– Eu quero que você me ajude a destruir essas duas.
– Mas por que eu faria isso? A Ângela nunca fez nada ruim pra mim.
– Porque eu sei que você gosta de um rapaz que gosta da Ângela,
então, se ela estiver fora do caminho, você estará livre para esse rapaz.
– Agora sim estou entendendo. Mas e a Regina?
– Aquela ali vai defender a filha até o último minuto de vida,
então se eliminarmos ela também, lucro para a gente.
– Então você topa?
– Topo, desde que eu não tenha que fazer serviço sujo.
– Como assim? Matar?
– É, e não só matar. Eu não faço nada disso com as minhas mãos.
– Tudo bem então. Agora vamos aproveitar essa noite. – fala Jorge,
enchendo o copo de vinho de Leia, que fica um pouco bêbada.
***
A
manhã do dia seguinte logo chega e muitas outras emoções. Bem cedo, a delegada
Sabrina resolve cumprir a missão de ir à casa de Jorge Albuquerque. A delegada
chega à mansão junto com alguns policiais. As ruas da cidade estão vazias, e na
mansão, poucos funcionários estão de pé. Fabrício, o novo faz tudo de Jorge,
ainda não está na casa. Em poucos instantes, Ângela também chega ao local
combinado com a delegada. A equipe entra na mansão com a autorização da
polícia. A maioria do grupo entra na casa, enquanto outros dois ficam na área
externa. Logo que a delegada entra pela porta de madeira da casa, Jorge
aparece:
– Bom
dia, delegada.
– Bom
dia, senhor Jorge. Por que o senhor não compareceu à delegacia como solicitado?
– Acabei
me esquecendo.
– Ah,
sim. Não sabia que o senhor tinha Alzheimer.
– Não
tenho, engraçadinha.
– Respeito,
por favor, senão te prendo por desacato.
– Então,
qual o motivo dessa maravilhosa visita?
– Viemos
dar uma olhadinha aqui.
– Essa
cadelinha da Ângela insiste em dizer que a mãe dela está aqui? – pergunta Jorge, olhando para a filha.
– Fique
em silêncio, senhor Jorge. Será melhor para você e para nós.
A
delegada e sua equipe reviram a casa em busca de Regina, porém não a encontram.
Quando eles voltam à sala central, Jorge pergunta:
– Satisfeita,
delegada?
– Não
vamos parar, senhor Jorge.
– Delegada,
tem o porão ainda! – lembra Ângela.
– Vamos
lá então. – diz Sabrina.
– Não
tem nada no porão. Só tralha. – tenta despistar
Jorge.
Os
policiais vão em direção ao porão, acompanhados por Ângela e Sabrina. Sozinho
na sala da casa, Jorge sai do cômodo e entra na cozinha, de onde sai pela porta
dos empregados. Quando a porta do porão é aberta pela delegada, Ângela logo vê
a mãe, que está amarrada e com a fita ainda em sua boca. Os policiais a libertam.
– Ângela, que bom que você está aqui e bem. – fala Regina, abraçando e beijando a filha – Mas cadê o
Jorge?
– Ele
está aqui atrás da gente... – fala a delegada Sabrina, olhando para trás – Calma,
ele não está aqui. Cadê ele?
– Ele
deve ter fugido. – grita Ângela.
Na
garagem da mansão, Jorge liga o seu carro e arranca com ele, levando junto o
portão da garagem, já que ele não espera o portão abrir para não despertar
atenção dos policiais da área externa. Ao verem a fuga de Jorge, os dois
policiais montam numa moto e perseguem o carro do pai de Ângela.
– Droga!
Ele fugiu. – irrita-se Ângela, ao ver Jorge fugindo, pelas janelas da casa.
– Nós
vamos pegar esse bandido. Fiquem calmas. – diz a delegada.
– Filha,
te fizeram algo de ruim? – pergunta Regina à Ângela.
– Não,
mãe. E com você?
– Eles
me prenderam aqui e eu não comi nada. Estou morta de fome. – fala Regina.
Uma
das empregadas logo traz um prato com um pedaço de empadão e dá para Regina.
– Aqui,
dona Regina, estava preparando esse empadão.
– Obrigada.
