Cena 01 – Casa de Lavínia/Escritório/Noite
Continuação imediata do capítulo anterior...
Lenara e Lavínia frente a frente.
Lavínia – Grávida?
Você tem noção do que está me dizendo? Eu pago você e suas amigas para lhes dar
uma vida de luxo.
Lenara – Paga
com o dinheiro que ganhamos dos clientes...
Lavínia – E
ainda é mal agradecida! Francamente. O que espera que eu faça por você? O que tinha
em mente quando veio até aqui me falar dessa burrada, Lenara?
Lenara (apóia-se na mesa) – Um aborto.
Pausa. Troca de olhares tensa.
Lavínia –
Você quer fazer um aborto? Ou melhor, você quer que eu pague um aborto? É isso?
Lenara – Sabe
que é a única alternativa. Eu não quero perder a chance de continuar
trabalhando com você. Você é a única com quem eu posso contar.
Lavínia –
Você está louca. Eu não vou pagar nenhum aborto. Você se enfiou nessa confusão
e vai sair sozinha. Sua burra! É isso que você é Lenara. Uma burra! (ignorando Lenara) Agora se manda
daqui. Não quero que a minha família te veja aqui em casa.
Lenara – Se você
não me ajudar eu vou agora mesmo na polícia e faço uma denúncia contra você.
Lavínia – Como
é que é? Você está me ameaçando? É isso mesmo Lenara?
Lenara – Sua
reputação e sua imagem de boa mulher vão parar na lama. Você tem muito mais a
perder nessa história do que eu, Lavínia. Pense bem.
Lavínia –
Mais é muita petulância sua.
Lavínia estuda Lenara por alguns segundos.
Lavínia – Mas
você tem razão. Eu perderia muito, mesmo que isso não desse nada, eu não sairia
sem arranhões dessa história toda. (pausa)
Tudo bem Lenara. Você venceu. Eu vou te ajudar.
Corta
para:
Cena 02 – Sorveteria/Ext./Noite
Roberto e Paula estão sentados em um banco que
fica na frente de uma sorveteria.
Roberto –
Eu sei que esse tipo de encontro não deve ser exatamente do tipo que você está
acostumada, mas tive esperança de que o sorvete fosse de boa qualidade.
Paula (risos) – E é. O melhor que já experimentei.
Roberto – Que
bom! Pelo menos isso.
Um breve silêncio entre eles, que provam o
sorvete, enquanto trocam olhares tímidos e sorrisos bobos.
Roberto –
Então, eu fico feliz que você tenha aceitado sair comigo e tal, mas eu não pude
deixar de perceber uma certa euforia quando você aceitou o meu convite.
Paula (um pouco séria agora) – Pois é, você tem razão. Eu confesso que aceitei porque tinha a
intenção de atingir uma pessoa.
Roberto – Aquele
rapaz?
Paula – É
complicado. Me desculpe estar sendo sincera dessa forma, mas também preciso te
confessar que de forma alguma eu pretendo te usar para fazer ciúmes. No início
foi, mas agora eu estou aqui porque eu quero.
Roberto –
Não! Tudo bem. Eu não me importo com isso. Se estou te ajudando em algo já fico
feliz.
Os dois riem.
Roberto – Ele
é seu namorado?
Paula – Ex!
Terminamos há alguns dias atrás. Descobri uma traição dele.
Roberto – Que
chato isso.
Paula – Bom, mas
vamos parar de falar de ex. Me conte sobre você.
Roberto (risos) – Sobre mim? E o que quer saber de um caipira como eu?
Paula – Tudo!
Gosto de ouvir as pessoas.
Roberto (risos) – Bom. Eu sou uma pessoa muito humilde, que como todo brasileiro,
tenho um sonho...
A CAM vai se distanciando dos dois, enquanto o
áudio (Daughter - Youth) aumenta, e
vemos, escondido dos dois, Diego (ex-namorado de Paula) observando a tudo de
longe.
Música cessa aqui.
