[Narrado
por Paula]
“Considero a
vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do
abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada sobre ela. A única
certeza é de que a vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Mas
na dúvida, há um ponto final.”
CENA 1
Elias e Diego pulam dentro da água e retiram Fred. Ele estava
desacordado.
Diego: Fred? Acorda. Por favor, acorda.
Murilo: Droga, Elias. E agora?
Elias: Cala a boca. Foi um acidente.
Diego: Busquem ajuda. Façam alguma coisa. Ele está sangrando.
Elias: Tudo bem. Vamos lá galera.
Elias, Murilo e Dênis saem para buscar ajuda.
Diego: Por favor, Fred. Acorda. Não me assusta, por favor. Preciso de você.
Alfredo, que estava indo procurar os garotos, encontram, Elias, Murilo e
Dênis.
Alfredo: Porque vocês saíram do acampamento? Eu disse para todos ficarem...
Elias: Me desculpa professor, mas temos algo mais sério. O Fred sofreu um
acidente.
Alfredo: Como?
Alfredo chega rápido ao local onde Diego e Fred estavam.
Alfredo: Meu Deus. O que aconteceu?
Diego: Ele bateu a cabeça em uma pedra quando caiu na água. Ele não responde.
Por favor, me diz que ele vai ficar bem.
Alfredo: Ele está sangrando muito. Parece que o corte foi profundo. Temos que
chamar ajuda rápido. Vamos, me ajudem a levar ele para o acampamento.
Elias e Diego ajudam Alfredo a levar Fred. Quando eles chegam, todos se
aglomeram para ver o que aconteceu. Paula, Vanessa, Renato e Rogério se
espantam ao ver Fred.
Paula: O que houve?
Diego: Ele caiu na água e bateu a cabeça em uma pedra. Ele não responde.
Cíntia: O que houve? Ele está bem?
Alfredo: Ele bateu a cabeça em uma pedra. Mas não sei a gravidade. Mas eu não
sinto o pulso dele.
Eliane: Temos que chamar a emergência.
Alfredo: Já fiz isso. Só que com certeza eles vão demorar um pouco até chegar.
Vanessa abraça Diego.
CENA 2
Roberta estava deitada na cama de Adonys, enrolada nos lençóis. Adonys
se aproxima dela e lhe dá um beijo.
Adonys: Posso te fazer uma pergunta?
Roberta: Claro.
Adonys: Você amava o seu ex?
Roberta fica surpresa com a pergunta.
Roberta: Por que está me perguntando isso?
Adonys: Apenas uma curiosidade. Mas você não me respondeu.
Roberta: Eu amava. Mas não tanto quanto amo você.
Adonys: Fala, sério?
Roberta: E você tem dúvidas disso?
Roberta começa a beijar as costas de Adonys e o agarra. Eles rolam sobre
a cama.
CENA 3
A ambulância chega no acampamento. Os paramédicos tentam reanimar Fred.
Diego observa de longe, abraçado em Paula. Elias, Murilo e Dênis ficam tensos.
Depois de alguns minutos, os paramédicos desligam o equipamento e cobrem o
corpo de Fred com um pano.
Enfermeiro: Sinto muito. Fizemos o que podíamos.
Alfredo: Meu Deus.
Diego: Não. Isso não.
Diego corre até o corpo de Fred e abraça. Paula e Vanessa tentam acalmar
Diego.
Diego: Por quê, meu Deus? Eu não entendo.
Cíntia: Acalme-se Diego. Eles tem que levar o corpo dele.
Diego: Não. Eles não podem. Ele vai acordar.
Alfredo: Não, Diego. Ele está morto. Infelizmente não podemos fazer mais nada.
Diego: Não. Isso não é verdade. Acorda, Fred. Mostra para eles que você está
vivo. Por favor, acorda. Volta para mim.
Todos se comovem com a cena. Dênis fica apavorado.
Dênis: E agora? A gente está ferrado.
