segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Episódio 5: Geração Teen 2

Episódio 05
“POR UM TRIZ”
CENA 01. RUA. DIA.
Continuação imediata da cena anterior.
Gabriel caído no chão, consciente. Melissa desacordada no meio da rua.
Gabriel     - Melissa! Fala comigo, Melissa!
Pessoas formam um circulo em meio a Gabriel e Melissa.
Homem 1   - É melhor você se afastar. Pode comprometer a saúde dela!
Ouve-se o som da sirene da ambulância.
Homem 2    - A ambulância já está vindo. Fique calmo e confie em Deus!
Gabriel    - Calem a boca! Se ela morrer não serão vocês que irão sofrer!  
A ambulância chega ao local do acidente. Melissa é colocada na maca e Gabriel sobe no veículo.
CORTA PARA/
CENA 02. APARTAMENTO DE INÊS. DIA. INT. SALA DE JANTAR.
Glauce e Inês almoçam. Glauce remexe a comida no prato triste. Inês percebe.
Inês     - O que foi agora? Não gostou da comida?
Glauce   - Não é isso. To um pouco enjoada, sem fome. Deve ser por causa do mal-estar.
Inês      - E o mal estar vem da onde...
Glauce    - Já falei que estou doente! Tenho uma maldita de uma doença destruindo o meu organismo! Você queria o que? Que eu morresse sem sofrer? A vida é assim. A gente faz tudo certo e no fim/
Inês       - (CORTA) Para de encontrar alternativas para tudo! Você é jovem! Tem uma vida pela frente. Você nem sequer refez os exames. Você sabe muito bem que em casos assim sempre é bom ter uma segunda opinião! E se você não estiver com câncer? Vai se remoer aí por algo inexistente?
Glauce     - E por que o médico ia forjar um exame médico?
Inês       - Erros médicos, Glauce. Você devia parar de se martirizar e procurar saber se você realmente está doente.
Inês sai.
Glauce     - Será?
FOCA no rosto de Glauce preocupada.
CORTA PARA/
CENA 03. MANSÃO DOS CASTELAMARY. DIA. INT. SALA DE ESTAR.
Alba entrando na mansão irritada.
Alba        - Droga! A Melissa se atirou no meio do carro! Eu não posso deixar que aqueles dois me denunciem. Seria uma catástrofe. DROGA!
Alba atira uma taça de vidro contra uma parede.
CORTA PARA/
CENA 04. HOSPITAL. DIA. INT. RECEPÇÃO.
Melissa desacordada na maca. Enfermeiros a levam para outra sala. Gabriel tenta entrar.
Enfermeira  - Perdão, mas você precisa esperar aqui fora.
Gabriel     - Eu preciso entrar! Eu preciso saber como ela está!
Enfermeira  - Em breve algum médico lhe dará uma resposta. Agora por favor, espere na recepção.
Gabriel      - Por favor, eu te peço! Me deixa entrar!
Enfermeira  - (IRRITADA) Escuta aqui garoto. Isso é um hospital público. Se eu deixar você entrar, meio mundo vai querer também. A sua amiga, namorada, noiva, seja lá o que for está recebendo atendimento. Se o caso dela for grave, você será avisado. Agora vá para a recepção antes que eu chame a segurança! Vai!
A enfermeira fecha a porta.
CORTA PARA/
CENA 05. HOSPITAL. DIA. INT. LANCHONETE.
Gabriel compra uma água. FLASHS da noite com Melissa. FLASHS dos momentos com Melissa. FLASHS do beijo com Melissa.
Gabriel  - (CHORANDO) Eu não posso te perder. Você não pode me deixar...
CORTA PARA/
CENA 06. APARTAMENTO DE INÊS. DIA. INT. SALA DE ESTAR.
Glauce sentada no sofá, lendo um livro. Ela levanta.
Glauce   - Nossa... Fiquei tonta de repente. (RESPIRA) Deve ser/
Glauce cai no chão desmaiada.
CORTA PARA/
CENA 07. APARTAMENTO DE INÊS. DIA. INT. LAVANDERIA.
Inês colocando roupas na máquina. Escuta um barulho estranho.
Inês  - (GRITANDO) Glauce?! Você está bem?
Ela põe amaciante nas roupas.
Inês  - Glauce?!   
Inês sai da lavanderia.
CORTA PARA/
CENA 08. APARTAMENTO DE INÊS. DIA. INT. SALA DE ESTAR.
Glauce desmaiada. Inês assustada.
Inês  - (PREOCUPADA) Glauce?
FOCA no rosto assustado de Inês.
CORTA PARA/
CENA 09. HOSPITAL. DIA. INT. SALA DE ESPERA. 
Gabriel sentado em uma poltrona. O médico chega com uma prancheta.
Médico   - Gabriel?
Gabriel  - Oi. Como a Melissa está?
Médico   - Foi apenas um susto! Ralou parte do braço e está com um ferimento pequeno na testa. Mas ela está bem.
