CENA
01/ MANSÃO SCHULTZ/ SALA/ INT./ NOITE
Continuação imediata do capítulo anterior. Arlan
diante de Aléxya e Magnus.
ARLAN – Aléxya?! – diz surpreso ao ver
sua ex ali.
ALÉXYA – Surpreso em me ver Arlan?!
ARLAN – Eu não acredito que você veio
até aqui só pra me procurar.
ALÉXYA – (grita) Eu vim resolver o
problema da nossa relação, Arlan. Depois de tudo o que aconteceu a gente tem
muita coisa pra conversar, pra acertar... Além do mais, vim também te perdoar
por tudo o que você vez. - diz a moça descaradamente.
ARLAN – Me perdoar?!
Aléxya
acena que sim. Arlan retruca:
ARLAN – Perdoar o que Aléxya? Você que
deveria pedir perdão a mim após ter contratado aquele detetive pra ficar na
minha cola. Deveria pedir perdão por ter desconfiado da minha fidelidade para
contigo. E vem tu a mim dizendo que veio me perdoar? – irritado.
ALÉXYA – (fala histericamente) Arlan é
jeito de falar comigo? Poxa, eu deixo São Paulo, venho até o Rio pra te
encontrar, pra te perdoar por tudo o que você fez e é assim que sou tratada?
Arlan
retruca:
ARLAN – Deveria ter ficado lá. Agora dá
licença que tenho que sair. Tenho assuntos importantes a resolver.
ALÉXYA – Você não vai a lugar algum! –
grita.
ARLAN – Quem é você pra de dar ordens? –
grita ainda mais forte.
ALÉXYA – Sou tua noiva. A mãe dos teus
futuros filhos/
Irritado,
Arlan diz:
ARLAN – Aléxya vou deixar uma coisa bem
claro pra você e pra todos que estão aqui – referindo-se ao Mister Schultz, a
empresada da mansão, Magnus e mais dois seguranças – Eu e você não temos mais
nada me comum. Acabou! Acabou! Acabou! Bota isso na tua cabeça. Eu terminei com
você!
ALÉXYA – Você não pode terminar comigo.
Você me ama! – grita aos prantos.
Arlan
arremata:
ARLAN – Eu nunca te amei Aléxya. Nunca!
– diz antes de deixar o local.
Todos que
acompanharam de camarote a cena ficam chocados. Magnus a consolar Aléxya nos
braços aos prantos.
CENA
02/ MANSÃO SCHULTZ/ EXT./ NOITE
Arlan deixa
a mansão Schultz e vai em busca de sua felicidade: Alyne Sax.
CENA
03/ CASA RUBINA/ SALA/ INT./ NOITE
Alyne
conversa freneticamente com uma amiga pelo celular. Ela ouve a campainha tocar
e sai pra atender. Ao abrir a porta, a moça dá de cara com Arlan sorridente em
sua frente:
ALYNE – Você?! – diz surpresa.
Suspense.
CENA
04/ FLAT POLLO/ SALA/ INT./ NOITE
Ivo diante
de Pollo a concluir uma conversa.
IVO – Infelizmente Pollo, sou gay. Tentei gostar de mulheres, mas foi inútil.
Só sinto desejo sexual por homens. Isso me torna um caso especial em vários
sentidos, dentro da família, com os colegas… Não tenho culpa de ser assim, não
gostaria que fosse assim, mas é a realidade. Por vezes culpo minha mãe por ter
gerado um viado e não um cara normal. Culpo a ausência de um pai que nunca
tive. Culpo a Deus por ter me feito assim... Gostaria de saber como os outros
gays vivem. Como é a vida social deles. Passo a minha vida trancado em casa, a
não ser nos dias em que vou a universidade. Me sinto sujo. Enfim Pollo, minha
vida é um inferno!!! E sem solução.
POLLO – Ivo, sei bem como é isso.
IVO – Sabe?
POLLO – Claro que sei. Eu também sou gay
e já passei por isso tudo... Acredito que todo homem que se descobre
homossexual passa por esse inferno... Sabe Ivo, de primeiro eu não me
aceitava... Eu não queria isso pra mim... Queria mudar a todo custo essa minha ORIENTAÇÃO, e foi através de várias
tentativas inúteis que percebi que não podia mudar isso. Muita gente acha que
ser gay é uma opção, mas não é. Ser gay ou homossexual é uma orientação... Nós
sabemos que não optamos em ser assim, simplesmente nascemos assim. Ser gay é
ser como eu e como você! – respira fundo de continua – Ivo eu gosto muito de
você, e quero poder te ajudar nesse “inferno” como você mesmo disse. Me deixa
te ajudar a te fazer entender o que é ser gay.
