O carro
preto sai da rua da pensão de Hanna Curie. Ele passa em frente à praça de
Pitenópolis. Max comenta com Carmen:
– Olha
lá, Carmen, esse bando de idiota! Essa palhaçada de filminho atrai a cidade
inteira.
–
Verdade, Max. Um bando de trouxas!
– Vamos
voltar pra Bulires?
– Sim.
Acelera nisso porque daqui a pouco vai sentir a falta dela.
– Tá.
Max pisa
no acelerador e o carro corre mais rápido, saindo do centro da pequena cidade.
***
Após uma rápida saída, Aurora e Guilherme chegam em
casa. Aurora chama por Leia:
– Leia?!
Cadê você?
– Mamãe,
a tia Leia deixou uma carta. – fala Guilherme, entregando a carta encontrada
para a mãe.
– Não
pode ser.
Aurora lê
a carta em voz alta. Ela chora muito.
– É culpa
minha, filho.
– Mas ela
disse que não foi culpa nossa.
– Mas foi
sim, Gui. A Leia saiu daqui por causa da nossa discussão.
– Que
discussão?
– Nada
não, filho. Esquece isso. Vamos seguir a nossa vida juntos.
– Mãe,
você está namorando o Pedro?
– Filho,
estou sim. Eu sei que o seu pai é e sempre será o Jonas, mas não trate mal o
Pedro.
– Tá,
mãe. Ele também é legal.
– Que bom
que você acha isso dele. Agora vá lá tomar um banho.
Guilherme
vai ao banheiro. Aurora pega seu telefone e liga para Leia, porém ela não
atende.
– Leia,
onde que você estiver, por favor, não faça nada contra a lei, minha amiga. –
fala Aurora, em tom de voz baixo.
***
Na
delegacia de Pitenópolis, Fabrício é levado até a sala da delegada Sabrina.
– Oi
delegada. O que houve? – pergunta Fabrício.
– Então,
Fabrício, você vai ficar em regime aberto até a decisão judicial.
– Isso
quer dizer que eu vou sair daqui?
– Sim.
Você precisa trabalhar durante o dia e à noite, você retorna para a sua casa.
Mas você morava na pensão da Hanna Curie, certo?
– Isso.
– Então,
você pode voltar para lá ou outro lugar, mas você não pode sair de Pitenópolis.
Se você sair da cidade, você perde o regime aberto e sua pena pode aumentar.
– Obrigado,
delegada.
– Não fui
eu quem decidi isso, Fabrício.
– Ah, a
senhora tem notícias do meu irmão/
– Marcos
Reis?
– Sim.
– Então,
pelo que eu ouvi, ele está morando em uma fazenda na zona rural da cidade.
– Atah.
Obrigado, delegada. Até mais.
– Até.
Fabrício
sai da sala da delegada.
***
Depois de
ser liberado na delegacia, Fabrício vai direto à fazenda Leite de Porca.
Chegando lá, ele olha Marcos, que está consertando o portão principal.
– Marcos?
– fala Fabrício, emocionado.
–
Fabrício! Você saiu da cadeia?!
– Quase
isso. Que saudades, Marcos. – diz Fabrício, abraçando o irmão.
– Você
foi solto?
– Não.
Regime aberto até a decisão do juiz.
– Ah, que
bom, Fabrício.
– Alguém
da nossa família ligou?
– Não.
Não consigo falar com eles há um bom tempo.
– Marcos,
você tá morando aqui agora?
– Tô sim.
Dona Rumina e seu Eufrásio ganharam uma herança e foram lá pra Campinhos.
Aqueles dois me deixaram a fazenda.
– Ih,
presente de grego.
– É
mesmo. Está cheia de problemas.
– E o que
fica guardado naquele depósito ali? – pergunta Fabrício, apontando para o
depósito maior.
– Ah, são
uns animais que eles vendiam.
– Eles
vendiam animais?
– Sim. Eu
vou devolver eles pra natureza. Não quero arrumar encrenca com o IBAMA.
– Melhor
mesmo. Agora vamos entrar pra conversar?!
– Claro.
Quero você me ajudando aqui.
– Sim.
Fabrício
e Marcos entram na casa. Eles se sentam no sofá da pequena sala.
– Aqui é
bem simples, mas aconchegante. – comenta Fabrício.
– É
mesmo. Lembra a casa do vó Lila.
– Lembra
mesmo. Saudades dela.
– Agora vamos
falar de coisa boa, Fabrício. Tem muita coisa aqui pra consertar e melhorar.
