SAVAGES
O teto espelhado. As paredes
brancas decoradas com cortinas claras. Tento mexer meu braço e ouço um tilintar
de metal batendo. Olho para meus braços e vejo que eles estão algemados na
cabeceira da cama. A porta do quarto se abre.
— Olá ceifeiro. – Diz Ariel.
— Você é maluca, sabia? –
Digo.
— Eu faço o necessário para
conseguir meus objetivos. O que foi que você viu? Eu arrancando seu coração?
— E não
arrancou?
— Não. Eu te alucinei com
minha voz. Todos os seus amigos escaparam.
— E que garantia eu tenho
que você não está mentindo?
— Você está aqui, não está?
Mexo meu braço novamente.
Ariel pega um chaveiro e abre as duas algemas. Ela não parece oferecer resistência
em me manter preso. Levanto da cama e ando em direção à porta. Saio e a fecho.
Ariel abre a porta novamente.
— Olha, eu tenho uma
proposta a lhe fazer. Ouvir não vai te fazer mal.
— E que proposta é essa? –
Pergunto.
— Alie-se a mim. Hades já foi
derrotado.
— E quem foi que derrotou
Hades, posso saber?
— Morte. Eu achei que tinha
me livrado daquele bastardo, mas ele foi mais esperto. Ele também quer
controlar o universo, Chase. E eu tenho que impedi-lo. Pense bem, seria muito
mais fácil se uníssemos forças.
— Desculpe, não estou
interessado. – Respondo.
— Chase... – Ariel fecha a
porta e se encosta, ficando na minha frente. – Pense bem... Nós poderíamos nos
divertir tanto... – Ariel alisa meu rosto e me beija.
Não consigo controlar meus
movimentos depois disso. Coloco a mão sobre a cintura de Ariel e puxo-a para
perto de mim e ficamos colados um no outro. Ariel põe seus braços ao redor do
meu pescoço e nos beijamos novamente. Apalpo o seu quadril e ela levanta sua
perna. Aliso sua coxa e Ariel pula, prendendo suas pernas contra o meu dorso.
Seguro-a.
Continuamos nos beijando e
eu coloco-a em cima da sua cama e tiro a minha camisa. Ariel desabotoa a minha
calça e eu jogo-a no canto da parede. Tiro o resto das minhas vestes, ficando
só de cueca. Subo na cama. Desabotôo a blusa de Ariel, deixando-a apenas em
peças íntimas. Beijo-a, percorrendo todo o seu corpo com meus lábios e minhas
mãos. Minhas mãos vão de encontro às suas costas, onde desabotôo o seu sutiã,
enquanto que as mãos dela vão de encontro à minha cueca. Deito por cima dela e
tiro a peça final de suas roupas íntimas até que estamos inteiramente nus.
[...]
A minha imagem no teto
espelhado me enoja. Eu acabei de transar com Ariel. Certamente não foi com ela
que eu imaginava minha primeira vez, e isso acaba me deixando confuso, pois não
foi de tudo ruim.
Levanto da cama e visto as
minhas roupas rapidamente. Tenho que aproveitar enquanto Ariel ainda está
dormindo para sair daqui. Tenho que criar meu próprio meio de derrotá-la e derrotar
Morte mais uma vez, embora algo me diga que não será tão fácil quanto eu
imagino.
Procuro a minha foice no
quarto de Ariel, e encontro-a debaixo da cama. Puxo a foice com cuidado para
não fazer barulho, mas quando eu finalmente retiro-a de lá, Ariel já não está
mais na cama.
— Indo a algum lugar? – Ela
pergunta.
— Não é de seu interesse.
— Olha aqui, ceifeiro, eu
controlo a sua amiga agora, eu quem decido para onde você vai. Você é meu.
— Não, eu não sou. Se eu
fosse você, ficaria longe do meu caminho. – Digo.
— Eu ainda estou com eles! –
Ariel grita.
— Bom, então acredito que eu
tenho que procurá-los sozinho. – Respondo, e corto Ariel com minha foice.
Ariel cai no chão, e minha
foice fica banhada em sangue. Coloco-a de volta nas minhas costas e uma coisa
me chama atenção. O chão parece estar se mexendo. O castelo de Ariel está
desabando.
Preciso encontrar meus
aliados.
[...]
Depois de correr muito,
finalmente encontrei um andar onde continham prisões. Várias pessoas gritavam
por ajuda enquanto eu passava pelos corredores. Eu adoraria ajudar todos, mas
infelizmente eu não tenho como. Uma parede do castelo desaba atrás de mim,
bloqueando a minha passagem de volta e matando algumas pessoas.
Chego no final do corredor e
encontro Ryan e Íris trancados em uma cela e Silas em outra. Com a minha foice,
quebro as grades e deixo-os livres. Ryan transforma-se em dragão e Eu, Íris e
Silas subimos nele. Ryan quebra algumas paredes com sua cauda, até que abre uma
passagem e todos nós saímos de lá. Do alto, vimos o castelo de Ariel desabar.
— O que houve? – Silas
pergunta.
— Eu matei Ariel. –
Respondo.
— Você o quê?! Por quê?! –
Grita Íris.
— Bom, ela me enfeitiçou e
queria que eu fosse o brinquedinho sexual dela.
— E isso é ruim? – Silas
ironiza.
— O problema é que ela
queria que eu me aliasse a ela. Segundo Ariel, Hades foi derrotado por Morte e
ele também quer ser o senhor do universo.
— Isso ainda está longe de
acabar... – Íris resmunga.
— Então, para onde nós
vamos? – Pergunta Silas.
— Para o lago. Tenho
esperanças que Luna tenha levado as meninas para lá ao invés do castelo de
Hades.
Depois de algum tempo
voando, Ryan faz um barulho e eu olho para baixo. Vejo o castelo de Hades
completamente destruído e então, Ryan volta a sua forma humana, causando a
queda de todos nós.

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