– agradece Regina.
Após
se alimentar, Regina dá mais um abraço na filha e pergunta a ela:
– E a sua prova para a faculdade, filha?
– Felizmente eles adiaram para o início do ano que vem.
– Que bom!
Com
todo o carinho dos empregados, Regina e Ângela vão se dirigindo à saída da
casa. Na porta, Sabrina fala com as duas:
– Fiquem
tranquilas. Nós vamos conseguir colocar o Jorge na cadeia. Peço que vocês não
saiam sozinhas na rua e se ele tiver fazendo alguma ameaça ou simplesmente
aparecer, me avisem urgentemente.
– Tudo
bem. Muito obrigada, delegada. – agradece Regina, abraçando Regina.
– De
nada. É o meu trabalho. Fiquem de olho. Bom Natal para vocês.
– O
mesmo. Muito obrigada. – fala Ângela.
Regina
e Ângela saem da mansão Albuquerque. Ainda na casa, a delegada Sabrina recolhe
informações dos empregados, que confirmam os casos de violência e surtos de
agressividade de Jorge. Pelas ruas de Pitenópolis, Jorge foge aceleradamente
das motos dos policiais, porém o milionário é mais esperto e atira no pneu da
moto e os policiais não conseguem terminar a perseguição.
***
Em
casa, pelo telefone, Mary Leh conversa com sua irmã Jenny:
– Você
não vai voltar para a Ceia não, sua louca?
– Eu
vou pegar o ônibus em uma hora. Consegui umas coisinhas sobre a Hanna.
– Sério?
O que?
– Vou
te falar mais tarde pessoalmente.
– Tá
bem então. Estou pensando em chamar um cara para a nossa Ceia. Posso?
– Quem?
– Gustavo
Leite. Ele veio aqui hoje para se consultar numa previsão.
– Ah,
foi na sua promoção? – pergunta Jenny, rindo.
– Foi
sim. Pelo menos um cara gostoso eu arrumei nisso. – brinca Mary.
– Sortuda.
Mas você está gostando dele, Mary?
–
Para ser sincera, estou sim, Jenny.
–
Que fofa. – debocha Jenny – Agora tenho que ir pegar o ônibus.
–
Ok. Até mais tarde.
Logo
que desliga o telefone, Mary ouve a campainha de sua casa tocar. Abrindo a
porta, encontra Aurora e Guilherme.
– Bom dia. Eu não faço previsão para criança não.
– Não, Mary, não é isso. É que o Gui está ouvindo umas vozes
estranhas e queria saber se você sabe o que é. – fala Aurora, já entrando na
casa, com o filho.
– Eu ouço uma voz falando para eu falar as coisas boas, tipo um
anjo, e a outra voz é como se fosse o ''coisa ruim'' falando pra mim. – relata
Guilherme.
– Bem, eu vou te dar uma poção para ver se resolve. Se não der
certo, você volta aqui, tá?
– Tudo bem. – responde Aurora.
Mary entrega um frasco para Guilherme, que agradece e sai da casa,
junto com sua mãe.
***
Após
saírem da mansão, Regina e Ângela passem pelas ruas de Pitenópolis e compram
alguns presentes para elas, Gustavo, Olga e Pietro, até que Gustavo aparece e
fala com as duas:
– Dona
Regina, a senhora está bem?
–
Estou sim.
–
Mãe, você conhece o Augusto? – pergunta Ângela à
Regina.
–
Acho que não.
–
Então, esse é o Augusto, um grande amigo meu, e essa é minha mãe, Regina. – diz Ângela, apresentando os dois.
–
Prazer em te conhecer, Augusto.
–
O prazer é meu. Hoje, na pensão da Hanna Curie, onde eu moro, terá uma Ceia
muito especial e eu gostaria de convidar vocês duas. –
convida Augusto.
–
Obrigada, mas é que... – fala Ângela.
–
Nós vamos sim. – responde Regina.
–
Então aguardo vocês lá. Qualquer coisa só ligarem para lá. E se forem, levem
chocolate para nosso amigo oculto.
–
Ok, querido. Até mais tarde. – diz Regina.
–
Até. – responde Augusto, indo em direção à pensão.
