Apenas Desejo: Último Capítulo

Renata chega na sala onde Amaral estava se recuperando. Ele olha para ela.

Renata: O que tem de importante para mim?

Amaral: O nome! Eu tenho o nome do infeliz que fez tudo isso. Eu quero ele na cadeia.

Renata: Então quer dizer...

Amaral: Exatamente! Eu vou revelar quem mandou seqüestrar a garota.

Renata senta ao lado dele.

Renata: Eu adoraria ouvir isso! Sou toda ouvidos.

Amaral ri para ela.

.................

Horas depois, Clarice chega na delegacia e Abreu a conduz até a sala de Renata.

Clarice: Aconteceu alguma coisa, delegada? Descobriu algo?

Renata: Sente-se Clarice.

Clarice senta à frente de Renata.

Renata: Sabe o homem que seqüestrou sua irmã? Ele sofreu uma tentativa de homicídio hoje. Provavelmente encomendado pelo assassino da Raquel, o mesmo que contratou ele para seqüestrar sua irmã e obrigar você a assumir a culpa.

Clarice: Ele morreu? O que aconteceu com ele?

Renata: Ele sobreviveu. Por sorte, é claro. Mas, que não teve tanta sorte foi o assassino da Raquel.

Clarice: Espera. Então quer dizer que...

Renata: Isso mesmo! Ele abriu o bico. Ele me revelou tudo. Caso encerrado.

Clarice: Delegada?  Quem matou a Raquel?

Renata encara Clarice por alguns segundos.

Renata: Roberto!

Clarice fica chocada com a revelação.

Clarice: Roberto? Mas, por quê? Eu não entendo.

Renata: Tudo será esclarecido. Já expedi um mandado de prisão. A essa hora ele já deve estar sendo capturado. Ele logo estará aqui nos contando exatamente tudo o que queremos saber sobre este caso.

Clarice: Meu Deus!

.................

Roberto e Linda estão na fila do cinema. Ele compra os ingressos. Ao se dirigirem para a sessão, Os policiais chegam.

Policial: Senhor Roberto Villar?

Roberto fica apreensivo.

Roberto: Pois não?

Policial: O senhor está preso.

Roberto: Eu? Mas como assim? Por quê?

Linda: Roberto, o que está acontecendo.

Policial: Tudo será esclarecido na delegacia. Agora não reaja.

Roberto é algemado e levado pelos policiais.

Roberto: Tudo bem, Linda. Vai ficar tudo bem... eu te amo! Não esqueça disso.

Linda fica assistindo à cena sem saber o que fazer.

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Na delegacia, Renata senta frente a frente com Roberto.

Renata: Como você pode perceber, o jogo acabou. A questão é por quê? O que você ganharia matando sua futura cunhada e incriminando a Clarice?

Roberto olha para o lado e sorri.

Roberto: Quer saber mesmo, delegada. Eu matei a Raquel porque eu não queria que o meu irmão se desse bem. Ele e o meu pai sempre quiseram este casamento visando a fortuna dos Albuquerque.  Eu sempre fui uma carta fora do baralho. Incriminar a Clarice foi a única forma de distrair a imprensa e desestruturar as investigações policiais.

Renata coloca a foto sobre a mesa.

Renata: Nesta foto vemos um homem que aparenta ser o ex-namorado da vítima, morto a dias atrás. Provavelmente executado por você, já que ele estava descobrindo a verdade, assim como a Suzana sabia de tudo. Estou errada?

Roberto: Não!

Lembranças do passado... [Roberto narra]

Vamos começar do princípio. Eu sempre soube da rivalidade de Raquel e Clarice. Então planejei tudo com muito cuidado. Procurei a Raquel.

Roberto: Será que posso falar um pouco com você? É algo do seu interesse.

Raquel: É claro! Entre.

Roberto: Eu vim porque não acho justo o que o meu irmão está fazendo com você.

Raquel: O que tem o Fernando?

Roberto: Ele e a Clarice ainda estão tendo um caso.

Este foi o primeiro passo... Diante disso, sabia que a Raquel iria  confrontar a Clarice.  Foi exatamente o que aconteceu.

Clarice: O que você está fazendo aqui?

Raquel: Eu vim falar com você.

Clarice: Eu não tenho nada para falar com você.

Raquel: Eu não vou deixar você fugir. Só vim te lembrar que o Fernando não te ama, nunca te amou e que vamos nos casar. Desaparece das nossas vidas.

Clarice: O que você está pensando que eu sou? Eu não perco o meu temo correndo atrás de ninguém. O que eu tive com o Fernando acabou, e acredite, eu nunca que me meteria na vida de vocês, os dois se merecem.

Então quando a Raquel foi embora e a Clarice saio. Eu fui até o carro dela e rabisquei a palavra “vadia”. E é claro, coloquei o convite do casamento, para atrair Clarice até o casamento. Foi o que aconteceu. No dia do casamento, eu subi até o quarto da Raquel, e encontrei a Suzana saindo de lá.

Roberto: Olha só quem está por aqui.

Suzana: Me esquece.