Elias: Calem a boca. O que aconteceu foi um acidente. Ele que se jogou em
cima de mim. Vocês viram. A gente não teve culpa. A culpa foi dele.
Diego Levanta, enquanto os paramédicos colocam o corpo de Fred dentro de
um saco preto. Diego olha para Elias e parte para cima dele, dando empurrões
nele.
Diego: A culpa é sua, seu assassino. Seu miserável.
Elias: Não. Eu não tive culpa. Ele que partiu para cima de mim. Você viu.
Diego: Mentira. Você o empurrou. Por sua culpa ele está morto.
Alfredo: Acalmem-se. Elias recolha suas coisas. Vamos voltar. Isso vale para
todos. E você, Diego, tente se acalmar.
Diego: Por quê?
Diego abraça Alfredo. O corpo de Fred e colocado dentro da ambulância e
levado, sob os olhares de Vanessa, Paula, Renato e Rogério.
CENA 4
NOITE. O cristo redentor estava iluminado. O ônibus para em frente ao
colégio. Todos descem. Era muita tristeza. Alfredo chama Diego, Elias, Murilo e
Dênis.
Alfredo: Já comuniquei a família de vocês sobre o acontecido. Eles nos
encontrarão na delegacia.
Dênis: Delegacia? Mas eu não fiz nada.
Alfredo: Mas estava lá quando tudo aconteceu. Todos nós temos que depor. Todos.
CENA 5
Simone entra no quarto e encontra Omar falando no celular. Ele desliga e
atira o celular no chão.
Omar: Que droga!
Simone: O que houve? Acalme-se.
Omar: O que houve? Uma catástrofe. Foi isso o que houve.
Simone: Catástrofe? Como assim? Me explica direito.
Omar: O colégio realiza um estudo de campo com os alunos todos os anos. E
justamente nesse, aconteceu um acidente. Um dos alunos acabou morrendo.
Simone: Meu Deus. Mas o que aconteceu?
Omar: Sei lá, não entendi muito bem. Parece que ele caiu e bateu a cabeça em
uma pedra, coisa assim. Estou indo para a delegacia agora.
Simone: Delegacia? Mas o que você tem haver com isso?
Omar: O que eu tenho haver com isso? Eu sou o diretor... esqueceu?
Omar recolhe o celular do chão e sai. Simone senta na cama e coloca as
mãos no rosto.
CENA 6
O telefone da casa de Sônia toca. Ela, que estava chegando do
supermercado, atende.
Sônia: Alô!
Pedro, que estava dormindo, aparece na sala com a cara de sono.
Pedro: Droga. Se soubesse não teria levantado. Quem é?
Sônia fica pálida e deixa o telefone cair. Ela senta no sofá e Pedro
percebe que ela começa a ofegar.
Sônia: Pedro, me ajuda. Pelo amor de Deus. Isso não pode ser verdade.
Pedro: Sônia, o que houve? O que você tem? Quem era no telefone?
Sônia: Só pode ser uma brincadeira. Por favor me diz que é mentira.
Sônia estava gritando, agora. Pedro assustado sem entender nada, pega o
telefone. Sônia estava chorando, desesperada.
Pedro: Alô! Quem está falando.
Ao ouvir a notícia da morte de Fred, Pedro fica sem ação.
Pedro: O quê?
CENA 7
Na delegacia, Elias, Murilo, Dênis, Diego e Alfredo, estavam depondo.
Marta, mãe de Elias, juntamente com Paula, estavam aflitas. Elias aparece.
Paula: Viu só no que deu suas brincadeirinhas? Eu sempre te avisei.
Elias: EU não tive culpa, está bem? Foi um acidente. Podia ter sido eu.
Marta: Chega. Não é hora para isso. Aconteceu. Agora o que temos que fazer é
colher os frutos de tudo isso. Enquanto a você Elias, temos uma longa conversa
pela frente. Agora vamos.
Alfredo estava em pé em um canto da sala. Omar se aproxima dele.
