TRIBUNAL à INTERIOR à FIM DE TARDE (18h:06min)
Karina é a última a contar sua história.
KARINA: Eu... é...
Karina olha para os lados.
KARINA: A Leolina... eu acho...
Karina está nervosa.
FAZENDA
DE LOURIVAL à BANHEIRO à FIM DE TARDE (18h:07min)
Nandinha continua
mantendo todos em cárcere privado no banheiro da casa de Lourival. Zaqueu e a
mãe, Rosidalva, choram.
NANDINHA: Podem chorar,
seus bundões! Chora que eu quero ver! Por mim vocês podem se acabar de chorar!
CHORAAA!
FAZENDA DE LOURIVAL à QUINTAL à FIM DE TARDE (18h:07min)
Lourival está jogado numa poça de
lama, desacordado. De repente, ele acorda, pondo a mão sobre a cabeça.
LOURIVAL: Ai! Ai! O qui
aconteceu?
Lourival ouve os gritos
de Nandinha.
“CHOREM! PODEM CHORAR!”
LOURIVAL: Diacho!
Aquela mardita daquela Nandinha ainda tá judiando cum pessoar. Deve di tê parte
cum capiroto, só pode!
Lourival se levanta,
com muito esforço, e limpa a poeira de suas roupas.
FAZENDA DE LOURIVAL à SALA à FIM DE TARDE (18h:08min)
Lourival consegue chegar em casa,
se segurando nas paredes. Ele pega o caminho para o seu quarto.
FAZENDA DE LOURIVAL à BANHEIRO à FIM DE TARDE (18h:08min)
Nandinha continua fazendo maldades
para Rosidalva e Zaqueu, que ainda estão com a boca tampada com uma fita. De
repente, um vulto passa na frente da porta do banheiro. Nandinha vira o rosto
rapidamente e não vê mais ninguém.
NANDINHA: Quietinhos
aí!
Nandinha olha pela
porta do banheiro e vê apenas o pé de Lourival entrando no quarto do mesmo.
NANDINHA: Velho caduco
dos infernos!
FAZENDA DE LOURIVAL à QUARTO CASAL à FIM DE TARDE (18h:09min)
FAZENDA DE LOURIVAL à QUARTO CASAL à FIM DE TARDE (18h:09min)
Lourival abre uma das
gavetas da cômoda de seu quarto e pega um frasco com uma substância de
coloração amarelada de dentro. Depois, pega um papel-toalha e enrola-o,
colocando a substância sobre o papel.
Quando vai saindo do
quarto, Nandinha abre a porta. Lourival é rápido e põe o papel-toalha no nariz
da víbora. Nandinha desmaia. Lourival pega ela no colo e a joga na cama.
FAZENDA DE LOURIVAL à BANHEIRO à FIM DE TARDE (18h:09min)
Lourival entra no banheiro e tira
as fitas das bocas de Zaqueu e Rosidalva.
ROSIDALVA: Lourico,
graças ao meu santo Deus. Meu amor, aquela tar de Nandinha é amiga do capeta!
LOURIVAL: Eu sei,
Rosinha, eu sei! Eu dei um jeito de deixá ela dismaiada lá em cima da nossa
cama.
ZAQUEU: Num mi diga qui
o sinhô...
LOURIVAL: Usei a boa e
velha água do dismaio!
ZAQUEU: Ah, pai, o
sinhô tá véi mais num ficô burro não. Hehe!
LOURIVAL: A idade mente
sobre nóis.
Lourival mostra os
músculos.
ROSIDALVA: Ô, seu
ixibido di academia, será qui dá pra sortá nóis?
LOURIVAL: Ah, craro,
até já tinha isquicido!
Lourival desamarra
Zaqueu e Rosidalva e os três se abraçam.
TRIBUNAL à INTERIOR à NOITE (18h:11min)
Karina continua muito nervosa.
KARINA: Eu acho que... a Leolina... quer
dizer... eu não...
JUIZ: Senhorita, você tem alguma informação
relevante para nos dar, porque se este não for o caso, vamos preci...
KARINA: A Leolina matou o meu avô!
