sábado, 18 de outubro de 2014

Capítulo 13: Apenas Desejo

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Renata contém a euforia e se foca na ligação.
Renata: Tudo bem, mas como posso confiar em você?
Suzana: Simplesmente porque sou a única que posso dizer o nome do assassino.
Renata: Então me diga. Qual é o nome do assassino?
Suzana: Me desculpe, mas eu só posso dizer isso depois que souber que estarei em segurança. Sabe muito bem que estou correndo risco de vida por guardar essa informação.
Renata: Claro! Tem toda razão. Mas preciso de seu depoimento. Preciso que compareça a minha delegacia o quanto antes.
Suzana: Se puderem me pegar aqui. Me sentiria mais segura se tivesse apoio da polícia. Estou com muito medo.
Renata: Claro. Mandarei uma viatura te pegar na sua casa. Me passa o endereço.
Renata anota o endereço de Suzana.
........

Clarice e Ricardo passeiam juntos pela praia. Era um clima de puro romantismo.
Ricardo: Quero te fazer a mulher mais feliz desse mundo.
Clarice: Eu já estou sendo, acredite.
Ricardo: Te amo!
Ricardo ergue Clarice e depois a beija.
........

Raul está em seu escritório olhando alguns papéis. Linda entra sem ser percebida e para diante de Raul que fica surpreso.
Raul: Linda? Que susto minha filha.
Linda olha para ele deixado-o com ar de mistério.
Raul: Aconteceu alguma coisa filha?
Linda: Sim, papai. Aconteceu uma coisa. Aliás, aconteceram várias coisas. Mas são coisas que eu nunca soube, mas que talvez você deva me contar.
Raul: Linda eu não estou entendendo.
Linda: A Clarice, papai... A Clarice é a minha irmã?
Raul fica em silêncio.
Raul: Sua mãe te contou isso?
Linda: Digamos que sim. Ouvi vocês discutindo isso na sala. Mas isso não vem ao caso. O que eu quero saber é a verdade. Ela é a minha irmã?
Raul coloca as mãos sobre a mesa e olha atentamente para Linda.
Raul: Sim, linda! É verdade. A Clarice é minha filha.
Linda: E como você pode incriminá-la? Como pode fazer isso sabendo que ela tinha o seu sangue? Me diz.
Raul: Eu não sabia quem ela era. Só fui descobrir depois que sua mãe foi procurá-la e descobriu tudo. Eu jamais teria tentado nada contra ela, mesmo que ela tivesse assassinado a sua irmã.
Linda: Eu acho que mereço uma explicação. É muito estranho tudo isso. Como aconteceu? Você traiu a mamãe? Foi isso?
Raul: Eu cometi muitos erros minha filha. Não sou o exemplo de homem perfeito. Porém, sei admitir meus erros e repará-los. Me envolvi com a mãe da Clarice quando ela trabalhava de empregada nesta casa, a muito tempo atrás.
Linda: Mas porque ela nunca veio aqui? Ela sabe?
Raul: Acredito que deva saber. Certamente deve me desprezar. Como disse, cometi muitos erros. Quando soube da gravidez da mãe dela, a expulsei dessa casa e jamais a vi novamente. Nunca tive notícias de nenhuma delas, até agora.
Linda: Então você não quis reconhecer a paternidade.
Linda enxuga as lágrimas e cruza os braços.
Linda: Vai ao menos conversar com a Clarice?
Raul: Certamente. Só estou esperando o momento certo. Apesar de tudo, ela é minha filha, e quero que ela tenha tudo o que tem direito.
Linda: Ótimo!
Linda se retira do escritório e Raul coloca as mãos sobre a cabeça.
........
Norma deixa Raul entrar.
Norma: Confesso que não estou muito surpresa com a sua visita. Era certo que sua esposa iria lhe contar tudo, depois da nossa última conversa.
Raul: Sinceramente eu não entendo.
Norma: O que? O que é tão difícil de entender? Você nunca se importou comigo e muito menos com a nossa filha.
Raul: Então é mesmo verdade? A Clarice é minha filha?
Norma: Infelizmente. E se quer saber, não quero que crie nenhuma expectativa de pai arrependido que quer reparar o passado. Você não vai se aproximar da Clarice.
Raul: Me desculpe, mas isso quem decide é ela e não você.
Norma: Tenho certeza de que ela jamais irá querer te conhecer. Ela sabe do seu passado sujo, da sua rejeição. Para Clarice, o pai dela morreu a cinco anos atrás. Você é apenas um desconhecido para ela. E agora também é para mim.
Norma caminha até a porta e abre.
Norma: Acredito que já teve sua resposta. Agora quero que vá embora.
Raul caminha em direção a porta, mas antes olha dentro dos olhos de Norma, que desvia o olhar.
Raul: Eu não vou desistir de nada. Clarice merece ter tudo o que é seu por direito.
Raul sai e Norma bate a porta. Ela começa a chorar.
........

