quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Jovens: Episódio 14


[Narrado por Vanessa]
“Como dizia Martin Luther King Junior, a verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”

CENA 1
Cíntia e Eliane ajudam Sabrina a se levantar.

Cíntia: O que aconteceu aqui? Rômulo, você deve uma explicação.
Rômulo: Essa mulher é louca. Ela entrou na minha sala e começou a rasgar a roupa na minha frente e depois começou a gritar. Também não entendi nada.
Sabrina: Mentira, vocês tem que acreditar em mim. Ele tentou me agarrar. Ele queria... Ele é um monstro.
Rômulo estava sem reação diante da acusação. Todos começavam a fazer comentários entre eles.
Rômulo: Escuta aqui sua desequilibrada, eu não sei qual é a sua, mas eu te garanto que isso que você está fazendo é um crime. Eu vou te processar.
Sabrina: Eu quero sair daqui. Por favor, me levem daqui.
Eliane: Vamos. Vem coma gente. Cíntia, me ajuda.
Cíntia e Eliane levam Sabrina para a sala dos professores e Inaiá vai atrás.
Alfredo: Muito bem, os outros podem sair. Acabou a festa, circulando.
Todos se dispersaram pelos corredores do colégio. Alfredo fecha a porta e caminha até Rômulo.
Rômulo: Eu não acredito que isso aconteceu. Mas o que será que ela quer fazendo isso?
Alfredo: Você não a conhece de algum lugar?
Rômulo: Como assim?
Alfredo: Não sei. Tem mulheres que são loucas e quando estão fixadas em um homem são capazes de tudo. Eu achei que talvez ela fosse algum caso...
Rômulo: Escuta aqui, eu nunca vi essa louca na minha vida. Eu falei a verdade. Ela quis chamar atenção e conseguiu. Eu só não sei o que ela pretende. Só que algo me diz que não é nada bom.

CENA 2
Cíntia dá um copo de água para Sabrina.

Cíntia: Tente se acalmar um pouco.
Sabrina: Obrigada. Fiquei com muito medo. Achei que ele ia abusar de mim.
Cíntia: Olha, não é que eu queira proteger ninguém, mas você sabe que essa acusação é muito séria, não sabe?
Sabrina: Você não acredita em mim, não é? Ninguém acredita. Porque motivo eu iria fazer isso? Porque iria me expor desta forma? Eu jamais acusaria alguém se não fosse verdade. Eu sou pobre mas tenho dignidade.
Cíntia: Calma, não precisa se alterar. Eu não estou dizendo que você está inventando, apenas estou te colocando a par da situação.
Afastada das duas, Eliane e Inaiá observavam.
Eliane: Ela parece bem segura do que está dizendo. Eu não posso acreditar que isso seja verdade.
Inaiá: E não é. Conheço o doutor Rômulo muito bem. Tenho certeza de que seria incapaz de cometer tal ato.
Eliane: Será mesmo? Eu não sei.
Inaiá: Pois eu não tenho dúvidas de que tudo isso é uma farsa. Não sou de me enganar. Algo me diz que por baixo desta invenção tem uma verdade muito pior.
Eliane observa Sabrina.

CENA 3
Bernardo chega em casa. Teresa estava arrumando algumas flores no vaso.

Teresa: Bernardo? Querido, onde estava?
Bernardo: No consultório do Dr. Gilliardo.
Teresa: Ah. E está tudo bem?
Bernardo: Não. Não está nada bem.
Teresa: Como assim? Está me deixando preocupada. O que aconteceu? Fala logo.
Bernardo: Tenho um câncer no pulmão.
Teresa coloca as mãos sobre a boca, surpresa com a revelação.
Teresa: Não pode ser verdade. Está brincando.
Bernardo: Pra você ver que estava coberta de razão. O resultado dos exames diagnosticou um tumor maligno alojado em meu pulmão. Por isso as tosses e a falta de ar.
Teresa: Meu Deus? E agora? O que o Dr. Gilliardo fará?
Bernardo: Serei submetido a radioterapia e quimioterapia. Infelizmente não posso realizar cirurgia. Mas ainda tenho chances de sobreviver a isso. Cabe a Deus me permitir. Agora eu vou subir para o meu quarto.
Bernardo vai para o quarto e Teresa começa a rezar.

