Clarice
havia saído antes da confusão e portanto não sabia do que havia acontecido. Mas
as notícias chegaram à mídia e Norma acabou vendo. Depois de assistir a
notícia, Norma vai até o quarto de Clarice e acorda ela.
Norma: Filha!
Clarice
desperta aos poucos.
Norma: Filha,
acorda. Tenho uma notícia não muito boa para te falar.
Clarice: O que
houve mãe?
Norma: É com a
Raquel. Acabei de ver na televisão que ela morreu.
Clarice
salta da cama.
Clarice: O que? Mas
o que a senhora está dizendo mãe? Como assim?
Norma: Eu não
sei, o noticiário não deu muitos detalhes. Só disseram que encontraram ela
morta dentro da banheira. Não chegou nem a ter cerimônia.
Clarice: Meu Deus!
Como isso foi acontecer.
.........
Depois
de recolhido o corpo de Raquel, ela foi levada para o IML. Fizeram os devidos
procedimentos para descobrir a causa da morte. Cada item foi recolhido para ser
analisado. Horas mais tarde, o corpo de Raquel já estava sendo velado no
Cemitério Jardim da Saudade. Laura e Linda estavam desoladas. Raul permanecia
forte. Ele nunca foi de demonstrar o seu lado emocional.
Laura: Eu não
posso acreditar. Minha menininha se foi.
Linda: Vai ficar
tudo bem mãe.
Minutos
depois o corpo de Raquel estava sendo encaminhado para o local onde seria
enterrado. Enquanto o corpo de Raquel estava sendo preparado para ser
enterrado, Roberto observava de longe a presença de Suzana, um amiga de Raquel
que tiveram uma séria briga no qual as duas acabaram terminando a amizade.
Roberto ficou intrigado.
Clarice
aparece de surpresa no enterro, mas fica escondida de todos. Ela observa de
longe o sofrimento de Laura e Linda.
Clarice: Meu Deus,
como isso foi acontecer.
Fernando
percebe a presença de Clarice e discretamente vai ao encontro dela sem que ela perceba.
Fernando: O que você
está fazendo aqui?
Clarice
fica gelada ao ser flagrada.
Clarice: Fernando?
Desculpa, eu... sinto muito pelo que aconteceu... eu...
Fernando: Você não
sente nada. Para de fingir que se importa com a morte da Raquel. Vocês nunca se
deram bem. Faz um favor e some daqui.
Clarice: Não, eu
jamais ficaria feliz com isso...
Fernando: Chega de
bancar a boazinha. Eu não acredito em nada que vem de você. Em outras
circunstância eu até pensaria que você tivesse provocado tudo isso.
Clarice: Escuta
aqui, eu vou respeitar esse momento porque sei que você deve está muito abalado
com tudo isso, mas eu não vou admitir que você fale desse jeito comigo. Quer
saber, foi um erro eu ter vindo. Adeus, Fernando.
Clarice
vai embora e Fernando volta para acompanhar o enterro.
O
enterro prosseguiu sem nenhum contratempo. Depois das despedidas todos foram
embora.
.........
Clarice
chega na casa de sua mãe e a encontra sentada na sala.
Norma: Filha? E
então, como é que foi?
Clarice: Como não
poderia deixar de ser, fui apedrejada pelo Fernando.
Clarice
se senta ao lado dela.
Norma: Como
assim? O que ele fez?
Clarice: Bom, ele
veio falar comigo, mandou eu ir embora e até insinuou que eu estava feliz com a
morte da Raquel. Um absurdo, mas relevei.
Norma: Que desgraçado.
Clarice: Tudo bem,
ele está abalado e nem sabia o que estava dizendo.
Norma: Mesmo
assim. Ele não tem o direito de falar essas coisas de você.
.........
Alguns dias
depois...
Era
noite. Raul atende o telefone, enquanto Laura e Linda estão na sala assistindo
à novela. Depois de conversar alguns minutos ele vai até a sala.
Laura: Quem era
no telefone?
Raul: A delegada
que está cuidando do caso da morte da nossa filha.
Laura
fica curiosa.
Laura: O que ela
queria a essa hora.
Raul: Saiu o
laudo da perícia.
Linda: Ela morreu
afogada, não foi?
Raul: Os exames
apontaram uma substância tóxica na bebida que Raquel estava tomando.
Laura:
Substância?
Raul: Veneno.
Nossa filha foi envenenada. Alguém colocou veneno na taça que Raquel estava
bebendo. Ela foi assassinada.
Laura: O que?
Linda: Meu Deus!
.........
O
telefone da casa de Norma toca e Clarice é quem atende. Depois de conversar ela
desliga.
Norma: Quem era
filha?
Clarice: Era da
polícia. Estão me chamando para prestar depoimento sobre o dia da morte da
Raquel.
Norma:
Depoimento? Bom, deve ser procedimento padrão.
Clarice: Claro. Eu
não tenho muita coisa a dizer, afinal nem se quer cheguei a vê-la. Vou tomar um
banho e me arrumar.
.........
Na
delegacia, a delegada Renata tinha dado início aos depoimentos. Os primeiros a
depor foram, Roberto, Laura, Linda, Raul e Fernando.
Renata: O senhor
chegou a ver a noiva antes do assassinato naquele dia?