Gabriel  - (ALIVIADO) Que ótimo! O senhor não sabe como fico feliz com essa notícia! Então quer dizer que ela já pode ir pra casa?
Médico   - Ela ainda está sob efeitos de remédios. Melhor passar a noite aqui e amanhã de manhã já pode ir pra casa. E evitar fazer esforço físico pelos próximos dias.
Gabriel  - Claro! (PAUSA) Eu posso vê-la?
Médico   - Sim, mas tente não acordá-la. Com licença.
CORTA PARA/
CENA 10. APARTAMENTO DE INÊS. DIA. INT. SALA DE ESTAR.
Inês dando leves tapas no rosto de Glauce. Ela acorda.
Glauce  - O que aconteceu?
Inês    - Você desmaiou! Vem. Nós vamos para o posto agora mesmo!
Glauce  -  Posto? Você está exagerando! É só um mal-estar!
Inês    - Sim. Vai ser um mal-estar até quando? E se amanhã eu te encontrar morta? Eu preciso saber o que você tem! E se não vai por boa vontade, vai contra mesmo.
Inês puxa Glauce e as duas saem do apartamento.
CORTA PARA/
CENA 11. POSTO DE SAÚDE. DIA. INT. RECEPÇÃO.
Pessoas sendo atendidas no chão. Caos. Inês e Glauce entram no local.
Inês      - Boa tarde... Eu preciso de uma ficha.
Recepcionista – Não temos como atender mais ninguém! Vocês vão precisar ir para o hospital da cidade.
Inês       - Mas vocês não podem negar atendimento! Eu exijo que a minha amiga seja atendida!
Recepcionista   - Você olhou o tanto de gente que está aqui? E pelo que eu vejo, não é nenhum sintoma de risco! Façam o favor de se retirar/
Inês        - (CORTA/NERVOSA) Eu não saio daqui antes de uma boa explicação! Como vocês deixam chegar a esse ponto? Depois ainda reclamam da lotação e expulsam as pessoas que precisam de atendimento!
As pessoas observam Inês.
Glauce       - Vamos para a cidade, Inês. Todos estão olhando!
Recepcionista – Não estou negando atendimento, senhora. Isso aqui está um caos há mais de uma semana. Se você preza tanto pela saúde da sua amiga, devia ir para um hospital da cidade, seja lá qual for o sintoma dela.
Inês observa o local.
Inês   - Com licença.
Inês e Glauce saem.
CORTA PARA/
CENA 12. HOSPITAL. DIA. INT. QUARTO.
Gabriel velando o sono de Melissa. Acariciando seu cabelo.
Gabriel   - Quem teria coragem de fazer isso com você? Qual motivo? Se bem que... Podia ser pra mim! Mas quem?!
FLASHBACK
Cena 04, episódio 03.
Alba - (T) A menina foi estuprada, e por você, seu nojento. O combinado era você vender a garota, e não resolver ter uma noitizinha de amor com a piranhazinha. Mais uma vez eu vou ter que dar um jeito de fazer ela ficar, mas já te garanto. Isso vai lhe custar muito caro!

FIM DO FLASHBACK.
Gabriel  - Mas é claro! Como não pensei nisso antes?! Só pode ter sido a minha mãe! (PAUSA/OLHANDO PRA MELISSA) Mas ela vai se arrepender!
Gabriel se retira do quarto.
CORTA PARA/
CENA 13. STOCK-SHOTS. DIA/NOITE.
O anoitecer no Rio de Janeiro. Pessoas fecham comércios, crianças retornam para suas casas, outros comércios abrem.
CORTA PARA/
CENA 14. MANSÃO DOS CASTELLAMARY. NOITE. INT. SALA DE ESTAR.
Alba desce as escadas trajando uma camisola. A campainha toca repetidamente.
Alba   - Cadê os empregados?
Alba abre a porta. Ela leva um tapa na cara. FOCA no rosto enfurecido de Gabriel.
CORTA PARA/
CENA 15. HOSPITAL. NOITE. INT. RECEPÇÃO.
Glauce e Inês chegam ao hospital (o mesmo da cena 04, episódio 5). Inês conversa com uma das recepcionistas.
Glauce  - Inês, eu preciso ir no banheiro. Já volto.
Glauce passa pelos corredores e observa os pacientes nos quartos. Ela vê Melissa em um dos quartos e se aproxima da janela.
Glauce   - Melissa?!
Um médico passa por Glauce.
Glauce   - Oi, com licença. O que aconteceu com a menina? Ela está bem?
Médico   - Quem é você?
Glauce   - Tia da menina.
Médico   - Ah sim. Foi um atropelamento. Mas ela já está bem. Amanhã ganha alta. Se quiser, pode entrar.
O médico se retira. Glauce entra no quarto.
Glauce   - Melissa, meu amor... Estou sentindo falta de você. Mas eu não quero que você sofra com mais uma perda. Eu te amo!
