-
Eu apenas estava numa fase complicada. - De
cabeça baixa, e de aparência frágil, ele iniciara o depoimento. - Meu corpo não
via sexo à quase 20 anos, e eu já não aguentava mais todos aqueles jovens me
cercando na igreja ou na academia. Era pra ser só uma transa, mas tornou-se o
meu pior pesadelo. - Ele fechou os olhos, e via em sua mente todas aquelas
imagens horrorosas que ele tinha causado.
-
O carro já estava com um corpo dentro, no
porta-malas, eu já havia transado com uma jovem, e eu fui muito precipitado e
violento. Ela era virgem, e eu tinha muita sede, usei e abusei de seu corpo.
-
Um estupro? - Perguntou o delegado.
Ainda com os olhos fechados, a imagem daquela noite, em que
conheceu a garota virgem, vinha em sua memoria. O sangue agora se misturava com
as cenas bonitinhas, e ele começou a chorar.
-
É tudo muito bom e prazeroso, eu não quis matar
ela! Eu juro.
-
Acalme-se. - Pedia o delegado – Vamos continuar
com o depoimento, conte-nos como tudo aconteceu com a senhorita Ana.
Naqueles 20 dias, Mateus conseguira safar-se da policia.
Conseguiu apoio em um morro, [Se abrigou na casa de alguém, um amigo antigo de
escola, imaginemos] e vivia escondido dia e noite. Saia vez ou outra, mas
sempre acompanhado pelo tal apoio. Aquela tarde, parecia ser apenas mais uma de
sua vida dupla, quando ali próximo, na feira livre do morro, dois policiais
estão fazendo um lanche.
Barraquinha de lanche...
Os policiais lanchando pastel, estavam em pé, quando um deles
reconhecem Mateus, que estava pouco diferente dos cartazes espalhados pela
cidade.
-
Olha, - Um dos policiais fez sinal com os olhos.
- não é o pivete estuprador?
-
Mateus percebeu o movimento da conversa entre os
policiais e já começou a correr, rapidamente os policiais iniciaram a
perseguição a pé. Mateus foi rápido e conseguiu um carro ali estacionado, era
um tanto que velho, e acabado, porém eram essencial para aquele inicio de fuga.
Na delegacia...
-
Bom, Ana
sempre foi uma garota muito boa – Ele sorriu, quase que parecendo um
psicopata.- em todos os sentidos! Ela me ajudava na igreja, e sempre foi uma
vadia. Sempre se insinuando para mim [que nojento mentiroso!]. Ela chegou na
minha casa chorando, precisando conversar, e começamos a conversar quando ela
me atacou, me beijou e tirou minha roupa! [Sem comentários] Ela me usou e eu me
excitei a ponto de não me controlar e acabei fodendo ela sem dor, apenas queria
ouvir os gemidos daquela linda vadia!
-
Acho que por hoje chega – Dizia o delegado,
perplexo com o que acabara de ouvir, a forma fria e sem nenhum temor. - O
senhor passará a noite aqui na delegacia.
-
Posso pedir apenas uma coisa? - Falou Ricardo.
Fuga de Mateus...
O carro estava em altíssima velocidade, por ora fazendo até o
garoto perder o controle do veículo. [Incrível como um garoto doce e “santo”
estivesse se transformado num verdadeiro demônio!] Na cola haviam mais três
veículos da policia, os disparos começaram, a policia já estava cansada de
tanto correr, correr e não chegar a lugar algum. Sobre a Ponte dos Ferreiros,
ponte famosa e histórica da cidade e que atravessava um grande rio, estava os
últimos momentos de Mateus. Um tiro estourou o vidro, outro foi em cheio no
pneu. Arremessando o carro diretamente no rio. A cena é terrível, o carro vai
de encontro ao muro e se choca, arremessando-se ao ar antes de cair na água,
por fim, o carro afundou como uma grande pedra no rio. Os policiais pararam bem
na beirada da ponte, quase que também caindo a mais de 20 metros de altura.
Agora os policiais chamavam o resgate (bombeiros e ambulâncias).
De volta a delegacia...
O padre se emocionava,
ele queria apenas um pedido antes de ir para a prisão, ele já sabia de seu
trágico “fim”.
-
Eu preciso ir a Igreja, preciso pedir perdão por
tudo que fiz. - Ele começou a se alterar, o nervosismo falava mais alto. - Por
favor, peço que me acompanhem até a igreja, só preciso de vinte minutos.
O telefone da sala do delegado tocou, ao atender...
-
Explodiu e morreu? Tem certeza? OK, mandarei
reforços.
Era oficial, Mateus havia chegado ao fim. Os olhos do Padre, encheram-se
ainda mais de lágrimas, era visível que ele não queria aquele fim. O delegado
então, permitiu a saída do Padre Ricardo apenas acompanhado por uma escolta
policial.
-
Vinte minutos – ordenou o delegado, deixando a
sala.
Nas ruas estavam espalhado cartazes de busca por Mateus... O
Padre estava agitado, mas impossibilitado de fazer algo ali na viatura. Para
onde ele se virasse, havia algo falando sobre as fugas de Mateus, ou a morte de
Ana, e até mesmo o sexo entre Mateus e o padre. Tudo aquilo era de mais, e
estava vindo como uma enxurrada de informações.
Ao chegar à igreja, cerca de 30 minutos depois, Ricardo entra, e
caminha devagar, observando as imagens sagradas dentro do local, atrás estavam
os policiais acompanhando cada passo. Enfim, Padre Ricardo chegou ao altar,
ajoelhou-se e iniciou um ritual sagrado. Ele benzeu-se e as lagrimas rolaram.
Fim do nono
capítulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário