segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Capítulo 7: Apenas Desejo



Clarice estava convencida de que naquele pendrive estava a foto que levaria ao verdadeiro assassino de Raquel. Norma senta ao lado dela.

Norma: Mas como você tem tanta certeza de que irá descobrir quem matou a Raquel olhando essas fotos?
Clarice: Minha intuição me diz isso. Nessas fotos deve haver algo que me leve ao criminoso. Eu preciso de uma base para começar a minha própria investigação e estas fotos é a base que eu preciso.
Norma: Você tem razão.
Clarice se levanta e se dirige até o quarto.
Clarice: Agora se me dá licença eu tenho que analisar as fotos.
Minutos depois ela estava em frente ao computador olhando foto por foto. Algumas são de um book que Raquel havia feito no Jardim Botânico. As demais fotos eram da recepção dos convidados. Raquel não aparecia em nenhuma, pois estava se arrumando no quarto para a cerimônia.
Clarice: Que droga! Nenhuma dessas fotos aparenta ter nada suspeito. Eu vou precisar analisar com muita calma.
.......

Em sua casa, Laura também estava olhando as fotos de Raquel, do book que ela tinha feito no Jardim Botânico. Linda entra no quarto.

Linda: Eu queria te pedir desculpas pelo que disse mais cedo.
Laura para de olhar as fotos e olha para Linda.
Laura: Não há o que desculpar. Estávamos exaltadas e quando estamos assim falamos sem pensar.
Linda se senta ao lado dela.
Linda: São as fotos da Raquel?
Laura: Sim! São as fotos do book que ela havia feito para o casamento.
Linda: Ela estava linda!
Laura: Como sempre.
Laura olha para Linda.
Laura: Quero conversar com essa Clarice. Preciso olhar nos olhos dela e descobrir a verdade. Acredito que ela seja a responsável, mas preciso sentir isso nos olhos dela.
Linda: Não vamos começar com essa história de novo não é mãe.
Laura: Não se preocupe. Essa Clarice já está criando problemas demais. Juro que depois que se provar sua inocência, sou capaz até de pedir perdão a ela.
Linda balança a cabeça em sinal de negação.
.......

Clarice continuava debruçada em frente a tela do computador analisando as fotos, porém não conseguia encontrar nada que pudesse ajudá-la. De repente Norma bate na porta de seu quarto e entra.

Norma: Filha! Ligaram da sua empresa. Pediram para você comparecer lá com urgência.
Clarice: Meu Deus! Com essa confusão toda eu esqueci de ir para o trabalho hoje. Vou tomar um banho e já estou de saída.
Norma: Tudo bem. Conseguiu encontrar algo?
Clarice: Por enquanto nada. Mas tenho certeza de que acharei.
.......

Minutos mais tarde Clarice estava no seu trabalho. Ao chegar, percebeu que muitos a olhavam de forma estranha. Algumas de suas colegas não lhe cumprimentaram e outras viraram o rosto. A secretária do seu chefe avisou que ele desejava falar com ela. Clarice deixou sua bolsa na sala e foi direto falar com o chefe

Clarice: Com licença!
Paulo(Chefe): Sente-se.
Clarice: Sei que deve ser por causa do meu atraso, mas o senhor sabe o que passei nos últimos dias...
Paulo: Não se preocupe. Está tudo bem. Vou ser bem direto. O conselho pediu a sua demição imediata.
Clarice: O que?
Paulo: Entenda que não é nada pessoal, você é uma excelente funcionária, mas... Ora, a questão é que você está respondendo um processo criminal. Os acionistas acharam melhor desvincular o seu nome da empresa, para evitar possíveis pontos negativos. Você sabe que qualquer ponto negativo é ruim para os negócios.
Clarice: Vocês não podem fazer isso comigo. Eu preciso desse emprego, Paulo. Por favor, eu imploro.
Paulo: Eu sinto muito, mas não posso fazer nada. Ordens são ordens.
Clarice: Tudo bem. O que estão fazendo comigo é uma injustiça. Eu não matei ninguém. Todo mundo já me condenou mas eu vou provar minha inocência e vou fazer com todos me peçam perdão de joelhos.
Paulo: Passe no RH para acertar sua rescisão. Todos os seus direitos serão pagos sem nenhum problema. Foi um prazer ter trabalhado com você.
Clarice se levanta da sala e sai sem dizer um adeus.
.......

Leonel estava em um bar, bebendo e apostando com alguns amigos. Na verdade, eram amigos de jogo, o que não tornava uma amizade tão sincera. Ali, a única coisa que importava eram as apostas e o dinheiro.

Leonel: Essa eu vou levar facinho.
Homem 1: Então é só mandar.
Leonel abaixa suas cartas.
Homem 2: Hum! Pena que meu jogo sai muito a frente do seu. Ganhei!
Leonel fica sem acreditar.
Homem 2: Passa a grana.
Leonel: Sabe o que é, e que eu não trouxe minha carteira hoje...
O homem agarra Leonel pelo cós da camisa dele.
Homem 2: Está achando que eu sou idiota? Aqui se aposta e se paga quando perde. Você me deve e eu quero minha grana agora. Se não pagar por bem vai me pagar por mal. Você escolhe.
Leonel: Tudo bem! Mas eu preciso fazer uma ligação antes.
O homem larga Leonel que pega o celular.
.......

Suzana toca a campainha da casa de Laura. Linda atende e fica surpresa.

