domingo, 19 de abril de 2015

Episódio 08: Lúcia


O Castelo do Conde Drácula



         Eu acordei, com uma enorme dor de cabeça. Estava em uma cama de casal. Eu olhei ao meu redor, era um quarto, bem amplo e curiosamente as paredes eram pintadas de preto. Eu achava que estava no castelo de Magiscovs, mas não sabia em qual quarto estava. Levantei-me e fui andando em direção a porta. Sai e vi um corredor iluminado por velas vermelhas e tochas. Eu nunca vi um corredor assim em Magiscovs!
         Andei pelo corredor até chegar em uma escada que era cheio de armaduras em posição de guerra. Desci lentamente. Com certeza não era o castelo de Magscovis. Mas onde eu estava? Era só o que eu queria saber naquele momento.
         - A bela-adormecida acordou, foi? - disse uma voz feminina que vinha de minhas costas. Me virei rapidamente e vi uma mulher pálida, de olhos negros penetrantes, magra, alta e com vestes negras.
         - Quem é você? - perguntei ao vê-la.
         - Meu nome é Alice Marques! - disse ela com uma risadinha de canto de boca
         - Onde estou? - perguntei, torando a subir a escada.
         - Isso só quem pode te dizer é o meu irmãozinho que te trouxe aqui! - disse ela com ar de deboche. - HADES! - gritou ela
         Vi uma fumaça negra paira sobre o local e formar-se na minha frente, através da fumaça o rapaz que eu dancei na festa, se materialisou. Eu sorri, aliviada e com medo, pois o rosto de Hades estava mais sinistro que o normal.
         - Hades! - falei- O que está acontecendo? - eu corri até ele e tentei abraça-lo, queria me proteger.
         - Venha! Você vai ver o Conde! - disse ele secamente, me puxando em direção a uma sala enorme no fim do corredor.
         Entramos em uma enorme sala, onde havia um trono de ouro com desenhos de morcegos e sentado nele, um homem bem alto, musculoso, de seus cinquenta anos, olhos e cabelos negros, com uma coroa. Ao seu lado havia outros dois tronos vazios. O salão estava repleto de gente de preto ou vermelho. A multidão abriu caminho e Hades me levou até o homem do trono de ouro. Toda a multidão gritava aclamando algo.
         - Ora, ora! - disse ele rindo ao me ver chegando- Se não é Lucia Louves!
         - O que está acontecendo? - falei com a voz tremula de medo, pois as pessoas faziam barulhos assustadores.
         - Traga ela até mim! - disse ele ignorando o que eu acabara de perguntar. Fui jogada aos pés do trono onde ele estava sentado- Suponho que você está se perguntando "Onde estou?" ou "O que está acontecendo?" - ele ria sarcasticamente.
         - Sim! Respondam-me! - falei me levantando do chão- O que está havendo aqui?! Que lugar é esse?!
         - Vou te dar uma dica! Nenhum bruxo vivo veio aqui! - disse ele. No mesmo momento fiquei perplexa. Eu só podia está na região dos vampiros
         - Vam... piros?! - falei assustada
         - Boa menina! - disse ele, sempre com a voz de superioridade e um olhar de dá medo
         - Bem que Amanda disse que você- eu apontei para Hades- Parecia um vampiro!
         - E ela estava certa! Seja lá quem for a pirralha! - disse o do trono.
         - Quem é você? - perguntei
         - A escola nunca falou de mim? - perguntou ele desapontado- Percebo que o ensino de magia está caindo cada vez mais! - ele balançava negativamente a cabeça e todos riam. - Meu nome queridinha, é Lúcifer Conde Drácula!
         Fiquei em choque, e ai que eu associei o nome de Hades, que na mitologia grega é o deus do submundo.
         - E aquele bonitão que você dançou é meu filho, o meu herdeiro e o próximo Conde! - completou ele
         - Mas como ele conseguiu passar pela barreira das fadas? - perguntei admirada.
         - Há muita corrupção na Republica da Magia, sua tolinha! Há muitas fadas ao nosso favor! - disse ele rindo- E ninguém sabe que você está aqui!
         - E por que me pegaram? Por que estou aqui? - perguntei
         - Olha! - disse ele admirado- Então quer dizer que uma das bruxas mais poderosa do mundo mágico não disse que você é filha do Cavaleiro das trevas! - meus olhos saltaram para fora na mesma hora:
         - Filha de quem? - perguntei tentando reorganizar meus neurônios
         - Filha do cavaleiro das trevas! - disse ele - O bruxo mais temido por todo o mundo mágico, que curiosamente morreu deixando apenas suas roupas e sua varinha! Vai dizer que não conhece a história do próprio pai?!
         - Desse cavaleiro eu não conheço! - menti
         - Estou vendo que Magiscovs e todas as outras escolas de magia descartou mesmo a história do cavaleiro! - disse ele com um pouco de irritação em sua voz- Pois bem! Vou contar a história! Ele viveu á onze anos atrás e teve o poder em suas mãos, ele comandou o mundo mágico e fez dele o que queria! Ele voava em um cavalo negro! Infelizmente ele teve caso com muitas bruxas da época, logicamente que forçadas e uma dessas bruxas foi a sua mãe! - disse ele orgulhoso de ter me deixado espantada- Houve, então, uma maldita profecia feita por Dumber, que dizia bem assim: - ele pegou um pergaminho e leu:
         "Assim que o filho do cavaleiro das trevas nascer levará a dor embora, trazendo a paz para o mundo da magia! Mas o cavaleiro terá seu sucessor e esse não dará paz! O cavaleiro sucumbe, mas deixa a dor e o desespero em suas roupas."
         - Você o matou! - gritou Alice
         - Calma Alice! - disse o Conde- A profecia é dividida em quatro partes, mas só  essa foi revelada! Ela se chama a profecia da justiça. Você não precisa se culpar, você não o matou, foi apenas uma conhecidencia você ter nascido! Não podemos culpa-la! - disse ele fingindo piedade. - Mas tudo indica que você é a sucessora dele! - ele ficou enojado- Nunca pude acreditar que seria uma mulher!
         - Eu?! - Indaguei espantada- Não pode ser! Eu não tenho...
         - Pai? - perguntou ele sarcasticamente- Não é curioso isso? - de repente ele se enfureceu- Estamos a sua procura a dez anos, mas nunca a encontramos, pois aquele bocó do seu padrasto jurou protege-la! E todo zumbi tem o poder de esconder a pessoa que ele quiser de quem ele quiser, até que ela ganhe um protetor ou até fazer dezoito anos!
         Minha cara foi no chão. O zumbi que eu tanto odiava sempre me protegeu e eu nunca o agradeci! Como fui idiota!
         - Que foi? - perguntou ele com sarcasmo- Não gostou da historinha? - ele ignorou o fato de eu ter balbuciando algo- Pois bem! Achamos você por conta de uma pequena falha de segurança na hora da mudança de protetor! Foi quando farejamos você indo para a casa da bruxa mais poderosa, que curiosamente é a sua vovozinha! Mas o que queremos de você é que fique conosco! OU MORRERÁ!
         - Eu posso pensar em tudo que me foi dito? - eu queria ganhar tempo. Ele não gostou, mas pelo visto, precisava de mim, então disse:
         - Pode! SEBASTIAN! - gritou ele- Leve-a para os seus aposentos!
         Um homem corcunda veio em direção a mim, ele era tão feio que eu me assustei mais com ele do que com os vampiros, esticou a mão em minha direção e levou- me ao quarto onde eu acordei:
         - A senhorita pode descansar o tempo que for! - disse ele se curvando a mim
         - Obrigada, senhor! - falei educadamente
         - Senhor!? - admirou-se ele com lagrimas nos olhos- Ninguém me tratou tão bem como a senhorita! Sempre sou tratado como lixo! - ele foi em direção a porta e a fechou, parecia ter medo de falar de mais e eu me comovi com o que ele dissera.
         Fiquei no quarto pensando em tudo que o Conde me disse e tudo fazia sentido, ele não estava mentindo, mas eu precisava sair daquele local, mas minha varinha não estava sobre meus poderes. Adormeci...

