CENA 1.
CLUBE. PISCINA. INTERIOR. DIA.
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ULTIMA CENA DO CAPÍTULO
ANTERIOR. RAÍSSA ESTÁ BOIANDO DE BRUÇOS NA PISCINA. DE REPENTE, BRUNO APARECE
COM RENATA E PAULA E VÊ RAÍSSA SE AFOGANDO.
BRUNO — (SE DESESPERA) Meu Deus.
BRUNO TIRA A CAMISA E O SHORT, FICANDO APENAS DE
SUNGA E MERGULHA NA PISCINA. ELE TIRA RAÍSSA DE DENTRO DA PISCINA SOB OS
OLHARES DE RENATA E PAULA, QUE ESTÃO AFLITAS. ELA AINDA SE ENCONTRA
DESACORDADA. BRUNO A COLOCA DEITADA NA BEIRA DA PISCINA COMEÇA A FAZER MASSAGEM
CARDÍACA NELA E RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA.
BRUNO — Reage Raíssa! Reage!
ELE CONTINUA A FAZER OS PROCEDIMENTOS, MAS RAÍSSA
NÃO REAGE, ESTÁ DESACORDADA DEVIDO A SUBSTÂNCIA COLOCADA NO SUCO QUE TOMOU.
BRUNO SE DESESPERA.
BRUNO — (DESESPERADO) Reage! (GRITA) Reage Raíssa!
CENA 2.
CLUBE. BANHEIRO. INTERIOR. DIA.
RAFAELA, BEATRIZ E GÉSSICA NO BANHEIRO. RAFAELA OUVE
A VOZ DE BRUNO.
RAFAELA — É a voz de Bruno! Tá acontecendo alguma
coisa!
ELA SAI CORRENDO.
GÉSSICA — Meu Deus. Será que deu alguma coisa de
errado?
BEATRIZ — O que você fez Géssica?
GÉSSICA — Droga! Deu alguma merda!
ELA SAI SEM RESPONDER BEATRIZ. BEATRIZ FICA AFLITA.
CENA 3.
CLUBE. PISCINA. INTERIOR. DIA.
RAFAELA APARECE, SEGUIDA DE GÉSSICA E ENCONTRA
RAÍSSA DESACORDADA, COM BRUNO TENTANDO REANIMÁ-LA.
RAFAELA — (AFLITA) O que aconteceu? (SE ABAIXA) O
que houve com minha amiga?
BRUNO — (NERVOSO) Eu cheguei aqui e ela tava boiando
na piscina.
RAFAELA — (AFLITA) Meu Deus, o que será que aconteceu?
RAFAELA — (AFLITA) Meu Deus, o que será que aconteceu?
BRUNO — (AFLITO) Eu não sei. Eu tentei reanima-la
várias vezes, mas ela não reage!
RAFAELA — (DESESPERADA P/ RAÍSSA) Acorda amiga!
Acorda! Fala comigo! (GRITA) Alguém chama uma ambulância, pelo amor de Deus!
Alguém faz alguma coisa!
ELA CONTINUA AFLITA. TODOS NERVOSOS. CLOSE EM
GÉSSICA QUE ESTÁ LEVEMENTE NERVOSA.
CENA 4.
HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INTERIOR. DIA.
TODOS NA SALA DE ESPERA, AGUARDANDO POR NOTÍCIAS. BRUNO
ESTÁ JUNTO COM RAFAELA EM UM SOFÁ. RENATA E PAULA ESTÃO EM OUTRO SOFÁ. GÉSSICA
E BEATRIZ NÃO ESTÃO PRESENTES NA CENA. DE REPENTE OTÁVIO CHEGA BASTANTE AFLITO.
OTÁVIO — (AFLITO) Minha filha, aonde ela tá?
RAFAELA — Tá lá dentro. Daqui a pouco o médico vem
com notícias.
BRUNO — (SE LEVANTA) Senta tio! Vai ficar tudo bem!
OTÁVIO SE SENTA NO SOFÁ E TENTA RELAXAR, SENDO
CONSOLADO POR RAFAELA E BRUNO. DE REPENTE O MÉDICO APARECE. TODOS SE LEVANTAM
ANSIOSOS.
OTÁVIO — (ANSIOSO) E então, como está minha filha?
MÉDICO — Está tudo bem com Raíssa! Ela engoliu muita
água enquanto estava inconsciente. Fizemos uma lavagem estomacal nela. Está
tudo ok com ela, mas ela precisa ficar aqui esta noite em observação.
OTÁVIO — (ALIVIADO) Graças a Deus.
