Ricardo e Clarice se beijam por alguns
segundo e depois se afastam.
Ricardo:
Me desculpe, isso não
pode ser. Eu peço desculpas.
Clarice:
Eu é que peço desculpas.
Ricardo:
Acho melhor eu ir
embora. Depois continuamos.
Clarice:
É, acho que é melhor
mesmo.
Ricardo:
Até mais, então.
Ricardo vai embora. Clarice fica sem
saber o que fazer.
Clarice:
O que está acontecendo
comigo?
Dentro do seu carro, Ricardo coloca as
mãos sobre a cabeça.
Ricardo:
Como pude fazer aquilo.
Ela é minha cliente. Não posso me envolver com ela. Burro, burro, burro...
........
Na
delegacia, a delegada Renata estava frente a frente com Henrique.
Renata: Vai me contar a verdade ou vai mentir?
Sabemos que estava na casa da Raquel no dia em que ela foi assassinada.
Henrique: Uma foto não pode me incriminar.
Renata: Claro que não. Mas é capaz de mandá-lo ao
tribunal como suspeito de ter assassinado a vítima. EU não entendo porque não
abre o jogo de uma vez.
Henrique
fica pensativo.
Henrique: Tudo bem, eu confesso. Eu fui a casa da
Raquel sim, mas não a matei...
Lembrança do dia do
casamento...
Henrique
caminha pela sala tentando não ser reconhecido por ninguém. Ele sobe a escada e
caminha em direção ao quarto de Raquel. Ele bate na porta. Raquel estava se
preparando para entrar no banho.
Raquel: Tenha calma mamãe, tive um contratempo.
Entre, a porta está aberta.
Henrique
entra. Raquel vê seu reflexo no espelho e se vira assustada.
Raquel: Henrique? O que faz aqui? Não deveria
estar aqui, vai embora.
Henrique: Me desculpa, mas eu não poderia deixar
que se casasse antes de tentar te convencer de que é a mim que você ama.
Raquel: Está enganado, Henrique. Você me traiu e
isso eu não perdoou. Vou me casar com o Fernando e não há nada que me faça
desistir dele. Nem mesmo você.
Henrique: Será muito infeliz ao lado dele. Sabe
disso. Vamos comigo. Prometo que te farei a mulher mais feliz desse mundo.
Raquel: Por favor, não insista. Fiz a minha
escolha e não volto atrás. Agora peço que se vá antes que chame alguém para
tirá-lo daqui.
Henrique
enxuga as lágrimas que caem dos seus olhos e sai desolado. Raquel também enxuga
suas lágrimas e entra para o banho.
De volta ao presente...
Henrique: Eu fui apenas para tentar fazer com que
ela desistisse do Fernando. Mas ela me expulsou de sua vida para sempre. Jamais
seria capaz de machucá-la. Eu a amava muito. E ainda a amo. Não sei se consegue
entender isso.
Renata: É realmente comovente o seu depoimento,
porém não tenho como ter certeza de que está sendo mesmo sincero. Deixarei você
ir, porém peço que não tente sair desta cidade. Está sob suspeita, e até que
este mistério se resolva você é um suspeito.
........
O
telefone da casa de Fernando toca e ele atende. Era Laura.
Fernando: Oi Laura, tudo bem?
Laura: Sim. Porém preciso de uma informação que
você pode me passar.
Fernando: Que informação?
Laura: Preciso que me diga onde mora essa tal de
Clarice.
Fernando
fica surpreso.
........
Raul
estava em seu escritório. Sua secretária avisa de que Leonel estava querendo
conversar com ele. Ele pede para que ela o deixe entrar. Leonel entra na sala
de Leonel e o cumprimenta.
Raul: Que surpresa em vê-lo por aqui? Faz tempo
que não o via.
Leonel: Andei um pouco ocupado ultimamente. Na
verdade me metendo em uma encrenca daquelas.
