Os carros
da polícia continuam perseguindo Carmen. A amante de Max dirige em altíssima
velocidade, fazendo também cortes bruscos e arriscados. Ao ser abandonado por
Carmen, no bar, Max é preso por policiais, que comunicam:
– O
senhor está preso por sequestro e formação de quadrilha. – avisam os policiais,
algemando Max.
– Mas eu
não fiz nada disso.
– Isso
você vai explicar pro juiz.
– Cadê
meu carro?
– Você
quer dizer: cadê minha amante e minha ex-namorada?
– Não, o
meu carro.
– Ah, ele
ganhou vida própria e tá fugindo dos nossos carros, o que só vai dificultar.
– Tá, tá.
– fala Max, sendo colocado no carro da polícia.
Max é
levado para a delegacia de Pitenópolis.
***
Em
Ravione, Cacau Rala Peito e Jenny continuam conversando.
– Fala,
Cacau. Quem é o pai dele? – pergunta Jenny.
– Eu não
lembro o nome dele. Ele era rico já, e estava iniciando um negócio novo.
– Que
negócio?
– Uma
empresa de vinhos artesanais.
– Calma.
A Vinícola Albuquerque?
– Isso
mesmo. Você conhece o pai do filho da Ana?
– Sim. A
Vinícola Albuquerque é muito conhecida, mas ele tá preso.
– Por
quê?
– Ele
sequestrou a ex-mulher e a filha, e quando todos moravam juntos, ele agredia as
duas sempre.
– Ah,
qual o nome dele mesmo?
– Jorge,
Jorge Albuquerque.
–
Lembrei! Mas ele está preso há muito tempo?
– Não tem
nem uma semana direito que ele tá preso.
–
Entendi. Agora eu tenho que trabalhar, Jenny.
– Ok.
Obrigada pela ajuda, Cacau. – fala Jenny, saindo da rua da Gaiola das Panteras.
Cacau
Rala Peito continua em frente à boate e liga para Hanna, porém ela não atende
– Ah, Ana
Paula. Toma cuidado com essa garota, amiga! Toma cuidado! – fala Cacau, para si
mesma.
***
Depois de
um dia cansativo de trabalho na vinícola Albuquerque, Pedro vai à casa de
Aurora. Ele toca a campainha, e ao ser atendido por Aurora, entra na casa.
Guilherme está sentado no chão da sala de estar, pintando alguns desenhos.
– Oi,
Guilherme. Tudo bem? – conversa Pedro.
– Tudo. –
responde Guilherme, cabisbaixo.
–
Aconteceu alguma coisa com ele, Aurora? – pergunta Pedro a Aurora.
– Ele
agora só fica com essa cara. Tá difícil, Pedro.
– É ainda
por causa do Jonas?
– É, o
Gui ainda sente muita falta do pai. Já falei várias vezes com ele sobre isso,
mas ele não entende.
– Deve
estar sendo bem difícil pra ele.
– É. O
que veio fazer aqui? Tava cheio de coisa pra fazer lá na vinícola.
– Vim
fazer um pedido.
– Qual?
– Gui, eu
gostaria de te pedir uma coisa. – fala Pedro a Guilherme.
– O que?
– Eu
posso me casar com a sua mãe? – pergunta Pedro, deixando Guilherme triste e
Aurora feliz e surpresa.
– Não
esperava, Pedro!
– E aí,
Guilherme?
– Ela que
escolhe. – fala Guilherme, saindo da sala.
– Ah, por
que você não me avisou isso antes, Pedro? Ele ficou chateado.
– Aurora,
foi uma surpresa. E se você quiser se casar comigo, teremos várias surpresinhas
juntos.
– Mas e o
meu filho?
– Ele vai
se adaptar.
– Não sei
não, Pedro. Ele tá resistindo muito.
– Eu não
sei o porquê. Eu sei tratei ele muito bem, como um filho que ainda não tive.