Amadeu é recepcionado por Laura. Eles sentam no sofá.
Laura: E então? Pelo seu tom na ligação acredito que seja algo importante.
Amadeu: Na verdade sim. Infelizmente você estava errada esse temo todo.
Laura: Eu? Errada? Como assim?
Amadeu: A Clarice foi inocentada do assassinato de sua filha.
Laura: O que? Mas como assim? Não houve julgamento, nenhuma audiência, como pode isso?
Amadeu: A delegada solicitou as gravações do último dia em que sua filha e a acusada se viram pela última vez. Um homem aparece na gravação arranhando o carro da vítima e deixando o convite do casamento. Ao que tudo indica, o verdadeiro assassino planejou tudo muito bem. Trouxe a acusada para o casamento para que fosse incriminada.
Laura: Um homem? Mas quem? Quem aparece nas imagens?
Amadeu: Infelizmente as imagens não são bem claras. Ele estava com o rosto protegido. Mas agora a linha de investigação mudou. Sinto muito. Mas lhe garanto que quando pegarem esse desgraçado, farei ele pagar por tudo.
Laura se levanta e caminha com as mãos sobre a cabeça.
Laura: Que droga. Porque não pode ser essa maldita? Agora o caminho fica livre.
Amadeu: Me desculpe, mas não estou compreendendo ao que se refere.
Laura: Eu queria a Clarice presa mais do que nunca. Logo agora que descobri a verdade sobre ela.
Amadeu: Ah, sim. Seu marido me contou tudo. Já sei que ela é filha do Raul.
Laura olha para Amadeu pensativa.
........

A campainha da casa de Suzana toca e ela atende. Era Henrique.
Suzana: O que você está fazendo aqui?
Henrique: Preciso de sua ajuda. Por favor, me ajude. Só você pode me salvar.
Suzana fica sem reação.
........

Ricardo e Clarice estão tomando um sorvete para comemorarem a liberdade dela.
Ricardo: Sabe? Estive pensando.
Clarice: Sério? E no que estava pensando?
Ricardo: Em nós dois.
Ricardo e Clarice se olham.
Ricardo: Nunca tivemos tempo de conversar sobre aquele beijo.
Clarice: Não, tudo bem. Já te pedi desculpas. Está tudo certo.
Ricardo: Não é verdade.
Clarice: O que?
Ricardo acaricia o rosto de Clarice.
Ricardo: Sempre te admirei, mas algo me impedia. Nossa relação era de cliente e empregado. Agora tudo está diferente. Agora posso te ver da forma como sempre te vi, mesmo que relutando.
Clarice: Não estou entendendo.
Ricardo: Eu gosto de você!
Clarice: Ricardo, eu...
Ricardo sinaliza para que ela fique em silêncio.
Ricardo: Eu te amo Clarice!
Os olhos de Clarice fixam nos olhos de Ricardo e os dois se beijam. Um beijo envolvente e apaixonado. Um beijo de amor verdadeiro.
........