Vamos lucrar bastante com essa fazenda.
– Assim
que eu gosto: otimismo sempre.
Fabrício
e Marcos se abraçam.
***
Na praça
de Pitenópolis, a preparação para o filme de Kika Postrad continua a todo
vapor. Na tenta montada, Neyla se prepara para a sua primeira cena.
–
Pessoal, vamos gravar agora a primeira cena, com a Neyla. Lembrando que Neyla
faz a melhor amiga da Kika. Essa cena é muito importante. Podemos começar? –
orienta Clóvis, o diretor.
– Sim. –
respondem todos os presentes.
– E eu? –
pergunta Keyla.
– Você é
a vendedora da quitanda. – responde Kika.
– Eu não
sou figurante. – reclama Keyla.
– Falou
certo. Você é figurante de luxo, pois até tem umas falinhas, como ‘‘bom dia,
senhora’’ e ‘‘até mais’’.
– Clóvis,
que palhaçada é essa?! – irrita-se Keyla.
– Keyla,
sem reclamar agora, por favor. – fala Clóvis.
– Se eu
não tiver um papel significante, vou destruir e boicotar esse filminho.
– Então
você fica com a cantora de boteco que fala pra Kika que ela tem talento. – diz
Clóvis.
– Eu não
vou falar pra Kika que ela não é talentosa. Não minto. Não sou dessas.
– Olha,
Keyla, ou você faz uma dessas personagens, ou você cai fora. – fala Kika,
direta e objetiva.
– Aff,
então eu escolho a feirante.
– Ok. –
responde Clóvis.
Clóvis,
Kika, Keyla, Neyla e os responsáveis por gravar as imagens saem da tenta
montada. Também na praça, Mary Leh observa as gravações das primeiras cenas do
filme. Após ser liberada pelos produtores, a irmã de Jenny sai da praça e vai
em direção à sua casa.
***
Logo que
chega à sua casa, Mary senta-se em uma pequena mesa na sala de estar. Em cima
da mesa há uma bola de cristal, que é manuseada pela irmã de Jenny. Mary começa
a ver, na bola de cristal, onde Jenny está. Ela observa a irmã em frente à
Gaiola das Panteras, esperando algo.
– Ah, que
bom, Jenny. Arrasa, irmã. Vamos desmascarar essa Hanna.
Mary
continua acompanhando Jenny.
***
Vai
anoitecendo, em Pitenópolis. Augusto e Ângela chegam ao apartamento onde ela
mora com Regina. Entrando nele, eles encontram Regina, que está na cozinha.
– Oi
filha. Foi bem na prova?
– Fui
sim, mãe. Chegou há muito tempo?
– Não.
Acabei de chegar.
– E você,
Augusto, tudo bem?
– Tudo
sim, dona Regina. – responde Augusto.
– É só
Regina, Augusto. – fala Regina, rindo.
– Tudo
bem, Regina. – responde Augusto, também rindo.
–
Augusto, hoje eu estava conversando com o Álvaro e vamos seguir uma
recomendação antiga do Pedro. – comenta Regina.
– O Pedro
da vinícola?
– Ele
mesmo. Não sei se você sabe, mas a Leia saiu da loja...
– Sim.
Ela se despediu de mim e da Ângela.
– Muito
estranho, por sinal. Você não achou, mamãe?
– Achei
sim, mas, enfim, o Pedro tinha falado isso já e nós resolvemos te promover
para a loja da Vinhos Albuquerque.
– Sério,
Regina? Não acredito. – surpreende-se Augusto.
– Sim,
Augusto. Você é o mais novo vendedor da loja.
– Nem eu
sabia dessa. Parabéns, amor. – parabeniza Ângela, beijando Augusto.
–
Obrigado, Regina. Não sei nem como agradecer.
– Só
fazer minha filha feliz.
– Então
já estou fazendo. – responde Augusto, rindo.
–
Augusto, já que você passa tanto tempo aqui, por que você não vem morar aqui? –
sugere Ângela.
– Morar
com vocês aqui?
– Sim.
– Ótima
ideia, filha. – comenta Regina.
– Mas eu
tenho os meus avós...
– Eles
estão cercados de pessoas bacanas na pensão, Augusto. Mas se você quiser, a
gente pode ver um apartamento pra eles aqui no prédio. – responde Ângela,
alegrando Augusto.
– Então,
Augusto, o que diz? – pergunta a mãe de Ângela.