Todos ficam espantados, inclusive Leolina.
LEOLINA: Protesto!
JUIZ: Você não tem o direito de protestar!
(vira para Karina) Senhorita, como você chegou à conclusão de que a ré matou o
seu avô?
KARINA: Na verdade, eu não tinha muita certeza.
É que eu tinha visto nas imagens das câmeras de segurança que o assassino do
meu avô tinha uma cicatriz no braço.
LEOLINA: Eu tenho uma cicatriz no braço!
GOLIAS: Eu sabia que era uma assassina.
JUIZ (bate a marreta): Silêncio! Prossiga,
Karina.
KARINA: Pois bem, como eu dizia, eu vi que o
assassino possuía uma cicatriz no braço direito. Então eu...
LEOLINA: Espera aí! A minha cicatriz fica no
braço esquerdo.
KARINA: O quê?
JUIZ: Então quer dizer que, relativamente, a ré
não foi a assassina do seu avô?
LEOLINA: Mas é claro que não! Augustus Narvalli
foi um grande amor... digo... um grande amigo meu. Eu nunca faria nada de mal
para ele!
GOLIAS: Mas nada disso apaga o fato de que você
tentou me matar.
JUIZ: Silêncio, por favor! Então, senhorita
Karina Narvalli, você tem mais alguma informação a respeito de Leolina
Zorobabel?
KARINA: Parece que não... eu... Com licença!
Karina sai correndo do tribunal.
FÓRUM à FRENTE à NOITE (18h:13min)
Karina se ajoelha e chora. Ela lembra da noite
do assassinato de seu avô.
KARINA (na lembrança): Vovô?
De volta ao presente, Karina continua chorando
muito.
KARINA: Será que eu nunca vou conseguir
encontrar o assassino do meu avô?
Karina vê um bar com várias pessoas tomando
bebidas.
KARINA: O homem do bar!
BARRACO
DE SUÍNO à NOITE (18h:14)
Suíno, o homem que ofereceu drogas a Márcio,
dorme em seu barraco. Ele está inquieto e não consegue dormir de jeito nenhum.
Ele vira para um lado, vira para o outro, mas não consegue dormir.
BAR à INTERIOR à NOITE (18h:25min)
Suíno entra no bar, pois não estava conseguindo
dormir.
SUÍNO: E aí, seu Zé?
DONO DO BAR: Beleza, Suíno?
SUÍNO: De boa, mas eu não tava conseguindo
dormir, então eu vim tomar uma pinga aqui.
DONO DO BAR: Mas também, agora que são seis
horas da noite, ninguém consegue dormir tão cedo!
SUÍNO: Tá, mas chega de conversa mole e trás
logo um litro de cachaça.
DONO DO BAR: É pra já!
O dono do bar vai até a cozinha pegar a bebida.
Karina chega no bar, ofegante. Suíno a vê.
SUÍNO: Ei, você não é aquela maluquete que
correu de mim um dia desses?
KARINA: Sou eu, e meu nome é Karina Narvalli,
pra sua informação!
SUÍNO: Karina Narvalli? A neta do seu Augustus?
KARINA: Eu mesma, por quê?
SUÍNO: Eu fui jardineiro do seu avô a muito
tempo atrás, você ainda tinha lá pelos 8 ou 9 anos.
KARINA: Nossa, que coincidência!
SUÍNO: Pra você ver... mas o que você quer
aqui? Não vai dizer que veio tomar umas?
KARINA: Deus me livre! É que eu... é... quer
dizer...
SUÍNO: Você ficou louca, Karina?
KARINA: Me respeite! E... você tem uma cicatriz
no braço direito?
SUÍNO: Tenho por quê?
KARINA (grita): ASSASSINO!!!
SUÍNO: Tá louca, garota?
KARINA: Eu sei que foi você quem matou o meu
avô! Eu vou ligar pra polícia agora mesmo!
Karina disca um número no celular.
KARINA: Alô, é da polícia? Por favor, vocês
podem vir no bar do seu José? É, é nessa rua mesmo. Sim, obrigado! Ok!
