|
—O seu amigo preso no limbo
está sendo mantido numa central da C.I.A.?! Não pensou em nos contar isso
antes? – Pergunto a Silas.
— E você acha que eu sabia?
Cada um tem seu limbo, o meu, por exemplo, é o vilarejo onde eu morei. O de
Aaron é a central.
— E como vamos nos encontrar
com Aaron? – Íris indaga.
— Vamos entrar pela porta da
frente e ir em direção aos elevadores. Lá dentro, é só dizermos Aaron Crass que seremos levados ao andar
onde ele se encontra.
Parece loucura, mas nós
realmente vamos fazer isso. Íris põe suas adagas sob seu cinto, Ryan faz o
mesmo com a espada e Silas com o punhal. Andamos normalmente até a porta da
frente da C.I.A. e o portão automático se abre para nós.
Alguns agentes do local nos
olham, mas desviam o olhar pouco tempo depois, como se não se importassem com
nossa presença. Avisto os elevadores e sinalizo para Silas e os outros para me
seguirem. Um dos agentes começa a nos seguir lentamente, e o movimento passa a
ser repetido por vários outros agentes. Começamos a correr.
Os agentes da C.I.A.
disparam contra nós, mas nossa movimentação acaba atrapalhando a mira deles, e
por isso não somos atingidos. Avisto uma mesa metálica, chuto-a e ela cai no chão.
Escondo-me atrás dela.
Ainda ouço o barulho dos
tiros, mas dessa vez, está mais baixo. Viro e vejo que os três agentes que
estavam atirando contra mim pararam para recarregar. Pulo da mesa e saco minha
foice, partindo dois dos agentes ao meio, e sendo rendido no chão pelo
outro. Foi tudo tão rápido que eu mal vi
meus movimentos. Avisto uma arma próxima a minha cabeça e arrasto meu braço
para busca-la. Bato com a parte de trás da arma na cabeça do agente e o nocauteio.
Ponho essa arma no meu bolso e pego os dois fuzis que os outros agentes estavam
usando para me atacar.
Não vejo Íris, Ryan ou
Silas, mas provavelmente estão atacando outros agentes. Avisto um caminho limpo
na escadaria, porém, não posso encontrar Aaron sem Silas, então, faço a única
coisa que me vêm à mente.
Vou para a linha de fogo.
Posiciono-me em frente ao
balcão de recepção e digo em voz alta:
— É assim que vocês tratam
convidados no limbo?
A atenção dos agentes
volta-se para mim, é então que eu vejo Ryan cortando cabeças com sua espada e
sinalizando para que eu tome o caminho onde ele está. Os agentes voltam a
atirar, mas dessa vez, eu atiro com dois fuzis e mato cada um deles. É bastante
surreal o jeito que tudo acontece, mas tento não pensar nisso.
Depois de matar agentes
suficientes para abrir caminho, corro para o local onde vi Ryan e encontro ele,
Íris e Silas. Silas está ferido.
— O que houve com ele? –
Pergunto.
— Um agente disparou uma
arma laser contra ele. Por pouco não foi partido em pedacinhos. Ele desviou e o
Ryan decepou o agente. Estamos com a arma. – Íris me responde.
— Temos que descer pela
escadaria para chegarmos ao subsolo e conseguirmos pegar o elevador de serviço.
Não conseguirei andar até o outro lado da sala para pegar o elevador comum. –
Silas explica.
Guardamos as armas que
sobraram. A arma laser ainda tem uma ou duas cargas, pelo que Íris me contou, e
os fuzis que eu consegui ficaram sem balas, então me livrei dos dois.
Descemos pela escadaria até
o subsolo, onde encontramos vários carros e motos de tecnologia extremamente
avançada. Avisto o elevador de serviço e andamos até lá quase carregando Silas
nos braços. Temos que achar Aaron logo, senão Silas não vai resistir.
Entramos no elevador e Silas
diz:
— Aaron Crass.
O elevador faz alguns
barulhos e movimenta-se para vários lados até parar em um número completamente
estranho. É provável que o visor do elevador esteja com defeito. A porta do
elevador se abre e a cena que eu vejo é ao mesmo tempo hilária e estranha.