Roberto deixa Linda na frente de sua casa.
Roberto: Chegamos!
Linda: Obrigada!
Linda surpreende Roberto com um beijo e depois sai do carro. Ele sorri para ela e vai embora. Ela entra em casa e encontra Laura que está a sua espera.
Laura: Pode me explicar o que foi aquilo?
Linda: Aquilo o que?
Laura: Não se faça de desentendida. Vi você beijando o Roberto.
Linda: Ah, é isso.
Laura: Sim, é isso. Nos envolvermos com essa família só nos trouxe desgraça. Quer terminar como a sua irmã?
Linda: Olha o que você está falando? Está parecendo uma louca.
Laura: Louca ou não, pare já com essa palhaçada. Não quero te ver com esse rapaz. Entendeu.
Linda: Dá um tempo, mãe.
Linda vai para o quarto e Laura fica furiosa.
........

O telefone da casa de Leonel toca e ele atende.
Leonel: Alô!
Advogado: Boa tarde, seu Leonel? Aqui é o seu advogado.
Leonel: Sim, sou eu mesmo. Como está o senhor? Alguma novidade?
Advogado: Sim. Marcaram a data de sua audiência. Será na próxima semana.
Leonel: Tudo bem... certo... compreendi. Estarei pontualmente, neste horário.
Leonel desliga o telefone.
Leonel: E ainda mais essa?
........


Enquanto isso, na casa de Suzana, Henrique estava sentado tomando um copo de água com açúcar. Ele estava um pouco abalado com o que acontecerá a ele. A perseguição.
Suzana: Não entendi porque veio me procurar. Não sei o que posso fazer para te ajudar.
Henrique: Você é a única que pode me ajudar.
Suzana: Não tenha tanta certeza. Não tenho vocação para anjo da guarda.
Henrique: Chega de joguinhos, Suzana. Eu não estaria aqui se não soubesse que você poderia me ajudar. Estão atrás de mim. Acham que eu posso entregar o verdadeiro culpado. Mas é só você quem pode resolver esse mistério Suzana. Por favor, acabe de uma vez com isso.
Suzana: Sabe que isso coloca a minha vida em risco.
Henrique: E você acha que se manter escondida vai ajudar? Mais cedo ou mais tarde, esse assassino vai descobrir que você sabe e então virá atrás de você. Pense bem!
Suzana se levanta e vai até a janela. Ela olha para baixo e depois olha para Henrique.
Suzana: Está certo. Está na hora de acabar com esse mistério. Mas direi o nome do verdadeiro assassino da Raquel para a polícia. Somente para a polícia.
........

A delegada Renata estava rabiscando alguns nomes de uma lista que ela havia feito, somente com nomes masculinos de possíveis assassinos. Abreu se aproxima dela.
Abreu: Ainda montando esse quebra cabeça?
Renata: Não posso descansar. Estou bem perto de pegar esse assassino. Só preciso dar o tiro certo. Mas está complicado. Talvez eu devesse convocar todas essas pessoas para depor.
Abreu: Posso dar uma olhada?
Renata mostra o papel para Abreu. Ele analisa e depois circula três nomes. Renata olha os nomes circulados e depois olha para Abreu.
Renata: Roberto, Fernando e Henrique. Mas porque somente estes três?
Abreu: Digamos que tenho minha teoria sobre estes três.
Renata: Se poder ser mais específico.
Abreu: Henrique, porque é o mais óbvio no momento. Ex-namorado, inconformado, como ele mesmo demonstrou no depoimento, poderia muito bem ter cometido o homicídio. Crime passional é bem comum.
Renata: Mas e o Fernando?
Abreu: Digamos que o Fernando tenha todos os motivos do mundo para incriminar a Clarice. Já tiveram um envolvimento. Não acredito que ele realmente amava a vítima. Estava se casando por interesse. E se a vítima o tinha nas mãos? Quem sabe não estava obrigando-o a se casar com ela? De todos, ele foi o que menos ficou arrasado. E pelo que eu soube, ele está arrastando asa para a irmã da vítima.
Renata: Pode ser. Mas teríamos que levantar provas de tudo o que falou. Isso levaria muito tempo. E quanto ao Roberto?
Roberto: Simplesmente porque o achei muito ambicioso. Acho que ele tem inveja do irmão. Poderia ter matado ela para tirar a felicidade dele.
Renata: Teorias interessantes. Porém, não podemos esquecer que o assassino pode ser quem menos esperamos.
........

