Capítulo 17: Dancin Days

CENA 01. RIO DE JANEIRO. HOTEL. QUARTO DE OTÁVIO. INTERIOR. NOITE

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR.

AMEDRONTADO, OTÁVIO LEVANTA-SE PARA CORRER, MAS FRANKLIN O PUXA E LHE DÁ OUTRO SOCO, JÁ MONTANDO EM CIMA DELE.

FRANKLIN – Pensou que ia acabar com a minha vida, não é seu desgraçado? Agora eu vou te mostrar como se acaba com alguém de verdade!

OTÁVIO SE DEFENDE E DÁ UM SOCO NA BARRIGA DE FRANKLIN QUE CAI NA CAMA, COM DOR.

FRANKLIN – (Com dor) Filho da puta!

OTÁVIO VAI CORRER E FRANKLIN O PEGA NOVAMENTE PELA CAMISA. OS DOIS VÃO SE SOCANDO PELO QUARTO. FREEZE NOS PASSOS DE OTÁVIO INDO PARA TRÁS.

OTÁVIO – (Berra) Eu só mostrei pro mundo quem você era, seu porco!

FRANKLIN – Não ganhou nada com isso, infeliz! Não vai mudar nada na minha vida!

OTÁVIO – Mas na minha vai. Eu consegui desestabilizar o seu casamento, a sua moral com os teus filhos. E pode ter certeza que se eu morrer hoje, vou morrer muito feliz por isso!

FRANKLIN VAI SOCAR OTÁVIO, MAS ELE VAI PARA TRÁS, IMPULSIONANDO O CORPO NA JANELA. SLOW-MOTIION: OTÁVIO DESEQUILIBRA E CAI DA JANELA ABERTA. FRANKLIN ARREGALA OS OLHOS.

CORTA PARA:

CENA 02. PRÉDIO DE OTÁVIO. FRENTE. EXTERIOR. NOITE

O CORPO DE OTÁVIO CAÍDO NO CHÃO, SANGUE COMEÇA A SE FORMAR EM VOLTA. UM TRANSEUNTE QUE PASSARA, CORRE ATÉ ELE.

CORTA PARA:

CENA 03. PRÉDIO. QUARTO DE OTÁVIO. INTERIOR. NOITE

FRANKLIN ANDA PELO CÔMODO DESESPERADO. ELE OLHA PARA A JANELA E DO SEU PV, A MOVIMENTAÇÃO LÁ EM BAIXO COMEÇANDO A SE FORMAR EM VOLTA DO CORPO DE OTÁVIO. ELE SAI DALI RAPIDAMENTE. TENSÃO.

CORTA PARA:

CENA 04. APARTAMENTO DE ALBERICO. SALA. INTERIOR. NOITE

CARMINHA VENDO TV. FÁTIMA NA JANELA, NERVOSA.

CARMINHA – (Nota) Mãe, que tensão toda é essa?

FÁTIMA – O seu pai que ainda não chegou. Onde será que o Alberico se enfiou? Saiu à tarde e até agora nada.

CARMINHA – Mas ele disse pra onde ia?

FÁTIMA – Não. Ele saiu com a Guida.

CARMINHA – Com a Guida?

NESSE INSTANTE, A PORTA SE ABRE E ALBERICO E GUIDA ENTRAM COMEMORANDO E CAMBALEANDO, APARENTEMENTE BEBADOS.

FÁTIMA – (Tom) Onde é que vocês estavam, Alberico?

ALBERICO – Eu ganhei, meu amor! Eu ganhei!

CARMINHA – Ganhou o que, papai?

ALBERICO VAI ATÉ CARMINHA E A ABRAÇA, FORTE. ELA NÃO ENTENDE NADA.

GUIDA – Seu Alberico ganhou nos cavalinhos e eu que ajudei!

FÁTIMA – Como é que é?

ALBERICO VAI ATÉ FÁTIMA E A PEGA NO COLO.

ALBERICO – É isso mesmo, meu amor! Estamos ricos! Ricos!

ALBERICO RODOPIA COM FÁTIMA, QUE BATE NO OMBRO DELE. CARMINHA NÃO ACREDITANDO.

GUIDA – (Ri) Mas parte dessa grana é minha, seu Alberico!

ALBERICO – Relaxa, Guidinha, meu amor. Tem bastante pra todos nós.

OS DOIS COMEMORANDO. FÁTIMA, JÁ NO CHÃO, OS ENCARA E SAI CORRENDO PARA A COZINHA.

ALBERICO – (Percebe) Ué, que houve com a sua mãe, Carminha?

CARMINHA ENCARA O PAI.

CORTA PARA:

CENA 05. APARTAMENTO DE ALBERICO. COZINHA. INTERIOR. NOITE

FÁTIMA CHORA, ESCORADA NO FOGÃO. CARMINHA VINDO DA SALA.