– Eu sei,
mas ele ainda não esqueceu do pai e parece que será difícil.
– Não
quero que ele esqueça o Jonas, mas ele não pode fazer assim comigo.
– Ele
acha que você quer substituir o Jonas e ele ainda tem a esperança de que o pai
vai voltar.
–
Entendo, Aurora, mas não vai ser por isso que irei desistir de me casar com
você.
– Claro.
– Mas
você ainda não me respondeu. Vamos nos casar?
– Deixa
eu pensar melhor.
– Tá, tá.
– responde Pedro, surpreendo ainda mais Aurora, com um beijo.
***
Após
várias gravações do filme sobre a vida de Kika Postrad, Olga e Pietro estão
sentados em cadeiras da cozinha de casa. Gustavo entra na cozinha.
– Boa
noite, mãe. Boa noite, pai. Como foram as gravações?
– Oi, meu
filho. Foram ótimas. E seu dia de trabalho? – fala Olga, entusiasmada.
– Foi
bom. Amanhã o Augusto começa lá.
– Quem é
esse? É aquele que tá andando com a Ângela Albuquerque por aí? – pergunta
Pietro, confuso.
– Ele
mesmo, pai. Ele é um cara maneiro.
–
Maneiro?! Ele era seu concorrente, meu filho, e você perdeu a Ângela pra ele. –
revolta-se Olga.
– Mãe, eu
vou ser bem sincero com vocês: eu nunca fui apaixonado pela Ângela, então não
fazia sentido eu me casar com ela ou fingir algo que nem existia.
– Claro
que fazia sentido. Ela é podre de rica. Se você já tivesse casado com ela,
estaríamos ricos a essa hora, viajando por aí. – diz Pietro.
– Vocês
são muito egoístas! E a minha felicidade? Dinheiro não é a melhor coisa desse
mundo não.
– Aff,
esse pensamento de comunista. Cruzes! Dinheiro é a melhor coisa sim, meu filho.
Caia na real. – comenta Olga, estressando-se.
– Olha,
mãe, não vou nem discutir.
– Quem
que fez isso com você, meu filho? Já sei: aquela bruxinha! – palpita Pietro.
– Não,
não tem a nada a ver com a Mary. E ela não é bruxa. Quantas vezes eu precisarei
dizer isso? A gente vai namorar.
–
Gustavo, se você for mesmo ficar sério com essa representante do diabo na
Terra, você não vai mais morar aqui. – decreta Olga.
– Por que
isso agora, mãe?
– Eu que
dito as ordens aqui nessa casa, então não quero você morando aqui enquanto
tiver de casinho com essa satânica.
– Ah,
vocês são muito preconceituosos. Eu vou arrumar um lugar pra morar. Fiquem
tranquilos. – fala Gustavo, saindo da cozinha e indo ao seu quarto.
Sozinhos
na cozinha, Olga e Pietro continuam conversando.
– Você
não acha que pegou pesado não, Olga?! – pergunta Pietro.
– Claro
que não, Pietro. Tô de saco cheio do Gustavo com essas baboseiras.
– Ah,
Olga, por favor, se controle. – fala Pietro, saindo da cozinha.
– Oh,
Pietro, volta aqui, seu moleque! – grita Olga, estressada ao ser ignorada.
***
Na
delegacia de Pitenópolis, Álvaro e Hanna continuam aguardando informações da
polícia. Eles estão sentados em cadeiras na sala da delegada Sabrina, que está
fazendo pesquisas em seu computador. Um policial entra na sala.
–
Licença. Delegada Sabrina, o Max Mattos foi preso. Ele está vindo pra cá.
– Pra cá?
– pergunta a delegada.
– Sim.
Ele foi preso ainda em Pitenópolis então mandaram ele pra cá.
– E a
Sofia? – pergunta Álvaro, preocupado.
– Bem, o
carro preto fugiu da polícia, mas ainda não sei se conseguiram pegar quem
estava lá.
