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É uma
caminhada rápida até as catacumbas. Ninguém diz uma palavra o caminho todo,
pois prestamos atenção ao nosso redor em caso de surgir algum inimigo. Chegamos
à entrada das catacumbas, que é uma espécie de caverna com uma escadaria em
direção ao subsolo.
Íris, Ryan, Silas, Zoe e Eu,
descemos a escadaria por um longo tempo até chegarmos num corredor cheio de
corpos.
— Ai que nojo! – Grita Zoe.
— Você não sabe o que a
palavra “catacumba” significa? – Ryan ironiza.
— Saber eu sei, mas eu
achava que eles estariam num tumba ou sei lá.
Andamos por entre esse
corredor e continuamos seguindo por ele até chegarmos em um local no mínimo
estranho. Há vários símbolos de rituais espalhados pelas paredes e tem um
círculo se sangue na porta.
— Será que a Luna fez isso?
– Pergunto.
— Eu duvido disso. – Diz
Zoe.
— Eu já vi esses símbolos
antes. – Diz Silas. – É usado para aprisionar qualquer tipo de ser.
Ouço um grito de Chloe,
seguido por um de Luna. Dou uma patada na porta e ela cai no chão. Vejo Chloe e
Luna em mesas de barro, acorrentadas e com muito poucas vestes. Corro para
dentro do local com a minha foice em mãos, e Zoe entra atrás de mim.
Uma moça morena de
aparentemente vinte e seis anos de idade movimenta a mão e a passagem atrás de
nós é fechada e eu e Zoe somos jogados contra a parede.
— Quem diabos você é?
— Você saberá em breve, não
há necessidade para nomes agora.
A moça morena tira um
canivete de seu bolso e fura Chloe na coxa com o objeto, deixando-o em sua pele
frágil. Em seguida, ela arranca o canivete da coxa de Chloe e enfia em seu
próprio estômago. Depois, ela arranca-o e coloca sobre outra mesa.
Ela diz algumas palavras em
latim enquanto desenha um pentagrama com seu próprio sangue na mesa onde o
canivete está, em seguida, ela coloca o canivete em cima do pentagrama e estala
seus dedos. Chloe começa a gemer de dor e o pentagrama pega fogo.
A parede desaba.
Silas cai no chão.
Provavelmente ele estava socando a parede e caiu no chão de cansaço. Ryan corre
para cima da mulher e ela o arremessa para longe. Íris lança alguns raios pelas
mãos, e isso derruba a mulher no chão, quebrando o feitiço que prendia a mim e
a Zoe na outra parede.
— Zoe, tire-as daqui. Eu
cuidarei dessa infeliz. – Digo.
Saco a minha foice e tiro o
bastão do compartimento nela. Espero a mulher levantar-se, aponto o bastão para
ela e imagino-a sem poderes. Um raio branco é lançado do bastão e acerta-a.
— O que você fez? – Ela
grita para mim.
— Tirei seus poderes. –
Respondo.
Ela pega o canivete na mesa
e arremessa-o contra Zoe, que cai no chão. Passo a foice contra o corpo da
mulher, mas ela desaparece em fumaça.
Ryan corre e me ajuda com
Chloe e Luna. Zoe está jogada no chão, assim como Silas. Íris corre para tirar
o canivete do corpo de Zoe.
— Meu cajado e o arco da
Chloe estão embaixo daquele pano. – Luna aponta para um pano no canto do local.
Ryan pega as coisas das duas
e entrega o cajado à Luna, que faz um feitiço, devolvendo as roupas das duas.
Zoe continua desacordada e Silas levanta e vem ao nosso encontro.
— Você veio aqui sem saber
se conseguiria sair? – Luna pergunta.
— Eu ouvi vocês gritando. –
Respondo, com um sorriso no rosto.
— Pessoal, ela não está
voltando. – Íris fala.
Colocamos Zoe em cima de uma
das mesas de barro e Ryan apaga o fogo que ainda estava acontecendo no
pentagrama. Zoe acorda, mas não parece estar muito bem.
Ela parece humana.
— O que houve? – Ela
pergunta.
— Você despencou no chão por
causa de um canivete. – Respondo.
— Me mostre esse canivete. –
Luna pede, e Íris entrega o canivete à ela – Isso é ruim. É muito ruim.
— O que houve?
— Ela está mortal, Chase.
Isso que houve. Essa sei-lá-quem criou o ponto fraco dos vampiros. Uma adaga
banhada em sangue de um humano de quem o vampiro em questão jamais se
alimentaria. Isso neutralizou o espírito vampiresco de Zoe.
— Então ela é... Humana? –
Silas pergunta.
Zoe começa a gritar e
percebemos o corte em sua cintura, onde o canivete estava. Silas dá sangue de
vampiro à ela mas Zoe o cospe, simplesmente não consegue manter o sangue em seu
sistema. Ela começa a ter convulsões e começa a sangrar muito rápido.
Luna tenta controlar com um
feitiço, mas não funciona. Então, ela posiciona o cajado apontado para Zoe e
atira. Uma onda de luz branca contorna o corpo de Zoe.
— Zoe, se você tiver algo
para dizer, sugiro que faça isso rápido.
— O que vai acontecer
comigo?
— Bom, o cajado vai te
manter viva enquanto ele tiver energia para isso, mas depois... Você vai...
— Entendi.
— Não! Ela não vai morrer! –
Grito.
— Chase, não faça drama. –
Zoe retruca – Quem tinha que dar chilique era eu, não você.
Dou um sorriso de leve, e
Zoe vira-se para Ryan e Íris.
— Vocês dois tomem conta um
do outro, ok?
Íris fica com os olhos vermelhos
e Ryan apenas observa.
— Luna, tome conta desse
palerma, certo? – Zoe pisca um olho para Luna.
— Chloe, eu sinto muito não
poder continuar aqui para protegê-la. Você sabe que eu adoraria fazer isso.
— Silas, vem cá. – Diz Zoe,
e Silas dá um beijo nela. – Saiba que eu te amo. – Zoe termina a frase.
— Chase. Conte para ela.
— Bando de retardados. – Zoe
fala e então, não há mais nada a ser dito.
Apenas choros e gritos de
inconformação são ouvidos.

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