CARMINHA – Mãe, a senhora tá bem? O que é que houve?

FÁTIMA – Você ainda pergunta o que houve, Carminha? Você não vê o estado do seu pai?

CARMINHA – Bêbado, até então era novidade pra mim, mas o que tem de mais nisso?

FÁTIMA – Você não enxerga o óbvio? O seu pai nunca vai mudar! Ele sempre vai ser esse irresponsável de sempre! Eu tô cansada.

CARMINHA ABRAÇA FÁTIMA.

CARMINHA – Calma, mãe. Ele pelo menos ganhou nas apostas dessa vez.

FÁTIMA OLHA RECRIMINANDO CARMINHA.

FÁTIMA – Não acredito que você também vai concordar com esse dinheiro de apostas em corridas de cavalos.

CARMINHA – Mãe, ele tá feliz. Isso é o que importa. Quem sabe com esse dinheiro, agora, o seu Alberico não muda?

FÁTIMA – O seu pai mudar?

CARMINHA – Nada é impossível.

FÁTIMA ENCARA CARMINHA E SENTA-SE NA MESA.

FÁTIMA – Eu tô cansada desse casamento, minha filha. Cansada dessa vida e cansada principalmente do seu pai.

CARMINHA ENCARANDO A MÃE.

CORTA PARA:

CENA 06. HOSPITAL. QUARTO DE CELINA. INTERIOR. NOITE

TV LIGADA. CELINA ENTEDIADA, MUDA OS CANAIS, ATÉ PARAR EM UM NOTICIÁRIO, QUE DIVULGA IMAGENS DE OTÁVIO. ELA ESTRANHA E AUMENTA O VOLUME DO APARELHO.

REPÓRTER – (V.O) Um suicídio na Zona Norte do Rio aconteceu agora pouco. A vítima identificada com o nome de Otávio Machado. Segundo relatos do gerente do hotel, localizado no subúrbio do Rio, o administrador se hospedou na tarde de ontem no hotel, com apenas uma bagagem e não recebeu nenhuma visita, que constate qualquer hipótese de crime no local. Tudo indica mais um suicídio para as estatísticas.

CELINA EXULTA, BAIXA O VOLUME E SE CONCENTRA.

CELINA – Não... Tem alguma coisa de errado nisso.

NELA.

CORTA PARA:

CENA 07. MANSÃO LINHARES. SALA. INTERIOR. NOITE

FRANKLIN ABRE A PORTA, ABALADO. VAI CAMBALEANTE ATÉ O SOFÁ, ONDE SE JOGA. COLOCA A CABEÇA PARA TRÁS. ABRE OS OLHOS.

FUNDE COM:

CENA 08. HOTEL DE OTÁVIO. RECEPÇÃO. INTERIOR. NOITE

FRANKLIN DE FRENTE PARA UM HOMEM MAGRO, ALTO E NÃO MUITO BONITO. ELE ASSINA UMAS FOLHAS EM CHEQUE E ENTREGA.

FRANKLIN – Peço discrição quanto à minha visita essa noite ao seu hotel. Não preciso dizer que você nunca me viu aqui, aliás, que nunca me viu na sua vida!

O HOMEM APENAS BALANÇA A CABEÇA POSITIVAMENTE. EM FRANKLIN, NERVOSO.

CORTA PARA:

CENA 09. MANSÃO LINHARES. SALA. INTERIOR. NOITE

BRUNO VEM DESCENDO AS ESCADAS. FRANKLIN NO SOFÁ. OLHOS FECHADOS.

BRUNO – Pai?!

FRANKLIN VOLTA SUA ATENÇÃO AO FILHO.

FRANKLIN – Você em casa?

BRUNO – É, hoje não tava muito no clima de balada. Com tudo o que aconteceu...

FRANKLIN PENSATIVO. BRUNO PERCEBE.

BRUNO – Tá tudo bem com o senhor?

FRANKLIN – Tá, claro que tá tudo bem. Porque não estaria?

FRANKLIN LEVANTA-SE E VAI ATÉ O BAR QUE FICA NO CANTO DA SALA. SERVE-SE DE ALGUMA BEBIDA.

BRUNO – Não sei. Parece nervoso.

FRANKLIN – Eu quase morri, Bruno. A sua mãe em uma cadeira de rodas, prestes a voltar pra casa. Olha a nossa situação, é claro que eu não estou em paz.

BRUNO CONCORDA.

BRUNO – Me desculpa.

FRANKLIN FAZ UM GESTO MAIS LEVE. SENTA-SE NO SOFÁ.

FRANKLIN – Com tudo isso acontecendo, eu acabei não perguntando algo que eu queria muito.

BRUNO – O que?

FRANKLIN – Você e a filha do Dante. Vocês estão namorando?

BRUNO OLHA PENSATIVO PARA FRANKLIN.

BRUNO – Eu não sei, pai. Nós estamos curtindo, nos conhecendo. Mas eu não sei se vai vingar.