Clarice estava chegando em seu apartamento quando percebe o carro de Fernando parando. Ele desce do carro e se aproxima dela.
Clarice: O que você quer?
Fernando: Vi no noticiário. Te inocentaram.
Clarice: Veio atrás de perdão?
Fernando: Clarice, quero que entenda que...
Clarice: Não Fernando. Eu é que quero que você entenda que não há mais lugar para mim e você no mesmo espaço. Você me julgou, assim como a maioria das pessoas. Tive minha vida destruída por causa de tudo isso. Agora eu to recomeçando e você não faz parte dessa minha nova vida.
Fernando: Por favor, me escute.
Clarice: EU não tenho nada para ouvir de você. Me esqueça!
Clarice entra no seu apartamento e Fernando vai embora arrasado. Dentro do seu carro ele chora.
........

Henrique chega no seu apartamento e encontra Roberto na escada, sentado, esperando por ele.
Roberto: Espera te ver atrás das grades. Mas vejo que a justiça não é tão séria como pensava.
Henrique: O que quer aqui?
Roberto: Disse que só descansaria quando te botasse na cadeia seu assassino. Agora que descobriram que o assassino é um homem, nada mais me tira da  cabeça de que é você.
Henrique: Então se fosse você tomaria muito cuidado comigo. Não me conhece como pensa. Mas fique tranquilo. Uma pessoa irá terminar com todo esse mistério logo logo. E então você virá pedir perdão de joelhos e eu cuspirei nessa sua cara. Passar bem, Roberto.
Henrique entra no apartamento e Roberto fica intrigado.
........

Raul chega em casa e Laura vem falar com ele.
Laura: Onde esteve?
Raul: Mas o que significa isso? Está me vigiando agora?
Laura: Foi procurar aquela mulher, não foi?
Raul: Quer saber, fui sim. Tenho o direito de conhecer a minha filha.
Laura: Pois eu te proíbo. A Clarice pode ser a sua filha, mas ela pode ter matado a nossa filha e isso não pode ser pretexto para inocentá-la.
Linda estava escutando tudo e fica chocada ao ouvir. Ela entra em seu quarto e senta na cama.
Linda: O que? A Clarice é a minha irmã?
........

Na delegacia, Renata continua a analisar os nomes. Abreu avisa que tem uma ligação para ela. Ela atende. Era Suzana.
Renata: Alô! Quem está falando?
Suzana: Meu nome é Suzana. Creio que tenho a informação que a senhora tanto procura.
Renata: Espera. Como assim?
Suzana: Delegada... Eu sei quem matou a Raquel.
Renata abre um sorriso.

Norma deixa Raul entrar.
Norma: Confesso que não estou muito surpresa com a sua visita. Era certo que sua esposa iria lhe contar tudo, depois da nossa última conversa.
Raul: Sinceramente eu não entendo.
Norma: O que? O que é tão difícil de entender? Você nunca se importou comigo e muito menos com a nossa filha.
Raul: Então é mesmo verdade? A Clarice é minha filha?
Norma: Infelizmente. E se quer saber, não quero que crie nenhuma expectativa de pai arrependido que quer reparar o passado. Você não vai se aproximar da Clarice.
Raul: Me desculpe, mas isso quem decide é ela e não você.
Norma: Tenho certeza de que ela jamais irá querer te conhecer. Ela sabe do seu passado sujo, da sua rejeição. Para Clarice, o pai dela morreu a cinco anos atrás. Você é apenas um desconhecido para ela. E agora também é para mim.
Norma caminha até a porta e abre.
Norma: Acredito que já teve sua resposta. Agora quero que vá embora.
Raul caminha em direção a porta, mas antes olha dentro dos olhos de Norma, que desvia o olhar.
Raul: Eu não vou desistir de nada. Clarice merece ter tudo o que é seu por direito.
Raul sai e Norma bate a porta. Ela começa a chorar.
........