– Aceito
então.
– Que
bom! Vamos comemorar! – festeja Ângela, abraçando o noivo.
Ângela
vai à cozinha e pega uma garrafa de vinho na geladeira. Ela enche três traças e
os três comemoram as novidades.
– Um
brinde ao futuro! – propõe Ângela.
– Ao
futuro! – falam todos juntos, brindando.
***
Na
delegacia de Pitenópolis, Jonas é chamado por um policial em sua cela.
– Jonas?!
– Oi, sou
eu. – responde Jonas, levantando o braço.
– Você
vai mudar de cela.
– Por
quê?
– Não é
da sua conta.
O
policial abre a cela, segura Jonas e o leva até a outra cela, onde Jorge está.
O policial abre a cela de Jorge e deixa Jonas lá, fechando a porta.
– Bom
convívio pra vocês. – fala o policial, saindo.
– Jorge?
– fala Jonas.
– Oi. Te
conheço. Você é o...
– Sou
Jonas, Jonas Melo.
– Ah,
acho que estou me lembrando de você. Você apareceu uma vez lá em casa
reclamando de um funcionário da Vinhos, né?
– Isso, o
Pedro. Lembra que falamos sobre igualdade de gêneros e tal?
– Ah,
lembrei melhor. Você reclamou que ele estava interferindo em discussões suas e
de sua esposa, não é?
–
Exatamente, e agora eles estão ficando. Foi só eu sair de perto que aqueles
safados já se pegam por aí.
– Isso é
uma pura safadeza. O que você fez pra estar aqui?
– Atirei
em um cara.
– Foi
para matar?
– Mais ou
menos. Eu estava bêbado então achei que era uma pessoa, e atirei, mas não era
bem essa pessoa.
– Poxa,
que azar.
– Pois é.
E você?
–
Sequestro, violência contra a mulher, agressão física,... É tanta coisa que
estão me acusando que nem sei mais direito.
– Eu não
aguento mais ficar aqui.
– Nem eu.
Tô pensando em fugir. Tenho uma cúmplice, a Leia, que vai me ajudar.
– A Leia?
– Sim, é
o nome dela. Você conhece ela?
– Claro.
Ela é amiga da minha esposa, mora lá em casa. Ela veio entregar uma carta do
meu filho recentemente.
– Ela me
visitou também. Ela está em Ravione esperando eu fugir daqui. Consegui esse
telefone pra me comunicar com ela. – fala Jorge, mostrando discretamente o
telefone, que está no seu bolso.
– Como
você vai fugir?
– Eu
tenho conversado com um amigo meu que está elaborando um plano mais detalhado.
A ideia central é que vamos colocar fogo na delegacia, e esse meu amigo vai
invadir aqui para abrir as celas de todos presos.
– Mas
será que ninguém vai sair ferido?
– O importante
é que os presos consigam fugir.
–
Entendi. E quando vai acontecer isso?
– Talvez
amanhã, depois, mas será ainda nessa semana. Não podemos esperar por muito
tempo.
–
Verdade. Tá difícil ficar aqui.
– Tá
mesmo. E olha que eu não estou há tanto tempo assim.
– Eu só
quero é sair daqui.
– Então é
isso que vamos conseguir.
Jorge
aperta a mão de Jonas, que faz o mesmo.
***
Após um
dia cansativo de testes, cenas e preparações na produção do filme de Kika Postrad,
os hóspedes e moradores retornam à pensão. Chegando lá, eles não encontram
Sofia. Álvaro, que estava na Vinhos Albuquerque, também chega à pensão.
– Cadê a
Sofia, gente? – pergunta Álvaro, vendo o rosto de aflição dos demais.
– Não sei.
A gente chegou e ela não tava mais aqui. – responde Cléo.
– Ela
deve ter saído. – comenta Josefina.
– Ah,
muito estranho. Ela teria avisado a alguém. – diz Álvaro.
– Vou
tentar ligar pra ela. – fala Hanna.
– Nem
precisa. O celular dela tá aqui no sofá. – responde Cléo, apontando para o
celular de Sofia, deixado no sofá da pensão.
– Será
que foi o Max? A Sofia tava com uma sensação estranha em relação a ele. –
comenta Álvaro.
– O que
ele ia querer com ela? – pergunta Tito.
– Ele
tinha um esquema de prostituição e tal. Foi por isso que ele veio daquela
primeira vez. É capaz de esse sumiço ter a ver com ele. – responde Álvaro.
