Capítulo 06: Apenas Desejo

Fernando queria infernizar a vida de Clarice, por isso foi até a casa dela para lhe tirar a paz e encher a cabeça dele para que não tenha sossego.

Clarice: Achei que tinha sido bem claro com você.

Fernando: Se você achava que vai escapar dessa você está muito enganada.

Norma: Onde você pensa que está rapaz? Está na minha casa, não vou permitir que venha tirar a paz da minha filha.

Fernando: Sua filha é uma assassina.

Norma: Meça bem suas palavras ao se referir a minha filha, me entendeu bem?

Fernando: Clarice matou a Raquel e não há nada neste mundo que vai livrá-la da condenação. Ela vai voltar para a prisão porque eu não vou descansar enquanto isso não acontecer.

Clarice: Estou livre por determinação da justiça. Apenas responderei o processo em liberdade. O que é muito bom, porque assim descobrirei o verdadeiro assassino e jogarei na sua cara que você estava enganado esse tempo todo.

Fernando: Sonhe muito com este dia Clarice. O que vai acontecer mesmo é que você será julgada e condenada, porque você matou a Raquel e jamais me convencerá o contrário.

Norma: Já chega! Saia da minha casa agora seu salafrário. Se não sair por bem sairá por mal.

Fernando: Eu já disse tudo o que tinha para dizer.

Norma abre a porta e Fernando caminha em direção a ela, mas para e olha para Clarice.

Fernando: Eu estarei lá, no dia do seu julgamento. Eu aplaudirei o momento em que o juiz ler a sua sentença e te condenar a pena máxima.

Clarice: Veremos.

Fernando sai e Norma bate a porta com força.

Norma: Descarado. Que atrevimento de vir até aqui para te importunar.

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Laura chega em sua casa possessa. Ela encontra Raul na beira da piscina lendo um livro. Ele fecha o livro ao perceber a aproximação de Laura.

Laura: Eu temia que isso fosse acontecer. Por isso insisti para que você procurasse o doutor Amadeu o quanto antes.

Raul: O que aconteceu?

Laura: A infeliz da Clarice foi solta. Vai responder o processo em liberdade.

Raul: O que? Mas como ela conseguiu isso?

Laura: Ora, certamente o advogado dela conseguiu um habeas corpus. De que outra maneira ela sairia. Você precisa trazer o doutor Amadeu o quanto antes para que essa mulher volte para a cadeia. Ela pode fugir do país. Eu não posso permitir que ela saia impune depois do que ela fez Raul. Precisamos agir e rápido.

Raul: Claro, você tem toda razão. Ligarei para o doutor Amadeu agora mesmo.

Laura: Faça isso.

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Roberto estava no quarto olhando seu notebook. De repente Leonel entra no quarto de surpresa e Roberto fecha o notebook.

Leonel: Por acaso você viu o Fernando?

Roberto: Sabia que se deve bater na porta antes de entrar? E não, eu não vi o Fernando.

Leonel: Essa casa é minha e eu entro aonde eu quiser e como eu quiser.

Roberto: Não se preocupe. É só questão de tempo para mim sair dessa casa. Minha vida irá mudar. Sairei dessa espelunca e você e o meu querido irmão nunca mais me verão novamente.

Leonel: Do que você está falando?

Roberto: Nada que te convém a saber agora. Apenas aguarde. Agora se me dá licença, estou meio ocupado aqui.

Leonel sai do quarto e desconfia da atitude de Roberto.

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Clarice estava sentada na frente do computador pesquisando sobre o casamento de Raquel e Fernando. Ela tinha esperanças de encontrar algo que pudesse levar ao verdadeiro assassino. De repente ela encontra um site onde tem algumas fotos da cerimônia. Ela pega um papel e uma caneta e anota o nome da produtora que aparece em todas as fotos. Ela pega o endereço no site e sai.

Minutos depois ela está no prédio onde a produtora opera. Ela chega na recepção e se identifica como Linda.

Clarice: Vim pegar as fotos que foram feitas do casamento, ou pelo menos do quase casamento da minha irmã. Sei que vocês armazenam as fotos.

Atendente: Sim, senhorita, mas as fotos já foram retiradas pela sua mãe.

Clarice: Sim, mas minha mãe acabou perdendo elas. Então vim pegar outra cópia das fotos. Eu pago se for preciso, não é problema.

Atendente: Entendo. Só um instante.

Clarice: Tudo bem.

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Fernando chega em casa e encontra Leonel na sala lendo o jornal.

Fernando: Oi pai.

Leonel: Oi filho. Onde esteve?

Fernando: Andando por aí, refletindo. Fui na casa da Clarice.

