– Você ouviu minha conversa com a
Leia? – pergunta Augusto, assustado e com medo da ameaça de Gustavo.
– Isso não é da sua conta.
– Por um acaso, vocês são
namorados?
– Não, mas seremos. Então nem
chegue perto dela. Vaza daqui agora.
Augusto fica humilhado, não
responde Gustavo e sai da loja.
***
Augusto senta-se em um banco em
frente ao chafariz da praça de Pitenópolis e Álvaro passa ao seu lado e
senta-se ao lado do amigo.
– O que faz aqui, Augusto?
– Estou pensando um pouco. Eu fui
pedir um emprego ali na loja dos Albuquerque.
– E aí? Conseguiu? – pergunta Álvaro, otimista.
– Não. O Gustavo, gerente da loja,
não me quis lá.
– Por quê?
– Ele disse que eu não tinha
classe e os patrões dele não gostariam de "ver um vendedor de balinha
trabalhando na loja deles". Foram as palavras dele.
– Que ridículo. Ele nem deixou
você se explicar direito?
– Não. Ele ficou me humilhando.
Sorte minha que não tinha ninguém na loja, só a Leia mas ele mandou ela limpar
o banheiro.
– Esse Gustavo não presta.
– E ele ainda ficou ouvindo minha
conversa com a Leia.
– O que ele ouviu?
– Eu falando para a Leia que estou
gostando da Ângela. Ele ainda falou para eu me afastar dela.
– Por quê?
– Ele disse que eles serão
namorados.
– E você falou para a Leia que
gosta da Ângela?
– Sim.
– Qual foi a reação dela?
– Ela ficou com uma cara meio
fechada.
– Augusto, você ainda não
percebeu?
– O que?
– Que a Leia gosta de você. Está
na cara que ela te ama. Só você não enxerga isso.
– A Hanna me falou a mesma coisa
hoje.
– Você conversou com a Hanna hoje?
– Sim. Abri meu coração para ela.
A Hanna é uma excelente conselheira.
– Não sabia dessa habilidade.
– Mas eu não tinha percebido que a
Leia gosta de mim.
– Dá uma chance para ela.
– Não sei se daria certo. Somos
amigos e nada mais.
– Está bem então. Vá atrás de seus
sonhos.
– Irei. Vou tentar um emprego na
vinícola
– Isso mesmo. O importante é
tentar.
– Vou agora à pensão. Depois vou
me encontrar com um cliente.
– Então te vejo mais tarde.
Álvaro e Augusto se abraçam. O
advogado vai à pensão e Augusto vai à vinícola Albuquerque.
***
Na sala da pensão de Hanna Curie,
Tito e Josefina Silva, avós de Augusto, conversam com Hanna e Cléo. Tito é um
senhor alto de pele morena e envelhecida e cabelo grisalho, já Josefina tem
pele clara e envelhecida e cabelo loiro e curto.
– Josefina, você sabia que o
Augusto disse que vai tentar um emprego numa loja da família Albuquerque? – conta Hanna.
– Sério, Hanna? Que bom. Já tinha
falado para ele arrumar um outro emprego. – fala
Josefina.
– Sério.
– Que bom. O Guto é um ótimo
rapaz. Espero que ele consiga esse emprego. –
diz Tito, com orgulho do neto.
Durante a conversa, Álvaro entra
na sala da pensão. Ao ver que Hanna está na sala, ele aproxima-se da dona da
pensão.
– Hanna, eu posso conversar
pessoalmente com você? – sussurra Álvaro na
orelha de Hanna.
– Claro. Vamos para o meu quarto. – sussurra a ex-cafetina.
Hanna Curie levanta-se de sua
poltrona e dá um aviso aos outros presentes na sala.
– Queridos, conversarei agora com
o Álvaro em meu quarto. Mas depois eu volto para jogarmos conversa fora. – avisa Hanna, afastando-se da sala.