Raul: Não me diga. Nessa idade? Deixe isso para
os seus filhos rapaz.
Raul
abre uma gargalhada e Leonel também ri, mesmo não achando muita graça.
Raul: Vejo em seus olhos que está muito
preocupado. O que está acontecendo?
Leonel: Estou sendo ameaçado de morte.
Raul: Não me diga. E por quem?
Leonel: Estou devendo uma dinheiro para um homem.
Ele quer que eu pague, mas não tenho como conseguir a quantia.
Raul: E gostaria que eu lhe emprestasse esse
dinheiro? É isso?
Leonel: Mesmo sem jeito, é isso mesmo. Não tenho
a quem recorrer meu amigo.
Raul: Bom! Farei isso em nome dos velhos
tempos. Tenho certeza de que minha filha gostaria que eu ajudasse o pai do
homem que ela amava.
Raul
pega o talão de cheque e uma caneta.
Raul: De quanto precisa?
Leonel
abre um sorriso.
........
Roberto
aparece no apartamento de Clarice. Ela abre a porta e fica surpresa.
Clarice: O que faz aqui?
Roberto: A Linda me contou que você está
procurando o verdadeiro assassino da Raquel?
Clarice: E o que você tem haver com isso?
Roberto: Sei que não vai muito com a minha cara,
mas também não posso permitir que você pague pelo crime que você não cometeu.
Seria injusto. Estou disposto a te ajudar a encontrar esse desgraçado. Afinal,
ele matou a irmã da mulher que eu amo.
Clarice: Linda? Você está gostando dela?
Roberto: Muito. Ela quer que eu te ajude. Por
favor, não negue minha ajuda.
Clarice: Tudo bem, porém estou de saída agora.
Conversamos depois, tudo bem?
Roberto: Como desejar.
Roberto
vai embora.
........
Amadeu
estava na sala da delegada Renata conversando sobre o caso. Ele estava tentando
levantar dados que pudessem mandar Clarice de volta à prisão.
Amadeu: O que a senhora acha realmente dessa
Clarice? Há mesmo alguma possibilidade dela ter assassinado a filha da minha
cliente?
Renata: Doutor Amadeu, a única coisa que posso
lhe dizer é que este caso está mais complicado do que o senhor possa imaginar.
Existe um outro suspeito nessa história.
Amadeu: Outro suspeito? E quem é?
Renata: Se trata do ex-namorado da vítima. Porém
já colhi o depoimento dele e ele jura que não a matou.
Amadeu: Interessante. Isso muda tudo.
Raquel: Digamos que sim. No entanto, acredito que
o verdadeiro assassino está se escondendo por trás das pessoas que ele quer
incriminar. Ou, em outro caso, é um dos dois suspeitos.
Amadeu: Entendi.
........
Laura
chega na casa da mãe de Clarice e aperta a campainha. Norma atende e fica
pálida em ver Laura.
Norma: Você?
Laura: Norma?
Norma: O que está fazendo aqui?
Laura: Mas como? Então quer dizer que... Você é
a mãe da Clarice?
Norma: Sim! Sou eu mesma.
Laura
entra dentro da casa mesmo contra a vontade de Norma.
Norma: Saia, não quero você dentro da minha
casa. Não tem o que fazer aqui.
Laura: Agora eu tenho. Se você é a mãe da
Clarice, então quer dizer que...
Um
pequeno silêncio entre as duas. A troca de olhares, compartilhando o mesmo
segredo. Íris começa a ouvir a conversa.
Norma: Mesmo depois de muito tempo, aqui estou
eu. Não morri de fome como vocês pensavam. Estou viva, e minha filha também.
Laura: Você queria se apossar de tudo o que era
meu. Seduziu o meu marido e ainda queria arrancar dinheiro dele usando aquela
gravidez que você planejou.
Norma: Nunca! Eu nunca quis um só centavo de
vocês. Mesmo a Clarice sendo filha do Raul, eu jamais procurei ele para nada.