Leonel: O que foi fazer na casa dessa assassina? Não vai me dizer que está pensando em voltar com ela? Lembre-se que por culpa dela você não se casou com a Raquel e se tornou um Albuquerque.

Fernando: Não é nada disso. Apenas fui dizer que a mandarei de volta à prisão.

Leonel: Menos mal.

Leonel dobra o jornal e coloca ao lado.

Leonel: Agora, filho. Hoje entrei no quarto do seu irmão e ele estava muito estranho.

Fernando: Estranho? Como assim?

Leonel: Parecia estar escondendo alguma coisa. Falou coisas sem nexo do tipo, que ia se mudar daqui e que nunca mais iriamos vê-lo.

Fernando: Impossível. Ele nem trabalha. A não ser que esteja envolvido com tráfico.

Leonel: Não. Deve ser outra coisa.

Fernando: Ou nada. Vai ver ele falou apenas pra te deixar grilado. Esquece isso.

Leonel: Pode ser.

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Norma atende o telefone. Era Ricardo.

Norma: Oi doutor Ricardo. Infelizmente minha filha não está. Quer deixar algum recado?

Ricardo: Que pena. Bom, diga para ela que preciso falar com ela. Precisamos conversar para preparar a defesa dela.

Norma: Claro. Eu digo para ela... De nada... Tchau!

Norma desliga o telefone.

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Suzana, uma amiga de Raquel se aproxima do túmulo dela e encontra Henrique chorando agachado ao lado. Sobre a lápide estava uma rosa vermelha.

Suzana: O que está fazendo aqui?

Henrique se assusta e se levanta encarando Suzana.

Henrique: Também te pergunto o mesmo.

Suzana: Não basta a dor que causou a minha amiga. Não queira mostrar arrependimentos agora.

Henrique: Você não sabe nada sobre o meu sentimento pela Raquel. Se eu machuquei ela foi por sua culpa sua miserável.

Suzana: Agora a culpa é minha? Seja homem ao menos para reconhecer seus erros Henrique.

Henrique: Nunca gostou dela de verdade. Sempre teve inveja dela. Não duvido que tenha acabado com a vida dela.

Suzana parte para cima de Henrique apontando o dedo na cara dele.

Suzana: Nunca mais repita isso. Eu jamais faria nada contra ela e você sabe bem disso. Já você tinha todos os motivos para mata-la. O namorado inconformado. Pensa que não soube das ameaças, dos bilhetes.

Henrique: Não sei de que você está falando.

Suzana: Sabe, claro que sabe.

Henrique: Com licença.

Henrique vai embora. Suzana abaixa e passa a mão sobre a lápide.

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Linda fazia aulas de natação em um clube onde sua família era sócia. Roberto estava observando ela nadar. Quando ela sai da piscina ele vai ao seu encontro.

Roberto: Você nada bem.

Linda: Obrigada!

Roberto: Eu também adoro nadar. Porém prefiro fazer isso no mar.

Linda: Não, eu prefiro nadar em uma piscina mesmo. O mar não me atrai tanto.

Roberto: Compreendo. Quer uma carona?

Linda: Claro!

Roberto: Te espero.

Linda vai para o vestiário trocar de roupa.

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Renata estava pensativa, caminhando de um lado para o outro. Abreu percebe e vai falar com ela.

Abreu: Está tudo bem doutora?

Renata: Sim... Quer dizer, quase. Na verdade não estou bem convencida de que Clarice não matou a Raquel. Só que isso me leva a estaca zero. Estive pensando e acho que vou ter que convocar um novo depoimento. Agora com o pessoal que trabalhou na festa. Alguém deve ter visto algo, sei lá, alguém no quarto da Raquel. Tenho esperança de resolver esse caso sem culpar nenhum inocente.

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Henrique olha algumas fotos de quando ele e Raquel estavam juntos. Algumas lembranças deles dois vem a sua mente. Ele deita sobre a cama e beija a foto de Raquel.

Henrique: Me desculpa, meu amor. A culpa é minha. Se eu não tivesse te deixado nada disso teria acontecido. Me perdoa Raquel!

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Clarice chega em casa e Norma vem ao seu encontro.

Norma: O Ricardo te ligou. Precisa falar com você.

Clarice senta no sofá.

Clarice: Está bem. Ligo para ele depois.

Clarice retira um pendrive da bolsa e mostra para Norma.

Norma: O que é isso?

Clarice: Aqui estão as fotos do dia do casamento da Raquel. Nestas fotos está o assassino. Nelas eu vou descobrir quem matou a Raquel e me livrar dessa acusação.