Personagens deste capítulo
Adriano
Alberto
Alice
Brenda
César
Diogo
Felipe
Guto
Helena
Joaquim
Matilde
Rúbia
Sérgio
Sônia
Participação Especial
Médico, Pescador 01, Pescador 02, Ladrão 01, Ladrão
02
CENA 01. EXTERNAS PRAIA REAL. DIA
Dia bonito, sol alto
na cidade de Praia Real, litoral fluminense...
CENA 02. RESTAURANTE MARESIA. COZINHA. INT.
DIA
No Restaurante
Maresia, Matilde prepara a “quentinha” para o pessoal do projeto ambiental. Rúbia
entra na cozinha
RÚBIA: - Olá vovó!... “Quentinhas” pra quem?
MAILDE: - Pro pessoal do projeto ambiental.
RÚBIA: - Ah sim, que se instalaram aqui na praia, né?
MATILDE: - Sim, eles mesmos. Você conhece o projeto?
RÚBIA: - Eu? Não! Não sou tão solidária pra ficar lidando com a
natureza, com meio ambiente... Meu tempo não me permite a isso... (risos)
MATILDE: - Deixa de ser boba menina!... Não é questão de solidariedade
e sim, de consciência! Agora, você leva as “quentinhas” lá pra mim?
RÚBIA: - E a Brenda? Por que a Brenda não leva?
MATILDE: - Porque a Brenda vai chegar depois do almoço, e os rapazes lá
não podem ficar esperando...
RÚBIA (com “ar” de má vontade): - Tudo bem, eu levo!...
Rúbia
pega as “quentinhas” e sai. Matilde vai para a janela procurar por seu marido
Joaquim, mas não o encontra.
CENA 03. BAIRRO PRAINHA. EXT. DIA.
Nas
redondezas da praia, Brenda passa em frente a um beco, de onde 2 rapazes saem e
a seguem. Ela apressa o passo, mas é alcançada por eles. Eles tentam agarrá-la,
quando Guto, que está passando pelo local, tenta salvá-la.
GUTO (correndo em direção a Brenda,
gritando): - Brenda! Soltem
ela!
Guto
se aproxima e os rapazes brigam com Guto enquanto Brenda grita assustada por
socorro. Os rapazes saem correndo, deixando Guto no chão, mas sem ferimentos
graves.
CENA 04. MAR PRAIA REAL. BARCO JOAQUIM. EXT.
DIA.
Sozinho
em seu barco em pleno mar, Joaquim pesca para o restaurante. De repente,
Joaquim sente-se mal e desmaia no barco.
CENA 05. PROJETO AMBIENTAL. SALA CÉSAR. INT.
DIA.
Rúbia
entra e procura por um local para deixar as quentinhas. Ela chega numa sala e
avisa o rapaz presente no local, que trouxe as “quentinhas”. O rapaz, que
estava de costas, se vira. É César, diretor geral do projeto. Ele e Rúbia, a
sós no local, trocam olhares fulminantes.
CÉSAR: - Olá!
RÚBIA (impressionada com a beleza do rapaz): - Oi.
CÉSAR: - Me chamo César, sou diretor daqui do projeto... Você precisa
de alguma informação, alguma coisa?
RÚBIA: - Não, não, nada não... Sou Rúbia, do restaurante Maresia.
CÉSAR: - Ah sim, dona Matilde falou que faria a nossa refeição em
agradecimento ao trabalho feito pelo projeto aqui na praia... Obrigado por
trazer as “quentinhas”! (pegando as quentinhas, mas ao mesmo tempo tocando as
mãos de Rúbia).
RÚBIA: - De nada... Você trabalha sozinho aqui?
CÉSAR: - Não, tem mais uma equipe, mas eles saíram e me deixaram
cheio de serviço...
RÚBIA: - Desculpa! Então já vou indo, não quero atrapalhar você.
CÉSAR: - Não, capaz! Você não atrapalha em nada... Quer conhecer
o projeto? Eu te mostro.
RÚBIA: - Quero sim!
César
leva Rúbia para conhecer as instalações do projeto ambiental.
CENA 06. MAR PRAIA REAL. BARCO JOAQUIM. EXT.
DIA./ BEIRA DA PRAIA. EXT. DIA.
Os
pescadores de outros barcos avistam Joaquim e resolvem socorrê-lo. Matilde é
avisada do problema com Joaquim.
PESCADOR 01: - Ele estava desmaiado dentro do barco.
PESCADOR 02: - A sorte foi que a gente passou e viu ele.
MATILDE (preocupada / aflita): - E onde está o meu Joaquim?!
PESCADOR 01: - Estão trazendo ele. É melhor levar direto
pro hospital!
Nesse
instante, Alice chega no restaurante.