SUÍNO: Eu não tô entendendo bulhufas de
catibirobas do que você tá falando. Que papo é esse de assassino?
KARINA: Eu sei que foi você quem matou o meu
avô!
SUÍNO: Como? O seu avô morreu?
KARINA: Ah, não se faz de idiota! Vai ver você
matou o meu avô por que ele te despediu.
SUÍNO: Olha aqui, maluquete, eu admito que eu
fiquei irado com esse lance da minha demissão, mas eu não sou nenhum assassino,
não!
O dono do bar chega.
DONO DO BAR: Ué, como não? Um dia desses você
quase matava um cara pra ele te dar umas pedras.
SUÍNO: Cala a boca!
KARINA: Agora todas as provas estão contra
você, seu assassino. Gente, vocês sabem quem é esse senhor aqui? É um
assassino! Matou meu avô só porque ele o demitiu. Mantenham-se distanciados
dele! Ele é um assassino!!!
Karina faz um escândalo. Começa um alvoroço no
bar e a polícia chega. Suíno ouve a sirene e tenta fugir, mas é pego por um dos
policiais.
KARINA: Esse aí foi o responsável pelo
assassinato do meu avô Augustus!! Podem levar! Todas as provas indicam que ele
é o assassino! Levem!!
Os policias colocam Suíno na viatura e saem. As
pessoas que estavam no bar começam a correr para fora.
DONO DO BAR: Eles saíram sem pagar! Agora você
vai ter que pagar tudo!
KARINA: Eu pago, eu pago!
Karina tira algumas notas de 20 reais do bolso
e dá para o dono do bar.
KARINA: Pode ficar com o troco!
Karina vai embora.
TRIBUNAL à INTERIOR à NOITE (18h:30min)
O julgamento de Leolina está chegando ao fim.
JUIZ: Depois de ouvir todas as provas, eu
declaro a senhorita Leolina Zorobabel Gorgianitz inocente!
LEOLINA: A justiça tarda mas não falha!
JUIZ: Porém, a ré terá que ficar em observação
numa clínica psiquiátrica e depois fazer um trabalho social.
LEOLINA: Desculpe, majestade, mas...
JUIZ: Senhorita, é meritíssimo!
LEOLINA: Perdoe-me, vossa alteza, mas que tipo de trabalho social é esse que o senhor está se referindo?
LEOLINA: Perdoe-me, vossa alteza, mas que tipo de trabalho social é esse que o senhor está se referindo?
JUIZ: Você terá que juntar todo o lixo do
parque municipal!
LEOLINA: O quê?
Leolina não gosta da ideia.
JUIZ: Caso encerrado!
APART.
SABRINA à SALA à NOITE (18h:34min)
Sabrina chega em casa, após participar do
julgamento de Leolina. Ricardo, o homem que ela conheceu na boate, agora é seu
namorado, e estava esperando-a sentado no sofá.
RICARDO: Oi, amor!
SABRINA: Oi, Ricardo!
O casal se beija.
RICARDO: E aí, como é que foi o julgamento?
SABRINA: Ai, depois eu te conto, porque é uma
longa história e eu tô morrendo de cansaço. Eu vou pro quarto tá?
RICARDO: Tudo bem.
Isabela aparece, abraçada com Téo, que ela
também havia conhecido na boate e é seu namorado.
ISABELA: E aí, mãe, como é que foi?
SABRINA: Por favor, me deixem em paz, a única
coisa que eu quero é desabar na cama!
TÉO: Ih, amor, é melhor deixar a sogrinha
descansar, hein?
ISABELA: É verdade, Téo!
Eles sentam no sofá ao lado de Ricardo.
APART.
SABRINA à QUARTO à NOITE (18h:36min)
Sabrina tira os sapatos sentada em sua cama.
Quando ela vai colocar o sapato debaixo da cama, percebe que há uma caixa lá
embaixo. Ela pega a caixa e a abre.
SABRINA: O diário do Miguelito? Desde quando
ele tinha um diário?
Sabrina folheia o diário e para em uma das
páginas.
SABRINA: Não pode ser!

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