– Está bem, Hanna. Daqui a pouco
eu farei uns biscoitos. – conta Josefina.
– Então nos chame para comermos. –
fala Álvaro, rindo.
– Claro.
Álvaro e Hanna saem da sala e
entram no quarto da dona da pensão.
***
Hanna Curie e Álvaro entram no
quarto da dona da pensão. O quarto de cor roxa possui uma cama de casal e uma
pequena cama de solteiro que é usada por Hanna. O ambiente tem também vários
lenços espalhados e pendurados, dois grandes armários, uma pequena mesa redonda
e duas cadeiras de madeira. Hanna senta-se em sua cama e orienta Álvaro:
– Pode sentar aí nessa cadeira,
Álvaro. – sugere Hanna, apontando para a
cadeira.
– Está bem. – responde Álvaro, que senta na cadeira indicada por Hanna.
– O que você quer conversar
comigo, Álvaro? – pergunta Hanna, curiosa.
– É sobre o Augusto.
– Pode falar.
– Eu encontrei com ele na praça e
ele não conseguiu o emprego na loja da Albuquerque Vinhos.
– Que pena. Você sabe o motivo?
– O Gustavo parece que não gostou
dele falando que ele não servia para isso.
– Essa família Leite é mesmo um
monte de gente ridícula. Os pais, Olga e Pietro, são idênticos.
– Mas não é só por isso que eu vim
falar com você.
– Por que então?
– Acho que o Gustavo quer dar um
golpe na Ângela.
– Golpe? Como assim? – pergunta Hanna, surpresa.
– Ele falou para Augusto que vai
ficar com a Ângela, mas eu nunca vi os dois juntos.
– Nem eu. Ela nunca se envolveu
seriamente com um rapaz.
– Como sabe?
– Eu sempre sei de tudo que
acontece em Pitenópolis. – fala a dona da pensão,
provocando risos de Álvaro.
– O que você acha que tenho que
fazer?
– Você não precisa fazer nada.
Deixa comigo.
– O que você vai fazer?
– Eu vou mostrar para a Ângela e
para a família dela que esse Gustavo é um interesseiro.
– Como?
– Em breve você verá.
– Está bem então, Hanna. Já vou.
Vou descansar em meu quarto.
– Tudo bem. – diz Hanna, enquanto
Álvaro sai do quarto da ex-cafetina.
***
Um pouco longe de Pitenópolis,
numa pequena casa na cidade de Bulires, Sofia Leão, uma moça jovem de pela
morena e cabelos escuros e longos, entra pela porta principal. A casa é
simples, suas paredes são azuis e seus móveis são bem antigos. Sofia chama pelo
nome do namorado:
– Cheguei, Max. Cadê você?
Sem ouvir respostas, a jovem vai o
quarto do casal e depara-se com uma cena deplorável para ela: seu namorado
deitado nu ao lado de uma jovem magricela, muito bonita e que veste somente
roupas íntimas. O namorado de Sofia é Max Mattos, um jovem forte, agressivo e
de cabelo curto e escuro.
Sofia fica ouvindo a conversa dos
dois:
– A sua namoradinha não chega não?
– Sei lá. Está melhor assim.
– Por que você está com essa mulherzinha?
– Ela é uma das jovens que eu escolhi para prostituir.
– Não estou entendendo.
– Eu finjo que gosto da garota, namoro com ela e depois eu
viro o cafetão dela. Isso já aconteceu várias vezes e felizmente sempre deu
certo.
– Então quer dizer que eu também serei prostituída por você?
– Claro que não. Você é só minha.
– Que bom. – diz Carmen, rindo.
– Vamos parar de falar dela e vamos voltar para o que
estávamos fazendo.
Sofia fica surpresa, irritada e decepcionada com Max e
pergunta, gritando:
– O que significa isso, Max?
