segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Capítulo 01: Apenas Desejo




Capítulo 01

“Esta trama é 100% original, sem nenhum compromisso com a realidade. Aborda a luta de Clarice para provar sua inocência de um crime que ela não cometeu, ou que pelo menos ela alega não ter cometido”.

RIO DE JANEIRO 2013

Era um dia maravilhoso de sol. Os banhistas estavam aproveitando a praia, algumas pessoas fazendo caminhadas, outros andando de bicicleta, enquanto que para a maioria, era mais um dia trabalho. Para Raquel, era o dia de seu casamento. A cerimônia estava sendo realizada na mansão de seus pais. Estava tudo perfeitamente decorado. Era tudo para ser o dia mais feliz da vida dela. Clarice estava caminhando entre os convidados com uma taça de champanhe na mão direita. Ela não se dava bem com Raquel, pois Fernando, o noivo, foi namorado dela por um tempo. Clarice para ao lado de uma haste de flores que fazia um arco por onde Raquel passaria até chegar ao altar da cerimônia. Roberto, irmão de Fernando, se aproxima dela.

Roberto: Nem vou dizer que é uma surpresa te ver por aqui.

Clarice: Você nem imagina o quanto.

Roberto: Mas é verdade, eu não entendo. Raquel te odeia, porque viria ao casamento de seu ex com uma outra mulher?

Clarice: Tenho meus motivos, ou vai ver a noiva quis assim.

Roberto: Não precisa fingir para mim. Sei que ainda gosta do meu irmão e essa situação toda te perturba. 

Roberto abre um sorriso e começa a se afastar, porém para e olha para Clarice.

Roberto: Mas se quer um conselho, esqueça ele, não vale a pena.

Roberto desaparece em meio aos convidados. Clarice caminha e vai até o banheiro. Ao se olhar no espelho, ela tem uma leve lembrança...

CINCO DIAS ANTES DO CASAMENTO

Clarice tinha acabado de chegar na empresa. Ela estaciona o carro e quando sai se depara com Raquel.

Clarice: O que você está fazendo aqui?

Raquel: Eu vim falar com você.

Clarice: Eu não tenho nada para falar com você.

Raquel: Eu não vou deixar você fugir. Só vim te lembrar que o Fernando não te ama, nunca te amou e que vamos nos casar. Desaparece das nossas vidas.

Clarice: O que você está pensando que eu sou? Eu não perco o meu temo correndo atrás de ninguém. O que eu tive com o Fernando acabou, e acredite, eu nunca que me meteria na vida de vocês, os dois se merecem.

Raquel: Acho muito bom que pense assim, porque não sabe do que eu sou capaz.

Clarice: Eu tenho mais o que fazer.

Clarice desvia de Raquel, que agarra seu braço impedindo-a de seguir.

Clarice: Me solta Raquel!

Raquel solta o braço dela.

Raquel: Tudo bem, pode ir. Você já está avisada.

Clarice entra na empresa onde trabalhava. Quando chegou o fim do expediente, Clarice foi até o seu carro para ir embora. Quando chegou encontrou o carro rabiscado, com a palavra “Vadia” escrita na lateral. 

Clarice: Desgraçada!

Ela abre a porta do carro e enxerga sobre o capô do carro um bilhete. Ela abre e fica surpresa com o convite do casamento de Raquel e Fernando.

Clarice: Ela só pode está de brincadeira comigo.

DE VOLTA AO PRESENTE...

Clarice sai do banheiro. Roberto vai até Fernando.

Roberto: Já viu quem está aqui?

Fernando: Acredito que mais um dos convidados.

Clarice: Só se você convidou a Clarice.

Fernando: Clarice?

Roberto: Acabei de conversar com ela, estava lá atrás.

Fernando sai a procura de Clarice e encontra ela voltando do banheiro. Ela fica tensa, mas mantém o controle.

Fernando: O que diabos você está fazendo aqui?

Clarice: Pergunte a sua noiva.

Fernando: Eu não tenho tempo para os seus joguinhos. 

Clarice: A única pessoa que joga aqui é você Fernando. Pensa que não sei que está se casando por interesse. Você é um sanguessuga miserável, tenho nojo de um dia ter te amado.

Fernando: Pode falar o que quiser, mas eu amo a Raquel. Vamos ser muito felizes e você vai morrer sozinha se continuar a correr atrás de mim.

Clarice sente o sangue ferver, mas mantém a calma.