CENA 4
No colégio, todos comentavam sobre o acontecido. Era um escândalo. Uma viatura da polícia chega no colégio. Minutos depois, Alfredo entra na sala de Rômulo.

Alfredo: A polícia chegou.
Rômulo: A polícia? Mas quem chamou a polícia?
Alfredo: Eu não sei. Eles estão falando a mulher. Acho melhor ligar para um advogado.
Rômulo: Não acredito nisso. Eu vou lá falar com eles.
Alfredo: Espera, não sei se é uma boa ideia.
Rômulo ignora Alfredo e vai para a sala dos professores. Alfredo vai atrás dele. Ao entrar na sala, Rômulo observa enquanto Sabrina conversa com um policial. Eliane e Cíntia olham para ele.
Sabrina: É ele.
O policial olha para Rômulo.
Policial: O senhor confirma a denúncia desta moça?
Rômulo: Claro que não. Olha, eu não sei porque ela está inventando tudo isso, mas eu juro que não toquei em um fio de cabelo dela.
Policial: Só que ela tem testemunhas. Ela afirma que senhor obrigou ela a mostrar os seios.
Rômulo: O quê? Isso só pode ser brincadeira. Escuta moça, eu não sei o que pretende com isso, mas é melhor falar a verdade.
Policial: Bom, estou a disposição. Cabe a senhorita fazer a denúncia e abriremos uma investigação para podermos darmos início aos procedimentos necessários.
Rômulo passa as mãos sobre a cabeça.
Sabrina: Na verdade eu não quero fazer a denúncia.
Todos ficam surpresos com a decisão de Sabrina.
Policial: Tem certeza? Se realmente ocorreu tudo o que me relatou então o melhor a fazer a denunciar.
Sabrina: Eu tenho certeza. Tudo o que aconteceu já foi bem desgastante pra mim. Não quero meu nome arrolado em um caso policial desse tipo. A única coisa que eu quero e espero que seja feita é que este homem seja expulso do cargo de diretor do colégio.
Rômulo: O quê?
Cíntia e Eliane se olham. Sabrina encara Rômulo.

CENA 5
O caso já havia vasado para a mídia e algumas redes de televisão estavam transmitindo ao vivo da frente do colégio a notícia sobre a tentativa de estupro. Na casa dos Villanes, Simone entra no seu quarto. Omar estava deitado.

Omar: O que houve? Alguém morreu?
Simone: Ainda não. Mas depois do que você vai ver, com certeza alguém pode acabar morrendo de tanto desgosto.
Simone liga a televisão.
Repórter: Ao que tudo indica o diretor do Colégio Alberto Villane, um conceituado colégio situado em uma região nobre do Rio de Janeiro, tentou abusar de uma funcionária. De acordo com uma fonte, várias pessoas testemunharam o momento em que o diretor foi flagrado em sua sala junto com a funcionária. Ela estava muito abalada e tinha as roupas rasgadas.
Omar: O quê? Eu não acredito no que estou vendo? Isso é verdade?
Simone: Eu disse que tiraria seu irmão desse colégio.
Omar observa Simone por alguns segundos.
Omar: Então foi você? Esse era o seu plano esse temo todo. Claro! Agora o meu irmão está completamente ferrado. Um escândalo em rede nacional. Você foi genial.
Os dois se abraçam e se beijam.
Enquanto isso, no apartamento de Adonys, o telefone de Roberta toca e ela atende, era sua mãe, Leonor.
Leonor: Onde você está?
Roberta: Estou com o Adonys.
Leonor: Eu não acredito nisso. Enquanto você fica cedendo aos seus caprichos, seu futuro está desabando.
Roberta: Não entendi.
Leonor: Então liga a televisão.
Roberta liga a televisão. Adonys se aproxima dela. Os dois ficam pasmos ao ver a notícia.
Roberta: Eu não acredito nisso.
Adonys: Esse não é o seu...
Roberta: Sim! É ele mesmo.
Na casa de Vanessa, seus pais, Beatriz e Rodrigo, estavam vendo a notícia também.
Beatriz: Não posso acreditar nisso. O diretor do colégio onde nossas filhas estudam? Alguém tem que tomar uma providência.
Rodrigo: Que perigo.
A notícia já havia se espalhado.