TODOS FICAM FELIZES, GRATOS.
CENA 5.
MANSÃO LIDIANE. QUARTO BEATRIZ. INTERIOR. DIA.
BEATRIZ CONVERSA COM PAULA.
BEATRIZ — E então? Raíssa tá bem?
PAULA — Tá sim! Ela vai ficar em observação essa
noite lá no hospital. Amanhã deve estar voltando pra casa.
BEATRIZ — (ALIVIADA) Que bom! Eu fiquei preocupada!
PAULA — (ESTRANHA) Você?!
BEATRIZ — Claro! Ela poderia ter morrido! Mas também
não precisa falar assim né? Eu não sou esse bicho de sete cabeças que todos
pensam que sou.
PAULA — Pra uma pessoa que se gaba por ser a filha
da diretora, eu não esperava por menos.
BEATRIZ — (IRRITADA) Chega Paula! Vai ficar jogando
na minha cara agora todos os meus erros?
PAULA — Não. Imagina só se eu tenho esse direito!
BEATRIZ FICA PENSATIVA.
PAULA — Tá pensativa assim por quê?
BEATRIZ — Tem uma coisa me encucando aqui que tá me
deixando agoniada... (SE PREPARA PRA SAIR) Eu preciso fazer uma coisa e é
agora, já!
PAULA — (CURIOSA) O quê mulher?
BEATRIZ — (COM PRESSA) Depois eu te conto! Você é de
casa, quando sair fecha a porta!
BEATRIZ SAI, DEIXANDO PAULA ALI PLANTADA SEM
ENTENDER NADA.
CENA 6.
CASA GÉSSICA. SALA. INTERIOR. DIA.
GÉSSICA ESTÁ SENTADA NO SOFÁ MEXENDO NO CELULAR. A
CAMPAINHA TOCA. ELA VAI ATENDER. É BEATRIZ.
GÉSSICA — (SURPRESA) Beatriz?
BEATRIZ — Demorei, mas finalmente achei sua casa
nesse fim de mundo!
BEATRIZ ENTRA E SE SENTA NO SOFÁ. GÉSSICA FECHA A
PORTA.
BEATRIZ — Precisamos ter uma conversa! Uma conversa
séria! Seríssima!
ELAS SE ENCARAM. CLOSE.
1º INTERVALO
COMERCIAL
CENA 7.
CASA GÉSSICA. SALA. INTERIOR. DIA.
CONTINUAÇÃO DA CENA ANTERIOR. BEATRIZ E GÉSSICA. GÉSSICA
ENCARA BEATRIZ.
GÉSSICA — O que te trouxe aqui?
BEATRIZ — (IRÔNICA) Senta!
GÉSSICA — Eu sou a dona da casa! Não era eu quem
deveria estar falando isso?
BEATRIZ — Não interessa! Eu vim aqui foi pra
conversarmos e não pra falar abobrinhas e aprender boas maneiras, até por que
não estou nem um pouco interessada!
GÉSSICA — Você vem na minha casa sem avisar e ainda
vem dando lição de moral? Quem é você na casa do babado?
BEATRIZ — Olha aqui Géssica, eu vou fingir ser uma
pessoa civilizada! Se você não sentar esse seu rabo nesse sofá agora por bem,
vai sentar por mal!
GÉSSICA — (DEBOCHA) Não me diga!
BEATRIZ — (TOM) Você duvida?
GÉSSICA A ENCARA SORRINDO CINICAMENTE E SE SENTA NO
SOFÁ.
GÉSSICA — Bom! Eu já sentei! O que o projeto de
madame deseja? Se quiser eu posso me vestir de empregada e servir uma água, um
suco/
BEATRIZ — (CORTA) Eu vou enfiar a minha mão nessa
sua cara se você não calar essa boca e me escutar! (T) Eu sei que você colocou
alguma coisa naquele suco que Raíssa tomou e fez com que ela desmaiasse na
piscina.
GÉSSICA — Era só isso que você tinha pra me dizer?
Veio do centro da cidade só pra me falar isso?
BEATRIZ — Eu vim pra dizer que eu tenho nojo de
você!
GÉSSICA — Não me diga?! Agora você tem nojo? Você se
juntou a mim pra acabar com a mosca morta da Rafaela e agora mudou de
personalidade de uma hora pra outra? Ah, conta outra Beatriz! Você tá parecendo
crente que dá falso testemunho!
BEATRIZ — Só me responde uma coisa Géssica: O que
você fez exatamente? Qual foi a sua armação Géssica?
GÉSSICA — Então já que você quer tanto saber eu vou
falar: Eu nunca gostei de você Beatriz!
