sexta-feira, 17 de abril de 2015

Capítulo 31: Salto alto (RETA FINAL)

CAPÍTULO 31:

CENA 1: Academia da Terceira Idade (ATI) em Praça em Copacabana, RJ. COMEÇO DE MANHÃ.
(Continuação imediata do capítulo anterior)
INGRID: Dona Clô, acorda!
Ingrid tenta reanimar Clotilde, mas a idosa não resiste.
MIRTES: O que houve?
INGRID: Ela morreu. Não tem mais jeito.
REJANE: Não pode ser. Ela era tão bondosa conosco.
Pessoas que estavam ao redor mobilizam-se e nem desconfiam de Ingrid, Rejane e Mirtes. Um policial aproxima-se do local.
POLICIAL: O que tá rolando aqui?
INGRID: (FINGINDO CHORO) Ela morreu.
POLICIAL: Como?
INGRID: Ela estava se exercitando e caiu duas vezes.
POLICIAL: Todo mundo aqui pra delegacia!
O policial coloca algumas pessoas no carro da polícia e outros carros da polícia levam as outras testemunhas da morte.

CENA 2: Helicóptero sobrevoando o Rio de Janeiro. COMEÇO DE MANHÃ.
Cínthia está sentada ao lado de Sandro, enquanto trocam carícias.
SANDRO: E nosso voo pra Europa vai demorar quanto tempo?
CÍNTHIA: Ah, já tava me esquecendo de te falar.
SANDRO: O quê?
CÍNTHIA: Não vamos mais pra Europa. Eu tava vendo que não dá pra irmos pra lá agora. Vamos fazer uma comemoração mais simples em Teresópolis. Eu adoro lá, aí depois vamos pra Noruega.
SANDRO: Tá. E o que vamos fazer com a Verônica e o João?
CÍNTHIA: Apagamos eles lá em Rio das Flores mesmo.
SANDRO: Mas vamos deixar os corpos lá?
CÍNTHIA: Sim. Eu que não quero ficar carregando defunto por aí.
SANDRO: (RINDO) Nem eu.
CÍNTHIA: Você já falou com a vadia da Verônica?
SANDRO: Ainda não, ela tá desmaiada até agora.
CÍNTHIA: Tá.

CENA 3: Sala do delegado em delegacia na Urca, RJ. COMEÇO DE MANHÃ.
Mirtes, Ingrid, Rejane e Keyla, uma testemunha falsa, entram na sala do delegado Lacerda.
DEL. LACERDA: Bom dia. Já estou sabendo do caso e pretendo ser bem direto porque tá cheio de gente lá fora pra eu interrogar. Então vou ao ponto: Ingrid e Rejane, qual era a relação de vocês com a dona Clotilde?
INGRID: Eu conheci a dona Clotilde pessoalmente ontem. Nós começamos a trabalhar na casa dela ontem.
DEL. LACERDA: De empregada?
REJANE: Não. Cuidadora mesmo.
DEL. LACERDA: E você, Mirtes?
MIRTES: Eu era advogada dela, cuidava de tudo sobre ela, inclusive do divórcio dela há uns anos.
DEL. LACERDA: E você, Keyla?
KEYLA: (GAGUEJANDO) Bem... Eu não conhecia ela... Só servi de testemunha pra assinatura do testamento.
DEL. LACERDA: Que testamento?
MIRTES: Ela deixou um testamento destinando os bens delas pra Ingrid e Rejane.
DEL. LACERDA: Quando?
MIRTES: Um pouco antes de morrer.
DEL. LACERDA: Muito estranho isso. Como vocês encontraram a dona Clotilde na ATI?
MIRTES: Eu estava de passagem.
INGRID: Eu e Rejane estávamos indo para a casa dela, então vimos algo suspeito em torno da praça.
KEYLA: E eu estava na praça com minha mãe, que estava na academia.
DEL. LACERDA: Vocês tão liberadas, porém poderão ser chamadas de novo, então não podem sair da cidade durante uma semana.
MIRTES: Ok.
Mirtes, Ingrid, Rejane e Keyla deixam a sala do delegado.
DEL. LACERDA: (PARA POLICIAL) Muito estranho um testamento justamente na hora da morte.
POLICIAL: Então por que você liberou?
DEL. LACERDA: Ainda estou sem provas, mas parece mesmo que foi o problema de saúde durante a academia, nada demais.
POLICIAL: Eu não teria tanta certeza.
DEL. LACERDA: Você não é delegado, então fica quieto.

CENA 4: Rua da delegacia na Urca, RJ. COMEÇO DE MANHÃ.
Ao saírem da delegacia, Ingrid e Rejane entram no carro, dirigido pelo motorista particular Manoel.
MANOEL: Para onde devo levar vocês?
REJANE: Querido, chama a gente de ‘‘senhoritas’’.
MANOEL: Ok. Então para onde as senhoritas vão?
INGRID: Para a academia ‘‘Mais Saúde’’. Sabe aonde é?
MANOEL: Sim.
REJANE: Ótimo. Vamos logo.