–
Obrigada. Pode sair. Qualquer coisa venha nos avisar. – fala Sabrina ao
policial, que sai da sala.
– A gente
vai ficar aqui, delegada. Algum problema? – fala Hanna.
– Bem, eu
acho melhor vocês voltarem pra pensão e aguardarem novas informações. Ficar
aqui não vai resolver muito. O que vai acontecer é que vocês vão ficar com
ainda mais raiva do Max quando ele entrar aqui. – aconselha Sabrina.
– Então a
senhora pode nos avisar das notícias? – pergunta Álvaro.
– Claro.
Já tenho o número de vocês, então qualquer coisa eu ligo.
–
Obrigado, delegada. Vamos colocar juntos esses dois bandidos na cadeia. Agora
só falta a Carmen. – diz o advogado.
– Sim.
Até mais. – fala a delegada, abrindo a porta para Hanna e Álvaro, que saem.
***
O carro
preto dirigido por Carmen nas estradas de Pitenópolis continua correndo em
altíssima velocidade. Os carros da polícia já não perseguem mais a cúmplice de
Max. Ela estaciona em uma pousada bem antiga e pequena próxima à entrada de
Bulires. Carmen sai do carro, porém deixa Sofia dopada, vendada, amordaçada e
algemada no banco traseiro. Carmen entra na pousada, chamada ‘‘Aconchego de
Pitelires’’, já que está próxima a Pitenópolis e Bulires, na divisa das
cidades. O ambiente interno é pequeno. A recepção tem uma pequena mesa que
serve de balcão, dois sofás e três poltronas. Carmen dirige-se à recepcionista
e diz:
– Oi. Eu
quero um quarto com duas camas de solteiro.
– Ok.
Esse quarto sai por cem reais por dia. A entrada é meio dia e a saída é meio
dia também.
– Tá.
Então eu acerto na saída?
– Serão
quantos dias?
– Amanhã
já sairemos.
– Então é
cem reais mesmo. Você precisa pagar sessenta agora e depois quarenta.
– Toma! –
fala Carmen, dando uma nota de cinquenta e uma de dez reais para a
recepcionista.
– Tudo
certo. O café da manhã é das sete até as dez. Aqui está a chave. O apartamento
é o vinte e um. – diz a recepcionista, entregando uma chave para Carmen.
– Obrigada.
– responde Carmen, voltando ao carro.
De volta
ao carro, a bandida tira Sofia do banco traseiro. Ela tira as vendas e o pano
que está na boca da namorada de Álvaro, porém ainda deixa as algemas. Para não
causar desconfiança, Carmen coloca uma manta sobre Sofia, escondendo as
algemas. Carregando Sofia, Carmen entra novamente na pousada, porém é parada
pela recepcionista.
– Oi. Ela
está doente? – pergunta a mulher.
– Só um
pouco. Ela bebeu além da conta e está de ressaca.
– Ah sim.
Se precisar de algo, só chamar.
–
Obrigada. – responde Carmen, que continua a andar com Sofia.
As duas
chegam ao quarto. Ele é pequeno, com duas camas de solteiro simples, uma
pequena cômoda, uma mesa e um espelho, além do banheiro. Sofia é amordaçada
novamente, por Carmen. Ao acordar, Sofia fica assustada, transtornada e tenta
tirar a mordaça e as algemas.
– Olha
aqui: acho melhor, Sofia, você ficar pianinho comigo, porque eu sou pior do que
o Max. Eu te apago agora mesmo, mas antes te faço sofrer muito, sua cadela.
Sofia chuta
a canela de Carmen, que cai no chão, mas logo se levanta, antes de Sofia pegar
as chaves do quarto que estão numa mesa no quarto.
– Você é
mesmo uma cadelinha, né? Fica na tua! – reclama Carmen, dando um tapa na cara
de Sofia.