         - Lucia! Acorda! - eu acordei bem sonolenta e vi que era Hades na minha frente, aqueles olhos negros penetrantes nunca me fiserá bem, eles me hipinotizavam. Levantei-me, eu acordei um tanto descabelada:
         - Fala Hades! - falei amarrando meu cabelo
         - Vamos! Eu vou te levar embora daqui! - disse ele
         - Não estou entendo mais nada! - Falei sendo puxada por ele
         - Eu sou obrigado a fazer as coisas para o meu pai, mas eu não queria te buscar e aqui você corre muito perigo!
         - Mas ele precisa de mim! - falei tentando me convencer de que estava tudo bem, mesmo querendo ir embora, eu queria saber mais coisas antes de ir.
         - Não! Ele contou algumas mentiras, nem tudo o que ele disse é verdade e o que eles querem é mata-la! - ele me entregou a varinha- Toma! Agora vá embora!
         - Mas como vou? - perguntei- Não sei desaparecer ainda!
         - Toma! Coloca essa capa e diga o lugar para onde quer ir! Essa capa é a que nós usamos para aparecer e desaparecer nos lugares!
         Eu coloquei a capa e disse com exatidão: "Magiscovs!" . Tudo ficou girando, depois pareceu que eu tinha ficado em mil pedaços e depois... BUM! Eu cai!
         Assim que tirei a capa percebi que tinha caído na grama da escola, aos pés do Deus Dumber. Levantei-me rápido e peguei a capa. Subi as escadas do castelo. As portas se abriram eu vi o mestre atrás dela, junto com minha avó:
         - Eu vi você chegando e vim recebe-la- disse ele calmamente, como se eu tivesse ido a um passeio

         - Vovó! - eu abracei a minha avó, que naquela hora não deixou de me abraçar.

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