CENA 5: Sala de Roberto na ‘My Body’, Urca, RJ. MANHÃ.
Roberto entra na sua sala e senta-se em sua cadeira. Logo depois, Karina entra.
KARINA: Dout... Roberto, tem uma senhora querendo marcar uma reunião com a direção da empresa.
ROBERTO: A Cínthia simplesmente sumiu. Vou pesquisar aqui na Internet pra onde ela foi.
KARINA: É uma moça importante.
ROBERTO: Quem?
KARINA: O nome dela é Edvalda dos Santos Amaral.
ROBERTO: Não lembro dela assim por nome. Fala um pouco dela.
KARINA: É uma empresária. Há uns dois anos, ela virou uma grande empresária carioca. Era faxineira e empregada.
ROBERTO: Ah, sim. Pode marcar sim. Hoje ela pode?
KARINA: Que tal amanhã?
ROBERTO: Ótimo! Amanhã então. De manhã?
KARINA: Sim.
ROBERTO: Ok.
KARINA: Ela é uma ótima pessoa e com uma história linda. Começou lá em baixo.
ROBERTO: Assim como você, né?
Roberto levanta-se da sua cadeira, encosta na mão de Karina e a joga no sofá, então eles se beijam cinco vezes, e depois ele começa a tirar a blusa.
KARINA: Roberto, para!
ROBERTO: Por quê?
KARINA: Eu não posso fazer uma coisa dessas.
ROBERTO: Ninguém vai ver.
KARINA: Eu não posso. Se eu fosse a Dayse, não gostaria.
ROBERTO: Deixa ela pra lá. Nosso casamento morreu há meses.
KARINA: Então por que ainda tão casados?
ROBERTO: Aparências, e não queremos chocar ainda mais a Agatha. Ela está frustrada com tudo o que anda acontecendo.
Karina levanta-se do sofá, e fica de pé.
ROBERTO: Volta pra cá.
KARINA: Eu estou no meio trabalho. Deixa eu trabalhar, Roberto. Isso não é certo.
ROBERTO: Ninguém vai me falar o que é certo ou não. A própria Cínthia tava na safadeza com o Sandro há pouco tempo.
KARINA: Não quer dizer que só porque ela faz essas coisas, eu deva fazer. Eu vou terminar meu trabalho.
Karina deixa a sala. Roberto sai do sofá e senta-se em sua mesa, pesquisando no computador sobre Cínthia Corlonn. Roberto encontra uma reportagem e abre para ler.
ROBERTO: (LENDO NOTÍCIA NO COMPUTADOR) ‘‘Socialite e empresária Cínthia Corlonn é vista deixando a cidade de helicóptero particular. Segundo fontes especializadas e moradores da região, ela foi vista junto com outro homem ao entrar em seu helicóptero particular. O destino de Cínthia ainda é uma incógnita. ’’
Roberto pega seu telefone para fazer uma ligação.

CENA 6: Recepção da ‘‘Mais Saúde’’, Urca, RJ. MANHÃ.
Paula está na recepção sentada numa cadeira. Ela ouve o telefone tocando, e atende.
PAULA: (POR TEL.) Alô?
ROBERTO: (POR TEL.) Paula?
PAULA: Roberto?
ROBERTO: Sim. Paula, você sabe algo da Cínthia?
PAULA: O que eu deveria saber?
ROBERTO: É que eu vi aqui na Internet que ela estava saindo junto com um homem misteriosamente do Rio, de helicóptero.
PAULA: Mas como eu saberia?
ROBERTO: Eu pensei em você porque ela queria fazer uma segunda reunião com vocês. Achei que eram negócios entre vocês.
PAULA: Não.
ROBERTO: Estranho. Eu vou ver o que pode ter acontecido.
PAULA: Ficou sabendo do incêndio aqui perto? Eu só ouvi nas ruas mesmo as pesoas de fofoca.
ROBERTO: Não vi nada não. Vou pesquisar.
PAULA: Ok. Tchau.
Paula desliga o telefone. Julia e Susana entram na academia.
PAULA: Bom dia, meninas. Cadê Alice?
SUSANA: (SURPRESA) Ela ainda não chegou?
PAULA: Não. Era pra ela estar aqui?
JULIA: Sim. Ela tá muito esquisita desde ontem.
PAULA: Como assim?
JULIA: Ela ontem saiu do apartamento, aí nos trancou lá dentro.
PAULA: (INTERROMPENDO/ASSUSTADA) Trancou vocês?
SUSANA: Sim. E ainda não avisou direito aonde ia.
PAULA: Vocês sabem onde ela foi ontem?
SUSANA: No hospital lá em frente.
PAULA: Por quê?
SUSANA: Acho que ela foi atrás da Cínthia Corlonn.
PAULA: Ela foi se vingar por causa daquela demissão ainda?
SUSANA: Parece que sim.
JULIA: Acho que ela se pegou com essa obssessão pela vingança e não vai querer largar tão cedo.
SUSANA: Também acho.
PAULA: Entendi. Mudando de assunto: vocês viram algo de um incêndio aqui perto? Ouvi na padaria.
SUSANA: Não sei de nada.
JULIA: Vou ver aqui no blog da Helô Ambrósio. Agora que ela não pode aparecer mais na TV, eles tão investindo nesse blog pra caramba.
Julia pega seu smartphone e entra no blog de Heloísa Ambrósio.
JULIA: (LÊ NOTÍCIA NO CEL.) ‘‘Um incêndio grave aconteceu num galpão na Urca. O acidente ocorreu no começo da manhã de hoje. O incêndio assustou moradores, que chamaram os bombeiros rapidamente. Dentre as vítimas, está o traficante da região Rico Mascarenhas, da quadrilha chefiada por Vilma Campos, que está presa e será transferida hoje a um presídio. Aproveitando-se do incêndio, parece que uma moça ainda foi sequestrada. Testemunhas contam que ela trabalha na região. Ainda não se sabem as causas do incêndio. A qualquer momento daremos mais informações. ’’