Poder te apresentar o lado “bom” de ser gay. A te aceitar como gay.
Após toda
aquela argumentação, ambos se abraçam emocionados.
CENA
05/ CASA RUBINA/ SALA/ INT./ NOITE
Alyne
convidou Arlan para entrar em sua simples casa. Sentados no sofá, ambos
conversam.
ALYNE – Aceita um copo d’água?
ARLAN – Não obrigado. – fala
educadamente.
ALYNE – Tudo bem... Arlan, eu ainda não
entendi, o que veio fazer aqui?
Arlan
levanta-se e diz:
ARLAN – Eu vim te fazer um convite.
ALYNE – Convite? – diz interessada.
ARLAN – Não é bem um convite e sim um
pedido.
ALYNE – Então o que está esperando?
Faça-o.
Arlan
ajoelha-se diante de Alyne e diz completamente emocionado:
ARLAN – Depois daquela confusão toda na
casa do mister Schultz, a história do suco, depois de te beijar algumas vezes,
eu não consigo tirar você da cabeça. Estou aqui hoje te pedido em namoro...
Alyne namora comigo?
Silêncio.
ABERTURA
DA NOVELA
TEMPO DEPOIS...
RIO
DE JANEIRO - RJ
CENA
06/ CASA RUBINA/ SALA/ INT./ NOITE
Após ter
sido pedida em namoro por Arlan Berganttini, Alyne Sax escreveu a primeira
anotação em seu diário:
“Querido diário: Dias atrás conheci o homem com
quem vou me casar.”
Rubina
diante da filha:
RUBINA – Esse Arlan te faz um bem danado
não é minha filha?
Alyne
sorrir e responde:
AYLNE – Mãe, nunca me senti tão bem ao
lado do Arlan. Eu sinto uma energia tão boa ao lado dele. Ele me faz tão bem.
Eu o amo muito.
RUBINA – Ele também te ama muito Alyne.
Eu vejo isso nos olhos dele. Mas você ainda não me disse, já marcaram a data do
casamento de você?
Alyne
responde e diz:
ALYNE – Sim. Eu e o Arlan já marcamos a data
para o nosso casamento.
RUBINA – Vocês já procuraram um juiz de
paz para casar?
ALYNE – Não. Arlan quer apenas um
casamento formal. Vamos no casar na Capela Nª Senhora Das Graças.
RUBINA – E quando vai ser?
ALYNE – Daqui a três semanas.
SÃO
PAULO - SP
CENA
07/ MANSÃO KUHN/ SUÍTE ÔNIX/ INT./ NOITE
Ônix a
conversar com Arlan pelo aparelho celular:
ÔNIX – Arlan, onde você anda que não
deu mais notícias?
ARLAN – Desculpa por só ligar agora,
Ônix! Muita coisa andou acontecendo nas últimas semanas, mas está tudo bem.
ÔNIX – Isso significa dizer que você
voltou atrás. Está com a Aléxya de novo.
ARLAN – Não. Muito pelo contrário.
ÔNIX – Como é? – fala histericamente.
ARLAN – Ônix depois que terminei tudo
com a Aléxya acabei conhecendo aqui no Rio o amor da minha vida com quem vou
casar dentro de algumas semanas.
ÔNIX – Como é, quer dizer que você
abandonou de vez nosso plano? O plano de roubar milhões do Magnus?
ARLAN – Exatamente!
ÔNIX – Ficou maluco exu?! – grita pelo
celular histericamente – me diz uma coisa, essa tua noiva é milionária?
ARLAN – Não, ela não nem rica muito
menos milionária. Ela é humilde. Veio de uma família pobre, mas o que importa é
que pela primeira vez na minha vida me apaixonei de verdade por alguém.
ÔNIX – Pelo amor da santa, você ficou
maluco?! – grita histericamente – Trocou a Aléxya por uma pobretona suburbana
que não tem onde cair morta! Arlan, pobreza pega sabia? Arlan você perdeu a
cabeça?!
