segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Capítulo 08: Prazer, Amém



Hospital – Quarto particular – Mesmo dia.
Padre Ricardo estava desacordado, mas já havia limpado e cuidado dos ferimentos. E por sorte [Que puta sorte!] ele estava livre do perigo. Deitado e recebendo soro na veia, Ricardo inicia uma sessão de pesadelos em sua mente.


[PESADELOS DO PADRE RICARDO] – Como uma fita VHS em review, Ricardo lembrava de todos os momentos. Principalmente o momento do assassinato de Ana.


Sentado no quarto iluminado apenas com a luz do luar, estava Ricardo. As notas iniciais da canção melancólica ao som de um piano deixava o ambiente um pouco triste. Ali naquele quarto [Não me perguntem quando, onde e de quem seria aquela casa], já passando da zero horas, Ricardo pensava e refletia. Ele não se movimentava, seus olhos estavam intactos. Eis que a primeira lágrima cai. L’Absente, a música tristonha que o deixara assim ainda tocava.
- Je suis l’absente, l’insaisissable. Je suis l’absente, l’insupportable. – Padre Ricardo repetia essas palavras incansavelmente – Eu sou a ausente, a inacessível. E sou a ausente, a insuportável. Como se na letra da música, ele jogasse tudo para fora. A cada repetição a música o deixava tonto, a cabeça girava e assim como uma forte luz vindo na direção dos seus olhos, ele apagou.
Naquela madrugada, uma conversa por telefone haveria acontecido entre Ana e Ricardo. A menina foi correndo a casa do Padre ajuda-lo, uma vez que ele tinha desmaiado e não sentia-se bem.
[Batidas na porta] – Ricardo! – Disse Ana sussurrando.
- Já vai – Disse o Padre da janela.
A porta se abriu, o padre como sempre de cueca recebeu Ana, que tímida e preocupada entrou na casa.
- O que aconteceu? – Perguntou a garota.
- Precisamos conversar, Ana.  – O Padre a abraçou, e Ana aparentava estar excitada com aquele abraço forte e dominador.
- Eu preciso... – Dizia o Padre olhando nos olhos de Ana. – Eu preciso... – Ele a beijou em piscar de olhos. [Agora já era!] De uma vez por todas, ele a levou por quarto e a jogou na cama. Era forte o sexo e a pegada entre os dois.
- Eu quero aquilo que está no porta-malas do carro... – Sussurrou Ana ao pé do ouvido de Ricardo.
Voltando a realidade...
Ricardo, ainda desacordado forçava os olhos, deixando-os bem apertados. E o pesadelo seguia.
De volta ao pesadelo...
- Você te coisa melhor aqui dentro... – Respondeu Ricardo. – Melhor e quente.
Ana parou de beijar o padre.
- Eu só queria saber como é fazer sexo a três com... – Ela lambeu os lábios e sorriu. – com um defunto.
Como o mar em fúria, Ricardo abre os olhos despertando daquele pesadelo. Ele arrancava o soro do braço e seguia nervoso.
As enfermeiras entraram no quarto, onde o padre gritava muito alto.
- Calma senhor Ricardo. Por favor!
Ricardo se sacudia sem parar, e gritava muito. Ele reparou bem nos olhos de uma das enfermeiras, e, de repente parou.
- Você... Mas, você... – Ricardo desmaiou.
A enfermeira tinha o mesmo olhar e a mesma doçura amarga de Ana.
20 dias depois...

Após muitos pesadelos e gritos, Ricardo já estava bem melhor. Os ferimentos haviam-se fechado. Agora só restava prestar depoimentos a policia, e iniciar um longo tratamento para curar o trauma de “garotinhos jovens”. [Acreditem, ele traumatizou-se com tais criaturas! hahaha] Ricardo foi levado a delegacia, para dar sua versão da história. 


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