ALICE: - Dona Matilde, o que aconteceu?
MATILDE: - O Joaquim passou mal, Alice. Temos que levar ele para o
hospital. Por favor, liga para a Rúbia e tenta também avisar a Brenda!
ALICE: - Pode deixar!
MATILDE: - Eu vou para o hospital também! Peça para o Guto tomar conta
do restaurante.
PESCADOR 02: - Eu te dou uma carona, dona Matilde!
Matilde
sai as pressas, enquanto outros pescadores ajudam a colocar Joaquim dentro do
carro para levá-lo ao hospital. Alice também sai para avisar Rúbia e Brenda.
CENA 07. CALÇADÃO PRAIA. QUIOSQUE. INT. DIA.
Guto
e Brenda param num quiosque para descansar.
BRENDA: - Você foi muito corajoso Guto me salvando. Obrigada!
GUTO (um pouco cansado): - Não precisa agradecer Brenda... Foi o
mínimo que eu poderia fazer por você. Você é linda, carinhosa, uma garota que
não merece sofrer. Você merece alguém que te ame, que te dê o verdadeiro valor.
Foi por isso que eu te salvei. Foi porque eu te...
Nesse
instante, interrompendo Guto, Alice chega ao quiosque.
ALICE (muito nervosa): - Brenda! Rápido!
BRENDA: - Calma Alice! O que aconteceu?!
ALICE: - Não dá! Seu avô passou mal e está sendo levado para o
hospital!
BRENDA (assustada/nervosa): - Meu avô?! Vou para o hospital agora!
GUTO:
- Eu vou com você!
ALICE: - Não Guto, dona Matilde pediu para que você tomasse conta do
restaurante!
BRENDA: - E a Rúbia? Ela já sabe?
ALICE: - Não sei, sua avó pediu pra mim avisá-la, mas não a
encontrei.
BRENDA: - Tudo bem, eu ligo pra ela... Vamos!
As
garotas saem em direção ao hospital, enquanto Guto vai para o restaurante.
CENA 08. BAIRRO PRAIANHA. RUA. EXT. DIA.
Brenda,
a caminho do hospital, tenta ligar para Rúbia.
BRENDA: - Vou avisar a Rúbia! (com o celular em mãos)
CENA 09. PROJETO AMBIENTAL. SALA CÉSAR. INT.
DIA.
Rúbia
percebe que seu celular começou a tocar. Ela olha e vê que é Brenda que está
ligando. Para não ser incomodada, ela desliga o celular, já que queria ficar
mais a vontade e curtir bastante o tempo com César.
CENA 10. BAIRRO PRAINHA. RUA. EXT. DIA.
Brenda e Alice caminham rapidamente em
direção ao hospital.
ALICE: - Então, conseguiu falar com a Rúbia?
BRNDA: - Não, caiu na caixa postal. Deve estar sem bateria...
ALICE: - Quando ela aparecer no restaurante, o Guto avisa ela.
BRENDA: - É mesmo... Vamos pegar um táxi logo ali, pra gente chegar
mais rápido.
ALICE; - Tem razão, vamos.
CENA 11. BEST FISH. SALA DE REUNIÕES. INT.
DIA.
Alberto
encerra a reunião com representantes paraguaios para a exportação de peixe. Os
representantes vão saindo da sala.
TOMÁS: - Ótima reunião, doutor Alberto.
ALBERTO: - Obrigado Tomás! Você também colaborou muito para isso.
TOMÁS: - Só cumpri com o meu dever... Bom, vou acompanhar os
empresários. Com licença.
Tomás se retira. Felipe e Alberto ficam na
sala.
FELIPE: - Muito bom tio. Será um ótimo negócio.
ALBERTO: - Obrigado Felipe. Sabe sobrinho, que eu também acho que será
um ótimo negócio? (risos)... Pena que o César não se interesse por isso, por
essa maravilha que é o mundo dos negócios, dos lucros... Ele prefere natureza,
mar, biologia... (cabisbaixo)
FELIPE: - Tio, o César sempre foi assim... Dificilmente mudará aquele
jeitinho... Nos negócios devemos ser espertos. E esperteza não combina muito
com o César...
ALBERTO: - Ainda bem que eu tenho você aqui Felipe, para me ajudar na
direção desta empresa. Sem você... Bem, vamos almoçar?
FELIPE: - Hoje restaurante português!
ALBERTO: - Certo, você que escolhe!
Alberto
e Felipe saem para almoçar.
CENA 12. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. DIA.
Brenda
encontra Matilde na sala de espera, que lhe abraça. Brenda chora abraçada na
avó. Alice também a consola.
CENA 13. PROJETO AMBIENTAL. SALA CÉSAR. INT.
DIA.