Suzana sai e eu entrei. Raquel estava se preparando para vestir seu vestido de noiva.

Raquel: Roberto? O que você faz aqui? Saia daqui.

Roberto: Calminha cunhada. Só vim te alertar. A Clarice está aqui. Achei que você deveria saber.

Clarice: O que? Mas como ela entrou? Quem a convidou?

Roberto: Não sei. Mas acho que isso tem dedo do meu irmão.

Raquel: Mas não faz sentido ele convidá-la. Está tudo muito estranho.

Roberto: Quer saber? Acho que você não deve se preocupar com isso. Deixa ela ver a sua vitória. Suba no altar e se case com o meu irmão. Tenho certeza que isso demonstrará sua superioridade.

Raquel: Você tem razão! É exatamente isso que farei.

Roberto: Então vamos brindar a isso.

Coloquei champanhe na taça e dissolvi o veneno na taça de Raquel. Brindamos.

Raquel: Obrigado pela sua cumplicidade.

Roberto: Não tem o que me agradecer.

Raquel: Bom, agora preciso me arrumar porque...

Ela começou a sentir o efeito. Era um veneno letal.

Roberto: Aconteceu alguma coisa?

Raquel: Eu não sei. Não estou me sentindo bem.

Raquel cai no chão e fica tonta.

Raquel: Roberto, me ajude. Não estou bem.

Roberto: Eu sei! Lamentável isso.

Ainda me lembro dele olhando para mim com um ar de surpresa.

Raquel: O que você colocou na champanhe?

Roberto: Não se preocupe. Tudo ficará bem.

Assisti ela agonizar até parar de respirar. Então cuidadosamente a levei até a banheira e coloquei ela dentro. Peguei um batom e escrevi a palavra “Vadia” no espelho. Isso seria o link que levaria a culpa até Clarice. Eu só precisava dar o último passo. Foi quando procurei Clarice em seu trabalho.

Clarice: Roberto? Que surpresa em te ver aqui.

Roberto cumprimenta Clarice com um beijo no rosto.

Roberto: Vim ver como você está. Soube do que aconteceu com a Raquel não é.

Clarice: Sim! Soube. Lamentável.

Em um momento de distração, coloquei o frasco dentro da bolsa dela e fiz a denúncia.

Roberto: Alô! É da delegacia? Tenho uma denúncia para fazer...

Com a polícia em cima da Clarice, eu podia apenas administrar cada passo da polícia e de todos que pudessem levar às suspeitas até mim.

De volta ao presente...

Renata: Uma bela história, senhor Roberto. Sabe que não terá direito a responder em liberdade. Seus crimes são vários. Acho bom arrumar um bom advogado. Podem levá-lo.

Roberto é lavado para o presídio.

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Linda estava chocada com a revelação de que Roberto era o assassino de Raquel. Clarice estava com ela.

Linda: Esse tempo todo. E pensar que eu estava me apaixonando por ele. Meu Deus, como pude ser tão burra?

Clarice: Não se culpe. Roberto enganou todo mundo. Isso mostra que ele é muito perigoso. Ele é manipulador. Mas agora ele terá o que merece.

Linda: Finalmente a alma da minha irmã descansará em paz.

Clarice: Da nossa irmã! Afinal, também temos o mesmo pai.

Linda braça Clarice.

Linda: É uma honra te ter como irmã.

.................

Raul aparece na casa de Norma. Ela fica surpresa, mas deixa ele entrar.

Norma: O que veio fazer aqui?

Raul: Vim te pedir perdão. Sei o quanto te fiz mal. Não consigo ter paz depois de ter descoberto sobre a nossa filha.

Norma: Sabe, Raul. Eu até poderia te escorraçar daqui e mandar você sumir. Mas acho que a vida já te castigou o suficiente. Criar a Clarice longe de você foi o maior acerto que eu já fiz em toda minha vida. Agora se você me der licença, tenho muita coisa para fazer.

Raul se dirige até a porta, onde Norma já está abrindo para que ele se vá.

Raul: Só te peço que me permita que me aproxime dela.

Norma: Isso não depende de mim. Clarice já é bem grandinha. Ela saberá se irá conviver com você ou não.

Raul vai embora e Norma fecha a porta.

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Na delegacia, Fernando estava aguardando Roberto na sala de visita. Ao chegar, eles se encaram.

Fernando: Por quê?

Roberto: Porque eu não queria que você e o papai se dessem bem. Eu fiz o que achei certo e faria de novo.

Fernando: Você me tirou a chance de ser feliz. Matou uma pessoa para me atingir, para alimentar esse seu ciúme de irmão renegado? Como você teve coragem de uma coisa dessas? E ainda mais jogar a culpa em outra pessoa.

Roberto: Não venha bancar o santo pra cima de mim. O fato é que você não amava a Raquel. Admita que a única coisa que lhe interessava era o dinheiro dela.

Fernando: Seu canalha, assassino.

Roberto: A verdade dói, não é mesmo maninho?

Fernando: Espero que você apodreça na cadeia seu desgraçado. Tenho nojo de ter um assassino como você como irmão. Adeus.