Linda: Suzana?
Suzana: Oi, Linda!
Linda: O que você está fazendo aqui?
Suzana: Vim ver como vocês estão. Soube do acontecido e quero prestar minha solidariedade.
Linda: E para que? Que eu saiba você e minha irmãs já não tinham mais aquela amizade de antes. O que foi mesmo? Ah, é, você se interessava pelos namorados dela. Que bela amiga não é?
Suzana: Me desculpe, Linda, mas eu não vim aqui para ser julgada...
Linda: Você nem deveria vir aqui. Não é bem vinda nesta casa e nunca será. Não precisamos de sua solidariedade. Agora se me dá licença eu tenho muita coisa para fazer.
Linda fecha aporta na cara de Suzana. Suzana vai embora.
.......

Clarice chega em sua casa, arrasada. Norma vem falar com ela.

Norma: O que houve filha?
Clarice: Fui demitida!
Norma: O que? Como assim? Porque eles fizeram isso?
Clarice: Ora, porque estou respondendo um processo criminal. Eles acharam melhor me desvincular da empresa para não manchar a imagem.
Norma: Que descarados. Você devia processar eles...
Clarice: Não! Nada de justiça. Já chega este processo que movem contra mim. O pior de tudo é ver os meus amigos se afastando de mim. Nenhum quis falar comigo. Me evitaram
Norma abraça Clarice que estava chorando.
Norma: Não sofra por isso minha filha. Os verdadeiros permanecem ao nosso lado nas horas mais difíceis. Se estão se afastando de você, agradeça a Deus, pois estes não são verdadeiros. Nesses, você jamais deve confiar. E você não está sozinha, tem a mim, sua irmã e tenho certeza que muita gente não acredita que você seja culpada nesse assassinato.
Clarice: Obriga, mãe!
.......

Fernando chega no bar onde Leonel estava.

Leonel: Este é o cara. Meu filho, Fernando. Filho este aqui é o...
Fernando: Não me interessa saber quem é quem. É pra você que ele deve?
Homem: Sim.
Fernando: Está aqui. Agora se quer um conselho, dá próxima não aposte mais com ele. Ele não tem como pagar nada.
Leonel: Como assim? Não é verdade eu...
Fernando: Vamos embora pai.
Fernando sai e Leonel sai atrás dele. Ao chegarem no carro Leonel o puxa pelo ombro.
Leonel: Filho! Obrigado pelo que fez hoje por mim.
Fernando: Obrigado? Você acha mesmo que eu quero ouvir um agradecimento de você? Está muito enganado. Pai, quando é que você vai aprender a ser mais responsável?
Leonel: Está me chamando de irresponsável? Eu sou o seu pai e exijo respeito.
Fernando: Sério? Porque eu acho que os papéis estão se invertendo aqui. Eu e o Roberto temos mais cabeça que você. Agora, dá próxima vez que aprontar outra dessas vai ter que se virar.
Leonel: Você é mesmo um ingrato. Te ajudei a conquistar a filha dos Albuquerque e é assim que me paga?
Fernando: Puro interesse. Você não faz nada que não te beneficie. É triste ter que admitir isso, mas é a pura verdade e você sabe disso. Agora chega dessa conversa.
Fernando entra no carro e vai embora. Leonel fica esbravejando.
Leonel: Um ingrato! É isso que você é. Seu ingrato.
.......
Clarice caminha pela praia, refletindo sobre tudo o que estava acontecendo com ela. De repente, Roberto aparece e a surpreende.

Roberto: Clarice?
Clarice: Roberto.
Roberto: Então conseguiu se livrar da prisão.
Clarice: O verdadeiro culpado é quem deveria estar lá, não eu.
Roberto: Claro. Sabe, eu acredito em você.
Clarice: Você? Jura? Porque a dias atrás tinha ido questionar se eu tinha matado a Raquel, lembra?
Roberto: Bom, eu lembro. Mas também lembro que fui para te oferecer ajuda. Não acredito que tenha sido você. Posso te ajudar a procurar o assassino se quiser.
Clarice: Agradeço sua intenção mas não. Eu não preciso de ninguém. Sei andar com as minhas próprias pernas.
Roberto: Você é quem sabe. Se precisar é só me avisar.
Roberto começa a se afastar e Clarice põe as mãos sobre a cabeça olhando além da linha do mar.
.......

Raul havia chamado Amadeu para assumir o caso do assassinato como advogado de acusação do processo que moveriam contra Clarice. Ele estava no aeroporto para recepcioná-lo.

Raul: Amadeu! Seja bem vindo ao Rio de Janeiro.
Amadeu: Obrigado!
Raul: Meu carro está esperando. Levarei ao seu hotel.
Amadeu: Certo. Vamos.
.......

Ricardo estava com Clarice na sala olhando as fotos.

Ricardo: Tem certeza de que vai encontrar alguma coisa nessas fotos?
Clarice: Tenho! Continue olhando. Qualquer coisa suspeita me mostre.
Ricardo: Tudo bem!
Eles continuam olhando uma a uma.
Clarice: Espere! Veja isso.
Clarice mostra uma foto onde Linda está com duas mulheres na sala de estar.
Ricardo: Conhece elas?
Clarice: Não me refiro a elas. Me refiro aquele homem lá atrás subindo a escada.
Ricardo olha atentamente.
Clarice: É ele Ricardo. Tenho certeza de que é o assassino da Raquel.



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