Omar: Você é um incompetente. Como foi deixar isso acontecer? Era sua
responsabilidade a segurança desses garotos.
Alfredo: Eu entendo. Assumo toda a responsabilidade.
Omar: Mas é claro que assumirá. E saiba que o colégio não irá tomar nenhum
partido em sua defesa. E se for preciso... Demitiremos você.
Omar se retira e Alfredo fica pensativo.
CENA 8
AMANHECE... Uma melodia triste... Os prédios do Rio de Janeiro estavam
iluminados pela luz do sol. No cemitério São João Batista, localizado no bairro
Botafogo, familiares e amigos estavam reunidos na despedida de Fred. O caixão
estava coberto com uma bandeira do Colégio Alberto Villani, flores, e inúmeros
bilhetes de amigos. Um baner com a foto de Fred estava colocado ao lado do
caixão. Sônia, Pedro e Guilherme, estavam ao lado. Paula, Vanessa, Rogério e
Renato, além de Diego, estavam abatidos. Era o dia mais triste da vida de todos
que estavam presentes. Professores do Colégio, além da presença de Omar,
Simone, Rômulo, Bernardo e Teresa. O padre realizava a oração final para o
enterro.
Padre: Amigos e amigas, familiares. É com pesar que damos adeus a essa alma.
Um jovem que tinha sonhos. Um jovem que teve sua vida interrompida pela fatalidade.
Que Deus possa consolar o coração dos familiares... [Sônia abraça Guilherme]...
Que o consolo divino recaia sobre todos os entes queridos que aqui estão
presentes. Que esta alma encontre a paz e o descanso eterno e que a luz de
Cristo o conserve em sua infinita bondade. Que assim seja.
[Cascada –
Everytime We Touch (versão slow)]
O padre faz o sinal da cruz e joga água benta sobre o caixão. Em seguida
o caixão é levado para dentro do túmulo. Um a um, as pessoas fazem sua
despedida. Rosas são jogadas. Paula, Vanessa, Renato e Rogério ficam comovidos
ao dizerem adeus ao amigo. Diego se aproxima do túmulo e beija a rosa.
Diego: Não se esqueça de mim. Um dia ainda nos encontraremos. Te amo.
Diego joga a rosa sobre o túmulo. Cíntia abraça Diego. Pedro se aproxima
do túmulo e cai de joelhos, chorando.
Pedro: Me perdoa, meu filho! Por favor, me perdoa... Eu nunca quis dizer tudo
aquilo que te falei... Meu Deus, devolve ele para mim... [Sônia fica
comovida]... Volta meu menino... Volta para o papai. Eu te amo muito... Eu te
aceito do jeito que você for, não me importo. Por favor meu Deus, me devolva
ele, por favor...
Sérgio se aproxima de Pedro e levanta ele. Pedro abraça Sérgio.
Pedro: Meu Deus, a culpa é minha. Meu filho se foi... Ele se foi e eu nem
pude dizer o quanto eu o amava. Por quê? Porque não pude dizer que o amava?
Porque fiz isso com ele? Eu não posso me perdoar...
Sérgio: Não! Você não tem culpa. Foi um acidente.
Pedro vai até Sônia e os dois se abraçam. As pessoas começam a ir
embora, enquanto o túmulo de Fred é finalizado com uma lápide escrita: “Vivi
sem medo de ser quem eu era”.
CENA 9
[Despistaos –
Fisica o Quimica (versão lenta)] Diego entra em
seu apartamento e caminha lentamente até o quarto. Ele entra no quarto em que
Fred ocupava e encontra uma foto dele sobre a cama. Diego pega a foto e começa
a chorar.
Diego: Por quê? O que vou fazer agora?
A campainha começa a tocar. Diego se levanta e abre a porta. Era sua
mãe, Eduarda.
Diego: Mãe!
Eduarda: Meu filho!
Diego e Eduarda se abraçam emocionados.