– Oi querida. Sou Carmen. Não está
vendo o que está acontecendo? Estamos juntos na cama. – provoca Carmen, a
amante, balançando seus cabelos escuros e passando a língua em cima de seus
lábios carnudos.
– Vem para cá, Sofia. Tem espaço.
– convida Max.
– Não. Você me conhece, Max, e
sabe que eu nunca faria isso. – recusa a jovem morena.
– Então sai daqui logo para
aproveitarmos mais. – sugere Carmen Costa.
– Eu? Vocês que sairão daqui! Essa
casa é minha pela herança da tia Consuelo.
– Eu não me importo com essa sua
tia. – comenta Max.
– Mas para mim essa herança é
importante. Saiam já daqui! – ordena Sofia Leão.
– Não vamos sair. Saia você, Sofia. – fala Max, irritado.
Sofia vira as costas para o casal, arruma uma mala com
pouquíssimas roupas e sai da casa. Porém, somente após a saída dela, Carmen
pergunta a Max:
– Será que ela ouviu a nossa conversa?
– Sei lá. Deixa isso para lá. – diz Max, encerrando tal
assunto.
***
Na vinícola da família
Albuquerque, entra Augusto, com aparência evidente de cansaço. Pedro percebe
que tem alguém na porta da vinícola e abre a porta:
– Boa tarde. O que deseja?
– Boa tarde. Eu gostaria de um emprego.
– Entre. – diz Pedro, generosamente, deixando Augusto
entrar. – Primeiramente, qual seu nome?
– Augusto Silva. E o seu?
– Pedro Brito.
– Prazer conhecê-lo.
– Vamos direto ao ponto: com o que você já trabalhou?
– Eu nunca tive um emprego fixo, mas já lavei carro, já fiz
malabarismo na praça, já vendi doce,...
– Então eu vou fazer um teste com você, certo?
– Por mim, tudo bem. O que eu devo fazer?
– Recolher as uvas das videiras. Aos poucos, você vai
fazendo outras tarefas. Cada coisa de uma vez.
– Está bem. Quando posso começar?
– Amanhã.
– Estarei aqui então. Que horas?
– Chegue às 7 horas.
– Então chegarei. Muito obrigado pela oportunidade e até
amanhã. O senhor não vai se decepcionar.
– Espero mesmo. Até amanhã.
Com um belo sorriso no rosto, Augusto sai da vinícola da
família Albuquerque.
***
No seu quarto, Ângela Albuquerque está sentada. O quarto é
grande, espaçoso e com várias prateleiras repletas de livros e bichos de
pelúcia. A jovem filha de Jorge e Regina está sentada em sua cama. Ela veste um
vestido branco que ganhou recentemente de sua mãe. Seu cabelo loiro e olhos
claros chamam a atenção de qualquer um. Para sua surpresa, Regina entra no
quarto de Ângela.
– Oi mãe. O que houve?
– Eu queria conversar, Ângela.
– Aconteceu alguma coisa?
– Nada demais. Eu e seu pai queremos que você trabalhe.
– Trabalhar?
– Sim.
– Mãe, eu ainda estou abatida com a morte da tia Cássia.
– Filha, você só fica dentro desse quarto. Você precisa sair
e fazer alguma coisa. Você não é mais uma criancinha.
– Eu sei disso, mãe. Eu quero fazer faculdade de pedagogia e
me tornar professora em escolas públicas.
– Sério, filha? Nós gastamos uma boa grana com seus estudos
para você virar professora e ganhar uma merreca.
– É o que eu gosto de fazer, mãe.
– Já que você quer, será seu desejo, mas antes disso você
precisa trabalhar em outra coisa.
– Por quê?
– Para ganhar experiências.
– Experiências eu encontro nos tantos livros que leio todo
dia.
– Filha, foi uma decisão minha e do seu pai. Quando ele
chegar vamos resolver isso.
– Está bem. Eu não quero fazer algo que não gosto, mãe.