BEATRIZ FICA SURPRESA.
GÉSSICA — Eu nunca fui sua amiga! Sempre te
detestei! Eu sou apaixonada pelo Bruno! Sempre te usei!
BEATRIZ FICA PLERPEXA AO MESMO TEMPO EM QUE FICA COM
RAIVA.
GÉSSICA — Eu usei você contra Rafaela! Sabia que
você detestava ela e resolvi usar seu ódio contra ela! Quando ela se aproximou
de Bruno eu sabia que ela ia acabar com todos os meus esquemas! Por isso
resolvi dar um fim nela e usei você nessa parada! (T) Eu coloquei uma
substância no suco de sua amiguinha Rafaela. Mas não sabia que aquela imbecil
da Raíssa fosse tomar o copo dela! (T) Satisfeita? Deu merda no plano! Apenas
isso! (T) Aliás, ela morreu?
BEATRIZ — (ABALADA COM O QUE ELA DISSE) Não!
GÉSSICA — (BAIXO) Que pena!
BEATRIZ OUVE O QUE GÉSSICA DISSE E FICA PLERPEXA. NESSE
MOMENTO COMEÇA A CONFUSÃO. UM DIÁLOGO EM CIMA DO OUTRO, SEM PAUSAS.
BEATRIZ — (OUVIU) O quê você disse? É isso mesmo o
que eu ouvi?
GÉSSICA — (IRRITADA) Quer fazer um favor? Sai da
minha casa Beatriz! Eu já tou de saco cheio de você! Sai!
BEATRIZ — (EM CIMA) Não! Eu quero ouvir o que você
falou! Por que só assim vou ter certeza da criatura vil que você é!
GÉSSICA — (IRRITADA) Sai da minha casa! Sai!
BEATRIZ — (EM CIMA) Eu ainda não ouvi Géssica!
GÉSSICA — (AUMENTA O TOM DE VOZ) Sai daqui!
BEATRIZ — (ROSNANDO) Eu quero ouvir você falar! Eu
quero ouvir da sua boca o que você sussurrou ali! (GRITA) Fala!
GÉSSICA — (ENCARANDO) Você vai fazer o quê?
BEATRIZ — (ENCARANDO) Você não vai falar? Não vai?
Toma!
BEATRIZ DÁ UM TAPA NA CARA DE GÉSSICA. ELA A PUXA
PELOS CABELOS.
GÉSSICA — (GRITA) Me solta Beatriz!
BEATRIZ — (PUXANDO OS CABELOS DELA) Você vai ver só
o que eu vou fazer com você sua falsa!
BEATRIZ A JOGA NO CHÃO.
BEATRIZ — (COM RAIVA) Eu te odeio!
BEATRIZ SENTA EM CIMA DE GÉSSICA, PUXA OS CABELOS
DELA E A SESSÃO DE TAPAS SE INICIA.
BEATRIZ — (DANDO TAPAS) Sua falsa! Cachorra!
GÉSSICA — (GRITA) Socorro!
BEATRIZ — (DANDO TAPAS) Toma sua vaca!
GÉSSICA — (GRITA) Socorro! Alguém tira essa louca de
cima de mim!
BEATRIZ — (COM RAIVA) A vontade que eu tenho é de te
matar!
BEATRIZ COMEÇA A ESGANAR GÉSSICA.
BEATRIZ — (ESGANANDO) Eu te odeio Géssica. Eu te
odeio, odeio, odeio! Eu quero que você morra!
GÉSSICA FICA COM FALTA DE AR. TENTA SE LIVRAR DE
BEATRIZ, MAS NÃO TEM FORÇAS. TENSÃO. DE REPENTE, VAGNER ENTRA EM CASA, VÊ
BEATRIZ ESGANANDO GÉSSICA E CORRE PRA TIRÁ-LA DE CIMA DELA. VAGNER TIRA BEATRIZ
DE CIMA DE GÉSSICA.
VAGNER — O que tá acontecendo aqui?
BEATRIZ — Me solta! Eu tenho que terminar de acabar
com essa vadia!
GÉSSICA SE LEVANTA COM DIFICULDADE, TOSSINDO,
TENTANDO RECUPERAR O AR.
VAGNER — Que baixaria foi essa aqui? (PARA BEATRIZ)
Por que você fez isso Beatriz?
BEATRIZ — Nada!
BEATRIZ VAI EMBORA. VAGNER FICA SEM ENTENDER NADA.
GÉSSICA TENTA RESPIRAR.
CENA 8.
CASA GÉSSICA. FRENTE. EXTERIOR. DIA.
