segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Capítulo 13: Ironia do destino

TRIBUNAL à INTERIOR à FIM DE TARDE (18h:06min)
Karina é a última a contar sua história.
KARINA: Eu... é...
Karina olha para os lados.
KARINA: A Leolina... eu acho...
Karina está nervosa.
FAZENDA DE LOURIVAL à BANHEIRO à FIM DE TARDE (18h:07min)
    Nandinha continua mantendo todos em cárcere privado no banheiro da casa de Lourival. Zaqueu e a mãe, Rosidalva, choram.
    NANDINHA: Podem chorar, seus bundões! Chora que eu quero ver! Por mim vocês podem se acabar de chorar! CHORAAA!
    FAZENDA DE LOURIVAL à QUINTAL à FIM DE TARDE (18h:07min)
    Lourival está jogado numa poça de lama, desacordado. De repente, ele acorda, pondo a mão sobre a cabeça.
    LOURIVAL: Ai! Ai! O qui aconteceu?
    Lourival ouve os gritos de Nandinha.
    “CHOREM! PODEM CHORAR!”
    LOURIVAL: Diacho! Aquela mardita daquela Nandinha ainda tá judiando cum pessoar. Deve di tê parte cum capiroto, só pode!
    Lourival se levanta, com muito esforço, e limpa a poeira de suas roupas.
    FAZENDA DE LOURIVAL à SALA à FIM DE TARDE (18h:08min)
    Lourival consegue chegar em casa, se segurando nas paredes. Ele pega o caminho para o seu quarto.
    FAZENDA DE LOURIVAL à BANHEIRO à FIM DE TARDE (18h:08min)
    Nandinha continua fazendo maldades para Rosidalva e Zaqueu, que ainda estão com a boca tampada com uma fita. De repente, um vulto passa na frente da porta do banheiro. Nandinha vira o rosto rapidamente e não vê mais ninguém.
    NANDINHA: Quietinhos aí!
    Nandinha olha pela porta do banheiro e vê apenas o pé de Lourival entrando no quarto do mesmo.
    NANDINHA: Velho caduco dos infernos!
    FAZENDA DE LOURIVAL
à QUARTO CASAL à FIM DE TARDE (18h:09min)
    Lourival abre uma das gavetas da cômoda de seu quarto e pega um frasco com uma substância de coloração amarelada de dentro. Depois, pega um papel-toalha e enrola-o, colocando a substância sobre o papel.
    Quando vai saindo do quarto, Nandinha abre a porta. Lourival é rápido e põe o papel-toalha no nariz da víbora. Nandinha desmaia. Lourival pega ela no colo e a joga na cama.
    FAZENDA DE LOURIVAL à BANHEIRO à FIM DE TARDE (18h:09min)
    Lourival entra no banheiro e tira as fitas das bocas de Zaqueu e Rosidalva.
    ROSIDALVA: Lourico, graças ao meu santo Deus. Meu amor, aquela tar de Nandinha é amiga do capeta!
    LOURIVAL: Eu sei, Rosinha, eu sei! Eu dei um jeito de deixá ela dismaiada lá em cima da nossa cama.
    ZAQUEU: Num mi diga qui o sinhô...
    LOURIVAL: Usei a boa e velha água do dismaio!
    ZAQUEU: Ah, pai, o sinhô tá véi mais num ficô burro não. Hehe!
    LOURIVAL: A idade mente sobre nóis.
    Lourival mostra os músculos.
    ROSIDALVA: Ô, seu ixibido di academia, será qui dá pra sortá nóis?
    LOURIVAL: Ah, craro, até já tinha isquicido!
    Lourival desamarra Zaqueu e Rosidalva e os três se abraçam.
    TRIBUNAL à INTERIOR à NOITE (18h:11min)
Karina continua muito nervosa.
KARINA: Eu acho que... a Leolina... quer dizer... eu não...
JUIZ: Senhorita, você tem alguma informação relevante para nos dar, porque se este não for o caso, vamos preci...