Amadeu é recepcionado por Laura. Eles sentam no sofá.
Laura: E então? Pelo seu tom na ligação acredito que seja algo importante.
Amadeu: Na verdade sim. Infelizmente você estava errada esse temo todo.
Laura: Eu? Errada? Como assim?
Amadeu: A Clarice foi inocentada do assassinato de sua filha.
Laura: O que? Mas como assim? Não houve julgamento, nenhuma audiência, como pode isso?
Amadeu: A delegada solicitou as gravações do último dia em que sua filha e a acusada se viram pela última vez. Um homem aparece na gravação arranhando o carro da vítima e deixando o convite do casamento. Ao que tudo indica, o verdadeiro assassino planejou tudo muito bem. Trouxe a acusada para o casamento para que fosse incriminada.
Laura: Um homem? Mas quem? Quem aparece nas imagens?
Amadeu: Infelizmente as imagens não são bem claras. Ele estava com o rosto protegido. Mas agora a linha de investigação mudou. Sinto muito. Mas lhe garanto que quando pegarem esse desgraçado, farei ele pagar por tudo.
Laura se levanta e caminha com as mãos sobre a cabeça.
Laura: Que droga. Porque não pode ser essa maldita? Agora o caminho fica livre.
Amadeu: Me desculpe, mas não estou compreendendo ao que se refere.
Laura: Eu queria a Clarice presa mais do que nunca. Logo agora que descobri a verdade sobre ela.
Amadeu: Ah, sim. Seu marido me contou tudo. Já sei que ela é filha do Raul.
Laura olha para Amadeu pensativa.
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A campainha da casa de Suzana toca e ela atende. Era Henrique.
Suzana: O que você está fazendo aqui?
Henrique: Preciso de sua ajuda. Por favor, me ajude. Só você pode me salvar.
Suzana fica sem reação.
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Ricardo e Clarice estão tomando um sorvete para comemorarem a liberdade dela.
Ricardo: Sabe? Estive pensando.
Clarice: Sério? E no que estava pensando?
Ricardo: Em nós dois.
Ricardo e Clarice se olham.
Ricardo: Nunca tivemos tempo de conversar sobre aquele beijo.
Clarice: Não, tudo bem. Já te pedi desculpas. Está tudo certo.
Ricardo: Não é verdade.
Clarice: O que?
Ricardo acaricia o rosto de Clarice.
Ricardo: Sempre te admirei, mas algo me impedia. Nossa relação era de cliente e empregado. Agora tudo está diferente. Agora posso te ver da forma como sempre te vi, mesmo que relutando.
Clarice: Não estou entendendo.
Ricardo: Eu gosto de você!
Clarice: Ricardo, eu...
Ricardo sinaliza para que ela fique em silêncio.
Ricardo: Eu te amo Clarice!
Os olhos de Clarice fixam nos olhos de Ricardo e os dois se beijam. Um beijo envolvente e apaixonado. Um beijo de amor verdadeiro.
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Roberto deixa Linda na frente de sua casa.
Roberto: Chegamos!
Linda: Obrigada!
Linda surpreende Roberto com um beijo e depois sai do carro. Ele sorri para ela e vai embora. Ela entra em casa e encontra Laura que está a sua espera.
Laura: Pode me explicar o que foi aquilo?
Linda: Aquilo o que?
Laura: Não se faça de desentendida. Vi você beijando o Roberto.
Linda: Ah, é isso.
Laura: Sim, é isso. Nos envolvermos com essa família só nos trouxe desgraça. Quer terminar como a sua irmã?
Linda: Olha o que você está falando? Está parecendo uma louca.
Laura: Louca ou não, pare já com essa palhaçada. Não quero te ver com esse rapaz. Entendeu.
Linda: Dá um tempo, mãe.
Linda vai para o quarto e Laura fica furiosa.
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O telefone da casa de Leonel toca e ele atende.
Leonel: Alô!
Advogado: Boa tarde, seu Leonel? Aqui é o seu advogado.
Leonel: Sim, sou eu mesmo. Como está o senhor? Alguma novidade?
Advogado: Sim. Marcaram a data de sua audiência. Será na próxima semana.
Leonel: Tudo bem... certo... compreendi. Estarei pontualmente, neste horário.
Leonel desliga o telefone.
Leonel: E ainda mais essa?
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Enquanto isso, na casa de Suzana, Henrique estava sentado tomando um copo de água com açúcar. Ele estava um pouco abalado com o que acontecerá a ele. A perseguição.
Suzana: Não entendi porque veio me procurar. Não sei o que posso fazer para te ajudar.
Henrique: Você é a única que pode me ajudar.
Suzana: Não tenha tanta certeza. Não tenho vocação para anjo da guarda.
Henrique: Chega de joguinhos, Suzana. Eu não estaria aqui se não soubesse que você poderia me ajudar. Estão atrás de mim. Acham que eu posso entregar o verdadeiro culpado. Mas é só você quem pode resolver esse mistério Suzana. Por favor, acabe de uma vez com isso.
Suzana: Sabe que isso coloca a minha vida em risco.
Henrique: E você acha que se manter escondida vai ajudar? Mais cedo ou mais tarde, esse assassino vai descobrir que você sabe e então virá atrás de você. Pense bem!
Suzana se levanta e vai até a janela. Ela olha para baixo e depois olha para Henrique.
Suzana: Está certo. Está na hora de acabar com esse mistério. Mas direi o nome do verdadeiro assassino da Raquel para a polícia. Somente para a polícia.
........