GABRIEL ESPERA POR BEATRIZ. BEATRIZ VEM DE DENTRO DA
CASA DE GÉSSICA.
GABRIEL — Você demorou! Aconteceu alguma coisa?
BEATRIZ — Desculpa a demora tio! Eu disse que seria
rápida! Foi mal! Já resolvi tudo o que tinha pra resolver aqui! Vamos embora!
ELA ENTRA NO CARRO. GABRIEL FECHA A PORTA PRA ELA.
ELE ENTRA NO CARRO E PARTE.
CENA 9. CASA
NATÁLIA. SALA. INTERIOR. NOITE.
NATÁLIA CONVERSA COM RENATA. AMBAS ESTÃO SENTADAS NO
SOFÁ.
NATÁLIA — E então, como foi no tal clube?
RENATA — Foi bem. Só aconteceu um desastre. Uma
colega passou mal na piscina e acabou indo pro hospital, mas já está tudo bem.
NATÁLIA — Nossa que tenso.
NATÁLIA FICA MEIO CABISBAIXA. RENATA PERCEBE.
RENATA — O que foi amiga? Por que você tá assim? Pode
falar pra mim! Desde a hora que eu cheguei que você tá com essa cara!
NATÁLIA — Aquele cara que eu falei pra você!
RENATA — Sim, o que tem ele?
NATÁLIA — Marcamos de almoçar num restaurante, só
que a gente brigou. Ele disse que tava apaixonado por mim. O pior é que ele
parecia ser sincero.
RENATA — E você deu o fora nele?
NATÁLIA — Eu não dei o fora nele, diretamente
falando. Eu apenas disse que ele estava sendo rápido demais! O pior é que eu
acho que estou sentindo a mesma coisa por ele! (SE LEVANTA) Eu sinto falta
dele.
RENATA — Então por quê você não diz essas coisas
todas a ele então?
NATÁLIA — É né? Eu acho que vou fazer isso mesmo!
CLOSE NELA.
CENA 10.
CASA GÉSSICA. SALA. INTERIOR. NOITE.
VAGNER ABRE A PORTA.
VAGNER — (SURPRESO) Natália?
NATÁLIA — Vagner, a gente precisa conversar!
CLOSE NELES.
2º INTERVALO
COMERCIAL
CENA 11.
CASA GÉSSICA. SALA. INTERIOR. NOITE.
VAGNER E NATÁLIA SENTADOS NO SOFÁ CONVERSAM.
VAGNER — Você aceita alguma coisa?
NATÁLIA — Não, valeu!
VAGNER — Eu estranhei você aqui em casa. Disse que
não queria nada comigo!
NATÁLIA — Eu não disse isso! Eu apenas falei que
você tava indo rápido demais!
VAGNER — (RÍGIDO) Então dizer que estou apaixonado
por você é ir rápido demais?
NATÁLIA — Vagner, eu não vim pra brigar com você!
VAGNER — Desculpa!
NATÁLIA — Eu vim aqui por que eu senti sua falta!
VAGNER — Sentiu?
NATÁLIA — Sim! Eu gosto de você! De verdade!
VAGNER — (SORRI) Eu também! (T) Desculpa aquele dia!
Não queria deixar você plantada naquele restaurante!
NATÁLIA — Não precisa! Eu entendo você!
ELES SE LEVANTAM. VAGNER PEGA NA MÃO DE NATÁLIA,
BEIJA E DEPOIS A PUXA, AGARRANDO-A. AMBOS SORRIEM E SE BEIJAM EM SEGUIDA.
CENA 12. AP
LORENA. SALA. INTERIOR. NOITE.
PAULA ESTÁ ARRUMADA, PRONTA PRA SAIR. LORENA
APARECE. PAULA ESTÁ DE COSTAS PRA ELA.
LORENA — Aonde você vai?
PAULA — Sair!
LORENA — Com a permissão de quem?
PAULA — (SE VIRA E SORRI) Com a minha permissão!
LORENA — Ah, já está assim é? Sabia que você é menor
de idade querida?
PAULA — (CÍNICA) Sabia que eu não sou mais um bebê
querida?
LORENA — Olhe menina, você não me tire do sério!
PAULA — Você estando normal já é fora do sério mãe!
Eu não preciso te tirar do sério! (DOCE) Olha só, eu estou linda, maravilhosa,
feliz! Hoje é sábado e eu só quero sair de casa pra jantar com um amigo, então,
sem brigas hoje mãezinha! Por favor!
LORENA — (SORRI) Há tempos que você não me chama
assim! Vai! Vai mesmo! Aliás, eu também vou sair!