Apesar
de parecer um pouco desanimada no início, Ângela fica contente com o convite de
Augusto e vai comprar um presente para ele, com a ajuda da mãe.
***
Na
pensão, Hanna e Cléo paralisam as previsões, e estão na cozinha preparando
alguns alimentos da Ceia da Pensão, com o auxílio de Sofia e Josefina.
–
Eu posso cuidar do Chester. – sugere Sofia.
–
Eu faço um pavê muito gostoso. – diz Josefina.
–
Pra ver ou pra comer? – brinca Cléo.
–
Que piada velha hein, Cléo?! – fala Hanna, rindo.
–
Mas agora falando de outra coisa, Sofia, deu tudo certo lá na transfusão? –
pergunta Hanna.
–
Deu sim. Acho que hoje o Max vai receber alta. Só espero que ele cumpra a
promessa e nos deixe em paz.
–
Tomara mesmo. – fala Josefina.
Na
sala da pensão, Tito e Álvaro, que foi liberado pela Vinhos Albuquerque, cuidam
da decoração, que é repleta de enfeites nas paredes e nas cadeiras, mesas e nos
sofás também. Em seu quarto na pensão, Fabrício lê, em seu celular, sobre a
fuga de Jorge e que encontraram Regina. Preocupado e com medo de ser preso, o
capacho de Jorge liga para o patrão, que não atende as inúmeras ligações.
Cansado, Fabrício começa a arrumação de sua mala, pensando em fugir após a
Ceia.
***
No
hospital de Pitenópolis, Max está descansando ao lado de Carmen. O doutor Júlio
vai ao quarto onde os dois estão. Quando ele entra ele logo é questionado por
Max, que está ansioso:
– Doutor, quando eu vou receber a minha alta?
– Então, Max, você já está de alta.
– Obrigado, doutor.
– Eu estou te liberando mas você precisa de repouso.
– Ok. Obrigado, doutor.
– De nada. Estou com um pouco de pressa agora, mas qualquer coisa
vocês podem nos procurar.
– Obrigada, doutor Júlio. – agradece Carmen.
– De nada novamente. Feliz Natal! – deseja o doutor, saindo do
quarto.
Max e Carmen logo se arrumam para saírem do hospital.
***
Na
fazenda Leite de Porca, Marcos continua trabalhando pesado. Em sua velha
cozinha, Rumina prepara alguns pratos. Revoltada por Marcos não ter deixado ela
tirar a roupa dele, a fazendeira chama o funcionário:
–
Marcos, vai lá no porão e pega aquelas
panela veia.
–
Mas eu nem sei onde fica o porão.
–
É em cima da casa. A escada está lá fora, perto do galinheiro.
–
Entendi, Rurru. – brinca Marcos,
rindo muito.
–
Que abuso é esse? Não te dou essa intimidade.
–
Foi a senhora que falou para eu te chamar assim.
–
Mas eu não quero mais.
–
Tá. Vou lá pegar as panelas. – fala Marcos, que pega as panelas e coloca-as na
cozinha.
***
Após
saírem do hospital, Max e Carmen decidem ir à pensão de Hanna Curie, para
passar a Noite de Natal. Eles logo chegam lá, e são recebidos por Hanna, que é
bem direta:
– Olha, não temos nenhum quarto vago!
– Nós só queremos passar a Ceia aqui e dormir essa noite. Amanhã
cedinho nós vamos voltar para Bulires. Queremos deixar tudo o que vivemos de
ruim para trás. – fala Max, com tom triste.
Sem saber o que fazer, Hanna olha para Sofia e a namorada de
Álvaro balança a cabeça positivamente, como se estivesse dizendo um 'sim',
então a dona da pensão avisa a Max e Carmen:
– Bem, vocês podem ficar aqui sim, mas só até amanhã de manhã
cedo.
– Obrigada, Hanna. Se quiserem ajuda, nós podemos ajudar para as
coisas da Ceia. – diz Carmen.
– Tudo bem. Entrem. – responde Hanna, deixando os dois entrarem.
***
A
tarde vai acabando e Aurora, em casa, com Leia e Guilherme, liga para Pedro.