FRANKLIN CONCORDA AINDA PENSATIVO. EM BRUNO.

CORTA PARA:

CENA 10. MANSÃO PRATINI. SUÍTE DE DANTE. INTERIOR. NOITE

MARIANA E DANTE CONVERSAM, SENTADOS NA CAMA.

DANTE – Mas vocês não se curtem como dizem vocês? Então o que impede?

MARIANA – Não é assim, seu Dante. A coisa não anda desse jeito. Tem muita coisa envolvida.

DANTE RI.

DANTE – Muita coisa envolvida na idade de vocês?

MARIANA – Não ri, é sério.

MARIANA ENCARA DANTE.

MARIANA – Eu queria conversar com você sobre algo que eu fiz hoje e não sei se você vai aprovar.

DANTE – Como assim, Mariana?

MARIANA – Eu recebi aquele colar da minha mãe, pelo meu aniversário, com a carta escrita por ela de próprio punho, lembra?

DANTE INCOMODADO, PIGARREIA.

DANTE – Claro.

MARIANA – Então, eu descobri onde ela comprou essa jóia.

DANTE NERVOSO, ENCARA MARIANA. SONOPLASTIA DE TENSÃO.

DANTE – Como assim descobriu?

MARIANA – Ué, pai. Descobri! Descobri através do selo que fechava a embalagem do presente. Eu descobri qual foi a joalheria que ela comprou e foi aqui mesmo em Copacabana. (Pausa) Pai, a minha mãe tá aqui no Rio.

DANTE NERVOSO SE LEVANTA DA CAMA.

DANTE – Mariana, onde você quer chegar com isso tudo?

MARIANA LEVANTA E ENCARA DANTE.

MARIANA – Eu sei que o senhor sabe onde a minha mãe tá e porque a Amanda esconde isso de mim. E eu também sei que seria uma perda de tempo, eu implorar pro senhor me contar. Mas saiba que eu comecei a investigar. Eu já sei que ela mesmo comprou a jóia. Eu fui até a joalheria.

DANTE PASSA A MÃO PELOS CABELOS, TENTANDO MANTER A CALMA.

DANTE – Como assim?

MARIANA – Simples. Fui até a joalheria pedir informações.

DANTE – E o que você descobriu?

MARIANA – A moça descreveu a moça e pelas características, baseando nas da Amanda e nas minhas, batem.

DANTE – Isso não quer dizer nada, Mariana.

MARIANA – Nada? Nem se a vendedora confirmou que o nome da moça que comprou o presente era Juliana?

DANTE ENCARA MARIANA.

DANTE – Mari, a sua mãe, quer dizer... A Amanda iria ficar muito chateada se ela soubesse que./

MARIANA – (Corta) Ela não precisa saber disso. Ela não precisa saber que eu fui até lá e eu também peço pra você não contar pra ela.

DANTE EM DÚVIDA ENCARANDO MARIANA.

DANTE – Eu não sei.

MARIANA – Pai, por favor. Eu sei que esconde isso tudo, porque não quer ver a Amanda mal, mas, por favor, eu te peço, eu quero muito descobrir a verdade sobre a minha origem.

DANTE – A sua origem é a que nós já dissemos!

MARIANA – Não é! Você sabe que eu já sei que não é.

DANTE – Mariana.

MARIANA – Não é normal isso tudo. Não é normal vocês me esconderem da minha mãe e ela também não se aproximar de mim. Tem algo estranho nessa história e eu vou descobrir o que é sim.

DANTE – O que a moça da tal joalheria te contou mais sobre a sua mãe?

MARIANA – Ela não me disse muita coisa. Descreveu a moça, disse que ela pagou à vista e que não quis recibo. Pegou o embrulho com o produto e saiu.

DANTE MAIS ALIVIADO ENCARA MARIANA DE FRENTE.

DANTE – Por favor, pelo amor que eu sinto por você. Um amor de pai de verdade, eu te peço, não vai atrás dessa história. Ela não é feliz, minha filha.

MARIANA – Mas por quê? Eu queria entender. Só isso!

DANTE ABRAÇA MARIANA.

DANTE – Faz o que eu te peço. Não vá atrás dessa história. Pela nossa família!

MARIANA CHATEADA E INCRÉDULA. EM DANTE.

CORTA PARA:

CENA 11. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA

SONOPLASTIA: “CHANGE MY LIFE” – TASH PHILIPS.

IMAGENS DE UM RIO LUMINOSO ENCHENDO A TELA. PAISAGENS LITORÂNEAS SUCEDIDAS PELOS SHOPPINGS MOVIMENTADOS. O RELÓGIO MARCANDO O ÚLTIMO DIA DO ANO E AS HORAS QUE FALTAM PARA A VIRADA.