PAULA — Ótimo! Não vai se arrepender! Beijo!
PAULA SOLTA BEIJINHO DE LONGE PRA ELA E SAI. TEMPO.
A CAMPAINHA TOCA NOVAMENTE. LORENA VAI ATENDER.
LORENA — (PRA SI) Deve ter esquecido de alguma
coisa!
ELA ABRE. É VITOR.
LORENA — (SURPRESA) O que você tá fazendo aqui? Quem
te contou onde eu moro?
VITOR — Eu te segui aquele dia!
LORENA — Mentira! Mentira!
VITOR — Verdade!
LORENA — Você é um cara de pau! Meu Deus! Seu
idiota!
ELE ENTRA.
LORENA — Eu posso saber que diabos está fazendo aqui
em casa?
VITOR — Estava passando e deu vontade de te fazer
uma visitinha! Tá sozinha? O maridão tá aqui?
LORENA — Eu não tenho marido! Nunca tive! Você foi o
único homem que eu tive na vida!
VITOR — Esses anos todos você esteve sozinha? Como é
que cê aguentou ficar na seca?
VITOR VAI ANDANDO PELO APÊ, OLHANDO AS COISAS.
LORENA — Olha, fala logo o que você quer e vá
embora!
VITOR — Eu não vou embora tão cedo, sabe por quê?
LORENA — (ENCARA ELE) Por quê?
VITOR AGARRA LORENA.
VITOR — (OLHA NOS OLHOS DELA) Por que eu sei que
você nunca me esqueceu! Eu sei disso! Por isso você ficou sem macho esses anos
todos! Você nunca esqueceu de mim Lorena!
VITOR BEIJA LORENA, QUE CORRESPONDE. ELA SE ENTREGA.
ELA PARA DE BEIJAR ELE E CONSEGUE SE SOLTAR. LORENA DÁ UM TAPA NA CARA DE VITOR
QUE SORRI DESCARADAMENTE.
LORENA — Nunca mais faça isso!
LORENA VAI ATÉ A PORTA E ABRE.
LORENA — Sai daqui! Sai!
VITOR CAMINHA ATÉ A PORTA. ELE PARA EM FRENTE A
LORENA. ELES SE OLHAM E DESSA VEZ É ELA QUE BEIJA ELE. LORENA PARA DE BEIJAR
ELE. VITOR VAI EMBORA E LORENA FECHA A PORTA. ELA SE ENCOSTA E PÕE A MÃO NA
TESTA, SEM ACREDITAR NO QUE ACABOU DE ACONTECER ALI.
CENA 13. AP
BRUNO. SALA. INTERIOR. NOITE.
BRUNO ASSISTE TV. DE REPENTE VITOR CHEGA EM CASA.
VITOR — Boa noite filho!
BRUNO — Boa pai!
VITOR — Sua mãe, aonde tá?
BRUNO — Lá em cima!
VITOR — E aí, como foi no clube?
BRUNO — Mais ou menos! Nem deu pra aproveitar
direito! Uma amiga se afogou e acabou no hospital!
VITOR — E ela tá bem?
BRUNO — Tá sim!
VITOR — Eu vou lá pra cima ver sua mãe!
BRUNO — Tá!
VITOR SOBE. BRUNO CONTINUA ASSISTINDO A TV.
CENA 14. AP
BRUNO. QUARTO CASAL. INTERIOR. NOITE.
NILZA ARRUMA A CAMA. VANESSA ESTÁ NA PORTA
OBSERVANDO. DE REPENTE ELA SE VOLTA PRA NILZA.
VANESSA — (SUSSURRA) Rápido urubu sem asa! Ele tá
vindo! Coloca a porcaria do bombom aí em cima! Rápido!
ELA CORRE PRA DEITAR NA CAMA. NILZA COLOCA O BOMBOM
NO CRIADO MUDO E SAI, FINGE QUE ESTÁ FAZENDO ALGUMA COISA. VITOR CHEGA NO
QUARTO. VANESSA FALA COM ELE SEMPRE FAZENDO VOZ SENSUAL.
VANESSA — Chegou amorzinho?
VITOR — Claro! Estou aqui, não estou?
VANESSA FAZ SINAL PRA NILZA SAIR. NILZA SAI DO
QUARTO, FECHANDO A PORTA. VANESSA VAI ATÉ VITOR E O BEIJA.
VANESSA — Aposto que você teve um dia cansativo!
VITOR — E eu tive mesmo! Estou derrubado!