Rúbia
vê a hora e constata que já demorou demais.
RÚBIA: - Nossa! O tempo passa rápido! Tenho que ir...
CÉSAR: - Tudo bem, mas quando quiser voltar, fique a vontade...
RÚBIA: - Com certeza eu voltarei... Você é uma companhia agradável
César. Um rapaz muito interessante...
CÉSAR: - Você também é uma ótima companhia Rúbia.
RÚBIA: - Então tá, te vejo ainda... (dando um beijo na boca de César
e indo embora).
CENA 14. RESTAURANTE PORTUGUÊS. INT. DIA.
No
meio do almoço, o telefone de Felipe toca. Ele vê a ligação e fica um tanto
transtornado.
ALBERTO: - O que foi Felipe, não vai atender?
FELIPE: - É do banco... Eu tinha ficado de passar lá para assinar uns
documentos da minha conta... Acho que vou fazer isso agora.
ALBERTO: - Mas porque não almoça primeiro?
FELIPE: - Melhor não, assim eu me livro disso de uma vez.
Felipe
se despede de Alberto e sai do restaurante. Próximo dali, ele pega um táxi.
CENA 15. RODOVIA. EXT. DIA.
Após
um tempo, Felipe chega na rodovia e para numa rua lateral. Ele desce do táxi e
segue pela rua, que dá em um terreno abandonado, onde há um casebre.
CENA 16. CASEBRE. INT. DIA.
Felipe
entra no casebre e encontra Sérgio.
FELIPE (irritado): - Você novamente a infernizar a minha vida?!
SÉRGIO: - Desculpa, mas eu estou precisando de ajuda...
FELIPE: - Você sabe que eu estava num almoço com o Alberto e que ele
poderia tentar saber quem estava me ligando? Querer saber pra onde eu iria no
meio do almoço?! Se eu não fosse tão bom em mentir e se ele não fosse às vezes
tão idiota, ele iria descobrir que eu viria aqui. E aí, estaria tudo acabo!
SÉRGIO: - Desculpa! Eu não sabia...
FELIPE: - Você nunca sabe nada! Nada! Não soube nem fazer um trabalho
descente naquela empresa! Eu que tenho que fazer tudo! E eu já te avisei pra
não ficar me procurando! Eu! Eu é que venho aqui, eu é que ligo! Entendeu?
SÉRGIO: - Sim meu filho, eu entendi...
FELIPE: - Não me chama de filho! Eu não sou seu filho! Não tenho pai
fracassado, vivendo num casebre abandonado... Você já pensou se o dono desse
casebre resolve aparecer aqui, do nada? Pra onde você iria?
SÉRGIO: - Não sei, não sei...
FELIPE (debochando de Sérgio): - Você não sabe? Você não sabe, senhor
Sérgio? Pra rua!!! Porque mesmo sendo pobre, eu duvido que o dono desse casebre
queira dividir o teto com um miserável como você! Você é imundo, é
desajeitado... Me causa náuseas!... Olha só, eu já perdi tempo demais aqui...
Felipe
tira uma nota de 10 reais e mais umas moedas da carteira e entrega para Sérgio.
SÉRGIO: - Só isso?
FELIPE: - Ainda está reclamando?! Eu deveria é não te dar nada! Mal
agradecido! Faça bom proveito disso e não me procura! Quando eu puder e também
quiser, deixa que eu apareço, entendeu? É pagar os pecados vir aqui, mas como
eu sou um rapaz muito bonzinho, eu faço esse sacrifício.
SÉRGIO: - Por que você é assim Felipe? Por que você é assim com seu
pai?
FELIPE: - Pára! Eu não tenho pai assim, vivendo num lixo de casa! Você
não é meu pai! E não me chama de filho! Droga, eu já falei! Vou embora, você me
dá nojo!
Felipe
sai, deixando Sérgio triste no casebre.
CENA 17. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT.
DIA.
Rúbia
chega no restaurante e Guto lhe conta sobre o ocorrido com Joaquim.
RÚBIA: - De novo? Ele vive tendo chiliques!
GUTO:
- Mas desta vez é sério Rúbia! É melhor você ir ao hospital!
RÚBIA: - Fazer o que lá?! Minha avó, minha irmã já não estão lá?
GUTO:
- Rúbia! É seu avô! Deus do céu me perdoe em dizer uma coisa dessas, mas ele
pode até não voltar!
RÚBIA: - Ai credo Guto!
GUTO:
- Você diz isso, porque não sabe o que é não ter família...
RÚBIA: - Xiii, me poupa disso, tá? Eu sei que você cresceu sem ter
família, mas isso não é culpa minha, ok?... Bom, eu vou lá pro hospital.
Rúbia
sai, deixando Guto no restaurante.
CENA 18. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. DIA.