ARLAN – Perdi a cabeça pela Alyne.
ÔNIX – Alyne? Nome de pobre! Arlan, me
escuta você não pode se casar com essa pobretona. Você tem que casar com a
Aléxya, com ela você sai ganhando. Não faz essa besteira de se casar com uma
suburbana. Eu não admito isso!
ARLAN – Não perguntei se você concorda
com meu casamento com ela. Além do mais eu/
ÔNIX – Não fala nada! Você enlouqueceu
de vez.
Irritado
com as burrice de Arlan, Ônix desliga o celular.
ÔNIX – Eu tenho que fazer o Arlan
reatar com a Aléxya! E rápido! – diz pra si mesmo.
Selim entra
logo em seguida:
SELIM – Doutor Ônix?!
ÔNIX – Entre Selim. Entre e sente-se. Espero
que tenha trazido ótimas novidades horrorosas a respeito do Ângello.
O matador
de aluguel sorrir sarcasticamente. Inclina-se na mesa para Ônix e arremata:
SELIM – Fiz do jeito que o senhor me
ordenou.
ÔNIX – Perfeito!
Selim
retira algo de bolso e entrega pra Ônix:
SELIM – Como também havia me pedido,
aqui está o dente do anta do Ângello.
ÔNIX – Perfeito! – ele retira um
envelope recheado de dinheiro e entrega a Selim – Aqui está sua recompensa. Fez
um ótimo trabalho.
RIO
DE JANEIRO - RJ
MAIS
TARDE DAQUELA MESMA NOITE...
CENA
08/ CASA RUBINA/ COZINHA/ INT./ NOITE
Arlan,
Alyne e Rubina sentados à mesa.
ARLAN – Está tudo preparado – informou
Arlan a Alyne – Já tomei as providencias necessárias para a recepção do nosso
casamento meu anjo! Quase todos aceitaram nosso convite.
Ansiosa
para o grande dia, Alyne sentiu um pequeno calafrio percorrer seu corpo.
ALYNE – Mal posso esperar, meu amor.
Os dois se
beijam apaixonadamente.
SÃO
PAULO - SP
CENA
09/ MANSÃO SCARION/ SALA/ INT./ NOITE
Magnus
diante de Máxima:
MAGNUS – E a Aléxya? Como ela tá?
MÁXIMA - A tua filha tá lá, trancada no
quarto. Sem beber, se comer a um bom tempo. Isso tudo depois que o Arlan
terminou com ela lá no Rio. Só vive trancada no quarto. Não faz outra coisa além
de chorar. Hoje mesmo aquela amiga dela, a Samya, teve aí, mas a Aléxya acabou
expulsando-a. Disse que não queria ninguém por perto. Queria fica só.
MAGNUS – Coitada da minha vida! Sofrendo
por amor...
MÁXIMA – Não foi falta de aviso. Sempre
soube que aquele canalha do Arlan não prestava. Quantas vezes disse que o Arlan
não era homem suficiente pra nossa filha? Inúmeras vezes, mas ninguém me dava
ouvidos.
MAGNUS – Máxima, já vem você de novo!
Máxima se
cala.
MAGNUS – Eu vou ver a Aléxya. – Diz o empresário
subindo as escadas.
CENA
10/ MANSÃO SCARION/ SUÍTE ALÉXYA/ INT./ NOITE
Magnus
entra na suíte e encontra Aléxya, aos prantos, jogada na cama.
MAGNUS – Aléxya minha filha. Tudo bem?
ALÉXYA – Bem? O Arlan termina comigo e o
senhor pergunta se estou bem? É claro que não né pai. Eu nunca sofri tanto
quanto estou sofrendo.
MAGNUS – Sinto muito minha filha.
ALÉXYA – Estou completamente decepnionada
com o Arlan.
Magnus
senta na cama da filha e diz:
MAGNUS – É não é apenas você que está
decepcionado com o Arlan, Aléxya. Eu também estou muito decepcionado com ele.
De repente,
Aléxya tem uma ideia de como trazer o Arlan de volta.
ALÉXYA – Pai eu sei como podemos trazer o
Arlan de volta.
MAGNUS – Como minha filha?
ALÉXYA – Eu tenho uma ideia. É o
seguinte, o senhor vai até o Rio e...