VITOR SENTA NA CAMA E TIRA OS SAPATOS. ELE DEITA NA
CAMA. VANESSA SENTA NOS SEUS PÉS E COMEÇA A FAZER MASSAGEM.
VANESSA — Então relaxa que eu vou pedir pro urubu
sem asa da Nilza fazer um escalda pés pra você!
VITOR — (RELAXANDO) E um banho de leite com mel na
banheira!
VANESSA — (COMPLETA COM VOZ SENSUAL) Com bastante
morango!
VANESSA BEIJA VITOR QUE CORRESPONDE. ELA PARA DE
BEIJÁ-LO.
VANESSA — (SE LEVANTA) Eu vou lá embaixo falar com
Nilza! Já volto!
ELA SAI, FECHANDO A PORTA. VITOR SE AJEITA NA CAMA E
DE REPENTE VÊ O BOMBOM NO CRIADO MUDO. ELE PEGA O BOMBOM. ELE SE LEMBRA DO SEU BEIJO COM LORENA.
VITOR — (SE LEMBRANDO) Hoje vou abrir uma exceção!
Hoje mereço uma comemoração!
ELE ABRE A EMBALAGEM DO BOMBOM E COME.
3º INTERVALO
COMERCIAL
CENA 15. CASA
ANDRÉ. SALA. INTERIOR. NOITE.
CASA LUXUOSA, COM DOIS ANDARES. LEONTINA ESTÁ NO
SOFÁ. ELA TOCA UM SINO PEQUENO O TEMPO INTEIRO. LOURDES APARECE NA SALA.
LOURDES — (IRRITADA) Chega mãe!
LEONTINA — Aonde tá essa bendita empregada minha
filha? Eu quero o meu gim!
LOURDES — A senhora tem que tomar os seus remédios,
isso sim!
LEONTINA — Eu já tomei o da pressão!
LOURDES — Tem que tomar o outro!
LEONTINA — E qual seria?
LOURDES — O da loucura!
DE REPENTE, ANDRÉ DESCE, CHEGANDO À SALA.
LOURDES — Vai sair filho?
ANDRÉ — Vou sim! Marquei com uma gata!
LEONTINA — Vê se usa camisinha meu neto!
LOURDES — Mãe!
LEONTINA — Eu estou velha, mas não estou idiota meu
bem!
ANDRÉ — Eu já vou! Não quero deixar ela esperando!
ELE VAI SAINDO. DÁ BEIJINHO NA MÃE E AVÓ.
LOURDES — E toma cuidado hein?! Não quero criar
neto, filho seu com uma suburbana qualquer!
ANDRÉ SAI SEM DAR OUVIDOS A LOURDES. LEONTINA FICA
IMPACIENTE.
LEONTINA — Cadê essa criatura com o meu gim?
ELA TOCA NOVAMENTE O SINO. LOURDES PÕE A MÃO NA
CABEÇA, NERVOSA COM O BARULHO.
LOURDES — Acho que é eu que vou precisar tomar
remédio! Estou ficando maluca com esse barulho infernal!
ELA SOBE. LEONTINA CONTINUA TOCANDO O SINO SEM
PARAR. CLOSE NELA.
CENA 16.
RESTAURANTE. INTERIOR. NOITE.
PAULA CHEGA AO RESTAURANTE COM MARCELO. ELES SE SE
SENTAM À MESA.
PAULA — Foi difícil sair de casa hoje! Tive que
enrolar minha mãe da melhor forma possível! Eu praticamente virei atriz e fiz a
linha filhinha doce.
MARCELO RI.
MARCELO — Você é demais!
PAULA — Eu sei disso! Eu chamei uma amiga pra vir
jantar com a gente!
MARCELO — Ela não vai chegar?
PAULA — Claro, daqui a pouco ela chega!
DE REPENTE, RENATA CHEGA COM ANDRÉ.
PAULA — Falando nela, olha ela aí!
PAULA SE LEVANTA, CUMPRIMENTA RENATA. MARCELO SE
LEVANTA, CUMPRIMENTA RENATA E VAI CUMPRIMENTAR ANDRÉ.
MARCELO — (PARA ANDRÉ) Meu amigo!
ANDRÉ — (PARA MARCELO) Meu grande amigo Marcelo!
PAULA — (SEM ENTENDER) Vocês se conhecem?
MARCELO — Claro!
ANDRÉ — Somos melhores amigos! De infância!
RENATA — Não diga!
ANDRÉ — (FAZ VOZ DE DEBOCHE) Pois digo!
ELES RIEM.
MARCELO — E então? A gente pede o quê?
ELES CONTINUAM A CONVERSAR EM OFF.