– Eu entendo, filha. – fala Regina, confortando Ângela.
***
Em sua casa, Olga cuida das tarefas domésticas, até que seu
marido, Pietro, entra pela porta. Ele veste blusa e calça social, além de um
tênis formal. Pietro tem cabelo grisalho e uma barba um pouco crescida.
– Por onde você estava, Pietro? Esperei por você para o
almoço, mas você nem apareceu.
– Esqueci de avisar que eu ia a Bulires resolver uns
problemas.
– O que você foi fazer lá?
– Aquela empresa de exploração de jóias preciosas que me
procurou pediu para eu ir lá.
– Como foi?
– A proposta deles é realmente maravilhosa. Eu trabalharei
como diretor da empresa e meu salário é um dos melhores.
– Verdade, querido?
– Claro que é.
– Que bom, Pietro. Sempre soube que a sua hora de brilhar ia
chegar.
– Eu também, Olga.
Pietro dá um beijo de comemoração na sua esposa e ela continua
cuidando dos afazeres domésticos.
***
Retornando à pensão, Augusto é logo abordado por Hanna:
– E aí, Augusto? Conseguiu emprego?
– Consegui, Hanna. Começarei amanhã na vinícola Albuquerque.
– revela Augusto, com um sorriso no rosto.
– Que bom, Augusto. Parabéns!
Augusto vai à sala da pensão para contar a novidade aos seus
avós:
– Vô Tito e vó Josefina, eu tenho uma excelente notícia para
contar.
– Qual é, meu neto querido? – quer saber Josefina.
– Eu consegui um emprego na vinícola Albuquerque. Começo
amanhã.
– Que bom, Guto. Graças a Deus. – comemora Tito.
Augusto dá um abraço em seus avós.
– Qual o salário? – pergunta Cléo.
– Não acredito! Eu esqueci de perguntar.
– Não tem problema, Guto. O importante é que você conseguiu
um emprego formal, com carteira assinada. – conforta Josefina.
Álvaro chega à sala.
– Então você conseguiu o emprego, Augusto?
– Consegui.
– Parabéns, cara. Você merece. – diz Álvaro, abraçando o
amigo e companheiro de quarto.
– Vou pegar um bom vinho Albuquerque para comemorarmos. –
anuncia Hanna Curie.
***
Na loja ‘‘Vinhos Albuquerque’’, Leia está fechando o caixa
enquanto Gustavo limpa as mesas, já que os clientes haviam deixado lixo em cima
da mesma. Gustavo fala para Leia:
– Leia, presta atenção: eu não quero saber daquele seu amiguinho
aqui na loja. E outra: só entra na loja quem tem condição para comprar. Se eu
olhar que tem gente pobre aqui só olhando e não comprando nada, você vai ser
demitida.
– Por quê?
– Porque agora é sua função controlar isso.
– Então quer dizer que eu terei que escolher quem entra na
loja?
– Mais ou menos isso.
– Gustavo, isso é errado. Não podemos fazer isso.
– Eu não ligo se é certo ou errado.
– Eu vou falar com o doutor Jorge e a dona Regina então.
– Pode falar, mas antes disso terá que obedecer a essa
recomendação.
Mesmo insatisfeita com a nova decisão, Leia permanece calada
e depois sai da loja, deixando Gustavo lá sozinho.
***
Chegando à casa de Aurora e Jonas, onde mora, Leia logo
coloca sua bolsa em cima do sofá e percebe que Jonas não está em casa.
– Aurora, cadê o Jonas?
– Ele disse que ia esfriar a cabeça lá fora.
– Preciso falar com você uma coisa.
– Pode contar.
– O babaca do Gustavo não aceitou o Augusto lá na loja.
– Augusto foi lá pedir emprego?
– Foi. E tem mais: ele ainda humilhou o Augusto.
– Esse Gustavo não presta, não é?