A delegada Renata estava rabiscando alguns nomes de uma lista que ela havia feito, somente com nomes masculinos de possíveis assassinos. Abreu se aproxima dela.
Abreu: Ainda montando esse quebra cabeça?
Renata: Não posso descansar. Estou bem perto de pegar esse assassino. Só preciso dar o tiro certo. Mas está complicado. Talvez eu devesse convocar todas essas pessoas para depor.
Abreu: Posso dar uma olhada?
Renata mostra o papel para Abreu. Ele analisa e depois circula três nomes. Renata olha os nomes circulados e depois olha para Abreu.
Renata: Roberto, Fernando e Henrique. Mas porque somente estes três?
Abreu: Digamos que tenho minha teoria sobre estes três.
Renata: Se poder ser mais específico.
Abreu: Henrique, porque é o mais óbvio no momento. Ex-namorado, inconformado, como ele mesmo demonstrou no depoimento, poderia muito bem ter cometido o homicídio. Crime passional é bem comum.
Renata: Mas e o Fernando?
Abreu: Digamos que o Fernando tenha todos os motivos do mundo para incriminar a Clarice. Já tiveram um envolvimento. Não acredito que ele realmente amava a vítima. Estava se casando por interesse. E se a vítima o tinha nas mãos? Quem sabe não estava obrigando-o a se casar com ela? De todos, ele foi o que menos ficou arrasado. E pelo que eu soube, ele está arrastando asa para a irmã da vítima.
Renata: Pode ser. Mas teríamos que levantar provas de tudo o que falou. Isso levaria muito tempo. E quanto ao Roberto?
Roberto: Simplesmente porque o achei muito ambicioso. Acho que ele tem inveja do irmão. Poderia ter matado ela para tirar a felicidade dele.
Renata: Teorias interessantes. Porém, não podemos esquecer que o assassino pode ser quem menos esperamos.
........

