CENA
01/ MANSÃO KUHN/ SALA DE JANTA/ INT./ DIA
Continuação imediata do capítulo anterior.
ALYNE – Eu não te contei... Semanas
antes do meu casamento com o Arlan, descobri que estava esperando um filho
dele. E só decidi contar a novidade durante a nossa festa de casamento, o que
não veio a acontecer. O Arlan havia viajado de última hora e não tive tempo pra
contar que teríamos um filho juntos. Dias se passaram e eu não tinha notícias
dele, isso porque ele estava em sua lua de mel com a outra, a Aléxya. No dia
seguinte, saiu em tudo que é jornal e revista de fofoca sobre o casamento
milionário entre eles. Foi então que tudo veio à tona e descobri que havia sido
traída pelo grande amor da minha vida. Aquilo doeu demais... Passei dias
trancada no meu quarto me derretendo em lágrimas e mais lágrimas. Não queria
sair pelas ruas. Tinha vergonha de mim mesma. Até que um dia, fui praticamente
forçada a sair. Mas não a passeio ou coisas do tipo, e sim porque precisa ir ao
médico após um “acidente domestico”. Tive uma grande tontura e acabei
desmaiando. Acordei no hospital. Estava tudo bem comigo, diferentemente do
bebê.
ORLANDO – Você...
ALYNE – (relutante) Eu o pedir com a
queda. – emocionada – Enfim, eu não quero mais falar sobre isso. Dói muito
perder um filho.
ORLANDO – Filho esse que o Arlan não sabia
que “viria” a existir. Isso porque você não o conto.
ALYNE – Ele não precisava saber que
teria um filho dele. Até porque, ele mesmo iria constituir uma família com a
Aléxya. Seria mais feliz ao lado dela. A filha de um grande milionário bastante
conhecido. – ela respira fundo e diz – Enfim... É isso! E por isso, Orlando, eu
preciso me vingar do Arlan. Como já havia dito antes, eu preciso vingar a morte
do meu filho. Não há ninguém que me impeça disso. Ninguém. – arremata.
ORLANDO – Alyne meu amor, sinto muito ter
que dizer isso, mas, você está acusando o Arlan de ter... como eu posso
dizer... “matado” (não seria a palavra certa, pensa Orlando) o seu filho?
ALYNE – Isso mesmo! – atesta – E
justamente por isso irei me vingar dele.
ORLANDO – E como você pretende se vingar
do Arlan?
ALYNE Eu tenho os meus segredos. –
arremata em alto e bom som.
Suspense.
CENA
02/ MANSÃO SCARION/ SALA DE JANTA/ INT./ DIA
Todos
(Magnus, Aléxya, Máxima e Arlan) reunidos à mesa do café da manha na mansão
Scarion. Edith, a empregada da mansão, entra em cena e diz:
EDITH – Doutor Magnus?
MAGNUS – Sim Edith. – responde o
milionário.
EDITH – O doutor Ônix está lá na sala.
Quer muito falar com o senhor.
ARLAN – O Ônix está aí? – pergunta
surpreso.
A empregada
faz que sim com a cabeça.
MAGNUS – Eu vou até lá ver o que ele quer
comigo. Será que aconteceu alguma coisa? – diz empresário deixando a mesa.
CENA
03/ MANSÃO SCARION/ SALA/ INT./ DIA
Ônix diante
de Magnus.
ÔNIX – Eu sinto muito atrapalhar o seu
café em família Magnus, mas eu preciso de sua ajuda.
MAGNUS – Ajuda? Aconteceu alguma coisa
meu rapaz? – preocupado.
ÔNIX – O papai voltou a me expulsar de
casa. Eu queria saber se há algum problema se eu voltasse a me refugiar por
algum tempo aqui.
MAGNUS – Claro que não. Ônix meu filho,
você será sempre bem vindo nesta casa. Mas, me assusta muito as atitudes do seu
pai. Essa já é a segunda vez que ele te expulsa de casa e creio eu que seja sem
motivos. Você é um excelente rapaz. Pode ficar por aqui o tempo que quiser.
ÔNIX – Obrigado doutor Magnus. Eu não
aguentava mais ser humilhado pelo papai. – se fazendo de coitadinho.
CENA
04/ MANSÃO SCARION/ SUÍTE VISITA/ INT./ DIA
Ônix
desfazendo as malas. Arlan ao lado.
ARLAN – Eu não gosto nada da história de
você ter voltado a morar aqui. – declara.
ÔNIX – O que é isso Arlan?! – fala
histericamente - Eu fui jogado, praticamente, na sarjeta pelo babaca do meu pai
e você me trata dessa forma? Sinceramente. Como meu amigo, deveria me acolher
com amor e carinho como fez o otário do Magnus. – sendo sarcástico – Outra
coisa: não gostei da forma como você me deixou falando sozinho naquela noite no
bar do Walcyr. Aquilo foi uó.