– Oi
Pedro. É Aurora. Você quer passar a Ceia aqui em casa?
–
Oi Aurora. O Jonas estará aí?
–
Não. Ele não tem direito à saída de Natal.
–
Ah, então eu vou sim. Mas o Guilherme não vai ficar chateado?
–
Não, Pedro. Ele sabe bem que o meu relacionamento com o Jonas é muito difícil,
e afinal, não tem nada entre nós.
–
Não?
– Não.
–
Então a gente se vê mais tarde. Até lá.
–
Até. Beijo.
***
Após
uma tarde cheia de preparativos, a noite do dia 24 de dezembro finalmente
chega. As ruas de Pitenópolis estão mais vazias e bem iluminadas e decoradas
com várias luzes que piscam e laços. Na casa de Olga e Pietro, Ângela e Regina
se arrumam, e Olga pergunta:
–
Vocês não vão passar a Ceia aqui não? Estão tão produzidas!
–
Não. O Augusto nos convidou para irmos à Ceia da Pensão.
–
Ah, que coisa de pobre. – comenta Regina, irritando Ângela e Regina.
–
E você, Gustavo? – pergunta Pietro.
–
Na casa de Mary Leh e Jenny Franc.
–
O que, meu filho? Você está hipnotizado por aquelas bruxas? – pergunta Regina,
totalmente surpresa.
–
Não. Recebi o convite e aceitei.
–
Mas eu preparei algumas coisas para a Ceia. – comenta
Olga.
– Só
você levar para a casa da Mary e da Jenny.
–
Então você quer que eu vá para a casa dessas duas?
–
Mãe, elas são ótimas pessoas, e não são bruxas.
–
Ok, então. – responde a mãe de Gustavo.
–
O que isso significa?
–
Nós três vamos então para a casa dessas duas. – conclui Regina.
Todos
na casa terminam de se arrumar.
***
Na
pensão de Hanna Curie, todos estão ansiosos para o momento da Ceia. Marcos logo
chega, após um dia cansativo de trabalho na Leite de Porca. Chegando ao seu
quarto, Marcos depara-se com a mala do irmão, que no momento não está na
pensão. Desconfiado, o irmão de Fabrício pensa alto:
– O
que será que o Fabrício tá aprontando?
Ao
lembrar-se do dia em que Fabrício estava na mansão de Jorge Albuquerque, Marcos
vai à sala da pensão e pergunta para Hanna Curie:
–
Oi Hanna. Você sabe se o Jorge Albuquerque ainda está morando na mansão?
–
Bem, Marcos, pelo que eu fiquei sabendo, ele fugiu da polícia hoje. Encontraram
a ex-mulher dele presa lá.
–
Ah, entendi. Obrigado.
–
Mas por que você quer saber isso?
–
Nada não, só curiosidade.
Relacionando
a fuga de Jorge à mala de Fabrício já pronta, Marcos fica ainda mais preocupado
e espera o irmão, no quarto.
***
Ao
chegar de Ravione, Jenny Franc vai diretamente à sua casa, onde mora com a irmã
Mary. Quando Jenny entra na casa, Mary logo a pergunta:
–
Vai, fala logo.
– O
que?
–
Aquilo da Hanna. O que você descobriu dela?
–
Ah sim. – fala Jenny, deixando umas bolsas em cima da mesa central – Você sabia que ela teve um filho?
–
Ah? Ela é mãe?
–
Bem, não. Eu descobri que ela vendeu o próprio filho.
–
O que mais você sabe sobre isso?
–
Que na mesma época, a Olga Leite, esposa de Pietro Leite, perdeu uma criança e
logo depois saíram de Ravione com um menino.
–
Pera, o Pietro é o pai do Gustavo, que vai vir aqui hoje?
–
Sim. O pai dele vem junto?
– Não
convidei, mas devem aparecer os pais sim.
–
Eu estou começando a achar que o Gustavo pode ser filho da Hanna.
–
Da Hanna?
–
Sim. Faz todo sentido, Mary. Só você pensar...
–
Caramba. Faz sentido mesmo, Jenny. Isso não pode ser verdade.
–
Eu vou investigar mais sobre isso após o Réveillon.