Clarice estava chegando em seu apartamento quando percebe o carro de Fernando parando. Ele desce do carro e se aproxima dela.
Clarice: O que você quer?
Fernando: Vi no noticiário. Te inocentaram.
Clarice: Veio atrás de perdão?
Fernando: Clarice, quero que entenda que...
Clarice: Não Fernando. Eu é que quero que você entenda que não há mais lugar para mim e você no mesmo espaço. Você me julgou, assim como a maioria das pessoas. Tive minha vida destruída por causa de tudo isso. Agora eu to recomeçando e você não faz parte dessa minha nova vida.
Fernando: Por favor, me escute.
Clarice: EU não tenho nada para ouvir de você. Me esqueça!
Clarice entra no seu apartamento e Fernando vai embora arrasado. Dentro do seu carro ele chora.
........

Henrique chega no seu apartamento e encontra Roberto na escada, sentado, esperando por ele.
Roberto: Espera te ver atrás das grades. Mas vejo que a justiça não é tão séria como pensava.
Henrique: O que quer aqui?
Roberto: Disse que só descansaria quando te botasse na cadeia seu assassino. Agora que descobriram que o assassino é um homem, nada mais me tira da  cabeça de que é você.
Henrique: Então se fosse você tomaria muito cuidado comigo. Não me conhece como pensa. Mas fique tranquilo. Uma pessoa irá terminar com todo esse mistério logo logo. E então você virá pedir perdão de joelhos e eu cuspirei nessa sua cara. Passar bem, Roberto.
Henrique entra no apartamento e Roberto fica intrigado.
........

Raul chega em casa e Laura vem falar com ele.
Laura: Onde esteve?
Raul: Mas o que significa isso? Está me vigiando agora?
Laura: Foi procurar aquela mulher, não foi?
Raul: Quer saber, fui sim. Tenho o direito de conhecer a minha filha.
Laura: Pois eu te proíbo. A Clarice pode ser a sua filha, mas ela pode ter matado a nossa filha e isso não pode ser pretexto para inocentá-la.
Linda estava escutando tudo e fica chocada ao ouvir. Ela entra em seu quarto e senta na cama.
Linda: O que? A Clarice é a minha irmã?
........

Na delegacia, Renata continua a analisar os nomes. Abreu avisa que tem uma ligação para ela. Ela atende. Era Suzana.
Renata: Alô! Quem está falando?
Suzana: Meu nome é Suzana. Creio que tenho a informação que a senhora tanto procura.
Renata: Espera. Como assim?
Suzana: Delegada... Eu sei quem matou a Raquel.
Renata abre um sorriso.


Fernando chega em casa. Estava visivelmente abatido. Leonel estava bebendo e ao ver ele, vem ao seu encontro.
Leonel: Já te vi em melhores momentos.
Fernando: Por favor, hoje não! Por favor.
Fernando caminha em direção ao quarto.
Leonel: O que aconteceu? Vai deixar seu irmão agarrar a Linda? Vai perder para o seu irmão? Olha que essa é a sua última chance, heim?
Fernando para e volta com um olhar de fúria. Ele agarra Leonel pelo colarinho da camisa.
Fernando: Escuta aqui, eu já estou cansado de seus joguinhos. Cansei de ser um pião de tabuleiro. Por sua causa tudo isso está acontecendo agora. Você é o culpado de tudo! Nunca devia ter dado ouvidos a você.
Leonel consegue se soltar.
Leonel: Opa, vamos co calma. Posso saber o motivo de tudo isso?
Fernando: Por sua culpa eu perdi a única mulher que eu amava de verdade.
Leonel: Ah, amor? Então se trata disso? Por favor, Fernando. Amor não enche barriga.
Fernando: Claro, e o que você sabe sobre o amor não é mesmo? Nem ao menos teve a capacidade de amar os seus próprios filhos. A única coisa que você sabe fazer é manipular todo mundo a seu favor. Nunca devia ter deixado a Clarice para ficar com a Raquel.
Leonel: A Clarice não tem onde cair morta. Devia me agradecer por te abrir os olhos. Mas é mesmo um ingrato. É melhor deixar o seu irmão conquistar a Linda, pelo menos ele é mais esperto. Que decepção Fernando.
Fernando: Tenho nojo de você.
Fernando vai para o quarto.
........