O vilão
pega a toalha que estava jogada na cama e diz:
ÔNIX - Agora se me lá licença, eu
preciso me refrescar depois de passar a noite em uma pensãozinha de quinta. –
diz deixando o local.
CENA
05/ GRUPO KUHN/ SALA PRESIDENCIAL ORLANDO/ INT./ DIA
Orlando
sentado em sua mesa pensando na conversa que tivera com Alyne hoje pela manhã.
Sua secretária entra em cena pela porta e diz:
MONIQUE – Doutor Orlando, o doutor Magnus
está ai/
Antes de a
secretária terminar a frase Orlando diz:
ORLANDO – Mande-o entrar, por favor.
Minutos
Depois...
ORLANDO – Magnus que bons ventos o traz
aqui?
Magnus é
frio com o velho amigo e vai direto ao ponto:
MAGNUS – Orlando, o Ônix me procurou hoje
pela manhã e disse que você voltou a expulsar ele de casa. Não sente vergonha
disso?! – declara em alto de bom som.
Orlando
fica apreensivo.
Suspense.
Magnus faz
um gesto de quem vai responder, mas é interrompido por Ônix que diz:
ÔNIX – Espera um pouco... Mas essas
malas são minhas! – declara.
MAGNUS – Exatamente Ônix! – atesta.
ÔNIX – Mas o que o senhor está fazendo
com as minhas malas? Eu não havia deixado elas na suíte de hospedes?
Todos ficam
sem entender. Magnus arremata:
MAGNUS – Eu quero você fora daqui! –
exige aos berros.
MÁXIMA – Magnus! Ficou maluco, é
isso?! - diz a mulher repreendendo o
marido.
ÔNIX – Doutor Magnus, o senhor está me
expulsado? É isso? – fala histericamente.
MAGNUS – É exatamente isso que estou
fazendo. Quero que você fora dessa casa imediatamente. – ordena.
O clima é
tenso entre eles:
MÁXIMA – Magnus por que diabos está
expulsando o Ônix? – reprende e questiona a socialite.
MAGNUS – Simples Máxima. Eu não quero um
ladrão dormindo sob o mesmo teto que eu. – declara.
ALÉXYA/ARLAN – Ladrão! – surpresos.
ÔNIX – Tudo bem. Eu saio.
MÁXIMA – Ônix! – grita – Mas, mas... Mas
o que está acontecendo nessa casa meu Deus do céu? – grita histericamente – Por
que isso agora?
MAGNUS – Eu descobri o motivo que levou o
Orlando a expulsar o Ônix de casa.
Ônix engole
em seco. Magnus continua:
MAGNUS – O Ônix superfaturou contratos do
Grupo Kuhn e colocou dinheiro no bolso. Foi isso. Roubou o próprio pai. Não
merece ficar aqui! – arremata em alto e bom som.
Todos ficam
abismados com a revelação e naquela mesma noite, Ônix deixa a mansão.
CENA
06/ MANSÃO SCARION/ SALA DE JANTA/ INT./ NOITE
Alyne e
Orlando tomam aquele delicioso café da manhã. De repente, a empregada da
mansão, Simone, entra em cena e diz:
SIMONE – Doutor Orlando...?
ORLANDO – Fala Simone!
SIMONE – É que... O doutor Magnus está na
sala esperando pra falar com o senhor.
ORLANDO – Está certo Simone. Obrigado.
SIMONE – Com licença. – diz a empregada
antes de deixar o local.
Alyne toma
a palavra:
ALYNE – O Magnus está ai? – curiosa.
ORLANDO – Está. – pequena pausa – Ele
havia me ligado hoje mais cedo pra comunicar que viria. – responde em tom
casual.
ALYNE – E do que se trata a conversa de
vocês?
(CORTA
RAPIDAMENTE PARA)
CENA
07/ MANSÃO SCARION/ SALA/ INT./ NOITE
Magnus
diante de Orlando:
MAGNUS – Eu vim falar sobre o Ônix.
ORLANDO – Eu não acredito que você veio
até aqui, Magnus, me dá conselhos de como devo lidar com o Ônix/
Magnus
interrompe o rapaz e diz:
MAGNUS – Não. Orlando. Calma. Não é nada
disso que vim falar.
ORLANDO – Então? – dá de ombros.
MAGNUS – Eu vim te comunicar que expulsei
o Ônix de casa.
ORLANDO – Já era sem tempo. Finalmente
você abriu os olhos e viu que está hospedando um ladrão dentro de casa.
MAGNUS – Na verdade, foi você quem abriu
meus olhos, meu amigo. E quero agradecer por isso também e também pedir
desculpas pelo fato de ter falado com você daquele jeito.
ORLANDO – Não tenho nada a desculpar a meu
grande e velho amigo.
Ambos se
abraçam e refazem a amizade.
CENA
08/ AV. PAULISTA/ EXT./ NOITE
Na sarjeta
e sem ter pra onde ir, Ônix é obrigado a passar a noite na rua.