– Onde
será que ela tá, Hanna? – pergunta Cléo.
– Sei lá.
Não tenho bola de cristal.
– Hanna,
você é uma gênia. Me deu uma ótima ideia. Podemos ver com a Mary Leh se ela
consegue ver onde a Sofia está pela bola de cristal dela. – propõe Cléo.
– Boa
ideia, Cléo. – diz Álvaro.
– Sério,
Cléo? Na casa da Mary? Você sabe que eu detesto aquela bruxinha! – fala Hanna.
– Hanna,
agora não é hora de discutir sua relação com a Mary. Temos que encontrar a
Sofia. – responde Cléo.
– Hanna,
você vem comigo? – pergunta Álvaro a Hanna.
– Sim, só
pela Sofia.
– Eu
também vou. – diz Cléo.
– Eu e o
Tito vamos ficar orando pela Sofia. – comenta Josefina.
– Tudo
bem. Até mais, gente. – fala Álvaro, saindo da pensão junto com Hanna e Cléo.
***
Já é
noite. Em Ravione, no horário falado por Bárbara, Jenny entra na Gaiola das
Panteras. Algumas dançarinas já estão dançando em cima do palco e outras
fazendo pole dance. Alguns homens estão sentados nas mesas, bebendo bastante e
paquerando as dançarinas. Jenny olha para Bárbara, que está no caixa, porém ela
aponta para uma mulher que está no palco principal, com pouca roupa. A mulher é
mais velha, morena, alta e seduz os homens. A irmã de Jenny aproxima-se do
palco principal e faz um sinal de que precisa falar com a mulher.
– Eu não
faço com mulher não, minha filha. – responde a dançarina.
– Não.
Preciso conversar com você. – fala Jenny.
A
dançarina desce do palco e vai a um canto, sendo acompanhada por Jenny.
– Você
que é a Cacau Rala Peito?
– Eu
mesma. Você quer conversar comigo sobre...
– Aninha
do Bordel.
– Quem é
você?
– Uma
conhecida dela.
– Vamos
ali pra fora.
Cacau e
Jenny saem da Gaiola das Panteras. Na área externa, Cacau é direta com Jenny:
– Eu não
sei nada sobre a Aninha.
– Ah sim.
– fala Jenny, entregando várias notas de cinquenta reais para Cacau – Lembrou de
algo?
– O que
você quer saber da Ana Paula?
– Será
que ela tem mais algum nome? Porque até agora são três: Hanna Curie, Aninha do
Bordel e Ana Paula Couto.
– Olha,
sem gracinha, por favor. Seja direta.
– Quero
saber direitinho dessa história da Hanna ter vendido o filho.
– Ih,
essa é das boas. Ela teve um filho com um cliente. Logo depois disso, ela foi
expulsa aqui, quando ainda era Boate Conga, então, para ter o que comer, ela
vendeu o filho.
– Pra
quem?
– Pra um
casal. A mulher tinha perdido o bebê deles ainda na gestação.
– Ah,
você lembra o nome deles?
– Não,
não tenho memória de elefante.
– E
memória fotográfica? – pergunta Jenny, mostrando, em seu celular, uma foto de
Pietro e Olga.
– São
eles. Você conhece eles?
– Sim. E
conheço o filho deles, que na verdade, é da Hanna. E quem é o pai biológico
dessa criança? Qual é o nome dele? – pergunta Jenny, deixando Cacau com uma
cara tensa.
***
Álvaro,
Cléo e Hanna chegam à casa de Mary Leh. Cléo toca a campainha. Mary abre a
porta.
– Vocês
aqui? – estranha Mary.
–
Precisamos da sua ajuda, Mary. – pede Álvaro.
– Entrem.
Álvaro,
Cléo e Hanna entram e se sentam no sofá.
– O que
aconteceu? – pergunta Mary Leh.
– A Sofia,
a minha namorada, sumiu. Queremos saber onde ela está. – responde Álvaro.
– Vocês
querem que eu veja isso na bola de cristal?
– Sim. –
responde Cléo.
– Como é
um caso de sumiço, não vou cobrar nada, mas só pela Hanna estar aqui, eu
deveria cobrar o dobro. – fala Mary, levantando-se,
Mary
senta-se em uma cadeira e observa a bola de cristal com um olhar penetrante.
Álvaro, Cléo e Hanna a observam. A irmã de Jenny fecha os olhos e depois os
abre lentamente. Ela consegue ver onde Sofia está.