–
Ok, mas isso não é um podre do passado dela, Jenny. Assim só conseguiremos
aproximar mãe e filho.
–
Eu já sei onde posso encontrar umas coisas bem cabeludas sobre ela.
–
Onde?
–
Num dos bordeis em que ela trabalhou.
–
Boa ideia. Agora me ajuda a fazer esse maldito peru.
–
Está bem. – fala Jenny, que ajuda a irmã nos preparativos.
***
As
horas vão passando... Em sua casa, Aurora termina de preparar as comidas e fica
ansiosa pela chegada de Pedro.
– Você
está esperando quem, mãe? Você fica toda hora olhando pro relógio e andando em
círculos. É o papai?
–
Não, filho, é o Pedro, um amigo da mamãe e do papai.
–
Por que o papai não vem?
–
Guilherme, eu já te disse que o seu pai fez uma coisa errada e vai ficar de
castigo por isso.
–
Ele é um bandido, mãe?
–
Para com essas perguntas, filho.
A
campainha toca e Leia responsabiliza-se por abrir:
–
Deixa que eu abro.
Abrindo
a porta, Leia vê Pedro, que está bem elegante e carrega flores e uma caixa de
Panettone.
–
Oi Leia. Tudo bem?
–
Oi Pedro. Tudo ótimo.
– Olá
Aurora. – fala Pedro, abraçando Aurora – E aí, você que é o Guilherme?
– Sim.
– responde Guilherme, desanimado.
–
Aqui um buquê de flores para outra flor. – diz Pedro, entregando as flores para
Aurora – E esse Panettone é para comermos de
sobremesa.
–
Eba! Eu adoro. – comemora o filho de Aurora.
Um
pouco desanimada, Leia observa os três de longe e fica assistindo à televisão.
***
Após
saírem da casa de Olga e Pietro, Ângela e Regina chegam à simples pensão de
Hanna Curie. Ao entrarem pela porta, elas surpreendem os hóspedes e outros
convidados.
–
Que bom que vocês vieram. – fala Augusto, abraçando Ângela e Regina.
–
Nós que agradecemos o convite, Augusto. – agradece Regina.
–
Olá. Eu sou Josefina, avó do Augusto. – apresenta-se Josefina.
–
Boa noite. Seu neto é um rapaz muito especial. Parabéns. – diz Regina, deixando
Josefina feliz e orgulhosa.
Ângela
coloca seus presentes e os que a mãe comprou em baixo da árvore da pensão para
entregarem mais tarde.
***
Na
casa de Mary e Jenny, as duas estão ansiosas para a chegada de Gustavo e
possivelmente de seus pais.
–
Tira esses objetos dos rituais e qualquer coisa que pode causar desconfiança ou
estranheza para os pais dele.
–
Por que tudo isso, Mary? Você nunca se preocupou com os julgamentos alheios.
–
Mas eu quero agradar os pais do Gustavo.
–
Tá apaixonada, Mary?
–
Não exagera, Jenny.
Em
minutos, a campainha toca, e Gustavo, Olga e Pietro entram na simples casa.
– Olá.
Boa noite. Fiquem à vontade. – fala Mary, abraçando os convidados – Essa é a
minha irmã Jenny.
–
Oi. Tudo bem com vocês? – pergunta Jenny, educadamente.
–
Sim. Que casa linda. Eu imaginava algo totalmente diferente.
–
Você achava que a nossa casa era de bruxa como ficam falando por aí?
–
Claro que não.
–
Ah, sei.
–
Então vocês fazem previsões sobre o futuro das pessoas?
–
Sim.
–
Vocês usam cartas, leem as mãos,...? Como fazem?
–
Cartas na maioria das vezes.
–
Mas depois falamos disso, não é? – fala Jenny, para desviar do assunto.
–
Também acho. – apoia Gustavo.
***
Já
na pensão de Hanna, Regina e sua filha estão sentadas no sofá conversando, até
que Regina vê Fabrício entrando na pensão, reconhece o cúmplice de Jorge e fala
para a filha, desesperadamente:
– Ângela,
esse barbudo é um cúmplice do Jorge. Ele me prendeu lá no porão. – diz Regina,
em tom baixo para a filha, gaguejando e com medo.

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