Corta
para:
Cena 03 –
Boate Seduction Night/Int./Noite
Música ambiente (eletrônica). Alguns homens, só
de cueca, dançando em cima de um palco individual, que contava com uma barra de
pole dance. Os palcos ficavam em lados opostos, ao lado do palco principal. Havia
uma grande movimentação dentro da boate. Homens e mulheres. Nota-se a presença
de Garotos de Programa, alguns encostados nas paredes e outros sentados no
balcão. Estavam de camiseta regata apertando os músculos definidos. Depois da
apresentação da boate, a CAM vai de encontro à Lavínia, que estava sentada em
um camarote privado na parte superior. Estava com uma taça de champanhe,
observando a movimentação em baixo. Mauro (seu braço direito) logo atrás dela.
Mauro – O que
quer que eu faça com ela?
Lavínia – Suma!
Eu não quero mais ter que olhar para a cara da Lenara.
Lavínia
toma um gole de champanhe.
Lavínia – Fui
clara?
Mauro – Sim!
Lavínia –
Ótimo!
A CAM
volta a focar no ambiente da boate.
Corta
para:
Cena 04 – Externa/São Paulo/Noite
Música: Massive Attack - Teardrop
Imagem
aérea dos prédios. Várias imagens de pontos diferentes da capital. Fecha a cena
com a fachada de uma casa simples, em uma comunidade qualquer da cidade.
Música cessa aqui
Corta
Para:
Cena 05 – Casa de Romana/Int./Quarto-Filipe/Noite
Em um quarto típico de adolescente, um pouco
desorganizado, vemos dois garotos sentados sobre a cama. Um deles é Filipe, de
uns 16 anos. O outro é chamado apenas de Dudu, que tem 17 anos. Diálogo inicia
assim que abre a cena.
Filipe – Eu
estava pensando em uma maneira de levantar uma boa grana para comprar meu Xbox.
Dudu – Sério? E
o que pretende fazer? Assaltar um banco?
Filipe atira um travesseiro em Dudu.
Filipe (rindo) – Para de palhaçada. Eu estou falando sério. (pausa) Conheci um amigo que falou que ele ganha uma grana fazendo
programa.
Dudu (sério) – Como é? Você ficou maluco? Está pensando em se prostituir para
comprar um aparelho de jogo? Ficou louco?
Filipe – O
que tem demais nisso? Muita gente faz. E você sabe que não seria muito
sacrifício para mim.
Dudu – Sua mãe
aceitar sua sexualidade é uma coisa, agora você querer virar um garoto de
programa é um pouco demais pra ela.
Filipe – Ficou
maluco? É óbvio que ela não vai saber de nada. E você tem que me prometer que
não conta nada.
Dudu – Tudo bem!
Você é que sabe. Só não diz que eu não te avisei, quando tiver que transar com
um velho gordo e fedorento.
Dudu começa a rir e Filipe atira outro
travesseiro nele.
Filipe – Idiota!
Cala a boca.
Corta
para:
Cena 06 – Casa de Romana/Int./Cozinha/Noite
Sequência imediata após a cena anterior. Vemos
uma senhora mexendo em algumas panelas sobre o fogão. Aparenta seus 50 anos de
idade. Roupa simples, típica de uma dona de casa humilde. Seu nome é Romana.
Esta é mãe de Filipe, garoto da cena anterior, e de Diego (ex-namorado de
Paula). Após alguns segundos de cena, entra Diego.
Romana – Filho!
Já chegou do jogo meu amor?
Diego serve um copo de água.
Diego – Já mãe!
Estou exausto. Vou tomar um banho.
Romana – Isso!
Aproveita e chama seu irmão no quarto. Eu já vou servir a janta.
Diego coloca o copo sobre a pia.
Diego (já saindo) – Pode deixar.