CORTA PARA:

CENA 12. PRÉDIO DE ALBERICO. HALL DE RECEPÇÃO. INTERIOR. DIA

JULIANA FAZ UMA FAXINA POR ALI. NINGUÉM NO LOCAL. JULIANA PASSA UM ESFREGÃO NO PISO, LIMPANDO COM ESMERO. TRANSPIRA BASTANTE, CABELOS DESGRENHADOS. UM SALTO FINO DE SCARPIN VERMELHO INVADE A TELA. CÂM SE ELEVA, MOSTRANDO E REVELANDO O ROSTO, TRATA-SE DE AMANDA. ELA TIRA OS ÓCULOS ESCUROS. JULIANA ENCARA. SONOPLASTIA OFF.

JULIANA – Amanda!

JULIANA SECA A TESTA DE SUOR.

JULIANA – Veio fazer o que aqui?

AMANDA – Vim aqui para te parabenizar! Todos acharam bonita a jóia que você mandou para a Mariana de aniversário. (Pausa) Pena que eu não consegui achar graça nenhuma desse espetáculo e nem aplaudir da platéia essa sua palhaçada no picadeiro.

JULIANA DEIXA O ESFREGÃO ALI E PASSA A ENCARAR AMANDA DE FRENTE.

JULIANA – (Debocha) Ah, não achou graça não? Poxa, que pena e eu me esforcei tanto! Da próxima, eu prometo que me esforço mais!

AMANDA – Não vai ter próxima vez!

JULIANA – É mesmo? E quem vai poder me proibir? Você?!

AMANDA – Se for preciso! O que você tava pensando quando mandou aquela maldita jóia?

JULIANA – Era aniversário da minha filha e ao que eu saiba não te devo explicações sobre o que eu faço ou deixo de fazer.

AMANDA – Eu só vim aqui pra te parabenizar por ter infernizado a vida da Mariana. Ela estava muito bem sem você. Acredite!

JULIANA – Disso eu já duvido um pouco. Vivendo debaixo do mesmo teto que você deve ser difícil alguém estar bem.

AMANDA – Abre o olho comigo, Juliana! Você acha que me conhece mas ainda não viu nada. Eu posso te tirar de circulação assim.

AMANDA ESTALA OS DEDOS.

JULIANA – Eu não tenho medo das suas ameaças, Amanda. Porque eu sei que você é ótima com as palavras, mas sempre foi uma zero à esquerda em termos de atitude.

AMANDA – Olha que você pode se surpreender muito ainda!

JULIANA – Ah é? Então se prepara porque eu também vou pra guerra se for preciso.

AMANDA SOLTA UMA SONORA GARGALHADA.

AMANDA – E posso saber como pretende ir munida para o campo de batalha?

ELA ANALISA JULIANA DE CIMA À BAIXO.

AMANDA – Peraí que eu já sei! Em uma mão vai levar o balde e o esfregão e na outra um espanador?! Me poupa, Juliana! Deixa de ser ridícula!

JULIANA – Pois saiba que mesmo vestida de faxineira e cheirando à desinfetante, eu ainda consigo ser mais digna que você.

AMANDA – Vejo que você conseguiu ler muito livro de auto-ajuda, trancafiada naquela cadeia fedorenta. Parabéns pelas leituras edificantes.

JULIANA – É eu li sim. Li muito. Só fico triste por você não ter aproveitado o tempo que pôde para fazer o mesmo. E mesmo dando o golpe do baú em um cara rico, não conseguiu evoluir culturalmente em nada!

AMANDA SORRI AMARELO, FAZ UM GESTO COM A CABEÇA CONCORDANDO E COLOCA OS ÓCULOS ESCUROS.

AMANDA – O papo está muito agradável, mas tenho que ir. Horário no cabeleireiro! Sabe como é né? (Analisa irônica) Pelo estado do seu cabelo acho que não muito. Só um último conselho, aproveita que hoje eu estou dando ele de graça: Fica longe da Mariana e da minha família. A coisa pode ficar bem ruim pra você. E você não pode se esquecer que está em liberdade condicional e é muito fácil alguém denunciar por perseguição e te colocar lá dentro de novo. As pessoas são ruins, minha irmãzinha! Sei lá né, só um conselho.

JULIANA – Você não teria essa audácia. Porque para voltar pra dentro de uma cadeia, eu teria motivos bem maiores para isso. Homicídio, por exemplo.

AMANDA SORRI AMARELO.

AMANDA – Bom, agora eu já vou mesmo. Boa sorte nesse seu servicinho. Espero que não encontre muitos preservativos gastos e cheios de material contaminável pelas escadas de incêndio.

JULIANA OLHA COM DESDÉM PARA AMANDA, QUE VIRA AS COSTAS E SE ENCAMINHA PARA SAIR. PÁRA E VOLTA. ENCARA NOVAMENTE.

AMANDA – Quase ia esquecendo... A Mariana odiou o seu presentinho. Achou brega, desatualizado. Jogou fora! No lixo!