Aléxya
começa a explicar (fora do áudio) sua “plano” ao pai.
CENA
11/ FLAT POLLO/ SALA/ INT./ NOITE
Pollo a
preparar a aula para amanhã. Ele ouve alguém batendo à porta. Ao atender dá de
cara com Ivo.
POLLO – Ivo! Que surpresa! Entra.
Ivo entra.
POLLO – Senta. Mas não repara da
bagunça. Eu estava preparando a aula pra amanhã.
IVO – Pollo, eu preciso falar com
você!
Pollo
percebe o tom sério de Ivo.
POLLO – Aconteceu alguma coisa?
IVO – Sim, eu preciso que me responda
uma coisa.
Pollo
começa a ficar preocupado:
POLLO – O que é então?
IVO – Eu beijo bem?
Pollo
estuda a situação por um momento:
POLLO – Como é?
IVO – Não, esquece. Eu não devia ter
vindo até aqui. – diz dando meia volta antes de deixar o flat.
Pollo puxa
pelo braço Ivo para junto de se e diz:
POLLO – Tá brincando né? Você beija
super bem. – e logo rouba um beijo apaixonado do estudante.
CENA
12/ MANSÃO SCARION/ SUÍTE ALÉXYA/ INT./ NOITE
Magnus
diante de Aléxya:
MAGNUS – Filha, mas que ideia fantástica.
Tenho certeza que com ela teremos o Arlan de volta.
ALÉXYA – Então, o senhor topa?
MAGNUS – Claro. Amanhã mesmo estou indo
ao Rio me encontrar com o Arlan. Tenho certeza que ele não irá ceder a minha
proposta. Logo logo você terá seu noivo de volta.
Eufóricos,
pai e filha se abraçam.
CENA
13/ FLAT POLLO/ SALA/ INT./ NOITE
Ivo foi até
o flat de Pollo tirar uma “dúvida”, se ele beijava bem ou não. E os dois
acabaram aos beijos.
POLLO – Ivo... – fala interrompendo o
beijo.
IVO – Não fala nada. Apenas me beija.
POLLO – Ivo, você tem certeza que quer
isso?! Da última vez você saiu daqui enfurecido e/
Ivo
interrompe o professor universitário e diz:
IVO – Eu pensei bem nessas últimas
semanas depois daquela nossa conversa e percebi que eu precisava, assim como
você, me aceitar do jeito que sou. Pollo, confesso que não é nada fácil se
aceitar assim, mas com o tempo eu vou vencendo esse meu preconceito e aceitando
minhas diferenças.
Aquelas
palavras são músicas para os ouvidos de Pollo.
POLLO – Fico muito feliz por você Ivo.
Muito mesmo.
E os dois
voltam a se beijar e acabam na cama.
NO
DIA SEGUINTE:
CENA
14/ GRUPO KUHN/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA
Ônix chega
à empresa e não encontra Monique na recepção.
ÔNIX – Mas onde será que aquela perua se
meteu?
Monique
chega logo em seguida.
ÔNIX – Está atrasada! – grita.
Monique
tenta se explicar:
MONIQUE – Doutor Ônix eu posso explicar:
Eu acabei perdendo meu ônibus e/
O filho de
Orlando interrompe a recepcionista e diz:
ÔNIX – Eu odeio explicações.
Principalmente vinda de uma recepcionista de merda como você!
Humilhada,
Monique começa a chorar:
ÔNIX – Não adianta de se fazer de
coitadinha, porque o único coitado que tem aqui sou eu. Para de chorar exu! –
grita.
Monique
tenta conter as lágrimas enquanto Ônix continua a humilha-la:
ÔNIX
– Sabe Monique Braz – sendo sarcástico – eu devia te demitir depois de tudo o
que você fez.
MONIQUE – Mas o que foi que eu fiz?
ÔNIX – Calada! – grita.
Monique se
cala, Ônix continua:
ÔNIX – Sabe Monique, há uma coisa que
odeio mais do que uma simples empregada – momento de silêncio – uma simples
empregada fofoqueira, tipo você minha cara criaturinha irritante. Agora me
responde, porque falou praquele detetive de merda sobre a discursão que tive
com o Egídio?
A imagem congela em Monique.
FIM DO CAPÍTULO
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