Corta
para:
Cena 07 – Motel/Int./Suíte/Noite
Música:
Maxim feat.Skin - Carmen Queasy
Abre a cena com Kelly completamente nua. Seios
a mostra. Logo vemos Lucas se aproximando dela. Ainda com suas roupas. Ele
beija o pescoço dela, enquanto vai passando as mãos pelo seu corpo.
Close, alternado, nos olhos de ambos. Após,
Lucas joga Kelly sobre a cama e arranca a camisa, caindo sobre ela. Um beijo
intenso entre os dois.
Corte de cena... Kelly de joelhos sobre a cama,
com o corpo curvado, apoiada sobre os cotovelos, enquanto Lucas deita por trás
dela. Beijando suas costas até chegar ao pescoço.
CAM flagra uma expressão de prazer no rosto de
Kelly. Sequência finaliza com um beijo entre ambos.
Música cessa aqui.
Corte de Cena... Kelly estava pegando suas
roupas.
Lucas – Eu tenho
uma coisinha para você.
Kelly (feliz) – Pra mim? Oba! O que é?
Lucas – Vem aqui.
Lucas leva Kelly até a frente de um espelho.
Lucas – Fecha os
olhos e levanta o seu cabelo.
Curiosa, Kelly segura o cabelo pra cima e fecha
os olhos. Sorriso em seu rosto. Lucas coloca um colar no pescoço dela. Uma
corrente fina e prateada, com uma pedra branca e detalhes em brilhante, como se
fossem diamantes.
Kelly (sem abrir os olhos) – Não acredito!
Lucas – Pode
abrir agora.
Kelly abre os olhos e se encanta com o colar.
Ela passa a mão direita sobre o colar e olha para Lucas.
Kelly – Lucas!? É
lindo!
Lucas – Assim
como você.
Kelly fica de frente para Lucas e os dois se
beijam. Ela se joga sobre ele, cruzando as pernas ao redor de seu corpo. Vemos
os dois em câmera aberta, onde os vemos de lado, totalmente nus, sem revelar as
partes íntimas.
Corta
para:
Cena 08 – Externa/São Paulo/Noite
Música: Mikky Ekko - Smile
Vemos imagens aéreas da cidade de São Paulo.
Prédios iluminados. O grande movimento da Avenida Paulista. Cena finaliza com a
fachada da casa de Olívia.
Música cessa aqui.
Corta
para:
Cena 09 – Casa de
Olívia/Int./Quarto-Olívia/Noite
A cena inicia com Leandro sentado na cama,
retirando os sapatos. Olívia em pé olhando através da janela.
Leandro –
Você acredita que o Anselmo teve a cara de pau de ir até o meu escritório me
pedir apoio político? É muita petulância. (pausa)
Mesmo depois de eu ter dito com todas as letras que eu não me envolvo em
política.
Leandro percebe que Olívia está distante.
Leandro – Olívia?
Está me ouvindo?
Olívia (susto) – Ãh? Desculpe eu estava um pouco longe.
Leandro – Estou
vendo. Estou aqui há um tempo falando sobre o meu dia e você não diz nada.
Olívia – Sinto
muito. Mas existem coisas mais importantes a ser conversado do que os seus
problemas pessoais com o seu irmão.
Leandro – Do
que você está falando?
Olívia – De
nós! Do nosso casamento. Da nossa vida. Leandro eu sinto falta de como éramos.
Leandro – Que
papo é esse agora, Olívia? O que está acontecendo?
Olívia – É
exatamente isso que eu gostaria de saber? Eu não sei o que está acontecendo. Eu
não quero te cobrar nada, mas eu necessito um pouco mais de atenção. Necessito
de um momento só nosso.
Leandro – Mas
você sabe que as coisas não estão boas ultimamente. Ando cheio de coisas a
fazer no trabalho...
Olívia – O
trabalho! Sempre o trabalho. É exatamente disso que eu estou cansada Leandro.
Você se casou com seu trabalho e esqueceu que tinha uma família.
Leandro – Espera
um pouco. O que está acontecendo? Você nunca reclamou do meu trabalho. Nunca
foi de me cobrar atenção. Porque isso agora?