CENA 6
Teresa e Bernardo estavam em seu quarto. Omar entra eufórico, acompanhado de Simone.

Bernardo: Mas o que significa isso? Não sabe bater antes de entrar?
Omar: Perdão meu pai, mas acho que deveriam ver isso.
Omar liga a televisão.
Repórter: De acordo com o que foi nos passado, a vítima preferiu não denunciar o ocorrido, mas exige que o responsável pelo colégio tome medidas cabíveis a respeito do assunto. Ela quer que o diretor seja afastado definitivamente do colégio.
Bernardo se levanta da cama. Estava sem reação.
Teresa: “Caso de estupro no colégio Alberto Villane”. Mas o que significa isso?
Omar: Exatamente o que você leu, mãe. Seu filho foi flagrado tentando estuprar uma funcionária.
Bernardo sente uma tontura e cai sentado na cama.
Teresa: Bernardo? Cuidado meu amor. Simone pega um copo de água, rápido.
Simone vai pegar água.
Bernardo: Isso não é verdade. Eu não acredito.
Teresa: Calma meu bem, tudo isso vai ser esclarecido.
Bernardo: Eu preciso ver o meu filho, preciso falar com ele.
Teresa: Calma Bernardo, você tem que procurar se controlar, sua saúde...
Bernardo: Que se dane a minha saúde. Eu vou falar com o Rômulo e ponto final.
Teresa: Então eu irei com você.

     CENA 7
Rogério chega em sua casa e encontra seu pai, Celso, arrumando algumas pranchas de surfe.

Celso: Filho? Vi a notícia na televisão. O que aconteceu?
Rogério: Não sei. Com licença eu vou para o meu quarto.
Celso larga as pranchas e vai atrás de Rogério.
Celso: Vai ser assim então?
Rogério: Assim, como?
Celso: Vai querer me punir para sempre por não ter te contado sobre sua mãe?
Rogério: Eu não estou te punindo. Apenas estou chateado. Mas não sei quanto tempo ainda levarei para superar. Com licença.
Celso fica pensativo enquanto Rogério sobe para seu quarto.

CENA 8
Fred chega em sua casa e encontra sua mãe, Sônia, sentada no sofá. Ele percebe que ela está pensativa e se aproxima.

Fred: Oi, mãe. Tudo bem? Você está chorando?
Sônia: Filho senta aqui do meu lado. Precisamos conversar.
Fred fica curioso e ao mesmo tempo assustado. Ele senta ao lado de Sônia.
Fred: Aconteceu alguma coisa?
Sônia: Não. Apenas quero conversar com você sobre algo.
Fred: Conversar.
Sônia mostra o diário e Fred fica tenso.
Fred: Onde você encontrou isso?
Sônia: Não importa onde encontrei. Mas receio que você tem muito que me contar.
Fred: Eu... Não. Eu não preciso contar nada. Isso é um livro que estou fazendo. São histórias que eu invento.
Sônia abre o diário e começa a ler.
Sônia: Suave como o perfume das flores na primavera. O som de sua voz é como a canção dos anjos. Para os meus amigos é apenas mais um colega, enquanto para mim é alguém muito especial...
Fred: Para, mãe.
Fred se levanta e Sônia fecha o diário.
Sônia: Olha para mim, Fred. Olha para mim. Não precisa ter vergonha de mim. Eu li. Eu sei dos seus sentimentos. Eu não vou te condenar e nem te repreender por isso. Meu filho eu te amo. Eu tenho orgulho de você assim como tenho do seu irmão. Eu me sinto abençoada em ter um filho como você. Você é puro de sentimentos.
Fred: Eu... Me desculpa, eu não sei o que dizer.
Sônia se aproxima de Fred e passa a mão em seu rosto.
Sônia: Então não diga nada. Não precisa. Eu já sei.
Fred abraça Sônia e começa a chorar.
Sônia: Eu te amo meu filho. Eu te aceito do jeito que você é. Tenho certeza de que você é verdadeiro em tudo o que diz. Eu sempre estarei com você meu anjo. Sempre.

CENA 9
Rômulo estava sentado em sua sala. Ainda estava tentando entender tudo o que aconteceu. De repente Bernardo e Teresa entram.

Rômulo: Pai? Mãe?
Rômulo fica tenso.

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