BRAND NEW RIVAL
Íris, Ryan, Silas e Eu
entramos em queda livre. Não tenho a menor ideia do que acabou de acontecer,
mas sei que em alguns segundos nós nos estraçalharemos no chão.
É então que tenho uma ideia.
O bastão que Luna me deu.
Depois que saímos do castelo
de Hades, Luna criou uma espécie de casa com seu cajado mágico, e dividiu dois quartos.
Um para Silas e Íris e outro para ela e eu. Antes de dormirmos, ela quebrou uma
parte do seu cajado e deu-o a mim, escondendo-o em um compartimento do cabo da
minha foice. Ela disse que o pedaço do cajado só teria força suficiente para
realizar cinco feitiços, e que eu teria de saber quando seria mais vantajoso
utilizá-los. Essa situação claramente é uma emergência.
Solto a foice das minhas
costas e agarro-a no ar. Abro o compartimento com dificuldade por conta da
velocidade em que estamos e pego o pedaço do cajado. Mentalizo a contagem
regressiva até o impacto. Dez. Nove. Oito.
Imagino uma corrente de ar
vinda do chão.
Sete. Seis. Cinco. Quatro.
Imagino a corrente de ar
ficando mais forte e parando o nosso impacto.
Três.
Imagino-nos flutuando por um
tempo até conseguir sair da corrente de ar.
Dois.
Uma luz verde sai do cajado
em direção ao chão.
Um.
Fecho os olhos.
Zero.
A corrente de ar é tão forte
que nos pára ali, naquele exato momento. Todos nós estamos em choque por não
morrermos de uma forma tão brutal, e depois de alguns segundos recuperando-nos
do acontecido, saímos da corrente de ar e pisamos em terra firme.
— Como você fez isso? – Íris
pergunta.
— É essa a sua pergunta? Eu
quero saber por que o Ryan voltou à forma humana. – Diz Silas.
— Eu também não sei. É como
se os meus poderes tivessem sido neutralizados ou algo assim.
— Não temos tempo para
enigmas. Temos que procurar por Luna e as meninas. Vamos. – Encerro a conversa.
Andamos pelos arredores das
ruínas do castelo de Hades e não encontramos nenhum sinal de vítimas. Não há,
literalmente, ninguém por aqui. É então que ouço um barulho vindo da floresta.
Chamo os outros para darmos uma olhada. Saco a minha foice e fico em posição de
ataque. Íris está com uma descarga elétrica nas mãos, preparada para fritar
qualquer um que apareça.
É Zoe.
— Zoe? O que diabos você
está fazendo aqui? Como você se machucou tanto? – Pergunto.
— Morte. – Zoe responde.
[...]
Depois de algumas horas de
descanso, já ao anoitecer, Zoe conta-nos exatamente o que aconteceu.
Luna transportou a mim e a Chloe para o castelo de Hades, e E.D.
ficou conosco por um bom tempo. Então ouvimos barulhos de explosões, rugidos de
criaturas. Foi horrível. Um bando de criaturas cinzentas com asas — Gárgulas. – Disse Íris, e deixou Zoe continuar a história – começaram a descer do telhado a toda
velocidade, e atacavam os guardas de Hades. Depois, Morte entrou pela porta da
frente com um exército de almas condenadas e nos atacou. Foi tudo muito rápido,
eu não consegui entender direito o que estava acontecendo. Eu olhei para o lado
e vi E.D. lutando com uma das gárgulas em sua forma de lobisomem, então, por
impulso, eu pedi para Luna tirar Chloe dali, sabe, por sua causa, Chase. Então
me vi lutando com várias criaturas ali presentes até que Morte aprisionou Hades
em uma espécie de caixa mágica, e ele voltou para mim e começou a me espancar.
Então, eu apaguei.
— Caixa mágica? Como ela
era? – Silas perguntou.
— Quadrada. Preta. Pequena.
É tudo o que eu sei.
— Isso é ruim. – Diz Silas,
que vai para as ruínas do castelo, seguido por Íris e Ryan.
— Zoe, obrigado. – Digo.
— Pelo quê? Por salvar
Chloe? Era o mínimo que eu poderia fazer.
— Você se sacrifica demais
por mim.
— Mas é claro que eu me
sacrifico. Você é família. – Diz Zoe. – E, além disso, eu sei para onde Luna a
levou.
— Sabe? Para onde? –
Pergunto.
— Para as catacumbas. – Zoe
me responde.
Decido não perguntar à Zoe o
que são as catacumbas, pois sinto que ela sabe onde esse local é e sei que ela
nos levará até lá. Silas volta com um livro completamente surrado na mão, Íris
e Ryan no seu encalço.
— O que é isso? – Pergunto a
Silas.
— Isso é um livro que Morte
me mandou roubar de Hades algumas décadas atrás. Não foi fácil entrar no
inferno sem ter morrido, mas felizmente, uma bruxa realizou um ritual que me
permitiu entrar aqui por alguns dias. Assim que encontrei o castelo de Hades,
fui diretamente para a biblioteca dele, me guiando por um mapa que Morte me
deu. Então eu achei dois desses livros. Um, eu entreguei à Morte e o outro eu
deixei por aqui.
— E sobre o que é esse
livro? – Zoe pareceu aflita ao dizer isso.
— Faz parte de um ritual. É
algo criado para aprisionar os Deuses, mas em um espaço bem pequeno. Segundo o
que consta no livro, é preciso cinco caixas dessa com um Deus preso em cada uma
delas. Com Hades preso, faltam apenas quatro.
— Na verdade, faltam apenas
um. – Completou Íris. – Morte capturou Poseidon algum tempo atrás, e uma semana
antes de você me encontrar, Chase, eu ouvi boatos que Atena e Ares haviam desaparecido
sem deixar rastro. Meu palpite é que o próximo que ele tente pegar é meu pai.
— Zeus. – Terminou Silas. –
Isso é ruim. Conseguindo os poderes de cinco Deuses, Morte será capaz de
absorver o poder dos mesmos e usá-los como bem entender. Além disso, ele será
quem dominará seus territórios.
— Se Morte já tem Hades e
Poseidon, então ele já dominou o Inferno e a Terra. Se ele conseguir pegar
Zeus, então ele dominará o céu. – Ryan argumenta.
— E dominando os três... –
Diz Silas.
— Morte se tornará o senhor
do Universo. – Completo.

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