CENA 17. AP
ANDRESSA. SALA. INTERIOR. NOITE.
MÁRCIO E ANDRESSA CONVERSAM. ELA ESTÁ COM O CELULAR NA
MÃO, VENDO A FOTO DE CAIO.
ANDRESSA — É maravilhoso!
MÁRCIO — Eu sei disso!
ANDRESSA — É lindo!
MÁRCIO — Até demais!
ANDRESSA — É gostoso!
MÁRCIO — Aí amiga, é verdade!
ANDRESSA — Delícia!
MÁRCIO — Aí meu Deus!
ANDRESA PARA DE OLHAR O CELULAR E OLHA PRA MÁRCIO.
ANDRESSA — Vê se toca sua cacatua histérica! Não
estou falando de você!
MÁRCIO — Eu sei disso! Eu sei que você está falando
dele! Eu também acho que ele é tudo isso e muito mais! (PENSATIVO) Aliás,
menina, aquele dia que ele tirou a camisa no jogo de futebol lá no colégio...
(SE INTERROMPE) Se você não der o bote logo, eu dou!
ANDRESSA — Você nem pense em fazer isso sua víbora!
(T) Ai bicha! Eu não paro de pensar nele! Caio sempre foi meu crush!
MÁRCIO — Você é uma cara de pau! Diz que gosta do
cara e faz questão de mostrar esses seus melões pra todo mundo no colégio! Por
isso que ele não liga pra você!
ANDRESSA — Sério que ele não liga?
MÁRCIO — Só você que não percebe!
ANDRESSA — (DESESPERADA) Aí meu Deus! Eu tenho que
mudar então! Tenho que mudar essas roupas, essas coisas de mona... Me ajuda
bicha!
MÁRCIO — Não vai adiantar! Você vai acabar virando a
noviça rebelde desse jeito! Não adianta querida, você não vai conseguir deixar
de ser quem você é! Nunca!
ANDRESSA — Você consegue deixar de ser quem é na
frente do seu pai!
MÁRCIO — (CABISBAIXO) Não me lembra disso! É
horrível a sensação de você se sentir preso! Aliás, você ainda vai me ajudar
naquele plano né?
ANDRESSA — (PRA CIMA) Claro bicha! A gente é
parceira ou não é?
MÁRCIO — (CABISBAIXO) É!
ANDRESSA — Para com isso! Levanta esse astral! Quem
é a mais lacradora? Você! (T) Nosso plano vai dar certo! Relaxa!
MÁRCIO — (SOBE O ASTRAL) Então tá bom! Amanhã Raíssa
vai voltar pra casa! Aí eu te levo lá em casa, almoçamos e tá tudo ok!
ANDRESSA — Ótimo! Mas você não tá se esquecendo de
nada não?
MÁRCIO — E em troca, eu sirvo de cupido pra você e
aquele boy magia. Já vou até providenciar a flecha!
ELES RIEM.
CENA 18. AP
GILBERTO. SALA. INTERIOR. NOITE.
GILBERTO SE PREPARA PRA SAIR. ARTHUR APARECE.
ARTHUR — Vai sair com ela?
GILBERTO — Vou! E nem adianta vir com seus conselhos
que eu não estou com a menor vontade de ouvir!
ARTHUR — Calma patrão! Nem disse nada!
GILBERTO — Mas pensou! Sempre que eu falo em Lidiane
você vem me dando sermão como se eu fosse uma criança de cinco anos.
ARTHUR — Mas é preciso! Pro senhor ficar atento! O
senhor fica se entregando aos desejos de reviver o passado e fica deixando
pistas ao léu. Outro dia mesmo eu peguei sua filha mexendo em suas coisas,
quase que ela descobre tudo!
GILBERTO — Eu peguei ela mexendo nas minhas
identidades. Ficou me questionando sobre elas e eu tive que inventar uma
desculpa.
ARTHUR — Tá vendo aí? Eu falo, mas o senhor não me
escuta!
GILBERTO — Falando nisso, eu quero que me faça um
favor! Eu quero que você pegue todas as coisas que se referem ao meu passado,
incluindo o diário, a caixa com fotos, notícias em jornal, identidades falsas, e
tranque tudo de uma vez naquele maldito cofre!
ARTHUR — E isso vai adiantar em alguma coisa? Eu
sempre faço isso, mas o senhor insiste em abrir pra ficar relembrando a sua
vida de perdido de anos atrás.
GILBERTO TERMINA DE SE ARRUMAR.
GILBERTO — Bom, eu já vou! Serve o jantar pra
Rafaela! Qualquer coisa me ligue! Mas só faça isso se for importante, senão eu
te mato! Tchau!