O andar onde estamos é
idêntico à câmara secreta do filme Harry
Potter e a Câmara Secreta, contudo, em vez de estátuas de serpente e bustos
de Salazar Slytheryn, há estátuas de
caveiras e em vez do busto, há um trono feito de ossos, onde há um rapaz de aproximadamente
25 anos sentado.
— Silas Merylnn. Há quantas
décadas não o vejo. Como você veio parar no limbo?
— Viemos tirá-lo daqui.
Precisa vir conosco.
— Você está falando sério? –
Aaron franze a testa.
— Não temos muito tempo! –
Íris grita. – Ele está muito ferido e não vai aguentar muito tempo.
— Bom, então vamos. – Diz
Aaron, e desce do trono de ossos.
Ouvimos uma explosão.
Três corpos são arremessados
para dentro da “câmara”.
Dois deles eu não reconheço,
mas eu conheço a garota.
Milena.
— Ninguém sai do limbo sem
que eu permita! – Uma mulher de cabelos pretos grita, e ela parece estar
falando muito sério.
Milena corre em nossa
direção e faz um círculo com sua adaga riscando o chão.
Aaron entra no círculo,
talvez por impulso, e então, Milena toca a palma da mão no chão e nós somos
transportados para a entrada da C.I.A., onde estávamos antes.
Milena põe a adaga sobre o
meu pescoço.
— Se alguém tentar alguma
coisa, eu o mato. – Milena diz, e me conduz pelos corredores do local.
[...]
Chegamos a um local que
contém várias celas com vários prisioneiros. Milena me solta e começa a armar
bombas por toda a sala. Não entendo o que ela está fazendo, nem porque ela me
trouxe até aqui, mas eu preciso me livrar disso muito rapidamente, pois Silas
não vai aguentar muito tempo.
Então, lembro-me da arma no
meu bolso.
Pego-a e aponto para Milena.
— O que você pensa que está
fazendo?
— Essa pergunta funciona
para mim também, Milena.
— Eles estão mantendo meu
pai aqui. Kratos.
—Kratos? Tipo Gofof War? Não conseguiu inventor nada
melhor não? – Ironizo.
— Chase, eu te trouxe aqui
por que eu descobri tudo. Eu sei de onde eu conheço o seu sobrenome. Mas se
você quiser a resposta, terá que libertar meu pai. Corte as celas com sua foice
e espere o trinco rachar. Quando rachar, corra. Um portal vai se abrir e meu
pai vai sair de um deles. O outro prisioneiro sairá do outro portal.
Eu quero respostas.
Então, não contesto Milena.
Sigo as instruções que ela
me deu, e corto as duas celas. Assim que ouço o trinco rachar, corro e vejo uma
luz branca aparecer. De uma delas, sai um homem muito parecido com Milena, e os
dois se abraçam. Milena e ele saem da sala e eu vejo a outra prisioneira que
sai do portal.
A moça morena.
Normalmente, meu instinto
seria de ataca-la, mas ela poderia roubar meu bastão, então sigo Milena e,
naquela hora, eu não percebi que esqueci a porta aberta. Eu não sabia o quanto
me arrependeria disso.
De volta à entrada da
C.I.A., nos juntamos e eu utilizo o bastão mais uma vez, embora desta vez eu
não esteja gastando uma carga, apenas completando a carga usada para nos trazer
aqui. É então que Milena aperta um gatilho. Todos nós somos jogados a lugares
diferentes.
Arrasto-me até Íris e Silas
e vejo Aaron, Kratos e Milena com eles. Olho para trás e vejo Ryan correndo.
Ryan cai no chão.
Ryan está morto.
Minha visão agora é a de
nossos corpos sendo transportados de volta ao submundo, mas o de Ryan não.
Quando voltamos, eu estou no círculo central, enquanto que Silas e os outros
ocupam um círculo menor cada. Já que Ryan não voltou, seu círculo deveria estar
vazio, mas a moça morena está lá.
— Quem é você? – Digo, com
minha foice em mãos.
— Meu nome é Lilith. – Ela
responde, e some no vão.

Nenhum comentário:
Postar um comentário