ÔNIX – Agora eu faço como aquele cara
da novela que terminou há pouco tempo: Eu
devo ter salgado a santa ceia pra sofrer tanto assim. – diz histericamente.
Desolado,
ele acaba dormindo no meio da calçada.
No
dia seguinte...
CENA
09/ MANSÃO SCARION/ SALA DE JANTA/ INT./ DIA
A família
Scarion reunida na mesa do café da manhã.
ALÉXYA – Preocupado meu amor? – pergunta
Aléxya ao marido.
ARLAN – Não conseguir dormir essa noite.
– responde.
MAGNUS – Insônia meu rapaz? – pergunta o
empresário.
ARLAN – Melhor se fosse. – ele respira
fundo e diz - Passei a noite em claro preocupado com o Ônix.
MÁXIMA – Você não foi o único, Arlan.
Também não conseguir juntar os olhos depois que o Magnus resolveu expulsar o
coitado do Ônix de casa.
ALÉXYA – Olha, eu nunca fui com a cara
daquele lá, mas confesso que fiquei com um pouco de dó dele. Coitado, não tem
pra onde ir.
MAGNUS – O que é isso – exaltado – Resolveram
ficar contra mim, é isso? Se eu expulsei o Ônix era porque não queria um ladrão
dentro de casa! – argumenta.
MÁXIMA – A questão não é essa Magnus...
Você já parou pra pensar como o coitado passou a noite? Sem teto, sem comida,
sem cama... O Ônix está na sarjeta e ninguém pra poder ajuda.
MAGNUS – Ele deveria ter pensado nas
consequências antes de roubar o próprio pai. – diz o empresário deixando a sala
furioso.
CENA
10/ AV. PAULISTA/ EXT./ DIA
Takes
amanhecer prédios Avenida Paulista.
CENA
11/ SCARION MIL/ RECEPÇÃO/ INT./ DIA
Arlan chega
sozinho à empresa. Sua secretária vai ao encontro dele e diz:
KAREN – Doutor Arlan – diz sensualizando
– Aquele seu amigo, o Ônix está em sua sala. Disse que precisa falar urgente
com o senhor. É assunto sério.
Arlan não
perde tempo e sai em direção em sua sala.
CENA
12/ SACARION MIL/ SALA PRESIDENCIAL ARLAN/ INT./ DIA
Arlan entra
em sua sala e dá de cara com Ônix. Ele diz:
ARLAN – Ônix! – surpreso.
ÔNIX – Arlan, eu preciso mais do que
nunca de sua ajuda.
ARLAN – Você ficou maluco?! O Magnus
está irado com você, agora imagina se ele te pega aqui!
ÔNIX – Você não vai virar as costas pra
mim no momento em que mais preciso, vai? – tom.
Arlan
declara:
ARLAN – Claro que não. Eu não faria isso
com você! Agora me diz como eu posso te ajudar. Já que, agora, você está sem
dinheiro.
Ônix faz
não com o dedo e diz:
ÔNIX – Sem dinheiro não... Ai é onde
você se engana. Eu tenho dinheiro sim.
ARLAN – Agora não estou entendendo mais
nada. Ontem mesmo, você não me disse que está sem cartão de crédito, sem dinh/
O filho de
Orlando interrompe Arlan e diz:
ÔNIX – Arlan esquece o que falei... –
grita.
ARLAN – Então... – dá de ombros.
ÔNIX – Quando falei que estava sem
dinheiro me referia ao fato de não está em posse de dinheiro. De não tê-lo em
bolso, no banco. – fala histericamente – Mas eu tenho o dinheiro, aliás, nós
temos.
Arlan dá de
ombros (sem entender).
ÔNIX – (grita histericamente) Arlan,
sinceramente, você é muito burro. Esqueceu que meses atrás eu e você criamos
aqui na empresa um caixa dois onde desviamos somas e mais somas de dinheiro
praquela nossa conta no exterior?
ARLAN – Mas é claro que não esqueci. Se
estou sentado aqui na cadeira presidencial da empresa, é por causa disso, não?
ÔNIX – Exatamente! – concorda com a
cabeça.
ARLAN – Bom, mas como você vai pegar o
dinheiro?
ÔNIX – Simples. Eu apenas preciso ter
acesso ao Back Office da empresa pra fazer a transferência da grana pra
minha conta particular. Estou precisando urgentemente do dinheiro pra comprar
um lugar pra me abrigar por um tempo.
ARLAN – Já que é assim. Aqui está o
computador. – diz cedendo a cadeira ao vilão.
Ônix não
perde tempo. Ele senta de imediato em frente ao computador. E começa a
transferir sua parte do dinheiro pra sua conta particular.
Minutos
depois...
ÔNIX – Feito! – diz o rapaz cantando
vitória.
De repente,
Magnus entra pela porta e dá de cara com Ônix sentado em frente ao computador.
MAGNUS – Mas o que isso significa?
Ônix e
Arlan entreolham aflitos.
Suspense.
FIM DO CAPÍTULO
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