O
médico chega na sala de espera e é interrogado por Matilde sobre o estado de
saúde de Joaquim.
MATILDE (aflita): - Diga doutor! Como está meu marido?
MÉDICO: - O senhor Joaquim sofreu um infarto... Foi grave. Se não
tivesse sido salvo a tempo, provavelmente não teria sobrevivido...
ALICE (aflita): - Meu Deus!
BRENDA: - E ele vai ficar bem doutor?
MÉDICO: - Ele vai ficar sob observação aqui no hospital por
enquanto... Mas ele tem boas chances de recuperação, só deve tomar mais cuidado
em casa, não deve fazer esforços nem sofrer fortes emoções.
CENA 19. EXTERNAS RIO DE JANEIRO.DIA
Imagens das praias do
Rio de Janeiro, movimentação das ruas. Já é meio da tarde.
CENA 20. APTO SÔNIA. PISCINA. EXT. DIA.
Corta para um luxuoso
apartamento na Barra da Tijuca. Sônia descansa à beira da piscina, quando
Adriano chega em casa, animado.
ADRIANO (beijando Sônia): - Olá meu amor!
SÔNIA: - Já em casa querido?
ADRIANO: - Sim, hoje a reunião foi rápida e já está tudo confirmado.
SÔNIA: - O que está confirmado?
ADRIANO (vislumbrado): - Abriremos um hotel em Praia Real. O que
você achou? Não é fantástico? Será um belo empreendimento!
Sônia
fica totalmente sem reação. Mesmo sem jeito, Sônia felicita o marido pela
novidade e sai da piscina.
CENA 21. PROJETO AMBIENTAL. PÁTIO. EXT. DIA.
César
ajuda os tratadores de pássaros a dar comida aos animais e num dado instante,
pensa em Rúbia. Ele lembra dos dois conversando e do beijo.
CENA 22. CENTRO DA CIDADE. RUA. EXT. DIA.
Helena
caminha pelas ruas do centro, quando é surpreendida por Diogo.
DIOGO: - Helena! Helena!
HELENA: - O que você quer? Eu já disse pra você não me procurar,
Diogo!
DIOGO: - Calma Helena! Não vou tomar muito seu tempo, até porque logo
eu tenho que voltar para o trabalho... Só quero saber como está meu filho, como
está o Matheus?...
HELENA: - Ele está bem.
DIOGO: - Só isso você tem a me dizer?
HELENA: - O que você quer saber mais? Não há mais nada pra você saber.
O Matheus não precisa de você, em nada! Quero dizer, apenas da sua pensão...
DIOGO: - Você não muda mesmo, hein Helena?
HELENA: - Não... E pelo visto você também não muda... Continua sendo o
simples empregado da empresa imobiliária...
DIOGO: - Você sempre teve vergonha de mim por causa disso, não é?
HELENA: - Sim! Sempre! Minhas amigas casadas com os donos das empresas
e eu com um simples empregado, que nem gerente conseguiu ser!
DIOGO: - Mas que pagava suas contas e que conseguiu te dar uma vida
digna, honesta!
HELENA: - E de que me adiantou a honestidade, a dignidade, se eu
morava num condomínio popular?!
DIOGO: - Agora está escondida embaixo das asinhas do papai... Você só
pensa em dinheiro?
HELENA: - E porque você acha que eu me separei de você? Você não
conseguiu acompanhar os meus pensamentos. E nunca vai acompanhar. Você sempre
vai ser o empregado medíocre, que aceita todas as ordens do patrão... Foi a
minha vergonha, mas não vou deixar que seja a vergonha do meu filho! (indo
embora).
DIOGO (triste): - Nosso filho, Helena! Nosso filho!
CENA 23. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. DIA.
Rúbia
chega na sala de espera e encontra Matilde, Brenda e Alice sentadas, orando:
RÚBIA (assustada): - Nossa! O que aconteceu? Não me digam que
meu avô...
ALICE: - Não! Não foi nada disso... Estamos orando pela melhora dele.
Ele passou muito mal...
MATILDE: - E porque você demorou minha filha? Eu queria ter te avisado
logo!
RÚBIA: - Me avisar pra que vó? Não aconteceu nada! Ele não vai ficar
bem?...
BRENDA: - Não aconteceu nada pior, mas poderia ter acontecido. Ele vai
ficar em observação.
RÚBIA (fazendo pouco caso da situação): - Então! Já não é a primeira vez que ele tem
esses chiliques! Toda hora chamando a atenção. Aposto que não é nada grave! Essas
coisas de gente velha...
BRENDA (irritada, segurando forte o braço de
Rúbia): - Olha o respeito
com o meu avô!
Brenda
e Rúbia se encaram.
FIM DO CAPÍTULO

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