Roberto: Não! No
dia do casamento eu nem ao menos estive dentro da casa, a não ser depois do
ocorrido, como é do conhecimento de todos vocês.
Renata: A senhora
não tinha notado nada de estranho naquele dia, algum comportamento suspeito da
vítima ou coisa parecida?
Laura: Nada.
Minha filha estava muito feliz. Ela havia esperado aquele diz com muita
ansiedade. Ainda não consigo acreditar que ela se foi. (Laura enxuga as
lágrimas com um lenço)
Renata: Como irmã
da vítima, ela não chegou a te contar nada sobre algum ex-namorado ciumento, ou
alguma rivalidade?
Linda: Minha irmã
me contava tudo e eu posso garantir que nada disso estava perturbando ela.
Casar com o Fernando era tudo o que ela queria. A única pessoa que ela tinha
como rival era a ex-namorada do Fernando, a Clarice.
Renata: O senhor
não tem nenhum inimigo que posso ter tido a infeliz ideia de descontar na sua
filha alguma frustração?
Raul: Ninguém.
Sou um homem cercado de amigos. Nunca permiti que pessoas que eu não confiasse
tivesse contato com a minha família.
Renata: Vocês
tiveram alguma discussão que talvez tivesse levado a vítima a cometer suicídio?
Fernando: O que?
Acha mesmo que ela se matou? Não, isso é impossível. Nos amávamos e ainda a amo
muito. Não acredito que ela faria isso.
Renata: Me
desculpe, mas é só uma das teorias possíveis afinal, foi envenenamento.
Clarice
chega na delegacia e encontra Fernando que estava saindo da sala da delegada.
Fernando: Tenho
quase certeza de que foi você.
Clarice: Do que
você está falando?
Abreu,
ajudante da delegada chama Clarice para depor.
Abreu: Por aqui
senhorita.
Clarice
entra na sala de Renata e se senta de frente para ela.
Renata: Então dona
Clarice Vieira. 23 anos de idade,
solteira, nascida e com residência fixa no estado do Rio de Janeiro, correto?
Clarice: Sim!
Renata: Pois bem.
A senhorita conhecia a vítima Raquel Albuquerque?
Clarice: Sim.
Renata: Que tipo
de relação vocês duas tinham?
Clarice: Não era
das melhores, infelizmente. Ela tinha um ódio de mim que eu nunca consegui
entender. Mas eu nunca desejei nada como isto para ela.
Renata: Entendo.
Mas me fale sobre esse atrito entre vocês duas. Qual o motivo?
Clarice: Bom, a
Raquel me odiava porque tinha medo de que o Fernando, noivo dela, voltasse
comigo. A gente foi namorado antes deles ficarem juntos.
Renata: Então quer
dizer que você não tinha nenhum ressentimento com a vítima?
Clarice: Não.
Renata: Bom, mas
pelo que me foi apontado nos depoimentos anteriores, parece que vocês duas
tiveram uma pequena discussão dias antes do casamento, é verdade?
Clarice: Sim, é
verdade. Ela me procurou no meu trabalho e me falou coisas horríveis, porém
relevei. Nunca dei corda para as paranoias dela. Nesse mesmo dia ela riscou a
palavra vadia na lateral do meu carro e ainda deixou o convite do casamento
sobre o teto.
Renata: Vadia?
Renata
retira uma fotografia de dentro de uma pasta e mostra para Clarice. É a foto do
espelho do banheiro de Raquel onde estava escrito com batom a palavra “vadia”.
Clarice: O que é
isso?
Renata: Essa foto
é da cena do crime.
Clarice
fica pálida.
Clarice: Crime?
Como assim crime? Ela não morreu afogada?
Renata: Não, ela
foi envenenada. E essa foto é do espelho do banheiro. Quem matou a Raquel
escreveu isso. Coincidência não.
Clarice
percebe que a delegada está tentando jogar contra o psicológico dela.
Clarice: Olha
doutora, eu sei muito bem o que a senhora está pensando, mas não fui eu quem
envenenou a Raquel.
Renata: Mas
ninguém aqui está dizendo isso. Só estou colhendo o seu depoimento não te
acusando. Mas tudo bem, não tenho mais perguntas. Pode se retirar. Se precisar
eu te chamo de novo.
Clarice: Tudo bem.
Clarice
vai embora. Renata olha para Abreu.
Renata: Essa é a
única que a gente pode dizer que tinha motivos. Mas temos que averiguar melhor.
.........
Fernando
estava levando Laura para sua casa. Laura questiona ele sobre Clarice.
Laura: Quem era
aquela mulher com quem você estava conversando lá na delegacia quando saiu da
sala da delegada?
Fernando: Talvez com
a possível assassina da Raquel.
Laura: O que? Do
que você está falando?
Fernando: O nome
dela é Clarice. Foi minha namorada ante de eu conhecer a Raquel. Elas não se
bicavam.
Laura: Então você
acha que ela pode ser a assassina da minha filha?
Fernando: Sim. Ela
estava lá no dia do casamento.
Laura
fica perplexa.
.........
A
secretaria de Raul anuncia que tem uma mulher querendo falar com ele.
Raul: Não quero
ver ninguém, já estou até indo embora, passei somente para pegar uma pasta e...
Norma
entra na sala de surpresa.
Norma: Mas eu vou
entrar mesmo assim!
Raul: Você!
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