KARINA: A Leolina matou o meu avô!
Todos ficam espantados, inclusive Leolina.
LEOLINA: Protesto!
JUIZ: Você não tem o direito de protestar! (vira para Karina) Senhorita, como você chegou à conclusão de que a ré matou o seu avô?
KARINA: Na verdade, eu não tinha muita certeza. É que eu tinha visto nas imagens das câmeras de segurança que o assassino do meu avô tinha uma cicatriz no braço.
LEOLINA: Eu tenho uma cicatriz no braço!
GOLIAS: Eu sabia que era uma assassina.
JUIZ (bate a marreta): Silêncio! Prossiga, Karina.
KARINA: Pois bem, como eu dizia, eu vi que o assassino possuía uma cicatriz no braço direito. Então eu...
LEOLINA: Espera aí! A minha cicatriz fica no braço esquerdo.
KARINA: O quê?
JUIZ: Então quer dizer que, relativamente, a ré não foi a assassina do seu avô?
LEOLINA: Mas é claro que não! Augustus Narvalli foi um grande amor... digo... um grande amigo meu. Eu nunca faria nada de mal para ele!
GOLIAS: Mas nada disso apaga o fato de que você tentou me matar.
JUIZ: Silêncio, por favor! Então, senhorita Karina Narvalli, você tem mais alguma informação a respeito de Leolina Zorobabel?
KARINA: Parece que não... eu... Com licença!
Karina sai correndo do tribunal.
FÓRUM à FRENTE à NOITE (18h:13min)
Karina se ajoelha e chora. Ela lembra da noite do assassinato de seu avô.
KARINA (na lembrança): Vovô?
De volta ao presente, Karina continua chorando muito.
KARINA: Será que eu nunca vou conseguir encontrar o assassino do meu avô?
Karina vê um bar com várias pessoas tomando bebidas.
KARINA: O homem do bar!
BARRACO DE SUÍNO à NOITE (18h:14)
Suíno, o homem que ofereceu drogas a Márcio, dorme em seu barraco. Ele está inquieto e não consegue dormir de jeito nenhum. Ele vira para um lado, vira para o outro, mas não consegue dormir.
BAR à INTERIOR à NOITE (18h:25min)
Suíno entra no bar, pois não estava conseguindo dormir.
SUÍNO: E aí, seu Zé?
DONO DO BAR: Beleza, Suíno?
SUÍNO: De boa, mas eu não tava conseguindo dormir, então eu vim tomar uma pinga aqui.
DONO DO BAR: Mas também, agora que são seis horas da noite, ninguém consegue dormir tão cedo!
SUÍNO: Tá, mas chega de conversa mole e trás logo um litro de cachaça.
DONO DO BAR: É pra já!
O dono do bar vai até a cozinha pegar a bebida. Karina chega no bar, ofegante. Suíno a vê.
SUÍNO: Ei, você não é aquela maluquete que correu de mim um dia desses?
KARINA: Sou eu, e meu nome é Karina Narvalli, pra sua informação!
SUÍNO: Karina Narvalli? A neta do seu Augustus?
KARINA: Eu mesma, por quê?
SUÍNO: Eu fui jardineiro do seu avô a muito tempo atrás, você ainda tinha lá pelos 8 ou 9 anos.
KARINA: Nossa, que coincidência!
SUÍNO: Pra você ver... mas o que você quer aqui? Não vai dizer que veio tomar umas?
KARINA: Deus me livre! É que eu... é... quer dizer...
SUÍNO: Você ficou louca, Karina?
KARINA: Me respeite! E... você tem uma cicatriz no braço direito?
SUÍNO: Tenho por quê?
KARINA (grita): ASSASSINO!!!
SUÍNO: Tá louca, garota?
KARINA: Eu sei que foi você quem matou o meu avô! Eu vou ligar pra polícia agora mesmo!
Karina disca um número no celular.
KARINA: Alô, é da polícia? Por favor, vocês podem vir no bar do seu José? É, é nessa rua mesmo. Sim, obrigado! Ok!