Roberto: Somos iguais, Fernando. Somos filhos do mesmo pai.

Fernando sai, e o policial leva Roberto de volta para a cela.

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Clarice e Ricardo, que já estava sabendo da verdade sobre a morte de Raquel, chegam na casa de Norma. Ela estava sentada no sofá. Íris estava fazendo o dever de casa.

Norma: Filha. Já soube da notícia. Fiquei surpresa.

Clarice: É, todos ficamos. Mas agora tudo acabou. Esse pesadelo ficou no passado e o que importa é o futuro.

Clarice sorri para Ricardo. Norma percebe algo de estranho.

Norma: Porque eu estou com a sensação de que vocês estão escondendo algo?

Clarice: Porque estamos.

Ricardo: Mas é algo muito bom.

Clarice: O Ricardo e eu vamos nos casar.

Norma: Filha, que notícia maravilhosa, meu amor.

Norma abraça Clarice e Ricardo. Íris também se alegra com a notícia.

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Na casa dos Albuquerque, Raul e Linda estavam sentados abraçados no sofá.

Raul: Quem diria que tudo terminaria assim.

Linda: Essa história toda foi muito desgastante. Jamais podia imaginar que o Roberto fosse capaz de fazer o que fez.

Raul: A gente se engana com as pessoas minha filha. Sempre fazemos escolhas erradas. O pior de tudo é que a vida sempre cobra as escolhas que fazemos. Mas quando reconhecemos nossos erros, temos a chance de recomeçar. Nunca é tarde para concertar os nossos caminhos. Tudo parece acabado para nós, mas estamos juntos, nós dois.

Linda: E continuaremos lado a lado.

Raul dá um beijo fraterno na cabeça de Linda que deita sobre seu ombro.

Linda: Como será que está a mamãe agora?

Pará – Fazenda Itararé

Laura chega na fazenda arrastando suas malas e deixa na sala. Ela chama pelos empregados. Matilde, a cozinheira se apresenta.

Matilde: Boa tarde, patroa.

Laura: Finalmente. Até parecem que estão surdos. Ande, chame alguém para levar minhas malas para o quarto e me prepare algo para comer. Estou exausta.

Matilde: Me desculpe patroa, mas o patrão, o doutor Raul, deu ordens para que não atendêssemos a nenhuma de suas ordens.

Laura: O quê? Isso não tem cabimento. Eu também sou sua patroa. Me obedeça ou te coloco no olho da rua sua atrevida.

Matilde: Me desculpe, mas a senhora não manda em nós. Só recebemos ordens do doutor Raul. É ele quem nos paga e só ele pode nos mandar embora. Agora se me der licença, vou cuidar das minhas tarefas.

Laura: Espere, voltei aqui sua mal educada... Droga. Eu te odeio, Raul.

Laura senta no sofá e põe as mãos na cabeça.

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MESES DEPOIS...

Roberto estava no presídio. Havia sido condenado em julgamento, e estava cumprindo pena de 35 anos de prisão. Estava com um aspecto decaído. Sua cabeça estava raspada e estava um pouco mais magro. Ele estava no pátio sentado. Seu rosto estava voltado para o sol e os olhos estavam fechados. De repente uma sombra lhe cobre e ao abrir os olhos ele se depara com Leonel, seu pai.

Leonel: Saudades de mim?

Roberto: Você? Como veio parar aqui?

Leonel: Isso é jeito de cumprimentar seu pai? Eu soube dos motivos que te trouxeram até aqui. E por sua causa eu também estou aqui. Sua infantilidade arruinou a vida do seu irmão, a minha vida e ainda ferrou você mesmo.

Roberto: O tempo de me dizer o que é certo ou errado já passou, não acha?

Leonel abre um sorriso e dá um chute no estômago de Roberto que cai no chão. Leonel agarra o pescoço de Roberto e dá dois socos no rosto dele fazendo-o sangrar.

Leonel: Seu miserável. Eu podia te matar agora. Mas eu não vou prorrogar meu tempo nesse inferno sujando minhas mãos com você. Mas tome cuidado, aqui dentro é sempre perigoso.

Leonel deixa Roberto caído no chão e se afasta.

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Era o dia do casamento de Clarice e Ricardo. Estava tudo perfeito. Clarice estava linda. Linda estava sentado ao lado de Norma e Íris. Raul entra com Clarice, que se emociona. Ela havia dado a chance de Raul de se aproximar dela. Raul entrega Clarice no altar.

Ricardo: Você está linda!

Clarice: Obrigada!

A cerimônia prossegue. Depois do casamento, os dois se beijam e Clarice olha nos olhos de Ricardo.

Raul: Linda, a nossa menina.

Norma: Muito. E obrigado por estar ao lado dela.

Raul: Por mais que seja difícil de acreditar, eu mudei.

Clarice olha nos olhos de Ricardo.

Clarice: Apenas desejo ser a mulher que irá te fazer feliz até o resto de nossas vidas.

Ricardo: Apenas desejo você!

Todos começam a aplaudir os dois, que se beijam.

FIM