– Verdade. Mas aconteceu uma coisa ainda pior hoje
envolvendo o Augusto.
– O que? Você se declarou?
– Claro que não. Eu disse uma coisa ainda pior. Ele me
revelou que está apaixonado pela Ângela Albuquerque.
– Mas eles se conhecem?
– Acho que não. Parece que é algo platônico, não quis
entender.
– Você não pode desistir assim do Augusto, Leia.
– Não irei desistir dele não. O Augusto sempre foi o amor da
minha vida.
– Só não dê uma de maluca vingativa, com plano de matar a
Ângela.
– Claro que não vou fazer uma coisa dessas. Se ela morrer,
ele vai ficar infeliz. Eu só quero a felicidade dele. O melhor seria ele feliz
ao meu lado, mas já que ele fez a escolha...
– Exatamente. Deixa ele ser feliz. – comenta Aurora. – Agora
é a minha vez de contar uma coisa. Eu estou me apaixonando pelo Pedro.
– Aquele que cuida dos trabalhadores da vinícola?
– Ele mesmo.
– Como assim
– Eu acabei estragando umas uvas, porém Jonas ficou
insistindo que a gente iria pagar, mas o Pedro disse que não ia cobrar. Ele foi
tão meigo e amável.
– Amiga, você tem um casamento.
– Meu casamento com Jonas já foi bem melhor. Ele está muito
ciumento. Está muito difícil de aguentar Jonas dessa forma.
– Não me diga que você está pensando no divórcio.
– Ainda não.
– Vocês têm um filho.
– Eu sei. Esse é um dos motivos de eu não me separar do
Jonas.
A conversa é interrompida quando Guilherme, filho de Jonas e
Aurora, entra na sala. O menino tem cabelo preto, olhos pequenos e veste um
pijama azul.
***
A tarde passa rapidamente em Pitenópolis, e a noite logo
chega e junto com ela aproxima-se Sofia, após pegar um ônibus em direção a
Pitenópolis. Álvaro sai da pensão com a finalidade de tomar um sorvete e
encontra uma jovem com roupas em péssimo estado, cabelo desarrumado, pele suja
e carregando uma pequena mala que aparenta estar cheia de pertences. Álvaro
toma coragem e resolve falar com a jovem:
– Boa noite. Como vai?
– Oi. Estou procurando uma pensão.
– Olá. Sou Álvaro. Eu durmo numa pensão aqui perto. Acho que
ainda tem algum quarto vago.
– Você pode me levar até lá?
– Claro que posso, mas antes eu vou comprar um sorvete para
mim. Você quer um?
– Não precisa gastar dinheiro comigo.
– Não se preocupe. Qual o sabor?
– Chocolate. – fala Sofia, tímida.
Álvaro vai até o vendedor de sorvete e compra dois sorvetes.
Ele entrega o de Sofia a ela, que agradece:
– Obrigada.
– Qual seu nome? Você não me disse.
– So...
– Pode falar.
– Sofia.
– Gosto muito desse nome. Significa sabedoria, não é?
– É isso mesmo. Como sabe?
– Sempre gostei muito de ler sobre vários assuntos. Sou
advogado. E você? Tem alguma profissão?
– Eu trabalhava numa loja em Bulires.
– Você saiu de lá?
– Fiquei sabendo de uma traição hoje mesmo.
– Sinto muito.
– Eu preciso reconstruir minha vida aqui. Se eu voltar para
lá, não viverei em paz.
– Por quê?
– Nada não. Depois eu explico. É uma longa história.
– Então vou cobrar. – brinca Álvaro, rindo.
Os dois sentam-se em um banco ao lado do chafariz da praça
de Pitenópolis.
– Você é muito bela.
– Já me disseram isso.
– Estavam falando nada mais do que pura verdade.
– Assim eu fico tímida.
– E assim? – pergunta Álvaro, dando um beijo na boca de
Sofia.
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