– Ela
está com aquele casal que vocês me chamaram uma vez pra espantar da cidade, aí
o homem foi baleado... – conta Mary.
– O Max e
a Carmen! Então a intuição da Sofia acertou. Onde eles estão? – pergunta Álvaro.
– Em um
carro preto, na estrada que vai para a saída da cidade, em direção a Bulires. A
Sofia está dopada. – responde Mary.
– Ah,
senhor. Coitada da Sofia. – comenta Cléo.
–
Precisamos fazer algo imediatamente, Álvaro. – diz Hanna.
– Por que
vocês não vão na delegacia? – pergunta Mary.
– Eles
não vão acreditar na gente com a história da bola de cristal e tal. – diz Álvaro.
– Não
custa tentar. – comenta Cléo.
– Ok.
Obrigado, Mary. Você nos ajudou demais.
– De
nada, Álvaro. Histórias de amor me comovem.
– Vamos
parar de papo furado e vamos resolver isso. Cléo, você vai com a gente? – fala Hanna,
decidida.
– Não.
Vou voltar pra pensão.
– Tudo
bem. Então vamos logo, Álvaro. Não podemos perder tempo.
– Tchau,
Aninha. – provoca Mary.
– Tchau.
Passar bem. – responde Hanna, saindo da casa de Mary, junto com Álvaro e Cléo.
***
Saindo da
casa de Mary, Cléo volta à pensão, porém Álvaro e Hanna vão à delegacia. Eles
logo chegam lá. Quando entram, os dois procuram um policial, que está no balcão
de atendimento.
– Boa
noite. A minha namorada foi sequestrada por um bandido, que já foi namorado
dela, e ele está levando ela pra fora da cidade. – conta Álvaro.
– Você
tem certeza de que o sequestrador é o mesmo esse rapaz?
– Sim. A
bola de cristal mostrou isso.
– Você tá
me achando com cara de palhaço? Não sou criança pra acreditar em bola de
cristal não, cara.
– É
sério. A gente pode falar com a delegada?
– Deixa
eu ver com ela.
O
policial vai à sala da delegada e volta rapidamente.
– Ela vai
atender vocês dois. Só não demorem.
–
Obrigada. – agradece Hanna.
Álvaro e
Hanna entram na sala da delegada. Sabrina está sentada, com uma jaqueta de
couro preta e uma blusa azul.
– Boa
noite. Prazer, delegada Sabrina. – fala a delegada, cumprimentando Hanna e
Álvaro, com um aperto de mãos.
– Boa
noite, delegada. O policial contou a história da minha namorada?
– Sim.
Olha: se vocês tiverem brincando, saibam que isso dá cadeia. Se quiserem
abortar a brincadeira, podem sair daqui que não serão punidos.
– Não,
delegada. A Sofia foi sequestrada pelo Max Mattos e pela amantezinha dela,
Carmen. Eles estão em um carro preto saindo da cidade, indo pra Bulires. –
responde Hanna.
– Como
vocês podem provar isso?
– Eu sei
que é difícil acreditar, mas a Mary Leh viu na bola de cristal isso. Não me
pergunte como que ela vê isso, porque não sei. – fala Álvaro.
– Olha,
eu vou dar uma colher de chá pra vocês. Eu vou mandar uma equipe passar na
estrada principal de saída da cidade só para esclarecermos. Se eles encontrarem
algum carro preto, irão parar para ver. Qual é mesmo o nome desse homem?
– Max,
Max Mattos.
– Esse? –
pergunta a delegada, mostrando uma foto de Max, em seu computador.
– Ele
mesmo.
– Então
vamos esclarecer isso agora!
Sabrina
pega seu celular e sai por uns minutos de sua sala. Rapidamente, ela retorna.
– Pronto!
Eles vão ver isso!
***
Na
estrada principal de saída de Pitenópolis, que vai a Bulires, o carro preto em
que Max, Carmen e Sofia estão continua em alta velocidade. Max resolve dar uma pausa
em um bar.
– Carmen,
vou parar aqui rapidinho no bar pra comprar algo pra gente comer. Estou morto
de fome. – revela Max, estacionando o carro.
– Também
estou morrendo de fome. – fala Carmen.
O carro é
estacionado. Max sai dele e entra no barro. Carmen e Sofia esperam por Max
dentro do carro. Carmen olha pelo retrovisor do carro que dois carros de
polícia se aproximam, então ela não pensa duas vezes, senta-se no banco do
motorista e arranca com o carro, abandonando Max no bar.
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