Glauce ouve a porta ser fechada. Ela beija a mão de Melissa e deixa lágrimas caírem sobre ela.
Inês   - Glauce? O que você está fazendo aqui? Daqui a pouco vão te chamar!
Glauce  - Eu sei. Mas eu passei, vi a M   elissa e não aguentei!
Inês    - Tudo bem. Mas como ela foi parar aqui? É muita coincidência!
Glauce  - O médico disse que ela foi atropelada, mas que está tudo bem.
Glauce observa Melissa.
Inês     - Vamos Glauce. Antes que a Melissa acorde ou alguém venha visitá-la! Vamos!
As duas se retiram do quarto.
CENA 16. MANSÃO DOS CASTELLAMARY. NOITE. INT. SALA DE ESTAR.
Gabriel enfurecido. Alba sem entender.
Alba   - Mas o que é isso? Você sai de casa e depois volta e ainda por cima me bate? Você é um/
Gabriel – (GRITANDO) Cala a boca! Só eu vou falar senão meto a mão na sua cara mais uma vez, velha nojenta!
Alba se assusta.
Gabriel  - Você usou a Melissa! Abusou dela! Que tipo de mulher é você? Ah já sei! Uma ordinária, cachorra, filha da/
Alba dá um tapa em Gabriel.
Alba     - Você me respeita! Eu sou sua mãe!
Gabriel  - Ah... Agora você é minha mãe? Esses anos todos a senhora me tratou feito lixo. Colocou a culpa da morte do meu irmão nas minhas costas! Você não me chama de filho! Porque mãe...
Alba o encara.
Gabriel   - Mãe compreende. Mãe ama. Mãe, apesar de tudo, apoia o filho! E você? Não me entende. Só me odeia e me critica!
Alba       - Não se faça de coitado. Você tem culpa. Mas se a conversa for pra esse lado é melhor você ir embora.
Gabriel    - Eu já estava indo mesmo. Mas vou te dar um aviso. A próxima vez que ousar mexer com a Melissa você vai se arrepender de ter nascido. Me ouviu?
Alba        - (RINDO) Eu faço o que bem entender! A sua namoradinha, se é que posso chamá-la assim, aceitou fazer qualquer trabalho. Que culpa tenho se ela escolheu a prostituição? A putinha não tá preparada pra vida. Não aguentou um abuso, o que dirá/
Gabriel     - (CORTA) Abuso esse que certamente foi planejado por você. Eu não sou burro, Alba. E se depender de mim você vai ficar o resto da sua vida mofando em uma cela imunda! Não duvide da minha capacidade. Tá avisada.
Alba        - Eu não tenho medo de você. Tenho inúmeros contatos. Se bobear, amanhã a putinha vai te ver morto.
Gabriel     - (SEGURANDO O BRAÇO DE ALBA) Não quero que seus capangas façam isso. Se quiser me matar, que seja por suas mãos! Você me deu luz sozinha, não foi? Nem conseguiu chegar a um hospital. Por que a minha morte precisa ser planejada por você e executada por terceiros? Quero ver se tem coragem. Matar o seu filho, como já fez outra vez. Só que você vai ficar sozinha. Por mais que eu te odeie, te deseje todo o mal e que você apodreça na cadeia jamais desejaria a sua morte.
Gabriel solta o braço de Alba, que derrama lágrimas.
Gabriel      - Já deu a minha hora. Boa noite.
Gabriel sai da mansão. FOCA em Alba chorando. Ela pega um retrato de duas crianças pequenas. FOCO nas mãos de Alba passando a mão no retrato.
Alba          - (CHORANDO/SOLUÇANDO) Talvez o Gabriel esteja certo. Como você faz falta meu filho... Se eu pudesse voltar no tempo. Tudo seria diferente. TUDO.
CORTA PARA/
CENA 17. HOSPITAL. NOITE. INT.SALA DE EXAMES.
Glauce faz alguns exames. Na feição preocupada de Glauce.
CORTA PARA/
CENA 18. HOSPITAL. NOITE. INT. CONSULTÓRIO MÉDICO.
Inês e Glauce sentadas em frente ao médico, que analisa os exames. Inês e Glauce cochicham. O médico analisa outro exame de Glauce.
Médico      - Bom dona Glauce. Já tenho o resultado dos exames e uma ótima notícia.
Glauce      - (SURPRESA) Boa notícia? Você vai me desculpar, mas eu sou paciente terminal. O outro médico inclusive me disse que não tenho um mês de vida! Não tem como ter boa notícia com esses exames. 
Médico      - (ENTREGANDO UM EXAME) Você já deu uma olhada nesse exame? É um ultrassom de cerca de vinte semanas.
Glauce se emociona.
MÉDICO       - Provavelmente os exames foram trocados. Não tem nenhum câncer destruindo seu organismo. Você está grávida!
FOCA na feição emocionada de Glauce.



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