JULIANA DISFARÇA O DESAPONTAMENTO.

AMANDA – Não gaste mais suas economias com isso. Quer uma dica? Guarda pra cesta básica do mês!

AMANDA VIRA AS COSTAS E VAI EMBORA. JULIANA DEIXA CAIR GROSSAS LÁGRIMAS, MAS SECA RÁPIDO. DISFARÇA.

JULIANA – Ela não vai conseguir me abalar! Não vai!

JULIANA CHOROSA.

CORTA PARA:

CENA 13. BARONESA GLAM. SALA GERÊNCIA. INTERIOR. DIA

HENRIQUE ALI DIGITANDO ALGO NO NOTEBOOK. BIBI SONDANDO PERTO.

BIBI – Eu te vejo falar tanto com aquele Jamil ultimamente. Não sabia que tinha ficado amigo dele.

HENRIQUE – É, o cara tem uma conversa agradável.

BIBI – Hum, não sabia que seu círculo de amizades estava englobando os pobrinhos.

HENRIQUE ENCARA BIBI.

HENRIQUE – O cara mora aqui em Copa, não é tão pobrinho assim.

BIBI DÁ DE OMBROS.

BIBI – Devem ter muito assunto em comum.

HENRIQUE – Na verdade, não muitos. A boate, o trabalho, coisas do cotidiano.

BIBI – Sobre a Amanda...

HENRIQUE SE FAZ DE DESENTENDIDO.

HENRIQUE – E porque eu falaria sobre a Amanda com o Jamil?

BIBI – Não se faça de sonso, Henrique. Eu vejo o jeito que você olha pra ela. Eu sei que vocês devem./

HENRIQUE SE LEVANTA.

HENRIQUE – Não completa Bibi. Você não sabe do que tá falando. Mas se quer tanto saber, eu falo com o Jamil sobre a Amanda sim, mas é pra saber sobre outras coisas. Umas informações sobre a vida da irmã dela.

BIBI SE INTERESSA.

BIBI – (Nervosa) Sobre a irmã dela?

HENRIQUE – A tal Juliana. Eu já sei que a Amanda tem uma irmã e que ela voltou ao Brasil.

BIBI FAZ CARA DE CHOCADA E DEIXA-SE CAIR NA CADEIRA.

BIBI – Como assim? Que babado forte é esse, oco?

HENRIQUE – O Jamil foi vizinho da Amanda e da tal Juliana quando elas eram crianças e sim, eles voltaram a ter contato. Como você acha que o tal pobrinho, como você gosta tanto de lembrar, conseguiu emprego aqui na Baronesa?

BIBI MAIS CHOCADA AINDA.

BIBI – Não me diz que ele... Ele fez chantagem com a Amanda?

HENRIQUE DÁ UMA RISADINHA SACANA.

HENRIQUE – Parece que a Amanda esconde essa irmã, como o Diabo nega a existência do Paraíso!

BIBI – Passada em Cristo, como diriam na novela do Rynaldo! Como assim, gente?

HENRIQUE – Eu consegui o endereço dela.

BIBI – Eu quero ir com você, Henrique. Por favor.

HENRIQUE – Por quê? Qual o seu interesse em tudo isso? O meu pelo menos é ajudar a Amanda.

BIBI – Mas o meu também seria esse! A Amanda é minha melhor amiga.

HENRIQUE OLHA BIBI, DESCONFIADO.

HENRIQUE – Sei.

BIBI – É verdade! E você vai ter que me dar esse endereço.

OS DOIS SE ENCARANDO.

CORTA PARA:

CENA 14. MANSÃO LINHARES. SALA. INTERIOR. DIA

A PORTA É ABERTA E CADÚ ENTRA NA FRENTE. FRANKLIN DESCENDO AS ESCADAS.

CADÚ – Vai devagar, Bruno. Entra com cautela.

BRUNO VAI ENTRANDO COM CELINA EM UMA CADEIRA DE RODAS. FRANKLIN IMPACTADO. CELINA COM CARA DE POUCOS AMIGOS. CADÚ AJUDA BRUNO A ENTRAR COM A CADEIRA.

CELINA – Pelo menos em casa.

FRANKLIN – Celina!

OS DOIS SE ENCARAM. TENSÃO.

CORTA PARA:

CENA 15. BARONESA GLAM. SALA GERÊNCIA. INTERIOR. DIA

Continuação imediata da cena 13/ Cap. 17.

HENRIQUE NEGA COM A CABEÇA.

HENRIQUE – Eu não posso, Bibi. O Jamil me passou esse endereço em confiança. Eu sei que você é fofoqueira e logo iria falar com a Amanda.

BIBI – (Exulta) Eu, fofoqueira? Que calúnia, Henrique!

HENRIQUE – Calúnia? Tá bom.

AMANDA ENTRA NESSE MOMENTO NA SALA. OS DOIS A ENCARAM, SURPRESOS.