Olívia – Nada!
Esquece. Eu estou cansada só isso. Vamos dormir.
Leandro – Agora
que você começou eu exijo uma explicação.
Olívia – Esquece
isso Leandro. Eu quero dormir. Boa noite.
Olívia deita na cama e se cobre, desligando o
abajur ao lado de sua cabeceira. A CAM fecha em Leandro que a observa.
Corta
para:
Cena 10 – Apartamento de Lenara/Int./Sala/Noite
Lenara e Viviane estão sentadas no sofá.
Diálogo imediato.
Viviane – Você
chantageou a Lavínia?
Lenara – Eu
não tive escolha. Ela queria me deixar a Bangu. Confesso que me equivoquei, mas
ao menos deu certo. Ela vai me ajudar.
Viviane – Eu
não sei se podemos confiar na Lavínia. Ela é uma mulher perigosa.
Lenara – Ela
não pode fazer nada contra mim. Eu sei de coisas que acabariam com a reputação
dela em questão de minutos.
Viviane – Mais
um motivo para se preocupar. É preciso ter cuidado com esse tipo de gente.
Nesse instante Kelly entra no apartamento. Toda
sorridente.
Kelly – Oi,
meninas! Tenho uma coisa para mostrar a vocês.
Kelly mostra o colar para Lenara e Viviane.
Viviane – Nossa!
Que lindo! Comprou onde?
Kelly – Eu
ganhei. O Lucas me deu.
Lenara – Não
vai me dizer que este foi o pagamento do programa.
Kelly – Na
verdade isso foi um presente. Pessoal. Ele gosta mesmo de mim. Acho que talvez
a nossa relação possa evoluir.
Viviane – Ai
Kelly. Lá vem você com esse papo de romantismo. Não somos a Julia Roberts, de Uma Linda Mulher, em que surge um
Richard Gere, e nos leva ao mais alto escalão da sociedade.
Lenara – A
Vivi tem razão. A regra número um de toda profissional do sexo é nunca colocar
sentimento na cama.
Kelly – Eu sei de
tudo isso, mas e sim comigo for diferente. Pode acontecer? Não pode?
Viviane – Bom,
poder até pode, mas você tem que ser mais realista. É preciso por os pés no
chão em relação a isso. É só um conselho.
Kelly – Não é
lindo!
Corta
para:
Cena 11 – Externa/São Paulo/Noite
Música: MAG - Garoto de Programa
Vemos imagens aéreas da cidade de São Paulo. Prédios
iluminados. O grande movimento da Avenida Paulista.
Corta
para:
Cena 12 – Apartamento
Qualquer/Int./Corredor/Noite
Vemos Hugo saindo de um elevador e caminhando
por um longo corredor até chegar à porta de um apartamento, número 545.
Imediatamente ele aperta a campainha. Aguarda.
Alguns segundo depois a porta se abre e vemos
um homem, maduro, de uns 48 anos de idade, vestido com roupa social.
Homem – Você deve
ser o “Romeu”.
Hugo – Sim! Sou
eu.
Homem – Entre.
O homem dá passagem para Hugo, que entra no
apartamento.
Corta
para:
Cena 13 – Apartamento
Qualquer/Int./Quarto/Noite
Sequência imediata à cena anterior...
Vemos Hugo, o homem da cena anterior e uma
mulher, loira, de uns 35 anos.
Todos nus sobre a cama. Hugo de joelhos
beijando a mulher à sua frente. O homem atrás dele passando as mãos sobre os
seus ombros. Hugo beija o homem também.
Corte de Cena... Hugo deitado sobre a mulher.
Movimento de penetração, enquanto o homem os observa ao lado.
A CAM vai saindo do foco dos três até alcançar
a janela, cujas cortinas balançam com o vento. A CAM segue até sair através da
janela.
Corta
para:
Cena 14 – Externa/Bauru/Noite
Imagens aéreas da cidade. Pontos iluminados.
