma, eu entendo seu
apelo de mãe. Também tenho uma filha, claro que ainda menor que a sua, e sei o
que somos capazes de fazer por elas. Mas a senhora tem que entender que eu só
estou fazendo o meu trabalho. Encontramos um frasco dentro da bolsa da sua
filha que continha a mesma substância que matou a vítima envenenada.
Norma: Mas e se alguém colocou dentro da
bolsa dela?
Renata: Quem?
Norma: Bom, eu não sei, mas é uma hipótese.
Renata: Claro, mas infelizmente não
trabalhamos por hipóteses e sim por fatos. Nesse instante o único fato é que
sua filha tinha motivos e foi flagrada com este líquido em seus pertences.
Sendo bem franca com a senhora, sugiro que contrate um advogado. A situação da
sua filha é bem complicada.
........
Raul estava pensando sobre o
noticiário e Laura se aproxima dele.
Laura: Estive pensando e já sei o que
faremos para não deixar essa mulherzinha sair impune.
Raul: Do que você está falando, Laura?
Laura: Ligue para o Doutor Amadeu. Ele é um
excelente advogado, um dos melhores que já conheci. Tenho certeza de que ele
fará com que essa tal de Clarice apodreça na cadeia pelo resto de sua vida.
Raul: Não está se precipitando um pouco
Laura. Tudo bem que está moça é a principal suspeita, mas...
Laura: Mais nada. Ligue para o doutor
Amadeu o quanto antes, ou eu faço isso.
Raul: Tudo bem, eu farei isso.
Laura dá um sorriso silencioso.
........
Norma e Íris se despedem de Clarice.
Norma: Estamos indo pra casa, filha. Mas
não se preocupe, eu já providenciei o seu advogado.
Clarice: Advogado? Então eu ficarei mesmo
aqui?
Norma: Infelizmente sim meu amor. Mas
estarei sempre por perto. Não vou descansar enquanto não te tirar daqui.
Íris: Logo você irá para casa mana.
Norma: Se cuida filha.
As três se abraçam.
........
A noite chega no Rio de Janeiro. Tinha
sido um dia bem difícil para Clarice. Na casa de Laura, ela entra no quarto de
Linda e a encontra olhando pela janela.
Laura: Filha! Já soube da notícia não é?
Linda: Sim! Acredito que todo o Brasil já
sabe. Mas eu ainda não consigo acreditar nisso.
Laura: Mas agora há evidências. Essa mulher
não vai escapar. Seu pai vai chamar o doutor Amadeu para ser o advogado de
acusação. Vamos fazer essa assassina pagar caro pelo que ela fez.
Laura abraça Linda, que não demonstra
estar muito convencida dessa história.
........
Norma estava colocando Íris para
dormir. Ela ainda estava um pouco assustada com o que tinha acontecido com
Clarice.
Íris: Será que minha irmã vai ficar presa
por muito tempo, mãe?
Norma: Não meu amor. Sua irmã é inocente.
Tenho certeza de que logo, logo ela vai sair de lá.
Íris: Tenho saudades dela.
Norma: Estou aqui meu amor. Vai ficar tudo
bem.
........
Na prisão, Clarice estava desconsolada
com tudo o que tinha acontecido. Ela chorava muito.
Clarice: Me ajuda meu Deus. O senhor sabe que
sou inocente. Me tire desse lugar horrível. Faça com que o verdadeiro culpado
apareça. Eu te imploro.
No dia seguinte, Clarice é chamada
para conhecer o seu advogado, que estava esperando por ela na sala de visitas. A
carcereira conduz Clarice até ele. Quando ela entra na sala, ela se depara com
um homem, jovem, de uns 25 anos, loiro, olhos azuis, trajado em um terno
escuro. Ele se levanta e estende a mãos para ela.

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