CENA 10
Elias estava trancado em seu quarto. Tudo escuro. Marta entra e encontra
ele deitado, com fones no ouvido.
Marta: Você não pode ficar aqui o tempo todo. É preciso encarar a realidade.
Elias: Todo mundo acha que eu sou um assassino.
Marta: Isso não é verdade, Elias. Foi um acidente. Uma fatalidade. Claro que
você tem sua parcela de culpa, porém nada intencional.
Elias: Então você também me acha um assassino.
Marta: Não meu filho. Como pensaria isso. Você é o meu filho. Por mais que você
faça coisas erradas, eu sempre estarei do seu lado. Isso é ser uma mãe. Embora
eu brigue com você, tente te fazer uma pessoa do bem, jamais te abandonarei.
Tenho esperança de que um dia você mude. Talvez eu seja mais culpada nessa
história do que você. Agora se levante dessa cama e tome um banho. Vou servir o
jantar daqui a pouco.
Marta dá um beijo na testa de Elias e sai do quarto.
CENA 11
DIAS DEPOIS... Eram um dia de sol no Rio de Janeiro. Pessoas correndo na orla de
Copacabana. No Colégio Alberto Villani, Diego e Paula estavam embaixo de uma
árvore. Vanessa, Rogério e Renato se aproximam.
Vanessa: Oi, pessoal.
Vanessa abraça Diego.
Vanessa: Tudo bem com você?
Diego: Um pouco. Mais ainda sinto muita falta do Fred.
Renato: Todos nós. Ele era uma pessoa maravilhosa. Não merecia o que
aconteceu.
Diego: Eu me culpo um pouco...
Paula: Não. Você não pode se sentir culpado. Foi um acidente...
Diego: Eu sei. Mas o Fred só caiu porque tentou tomar celular do seu irmão. O
Elias filmou o Fred e eu nos beijando àquele diz.
Vanessa: Você e o Fred? Então... Vocês estavam namorando?
Diego: Ainda não. Mas aconteceu àquele dia. Ele era uma pessoa diferente de
todas que já conheci.
Rogério: Mesmo assim isso não significa que você seja culpado. Relaxa.
Vanessa: Cabe a nós seguirmos em frente. O Fred não gostaria de ver a gente
sofrendo. Vamos viver... por ele.
Diego: Você está certa. No entanto eu só vim hoje para me despedir.
Paula: Como assim? Para onde você vai.
Diego: NO dia em que enterramos o Fred a minha mãe a apareceu no meu
apartamento. Ela me pediu para voltar para casa, em São Paulo. Eu aceitei.
Vanessa: É uma pena. Mas saiba que tem amigos aqui agora. Não se esqueça de
nós.
Diego: Nunca esquecerei. Vocês são as lembranças que o Fred me deixou aqui.
Amo vocês. Obrigado por tudo.
Renato, Rogério, Paula e Vanessa abraçam Diego ao mesmo tempo...
[Narração de
Rômulo]
Superação é o
último estágio de um guerreiro...
O celular de Simone toca, era Sabrina.
Simone: O que você quer? Não disse para você sumir?
Sabrina: Sim! Mas acontece que eu não sumirei tão fácil assim. Você está em
minhas mãos e eu não te solto tão cedo.
......
Depois de
muitas batalhas a vitória e alento para quem batalhou fervorosamente...
Luís chega em frente a sua casa. Brandão se aproxima junto com Adonys.
Eles agarram Luís e começam a espancar ele, deixando ferido no chão. Brandão e
Adonys fogem do local.
......
No entanto
chega ao fim dessa jornada e concluímos que ainda existem muito o que
superar... Muitos medos e surpresas.
A campainha da casa de Rogério toca. Ele abre a porta e se surpreende.
Era sua mãe, Selma.
Selma: Filho? Meu Deus, como você cresceu. Sou eu, sua mãe.
Celso: Eu sei.
E os dois ficam ali se olhando por segundos.
FIM DE TEMPORADA

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