Sofia
tenta bater em Carmen, mas a cúmplice de Max revida com bastante força na
moradora da pensão de Hanna Curie. Carmen dá vários tapas e socos em Sofia,
além de chutá-la, já caída no chão. Após tantas agressões, Carmen pega uma
tesoura e corta os negros e longos fios do cabelo de Sofia. Ela fica com um
cabelo bem curto, na altura do ombro e cheio de falhas. A namorada de Álvaro
chora muito, enquanto Carmen ri.
***
A
delegacia de Pitenópolis está bem vazia, porém sua entrada está repleta de
policiais armados, que aguardam a chegada de Max Mattos. Um carro da polícia
aproxima-se da delegacia, com escolta de outros dois carros. Max é levado até
sua cela por um policial. Chegando lá, ele é colocado na mesma cela de Jorge
Albuquerque e Jonas. Max encara Jonas e se lembra que foi ele que atirou no
ex-namorado de Sofia.
– Foi
você que atirou em mim, né? – pergunta Max para Jonas.
– O que
você tá fazendo aqui? – pergunta Jonas.
–
Sequestrei minha ex-namorada.
– Eu tô
aqui até agora por sua culpa, sua safado. Meu filho tá sofrendo longe de mim.
– Eu não
ia deixar uma pessoa que quis me matar impune.
– Mas não
foi minha intenção. Eu confundi você com outra pessoa.
– Ah, sei
muito bem. Não se finja, por favor.
– Olha,
se você não quiser acreditar, não tô nem aí.
– Vamos
parar de discussão de mulherzinha, por favor. – interfere Jorge.
– Você
é... – diz Max.
– Jorge,
Jorge Albuquerque.
– Ah,
você é um dos donos daquela vinícola?
– Sim, eu
mesmo.
– Por que
você tá aqui?
–
Sequestro também, mas sequestrei minha filha e a minha esposa, além dessa nova
palhaçada chamada Lei Maria da Penha.
– Ah,
isso é uma palhaçada. – comenta Max.
– Enfim,
a gente tem um plano pra fugir daqui. – diz Jorge, em tom baixo.
– Me
explica. Quero sair daqui logo pra encontrar a Carmen. – fala Max.
– Então, eu
tenho uns caras que irão nos ajudar. Eles colocarão fogo aqui na delegacia, e
um deles irá invadir as celas de todos os presos pra soltar a gente, menos
aqueles que não tiverem do meu lado. Depois, a gente vai pra Ravione. Eu tenho
uma amiga, a Leia, que está esperando a gente lá. – narra Jorge.
– Ótimo
plano, mas e se alguém ficar esquecido aqui?
– Ninguém
vai ficar. Tenho certeza absoluta disso.
– Ok. E
depois o que faremos?
– Então,
de Ravione cada um seguirá seu rumo. Quem quiser continuar a fugir comigo, só
acompanhar.
–
Entendi. Tô dentro. – fala Max, apertando a mão de Jorge.
***
A noite é
calma nas ruas de Pitenópolis. Poucas pessoas circulam, porém algumas conversam
na praça. A noite logo passa e a manhã chega rapidamente. Na pensão de Hanna
Curie, Tito está andando pelos corredores, até que escuta o celular de Josefina
tocando. O aposentado vai até o celular e o atende.
– Alô?
Bom dia. – fala Tito.
– Bom
dia. Dona Josefina Silva?
– Eu sou
o marido dela. Quem é?
– É da
clínica ‘‘Corpos’’. O exame dela já está pronto.
– Qual
exame?
– A
mamografia, que ela fez recentemente.
– Ah,
sim, a mamografia. Vou então falar para ela passar aí, certo?
–
Perfeito. Obrigada. Tenha um bom dia.
– Você
também. – fala Tito, desligando o telefone.
Josefina
observa Tito colocando o telefone dela de volta onde estava e questiona:
– Estava
mexendo no meu celular, amor?
– Jose,
que mamografia é essa que você não me contou? – pergunta Tito, deixando
Josefina paralisada.