SUÍNO: Eu não tô entendendo bulhufas de catibirobas do que você tá falando. Que papo é esse de assassino?
KARINA: Eu sei que foi você quem matou o meu avô!
SUÍNO: Como? O seu avô morreu?
KARINA: Ah, não se faz de idiota! Vai ver você matou o meu avô por que ele te despediu.
SUÍNO: Olha aqui, maluquete, eu admito que eu fiquei irado com esse lance da minha demissão, mas eu não sou nenhum assassino, não!
O dono do bar chega.
DONO DO BAR: Ué, como não? Um dia desses você quase matava um cara pra ele te dar umas pedras.
SUÍNO: Cala a boca!
KARINA: Agora todas as provas estão contra você, seu assassino. Gente, vocês sabem quem é esse senhor aqui? É um assassino! Matou meu avô só porque ele o demitiu. Mantenham-se distanciados dele! Ele é um assassino!!!
Karina faz um escândalo. Começa um alvoroço no bar e a polícia chega. Suíno ouve a sirene e tenta fugir, mas é pego por um dos policiais.
KARINA: Esse aí foi o responsável pelo assassinato do meu avô Augustus!! Podem levar! Todas as provas indicam que ele é o assassino! Levem!!
Os policias colocam Suíno na viatura e saem. As pessoas que estavam no bar começam a correr para fora.
DONO DO BAR: Eles saíram sem pagar! Agora você vai ter que pagar tudo!
KARINA: Eu pago, eu pago!
Karina tira algumas notas de 20 reais do bolso e dá para o dono do bar.
KARINA: Pode ficar com o troco!
Karina vai embora.
TRIBUNAL à INTERIOR à NOITE (18h:30min)
O julgamento de Leolina está chegando ao fim.
JUIZ: Depois de ouvir todas as provas, eu declaro a senhorita Leolina Zorobabel Gorgianitz inocente!
LEOLINA: A justiça tarda mas não falha!
JUIZ: Porém, a ré terá que ficar em observação numa clínica psiquiátrica e depois fazer um trabalho social.
LEOLINA: Desculpe, majestade, mas...
JUIZ: Senhorita, é meritíssimo!
    LEOLINA: Perdoe-me, vossa alteza, mas que tipo de trabalho social é esse que o senhor está se referindo?
JUIZ: Você terá que juntar todo o lixo do parque municipal!
LEOLINA: O quê?
Leolina não gosta da ideia.
JUIZ: Caso encerrado!
APART. SABRINA à SALA à NOITE (18h:34min)
Sabrina chega em casa, após participar do julgamento de Leolina. Ricardo, o homem que ela conheceu na boate, agora é seu namorado, e estava esperando-a sentado no sofá.
RICARDO: Oi, amor!
SABRINA: Oi, Ricardo!
O casal se beija.
RICARDO: E aí, como é que foi o julgamento?
SABRINA: Ai, depois eu te conto, porque é uma longa história e eu tô morrendo de cansaço. Eu vou pro quarto tá?
RICARDO: Tudo bem.
Isabela aparece, abraçada com Téo, que ela também havia conhecido na boate e é seu namorado.
ISABELA: E aí, mãe, como é que foi?
SABRINA: Por favor, me deixem em paz, a única coisa que eu quero é desabar na cama!
TÉO: Ih, amor, é melhor deixar a sogrinha descansar, hein?
ISABELA: É verdade, Téo!
Eles sentam no sofá ao lado de Ricardo.
APART. SABRINA à QUARTO à NOITE (18h:36min)
Sabrina tira os sapatos sentada em sua cama. Quando ela vai colocar o sapato debaixo da cama, percebe que há uma caixa lá embaixo. Ela pega a caixa e a abre.
SABRINA: O diário do Miguelito? Desde quando ele tinha um diário?
Sabrina folheia o diário e para em uma das páginas.
SABRINA: Não pode ser!

A EXPRESSÃO ESPANTADA DE SABRINA VIRA UMA MOEDA.


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