Renata estava inquieta. Ela liga para Abreu.
Abreu: Oi, delegada!
Renata: Já chegaram? Já estão com ela?
Abreu: Estamos quase chegando.
Renata: Por favor, andem mais rápido. Não podemos perder essa chance.
Abreu: Quando estivermos voltando te aviso.
Renata: Tudo bem.
Renata desliga. Abreu chega no prédio de Suzana. Ele vai até o apartamento dela e aperta a campainha. Ninguém atende. Ele percebe que a porta está aberta e entra.
Abreu: Suzana? É a polícia? Você está ai?
Ele caminha pela casa. Tudo em silêncio. Ele vai até o quarto e fica surpreso ao ver o corpo de Suzana sobre a cama. Dois tiros. Um na cabeça e outro no meio do peito. Fatal. Suzana estava morta. Abreu pega o celular e liga para Renata.
Renata: Oi, Abreu. Já estão voltando?
Abreu: Infelizmente tenho más notícias. A testemunha chave está morta.
Renata se choca com a notícia e senta na cadeira desapontada.
Renata: Droga.
........

Em um motel, Laura e Amadeu estavam deitados na cama.
Amadeu: Continua a mesma mulher de sempre.
Laura: E você o mesmo homem.
Os dois se beijam.
Amadeu: Porque não deixa o seu marido vai embora comigo? Podemos viver nossas vidas juntos. Aproveitarmos o resto de nossas vidas viajando e aproveitando cada momento.
Laura: Sabe que vontade não me falta. Mas não é tão simples como parece. Tenho uma família. E enquanto não resolver esse caso da minha filha, não posso abandonar a Linda e o Raul. Apesar de amar você.
Amadeu: Compreendo perfeitamente. Saberei aguardar o seu tempo. Mas, o nosso ninho de amor em Paris ainda está lá, nos aguardando. É só você me dizer e partiremos.
Laura ri para Amadeu e beija ele.
........

O noticiário começa a informar o assassinato de Suzana. Henrique fica pasmo ao ver a notícia.
Henrique: Droga!
Ele joga um copo contra a parede. Enquanto isso, Ricardo e Clarice também viam a notícia.
Ricardo: Queima de arquivo!
Clarice: Você acha que ela sabia sobre o assassino?
Ricardo: Tenho certeza!
Clarice: Realmente. Ela era muito amiga da Raquel.
Ricardo: Isso significa que temos que ficar em alerta. O Assassino não vai poupar esforços para se proteger. Temo por você.
Ricardo abraça Clarice.
Clarice: Acredito que ele não possa mais tentar nada contra mim. Ele já tentou e não deu certo.
Ricardo: Seja quem for, esse cara é um psicopata. Não podemos subestimá-lo.
........

Linda invade o escritório de Raul.
Raul: Linda, o que houve agora?
Linda: Acabou de dar no noticiário, papai. Assassinaram a Suzana!
Raul: O que?
Linda: De acordo com o noticiário, ela sabia sobre o assassino da Raquel. Estão falando em queima de arquivo.
Raul: Meu Deus!
Linda: Estou com medo papai!
Raul: Minha menininha. Vem aqui.
Raul abraça Linda.
Raul: Não deixarei nada acontecer a você.
........

Fernando estava deitado em sua cama. Roberto bate na porta e entra.
Fernando: O que você quer aqui?
Roberto: Pelo visto não viu o noticiário.
Fernando: Seja o que for, não quero saber de nada.
Roberto: Devia. O assassino da Raquel voltou a agir novamente.
Fernando olha sério para Roberto.
Fernando: Do que você está falando?
Roberto: A vítima da vez foi a Suzana! A polícia encontrou o corpo dela com dois tiros fatais. Tudo indica que ela sabia sobre o assassino. Eu acho que ele a matou.
Fernando: Essa história parece nunca terminar.
........

Leonel bebe um copo de cachaça em um boteco e depois de pagar, ele sai. Ele caminha lentamente pela calçada e depois atravessa a rua. Mas ele não percebe que o sinal está fechado para pedestre e é atropelado por um carro.

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