Algumas praças e o centro da cidade. Fecha a cena com uma imagem de uma casa simples.
Música cessa aqui.
Corta
para:
Cena 15 – Casa de Gracinha/Int./Noite
Cena começa com Gisele entrando pela sala.
Ambiente calmo.
Gisele – Dona
Gracinha? A senhora está em casa? A porta estava aberta e eu entrei.
Cena segue para a cozinha.
Gisele entra na cozinha e logo se depara com
Gracinha caída no chão. Leva as mãos ao rosto. Expressão de pavor.
Imediatamente ela corre em socorro de Gracinha.
Gisele (desespero) – Dona Gracinha? Meu Deus! O que aconteceu. Fala comigo.
Corta
para:
Cena 16 – Hospital/Int./Sala do Médico/Noite
Sequência imediata após cena anterior...
Um médico examina alguns papéis, enquanto
Gracinha, já reanimada, o observa. Gisele está ao seu lado.
Médico – Fizemos
algumas coletas e acabamos vendo no histórico que a senhora já apresentou
alguns sintomas anteriores.
Gisele – Como
assim? Quer dizer que ela está doente? O que ela tem?
Gisele – Acalme-se
Gisele. Deixe o médico falar. Prossiga doutor.
Médico – Com
base no histórico e nos resultados obtidos, temos como definir um diagnóstico.
A senhora está com Diabetes. Precisa começar o tratamento o quanto antes.
Close no rosto de Gracinha.
Corta
para:
Cena 17 – Externa/São Paulo/Dia
Música: 3LAU feat. Bright Lights – How You Love Me
Imagem aérea da cidade. Comunidades de bairros
populares da cidade, fechando com a imagem das pessoas caminhando pelas ruas da
cidade.
Música cessa aqui
Corta
Para:
Cena 18 – Colégio Charles Darwin/Biblioteca/
Dia
Roberto sentado atrás do balcão. Diego caminha
até ele. Os dois se encaram.
Diego (esnobe) – Acha mesmo que a Paula é para você? Um zero a esquerda, morto
de fome e que não tem nem para se sustentar.
Roberto – Você
não me conhece. Não tem o direito de me ofender no meu trabalho.
Diego – Eu estudo
aqui. É com o pagamento da minha mensalidade que você recebe. Se coloca no seu
lugar. Ou melhor, volta para sua cidade ridícula no interior... Volta para a
maloca que deve ser a sua casa.
Roberto (impaciente) – Por favor, me respeite.
Diego – Eu não
respeito pessoas como você. Deve ser um lixo, você e sua família.
Roberto se levanta da cadeira e agarra Diego
pela gola da camisa e em seguida lhe dá um soco. Diego cai no chão. Vemos Paula
observando nesse exato momento.
Roberto (bravo) – Cala essa boca! Não fala da minha família. Você me entendeu?
Paula (chocada) – Não entra no jogo dele Roberto. (a Diego) Diego vai embora.
Diego – Vocês
viram. Ele me agrediu. Isso não vai ficar assim.
A supervisora da Biblioteca entra.
Supervisora – O
que está acontecendo aqui?
Olhares tensos.
Corta
para:
Cena 19 – Colégio Charles Darwin/Pátio/Dia
Movimentação de alunos. Roberto caminha entre
eles com um ar de desapontado. Paula logo atrás.
Paula – Roberto
me espera. Preciso falar com você.
Roberto –
Me desculpa. Eu não sei o que deu em mim. (pausa)
Também não importa mais.
Paula – Não! Eu
vou te ajudar. Vou falar com a Diretora e resolver a situação.
Roberto – Não,
Paula. Não cabe a você se meter nos meus problemas. Eu errei em aceitar a
provocação daquele mauricinho.
Paula – Mas isso
é injusto. A culpa não é só sua.
Roberto – Eu
sei que você só quer me ajudar. Mas está tudo bem. Eu vou ficar bem. Obrigado!
De coração.
Roberto vai embora. Close final no olhar triste
de Paula vendo ele ir.