Clarice: Sua noiva deixou um convite sobre o meu carro, além de ter riscado a palavra “vadia” nele. Eu vim também para me certificar de que você vai mesmo se casar. Quero ter guardado bem na minha memória o dia em que você assinou sua sentença de infelicidade derrota.

Fernando: Então veja. Eu poderia mandar os seguranças a expulsarem daqui como um cão vira-lata, mas acho que será melhor deixar você ver a minha vitória. 

Fernando se aproxima e fala baixinho no ouvido de Clarice.

Fernando: Depois de hoje você nunca mais terá contato comigo ou com qualquer outro desta família.

Fernando se afasta e Clarice limpa uma lágrima que corre.

Laura, mãe de Raquel, estava impaciente ao lado de Linda, irmã da noiva.

Laura: Sua irmã está demorando muito.

Linda: Calma mamãe, é sempre assim. Sabe que a Raquel nunca foi pontual. 

Laura: Eu vou ter que ir lá ver se esta tudo bem.

Linda: Quer que eu vá junto.

Laura: Não. Recepcione os convidados e se alguém questionar diga que é um problema com o vestido mas que está sendo resolvido e ela logo virá.

Linda: Tudo bem.

Clarice caminha em direção ao altar e se senta em um dos assentos. Ela olha para Fernando que a ignora.

Clarice: O que eu estou fazendo?

Clarice se levanta decidida a ir embora. Enquanto caminha, ela esbarra em um homem que parece apressado.

Clarice: Desculpa.

Clarice estranha o comportamento do homem, mas ignora. Laura bate na porta do quarto de Raquel.

Raquel: Filha, sou eu. Você já está pronta?

Raquel não responde nada. Raquel entra no quarto. O véu está sobre a cama. Laura percebe que a torneira da banheira está ligada.

Laura: Raquel, eu não acredito que você ainda está no banho...

Laura pisa na água que corre de dentro do banheiro. Ela entra apressada e fica chocada ao ver o corpo de Raquel deitado sobre a banheira. No chão está o vestido de noiva, uma rosa vermelha do lado, uma garrafa de champanhe aberta e uma taça deitada no chão ainda com algum restinho de champanhe dentro.

Laura: SOCORRO!

O grito de Laura é tão alto que Fernando escuta. Outras pessoas, incluindo Linda, Roberto e Raul, o pai de Raquel, correm para o quarto, para entender o que estava acontecendo. Fernando encontra Laura chorando na entrada do banheiro.

Fernando: O que houve?

Ele olha e vê Raquel dentro da banheira.

Fernando: Raquel? Meu amor.

Fernando abraça Raquel, desesperado. Laura abraça Raul.

Laura: Nossa filha, Raul. Nossa menina está morta.

Linda fica pálida ao ver Fernando abraçado com Raquel. 

(...)

Clarice chega em seu apartamento e encontra sua mãe sentada no sofá da sala.

Clarice: Mãe!

Norma: Filha, onde estava? Você não me atendeu o dia todo ontem, hoje também não ligou, fiquei preocupada.

Clarice: Desculpa, é que estava pensando em algumas coisas, o celular descarregou e eu acabei não recarregando mais.

Norma: Mas está tudo bem. Parece que veio de um velório.

Clarice: Na verdade de um casamento. 

Norma: Não. Não me diga que você foi mesmo ao casamento do Fernando.

Clarice: Fui.

Norma: Clarice, minha filha. Porque você fez isso? Tanto que te aconselhei para esquecer essa história...

Clarice: Tudo bem. Eu sai antes da cerimônia. Eles já devem estar se casando agora... e quer saber, que se danem os dois. Eu não quero mais falar sobre isso. Vou tomar um banho e conversamos depois.

(...)

Laura estava sentada na sala ao lado de Linda e Raul. Fernando estava olhando o jardim pela janela. Roberto desce do quarto onde Raquel estava.

Roberto: Eles levarão o corpo para a perícia e depois liberarão para que seja procedido o funeral.

Laura: Eu ainda não acredito que isso esteja acontecendo. Minha menina.

Linda: Como isso foi acontecer?

Roberto: Os peritos suspeitam de afogamento, já que ela estava deitada na banheira e parecia estar consumindo álcool. Mas o laudo apontará as causas definitivas. Eu sinto muito.

Roberto vai até Fernando e o abraça.

Roberto: Lamento meu irmão.

Fernando chora.

(...)

Os peritos fotografam a cena onde aconteceu a morte de Raquel. Cada detalhe, a rosa, o vestido, o corpo e uma palavra escrita com batom no espelho do banheiro: “VADIA”.

FIM DO CAPÍTULO

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