– Ah,
Tito, eu não queria te preocupar.
– Deixa
disso, Josefina. A gente se conhece há anos. Você não pode esconder a sua saúde
de mim.
–
Desculpa. – fala Josefina, chorando um pouco.
– Você
está com alguma doença?
– Não,
fiz esse exame porque estava sentindo dores nos seios.
– Nós
vamos pegar juntos esse exame. – diz Tito, segurando a mão de Josefina.
– Isso!
Juntos. – confirma Josefina, beijando seu amado.
***
Ainda é
cedo, porém Hanna Curie e sua prima Cléo já estão na praça de Pitenópolis. As
duas estão sentadas em uma das mesas da praça e seguram cartas de tarô e uma
falsa bola de cristal. As primas anunciam suas previsões, porém não atraem
ninguém, até que as irmãs Keyla e Neyla, do filme sobre Kika Postrad, chegam.
As atrizes falam com Hanna e Cléo:
– Bom
dia. Vocês são videntes? – pergunta Neyla.
– Sim.
Nós fazemos previsões, trazemos a pessoa amada, várias coisas,... – responde
Hanna.
– Eu
quero saber sobre meu futuro nas cartas. – fala Neyla.
– Que
bobeira isso, Neyla. Você acredita nessas macumbas? – comenta Keyla, com olhar
arrogante.
– Ah,
Keyla, não enche meu saco.
Hanna
finge estar analisando as cartas com seriedade e logo acaba.
– Já
acabou? – pergunta Keyla.
– Sim. As
cartas disseram que seu futuro é promissor, Neyla, mas que você tem pedras no
seu caminho que é melhor você tirar dele antes que seja tarde.
– Que
pedras? – pergunta Neyla.
– Pessoas
que te incomodam e deixam você no retrocesso. Se liga nessa dica!
– Ah,
acho que entendi. Obrigada, Hanna. Aqui está. – fala Neyla, entregando o
dinheiro a Cléo.
Neyla e
Keyla se afastam das primas, que começam a receber novos clientes.
***
Também na
praça, as gravações do filme sobre Kika Postrad continuam. Clóvis, o diretor,
reúne sua equipe, com a ajuda de Kika, e dá um aviso:
–
Pessoal, não podemos demorar mais tempo nas gravações. Se demorarmos, esse
filme não vai sair nunca!
– Isso
mesmo, Clóvis. Vocês estão recebendo pra isso, então, galera, por favor, vamos
lá! – fala Kika, estimulando a equipe, que aplaude.
Clóvis e
os responsáveis por filmar se posicionam numa rua ao lado da praça, e Olga e
Pietro chegam.
– Vocês
estão atrasados! Bora! – grita Clóvis.
Olga e
Pietro começam a gravar a cena deles, após o grito ‘‘Ação’’ de Clóvis.
– Ah,
Israel, cadê a Kika? – interpreta Olga.
– Corta!
– grita Clóvis, interferindo – É Iraque, Olga. Tá confundindo nome também?!
– Aff.
Por que colocam o nome da pessoa de Iraque? – pergunta Olga, indignada.
– O nome
do meu pai era Iraque, Olga. Faz direito. – fala Kika, que observa de longe.
– Ah,
Iraque, cadê a Kika? – pergunta Olga, atuando.
– Não
sei, querida. Essa menina é da pá lixada. – fala Pietro, também atuando.
– Corta!
Meu Deus! É pá virada. O que é uma pá lixada? – pergunta Clóvis, muito
irritado.
– Sei lá.
– responde Pietro.
– Olga e
Pietro, nos poupem dessa porcaria. Vão ensaiar isso direito. – ordena Kika,
fazendo que Olga e Pietro saiam da área da cena.
– Mary,
vem gravar a sua! – chama Clóvis.
– Já tô
aqui, Clóvis! – responde Mary.
– Vamos
começar, Mary. Não se esqueça que você precisa ser séria. Sua personagem é uma
beata, que vai à igreja sempre. – fala Kika.