BIBI – Amiga!

AMANDA ENCARA OS DOIS JUNTOS.

AMANDA – O que tão fazendo aqui escondidos, como morcegos na caverna? Posso saber?

HENRIQUE – Não tinha ninguém escondido, Amanda. Estávamos trabalhando.

AMANDA ENCARANDO DESCONFIADA.

AMANDA – Parece nervosa, Bibi.

BIBI – Imagina amiga. É porque tava aqui ás voltas com os preparativos da festa de réveillon na cobertura da Giselinha Muniz. Conhece a Giselinha não conhece? Então./

BIBI FALANDO EM OFF. AMANDA VAI OUVINDO, MAS POR VEZES ENCARA HENRIQUE, DESCONFORTÁVEL.

CORTA PARA:

CENA 16. MANSÃO LINHARES. SALA. INTERIOR. DIA

Continuação imediata da cena 14/ Cap. 17.

CELINA E FRANKLIN SE ENCARAM EM SILÊNCIO.

BRUNO – Mamãe, nós improvisamos um quarto aqui no térreo mesmo. Espero que não se incomode.

CELINA – Mais incômodo do que estar em uma cadeira de rodas? Imagina.

TODOS SE ENCARAM, TENSOS.

FRANKLIN – Fico feliz que tenha voltado pra casa, Celina

CELINA – Franklin, precisamos conversar.

CADÚ – (Intromete) Acho melhor vocês deixarem para conversar mais tarde, mamãe. Você está cansada, o papai também precisa de repouso.

BRUNO – Até porque logo mais teremos o nosso tradicional jantar de réveillon.

CELINA – Que bobagem! Jantar de réveillon! Não sei como mantiveram essa idéia ridícula depois de tudo.

FRANKLIN – Já tínhamos marcado esse jantar, Celina.

CELINA DÁ DE OMBROS, AMARGURADA.

CELINA – Eu não vou participar.

CADÚ – Como não, mãe? Você é anfitriã da casa.

CELINA – Como anfitriã, segundo a etiqueta, teria que recepcionar os convidados, e não vejo outra maneira elegante de recepcionar alguém, estando de pé.

CELINA ENCARA OS FILHOS.

CELINA – Acho que pedir pra que eu fique de pé, está além de vocês.

CADÚ E BRUNO SE ENTREOLHAM, INCOMODADOS.

CELINA – Eu quero ir para o quarto. Por favor, Cadú, pode me levar?

CADÚ BALANÇA A CABEÇA POSITIVAMENTE E VAI LEVANDO A CADEIRA DA MÃE. BRUNO E FRANKLIN NA SALA.

BRUNO – Será mais difícil do que imaginamos.

FRANKLIN – Se antes a Celina era amargurada, agora é impossível de lidar.

EM BRUNO PENSATIVO.

CORTA PARA:

CENA 17. APARTAMENTO DE RAULZINHO. SALA. INTERIOR. DIA

RAULZINHO DEITADO NO SOFÁ, DESANIMADO. EMÍLIA VINDO DA COZINHA.

EMÍLIA – Raúl, meu filho, não tem nada na geladeira! Como você tá sobrevivendo nesse apartamento?

RAULZINHO – Você disse certo, mãe. Sobrevivendo!

EMÍLIA SENTA-SE AO SEU LADO.

EMÍLIA – Você tem que mudar esse quadro, meu filho. Não adianta ficar deprimido por causa do término do relacionamento com a Inês. Isso não vai trazer a sua noiva de volta.

RAULZINHO – (Corrige) Ex-noiva! E obrigado por me lembrar disso.

FAZ CARA DE INSATISFAÇÃO.

EMÍLIA – Escuta, nós vamos fazer uma Ceia lá em casa e depois vamos para a praia assistir aos fogos. A Solange e o Urbano estarão lá. Que tal?

RAULZINHO – Não, mãe. Não tô afim de sair daqui hoje.

EMÍLIA – E vai sair quando? Posso saber?

RAULZINHO – (Brinca) Ano que vem?!

EMÍLIA PASSA A MÃO PELO ROSTO DO FILHO.

EMÍLIA – Eu não aceito essa sua depressão.

RAULZINHO – Eu não aceito tanta coisa que eu tenho que conviver. Agora isso com a Inês. Não sei se vou agüentar, mãe.

EMÍLIA ABRAÇA O FILHO.

EMÍLIA – Por isso mesmo, eu quero que você vá para a nossa Ceia. Poxa, é sua família, meu filho.

RAULZINHO PENSATIVO, NEGA COM A CABEÇA.

RAULZINHO – Eu quero ficar no meu canto. Só isso, mãe. Posso contar com o seu respeito ao meu momento?

EMÍLIA ENCARA RAULZINHO E A CONTRAGOSTO, ASSENTE QUE SIM. NELE.