CENA 7: Gramado abandonado na cidade de Rio das Flores. MANHÃ.
O helicóptero para em um gramado abandonado na cidade fluminense de Rio das Flores. Sandro e Cínthia saem juntos do helicóptero. O piloto pega o corpo de Alice e todos caminham em direção à casa de João Carvalho, que não é muito longe do campo.

CENA 8: Rua da casa de João Carvalho em Rio das Flores. MANHÃ.
Sandro, Cínthia e o piloto com o corpo de Alice, ainda com um saco preto no rosto, chegam à rua onde acreditam que esteja a casa de João Carvalho.
PILOTO: Dona Cínthia, pelo que a senhora me passou, é nessa rua que ele mora. Se não me engano, é aquela casa amarelinha.
CÍNTHIA: Eu já vim nesse fim de mundo, mas nem lembro direito.
SANDRO: Mas é uma cidade muito bonita, Cínthia.
CÍNTHIA: Sim, mas eu acho muito longe.
SANDRO: Eu um dia ainda pretendo morar aqui.
CÍNTHIA: Só se for sozinho. Não venho pra cá nem que a vaca dance funk até o chão.
SANDRO: Mas não era ‘‘nem que a vaca tussa’’?
CÍNTHIA: Esse já tá velho. Gosto de estar por dentro de coisas novas.
Eles caminham cada vez mais perto à casa de João Carvalho, uma casa não muito grande pela parte externa, com uma pintura que indica ter sido feita recentemente e com um jardim bem decorado.

CENA 9: Recepção da ‘‘Mais Saúde’’, Urca, RJ. MANHÃ.
SUSANA: (SURPRESA) Meu Deus! É a Alice?
JULIA: Não tinha pensado nisso. Pode ser mesmo.
PAULA: (ASSUSTADA) Não acredito! Acho melhor ver na delegacia se eles sabem alguma coisa.
SUSANA: Aham.
PAULA: Susana, fica aqui atendendo os clientes. Eu e Julia vamos na delegacia.
SUSANA: O que eu digo se alguém quiser falar com você?
PAULA: Pede pra esperar um pouco.
Nesse momento, Ingrid e Rejane entram na academia.
INGRID: Bom dia. Quem é a Paula?
PAULA: Eu. O que você deseja?
INGRID: Sou Ingrid. Fiquei sabendo que tão precisando de gente pra trabalhar.
PAULA: Sim. Qual a área de vocês?
REJANE: Já fomos vendedoras, cuidadoras de idosos,... Enfim, de tudo um pouco.
PAULA: Bem, nós estávamos pensando em criar uma espécie de lanchonete. Vocês poderiam trabalhar lá?
INGRID: Sim.
PAULA: Ótimo. Só me desculpem que estou com uma pressa enorme. Se quiserem, esperem aqui mesmo ou podem deixar os nomes com a Susana e depois eu ligo.
REJANE: Ok.
Paula e Julia saem da academia.

CENA 10: Jardim da casa de João Carvalho em Rio das Flores. MANHÃ.
Cínthia toca na campainha, enquanto Sandro e o piloto estão abaixados e deitados no chão, para que João não consiga vê-los. Sem respostas de João, Cínthia tenta novamente.
CÍNTHIA: João, abre aqui, meu amor.
João finalmente sai da casa e vai ao jardim abrir a porta para Cínthia, então o piloto levanta-se do chão e mostra para João uma arma que está consigo, deixando João apreensivo. O piloto, João, Sandro, Cínthia e Alice, que é carregada dessa vez por Sandro, entram na casa.

CENA 11: Sala da casa de João Carvalho em Rio das Flores. MANHÃ.
Todos entram na sala da casa de João.
PILOTO: (PARA JOÃO) Ô, João, tu fica bem quietinho pra eu não disparar essa arma sem querer na sua fuça.
JOÃO: (COM MEDO) Tá, tá.
Sandro sente-se confiante e então tira a sacola da cabeça de Alice, surpreendendo todos, quando veem que não se tratava de Verônica, mas sim de Alice.
CÍNTHIA: Que? Alice?


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...

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