Corta
para:
Cena 20 – Clube Qualquer/Piscina/Dia
Imagem de uma piscina grande. Algumas pessoas
por ali. Garçons servindo alguns clientes. CAM acha Lucas caminhando.
Em seguida vemos uma mulher, jovem, de uns 25
anos e cabelos ruivos. Estava deitada em uma espreguiçadeira, de biquíni e com
um óculos de sol.
Lucas se aproxima dela, sentando em uma cadeira
ao lado.
Lucas – Eu não
sabia que a sereia já estava de novo neste solo brasileiro.
Rebeca (sem olhar) – Nem vem com esse papo furado, Lucas. (retira o óculos) Qual é? Já desistiu das prostitutas da Golden Girls?
Lucas – Para! Você
sabe que você é única.
Rebeca (coloca o óculos) – E também não sou trouxa. Já te falei a minha condição. Só te
dou uma chance quando você tomar jeito.
Lucas – Mas eu
sei que você gosta de mim. No fundo, no fundo, eu tenho certeza de que você me
ama.
Rebeca (risos) – Eu mereço. Vai dar um mergulho e me erra garoto.
Lucas abre um sorriso e levanta, caminhando em
direção a piscina. Ele olha para ela.
Lucas – Eu ainda
te pego sereia!
Lucas mergulha na piscina. Close final em
Rebeca, observando ele.
Corta
para:
Cena 21 – Apartamento de Hugo/Int./Sala/Dia
Roberto e Hugo sentados no sofá. Diálogo já em
andamento.
Hugo – Que chato
isso! Mas esse babaca tem que aprender uma lição.
Roberto –
Esquece. Não vale apena ficar pensando no passado. Eu posso conseguir outra
coisa.
Hugo – Disso eu
não tenho dúvidas.
Telefone toca.
Hugo – Alô!
Traz até Roberto.
Hugo – É pra
você. Sua namorada.
Roberto –
Gisele? Mas o que ela quer?
Roberto atende o telefone.
Roberto – Gisele?
(pausa) Aconteceu alguma coisa?
Vemos Roberto sair caminhando com o telefone ao
ouvido. Hugo senta e começa a olhar uma revista. Alguns segundos depois Roberto
retorna. Telefone nas mãos. Ligação encerrada. Roberto senta no sofá. Estava
sério.
Hugo – O que
aconteceu? Algum problema?
Roberto – Uma
desgraça. O que eu não imaginava que pudesse acontecer. Não agora.
Hugo – Algo com
sua mãe? O que aconteceu?
Roberto – Minha
mãe está com Diabetes. Precisa começar um tratamento o quanto antes. Precisa da
minha ajuda.
Hugo – Eu sinto
muito. Mas estou aqui para o que der e vier. Você sabe que pode contar comigo.
Roberto – E
agora Hugo? O que eu faço? Sem dinheiro. Desempregado. Esse tratamento deve ser
muito caro em um hospital particular. Se for esperar pelo público é capaz dela
piorar.
Hugo – Eu te
entendo. Não é fácil.
Roberto – Eu
preciso achar uma saída rápido. Preciso de um emprego em que eu ganhe muito
bem. Agora mais do que nunca eu vou precisar.
Hugo – A não
ser... Não! Acho que não toparia.
Roberto – No
que está pensando?
Hugo – Eu já te
contei sobre o meu trabalho. Sabe que faturo muito. Às vezes tiro até trinta
mil por mês.
Roberto – Eu
sei. Acho que não estou em condições de rejeitar nada. Eu topo ser Garoto de
Programa.
Hugo – Então eu
vou te ajudar. Vou te apresentar a uma pessoa. Você vai ganhar muito dinheiro.
Isso não será mais um problema. Acredite em mim.
Roberto fica olhando para o nada, enquanto Hugo
o olha com um sorriso no rosto.
A CAM
mostra os dois em cena aberta e tudo fica em preto e branco para o fim do
capítulo.
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