CORTA PARA:

CENA 18. APOLLO SPORTING. INTERIOR. DIA

ACADEMIA JÁ COM POUCA GENTE, PRÓXIMO DO HORÁRIO DE FECHAR. BRUNO E LÉO VEM VINDO DA SALA DE APARELHOS.

LÉO – Acabou! Último treino do ano!

BRUNO – Espero que ano que vem seja melhor.

LÉO – Pra quem, garanhão? O seu foi ótimo!

BRUNO – Em questão de piranhagem sim (Ri) Mas em outros quesitos...

MUDA A EXPRESSÃO. LÉO PERCEBE.

LÉO – Fala dos seus pais.

BRUNO – Também. Lá em casa tá muito difícil, irmão. Tá cada dia mais insustentável viver numa casa em que seus pais querem se matar, o seu irmão não sabe o que  quer da vida e você... Bom, eu também não sei o que vou fazer com o meu futuro.

LÉO – Acho tão clichê ter que chegar à nossa idade e ter de pensar em futuro.

BRUNO – Clichê é chegar à nossa idade e ser um vagabundo.

OS DOIS RIEM. VITÓRIA SE APROXIMA. BRUNO SEM JEITO.

VITÓRIA – Oi meninos.

LÉO – Oi Vick.

VITÓRIA – Bruno, será que podemos conversar?

VITÓRIA OLHA PARA LÉO QUE ENTENDE E SAI.

BRUNO – Podemos.

VITÓRIA – Então. Eu fiquei sabendo o que houve com a sua mãe, o seu pai... E eu quero dizer que sinto muito por tudo.

BRUNO – Obrigado.

VITÓRIA – Pode contar comigo pro que precisar.

BRUNO – Não imaginei que depois que você soubesse de mim e da Mariana, você ainda seria tão legal./

VITÓRIA DÁ UM SELINHO EM SUA BOCA, O INTERROMPENDO.

BRUNO – (Sem entender) O que foi isso?

VITÓRIA – Eu ainda gosto muito de você, Bruno. E mesmo que não tenha dado certo entre nós e que hoje você esteja com a Mariana, eu ainda sinto algo forte por você.

BRUNO FICA SEM GRAÇA.

BRUNO – Vitória.

VITÓRIA – Relaxa. (Sorri) Esse beijo foi de Ano Novo.

VITÓRIA DÁ UM ABRAÇO EM BRUNO E SAI. BRUNO DÁ UM SORRISO LEVE.

CORTA PARA:

CENA 19. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE

CÂM PERCORRE A CIDADE. VÁRIAS COMEMORAÇÕES OCORREM EM PONTOS ESPALHADOS DO RIO. A VIRADA E QUEIMA DE FOGOS NA PRAIA DE COPACABANA. MILHÕES DE PESSOAS ESPALHADAS PELA CIDADE. FOGOS ESPOCAM NO CÉU, JÁ BRINDANDO O ANO NOVO QUE SE APROXIMA.

CORTA PARA:

CENA 20. APARTAMENTO DE EMÍLIA. SALA DE REFEIÇÕES. INTERIOR. NOITE

EMÍLIA À CABECEIRA. LÉO, LEILA, SOLANGE E URBANO POR ALI.

SOLANGE – É uma pena o Raulzinho não ter vindo, Emília. A Ceia tá divina.

EMÍLIA – Eu tentei, Solange. Insisti, mas o Raul tá na bad, como dizem. Recluso.

LÉO – Tá trevoso pro lado do Raul. Ele tem que sair disso, se não, daqui a pouco, cai naquele probleminha que ele já teve.

LÉO E EMÍLIA SE ENTREOLHAM, CÚMPLICES.

CORTA PARA:

CENA 21. APARTAMENTO DE RAULZINHO. SUÍTE. INTERIOR. NOITE

AMBIENTE ESCURO. RAULZINHO SENTADO NA CAMA. UMA PALHETA À SUA FRENTE, NELA UM CARREIRO DE PÓ, ESPALHADO. ELE VAI ORGANIZANDO O CARREIRO COM UM CARTÃO DE CRÉDITO.

URBANO – (OFF) O Raulzinho já teve problemas com drogas, Emilia?

EMÍLIA – (OFF) O Raulzinho desde criança teve o hábito de descobrir coisas ao redor dele, tanto pro bem, quanto pro mal. Ele teve problemas com isso na adolescência.

SOLANGE – (OFF) Ele teve alguma ajuda pra superar isso?

LÉO – (OFF) O meu irmão foi internado uma vez e depois que entrou pra faculdade, isso ajudou a permanecer o vício dele controlado.

EMÍLIA – (OFF) Nós achamos que não teríamos mais problemas, mas eu não sei... Tenho muito medo de uma recaída.