ELE SAI. CLOSE EM ARTHUR.
CENA 19.
MANSÃO LIDIANE. SALA. INTERIOR. NOITE.
JUCILENE ESTÁ NA SALA COM BEATRIZ QUE ESTÁ NO SOFÁ
SENTADA. LIDIANE DESCE DE REPENTE, TODA ARRUMADA PRA SAIR.
BEATRIZ — Vai sair mãe?
JUCILENE — Toda chique!
LIDIANE — Eu vou jantar com Gilberto! Como estou?
JUCILENE — Eu já falei que está toda chique!
LIDIANE — Mas isso eu já sou! Quero saber como eu
estou agora!
JUCILENE — Toda chique ué!
LIDIANE — Jucilene, pelo amor de Deus!
BEATRIZ — Ela não entendeu a pergunta! Você tá diva!
Nem parece você! Vai lá e arrasa!
LIDIANE — (SAINDO) Não tenho hora pra voltar! Beijo!
ELA SAI. BEATRIZ VAI SAINDO.
JUCILENE — Aonde você vai menina? Não vai jantar?
BEATRIZ — Não! Tô sem fome!
BEATRIZ SOBE.
JUCILENE — Eu hein. Só tem gente estranha nessa
casa!
ELA VAI PRA COZINHA.
CENA 20.
MANSÃO LIDIANE. QUARTO BEATRIZ. INTERIOR. NOITE.
BEATRIZ CONVERSA COM AMANDA.
AMANDA — Nossa, que barra hein.
BEATRIZ — Pelo menos já tá tudo bem!
AMANDA — Então quer dizer que Géssica foi à culpada
de tudo isso?!
BEATRIZ — É. Mas não conta pra ninguém! Pelo amor de
Deus! Eu que não quero mais amizade com aquela maluca! Louca, psicopata! Hoje
mesmo eu fui lá e sentei a mão na cara daquela vaca. Se não fosse o irmão dela
pra intervir, essa hora eu já estaria presa por ter matado ela.
AMANDA — Credo!
BEATRIZ — Eu acho que fui longe demais nessa coisa
de aprontar com Rafaela, sei lá. (T) Dá um certo arrependimento sabe?
AMANDA — Sei como é!
BEATRIZ SE LEVANTA.
BEATRIZ — Eu vou sair! Preciso fazer uma coisa! Vem
comigo! Não quero ir sozinha! Levanta! Se arruma!
RITMO.
CENA 21.
TÁXI. INTERIOR. NOITE.
BEATRIZ SAI DO TÁXI E FECHA A PORTA. AMANDA CONTINUA
NO TÁXI.
AMANDA — Tem certeza de que quer mesmo fazer isso?
BEATRIZ — Algo me diz que eu tenho que fazer isso!
(T) Bom, me espera ai que eu já volto!
BEATRIZ SAI. AMANDA FICA PENSATIVA.
CENA 22. AP
BRUNO. SALA. INTERIOR. NOITE.
BRUNO VEM DA COZINHA BEBENDO ÁGUA. A CAMPAINHA TOCA
DE REPENTE. ELE DEIXA O COPO EM CIMA DE UMA BANCADA ALI PERTO E VAI ATENDER A
PORTA. AO ABRIR ELE DÁ DE CARA COM BEATRIZ.
BRUNO — (SURPRESO) Beatriz?
BEATRIZ — Eu vim conversar com você. Posso entrar?
BRUNO — Claro!
BEATRIZ ENTRA. BRUNO FECHA A PORTA.
BRUNO — Senta!
BEATRIZ — Não precisa! Eu vou ser rápida! Eu vim te
contar uma coisa Bruno!
BRUNO — E o que é?
BEATRIZ — Aquilo tudo hoje lá no clube. Tudo o que
aconteceu, em relação à Raíssa...
BRUNO — O que é que tem isso?
BEATRIZ — Tudo aquilo foi armação!
BRUNO — Como é que é?
BEATRIZ — Isso mesmo! Não era pra Raíssa ter caído
naquela piscina e se afogado! Era pra Rafaela ter caído na piscina!
Géssicacolocou alguma coisa no suco de Rafaela que Raíssa acabou tomando.
Géssica fez tudo isso pra atingir Rafaela! Ela quis matar Rafaela pra poder
ficar com você! Géssica é apaixonada por você Bruno!
BRUNO — (SEM ACREDITAR) O quê?
BRUNO FICA SURPRESO COM A REVELAÇÃO FEITA POR
BEATRIZ. TENSÃO. CLOSE NELE.
FIM
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