– Ação! –
grita Clóvis.
– Ah,
senhor, meu bom Deus, o que será que aconteceu com a Kika? Ela foi mais que uma
aluna, foi uma segunda filha. Aquela menina era tão boa, meu louvado. Espero
que ela esteja bem, santíssimo. E que nada ruim ocorra com essa menina, meu
senhor. – interpreta Mary.
– Corta!
Para de exagerar, Mary.
– Ficou
horrível! Todos terão dez minutos pra ensaiar. Tá tudo muito ruim. – fala Kika,
insatisfeita.
***
No
apartamento em que vive com Regina e agora com Augusto, Ângela anda de um lado
para o outro, falando para si mesma, em tom baixo de voz:
– Ah,
será que eu devo fazer? – pergunta Ângela, olhando para um exame de farmácia de
gravidez. – Ah, vou fazer!
Ângela
vai até o banheiro. Regina e Augusto ainda estão dormindo. Minutos depois, ela
retorna à sala. O exame dá positivo e ela fica muito feliz.
– Ah, que
bom! Um filho! Uma vida dentro de mim! – comemora Ângela, emocionada.
Augusto e
Regina acordam e vão até a sala de estar, e veem Ângela comemorando.
– Está
comemorando por que, Ângela? – pergunta Augusto.
– Estou
grávida!
– Que
bom, minha filha! Vou ser vovó! Que felicidade. – também comemora Regina.
– Um
filho nosso era meu maior sonho, Ângela. Que bom que vamos realizar. –
emociona-se Augusto, dando um beijo em Ângela.
– Temos
que comemorar! Vou fazer panquecas então! – conta Regina, feliz.
– Uhul!
Panquecas! – festeja Ângela.
Os três
comemoram a notícia e comem as panquecas de Regina.
***
Na cela
da delegacia de Pitenópolis, Max e Jorge conversam, já que Jonas dorme.
– Você
disse que tem uma pessoa que vai nos ajudar, né? – pergunta Max.
– Sim. A
Leia. – responde Jorge.
– Eu
tenho uma pessoa que pode nos ajudar.
– Quem?
– A
Carmen. Eu vim parar aqui porque eu e ela sequestramos minha ex-namorada, mas
eu fui pego pela polícia e ela continua fugida com a Sofia.
– Ótimo.
Você sabe onde elas podem estar?
– Ela não
iria pra tão longe sem ter comandos meus. Deve estar em Bulires, no máximo.
–
Perfeito. Ligue pra ela e peça pra ela encontrar com Leia Peixoto, lá em
Ravione.
– Tá, mas
onde que elas podem se encontrar?
– Fala
pra ela o endereço: é a rua Mia Couto, número 301, no centro de Ravione. Vai!
Liga pra ela! – fala Jorge, entregando seu celular discretamente para Max.
– Tá.
Max disca
discretamente o número de Carmen. Ela atende.
– Alô? –
pergunta Carmen.
– Oi
Carmen. É Max. Tenho que ser direto: você vai se encontrar com uma cúmplice do
pessoal aqui da cadeia. A gente vai fugir ainda hoje, por isso vá lá pra
Ravione. A Leia está na rua Mia Couto, casa 301, no centro.
– Tá,
Max. E a Sofia?
– Leva
junto. Vocês tão onde?
– Na
divisa entre Pitenópolis e Bulires, numa pousada.
–
Perfeito. Até mais. Te amo. – fala Max, desligando o telefone.
***
Após
saírem da pensão, Tito e Josefina chegam à clínica onde Josefina faz a mamografia.
Eles vão até a recepcionista, que os encaminha a uma sala. Lá, eles entram e o
médico já está sentado, aguardando-os.
– Oi,
dona Josefina. O senhor é... – diz o médico.
– Tito,
marido dela. – apresenta-se Tito.
– Então,
doutor, qual é o resultado do exame?
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