E RAULZINHO CHEIRA O CARREIRO DE PÓ À SUA FRENTE. CORTES DESCONTÍNUOS DA REAÇÃO DE RAULZINHO. DROGADO, SE JOGA NA CAMA, OLHOS ARREGALADOS, ACESOS. FADE-OUT.

CORTA PARA:

CENA 22. PRÉDIO DE EMÍLIA. FRENTE. EXTERIOR. NOITE

FADE-IN. EMÍLIA, SOLANGE E URBANO, DE BRANCO, COM BARQUINHOS PARA IEMANJÁ. LÉO E LEILA ALI TAMBÉM.

EMÍLIA – (Abraçando Léo) Feliz Ano Novo, meu amor. Tenham juízo.

LÉO – (Ri) Feliz Ano Novo pra você também, mãe. E olha aquela praia hein! Se cuida!

SOLANGE ABRAÇA EMÍLIA.

SOLANGE – Cuidamos! Cuidamos!

TODOS SE ABRAÇAM. EMÍLIA, SOLANGE E URBANO SAEM, ANIMADOS, PELA ORLA DE COPACABANA. LÉO E LEILA FICAM A OLHAR.

LÉO – (Olhando Leila) Acho que agora somos só nós dois.

SONOPLASTIA: “FIVE MORE HOURS” – DEORRO X CHRIS BROWN.

LEILA ENCARA LÉO. SORRI NERVOSA.

LEILA – E vamos comemorar como esse Ano Novo?

LÉO – Que tal se sairmos pra curtir também?

LEILA – Sério? Pensei que íamos curtir aqui mesmo. Só a gente.

LÉO SORRI. OS DOIS RINDO. ELES VÃO SE APROXIMANDO LENTAMENTE E ROLA UM BEIJO.

CORTA PARA:

CENA 23. COPACABANA. PRAIA. EXTERIOR. NOITE

PRAIA LOTADA. PONTO DE POSTO DA PRAIA. DENTRE A MULTIDÃO, CÂM VAI BUSCAR PAULINA E GUIDA. AS DUAS EM MICRO-SAIAS BRANCAS, DE RENDA, TODA TRABALHADA NA MAQUIAGEM FLUORESCENTE. CORTES DESCONTÍNUOS DAS DUAS SE DIVERTINDO E AGITANDO PELA PRAIA. DÃO EM CIMA DOS CARAS NA PRAIA, ALGUNS ESTÃO ACOMPANHADOS E ELAS QUASE APANHAM. BEBEM, DANÇAM E SE DIVERTEM, AGITANDO NO REVEILLON.

CORTA PARA:

CENA 24. MANSÃO LINHARES. JARDIM. EXTERIOR. NOITE

JARDIM TODO ARRUMADO. CEIA SERVIDA EM SEGUNDO PLANO. PESSOAS CIRCULAM PELO LOCAL. DECORAÇÃO BRANCA E NEON, IMPECÁVEL. TUDO MUITO LUXUOSO. DJ AGITA UMA PISTA PRIVÉ, ONDE OS CONVIDADOS SE SOLTAM. ENTRE ELES, ESTÃO AMANDA, QUE DANÇA COM SUA TAÇA DE CHAMPANHE NAS MÃOS. BRUNO E MARIANA DANÇANDO, ENQUANTO SE BEIJAM. DANTE E HENRIQUE CONVERSAM. BIBI POR ALI, CONVERSANDO COM OS CONVIDADOS. FRANKLIN CONVERSA COM ALGUÉM.

CORTA PARA FRANKLIN E DANTE.

DANTE – Celina resolveu não participar mesmo?

FRANKLIN – Tudo indica que sim. Ela está trancada no quarto o dia inteiro. Nem tentei convencer a participar do réveillon.

CORTA PARA A ENTRADA. CADÚ VEM EMPURRANDO UMA CADEIRA. CELINA, EM UM VESTIDO PRETO, LUXUOSO, CHEIO DE PEDRARIAS. ELA VEM VINDO ENTRE OS CONVIDADOS. CHAMA A ATENÇÃO PELO VESTIDO DESTOAR NA COR DO RESTANTE.

CORTA PARA BRUNO E MARIANA NA PISTA, ELES OLHAM EM DIREÇÃO À CHEGADA DE CELINA. DO PV DE AMANDA: CELINA VAI GANHANDO ESPAÇO NA ÁREA DA FESTA. ELA SORRI, CINICAMENTE.

AMANDA – E não é que a senhora é destruidora mesmo?!

AMANDA RI. CÂM VOLTA PARA CELINA. FRANKLIN SE APROXIMA DELA. OS DOIS FICAM PRÓXIMOS. CELINA ENCARA E SORRI CINICAMENTE.

CELINA – Feliz Ano Novo, querido!

CLOSES ALTERNADOS DOS PRESENTES. EM CELINA, CÍNICA.

CORTA PARA:

EFEITO FINAL: A TELA CONGELA EM EFEITO VITRAL.

FIM DO CAPÍTULO 1