Laura: Não volte a repetir isso.
Norma: Era o que você queria ouvir, não era.
Sim, a Clarice é filha do seu marido. Era irmã da sua filha, Raquel. Mas jamais
permitiria que ela se juntasse a vocês. Vocês são sujos. Não valem nada. Agora
vai embora daqui ou eu chamo a polícia.
Laura: Eu vou. Mas essa conversa não acaba aqui.
Norma: Acaba sim. Não ouse a voltar aqui outra
vez ou eu não respondo por mim.
Norma
abre a porta e Laura vai embora. Íris volta para o seu quarto.
........
Fernando
chega em casa e encontra Leonel contando o dinheiro que ele havia trocado no
banco, pelo cheque que Raul havia lhe emprestado.
Fernando: Onde você conseguiu esse dinheiro?
Leonel: Dei o meu jeito.
Fernando: Acho melhor me explicar melhor essa
história.
Leonel: Seu sogrinho, ou melhor, ex-sogrinho, já
que a noivinha morreu, que Deus a tenha, me emprestou a quantia que você se
negou a me dar.
Fernando: Eu não acredito que você tenha sido capaz
de pedir dinheiro ao Raul?
Leonel: Porque não? Ele é meu amigo e me ajudou,
não está vendo?
Fernando: Você não tem mesmo vergonha na cara.
Leonel
se enfurece e agarra Fernando pelo colarinho da camisa.
Leonel: Seu moleque atrevido, não ouse falar
assim comigo.
Fernando
se solta e afasta Leonel.
Fernando: Infelizmente, você tem razão. Mas isso
não faz com que eu não sinta nojo de ter um pai como você.
Fernando
sai e Leonel volta a contar o dinheiro.
........
A
campainha do apartamento de Henrique toca e ele atende. Era Roberto, que entra
antes de falar qualquer coisa.
Henrique: Quem é você? O que faz aqui na minha
casa?
Roberto: Não interessa saber quem eu sou. Só vim
aqui para te dizer que já sei que foi você que matou a irmã da minha namorada e
eu não vou descansar até te colocar atrás das grades seu infeliz.
Henrique: Não sei do que está falando. E se quer
saber, já esclareci tudo com a polícia. Não tenho nada haver com essa história
e se não sair agora mesmo te tiro a força.
Roberto: Poupe sua força. Eu só vim lhe dar um
aviso e já dei. Passar bem.
Roberto
vai embora e Henrique fica desconfiado.
........
Clara
chega na casa de sua mãe e Íris vem ao seu encontro.
Clara: Íris, que saudades minha irmã. Onde está
a mamãe?
Íris: Ela está no quarto.
Clarice: Vou falar com ela.
Íris: Clarice, tem algo que você precisa saber.
Clarice: Aconteceu alguma coisa com a mamãe?
Íris: Sim, mas nada do que você está pensando.
É sobre uma mulher que veio aqui. Acho que era a mãe daquela mulher que foi
assassinada.
Clarice: A mãe da Raquel esteve aqui?
Íris: Sim.
Clarice: E o que ela queria?
Íris: Bem, eu não entendi muito bem, mas ouvi
algo que devia saber.
Clarice
fica curiosa e se aproxima de Íris.
Clarice: O que você ouviu?
Íris: Ouvi a mamãe dizendo para ela que você
era irmã da Raquel!
Clarice
fica em choque.
Clarice: Íris, o que você está dizendo? Tem
certeza disso?
Íris: Tenho. A mamãe falou para ela. O seu pai
era o pai dessa Raquel.
Clarice: Não pode ser.
Clarice
sente tudo girar. Ela fica atordoada e para ao ver sua mãe observando as duas.
Clarice: Isso é verdade, mãe? O que a Íris me
contou é verdade?
Um
pequeno silêncio... e enfim a resposta:
Norma: Sim! É verdade. Você e a Raquel eram
irmãs!
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