quinta-feira, 23 de abril de 2015

Capítulo 32: Salto Alto (RETA FINAL)

CAPÍTULO 32:

CENA 1: Sala da casa de João Carvalho em Rio das Flores. MANHÃ.
(Continuação imediata do capítulo anterior)
Alice ainda está acordando. Cínthia aproxima-se da jovem.
CÍNTHIA: (GRITANDO) Tá fazendo o que aqui, sua cretina?
ALICE: Não sei. Me sequestraram.
CÍNTHIA: (PARA SANDRO) Seu burro, você sequestrou Alice no lugar da Verônica?
SANDRO: Eu achava que era a Verônica.
CÍNTHIA: Você é mesmo um burro, Sandro.
JOÃO: Já tava previsível isso. Até porque ele é seu amiguinho, Cínthia.
CÍNTHIA: Se tá mandando indireta pra me chamar de burra, João, saiba que sou melhor pra você em muita coisa.
JOÃO: Se for pra me ofender na minha casa, cai fora. Eu tenho que te entregar logo a mercadoria.
CÍNTHIA: Ótimo.
JOÃO: E Leley?
CÍNTHIA: Tá falando do Wesley?
JOÃO: Sim. Tá sabendo algo dele?
CÍNTHIA: Acho que ele ia lá pro Acre. Algum tipo de tráfico na fronteira.
JOÃO: Atah. Vou pegar a sua encomenda.
João abre a porta da sua casa e Wesley entra, fechando a porta.
WESLEY: Buenos dias, amigos.

CENA 2: Quarto de Álvaro e Viviane na casa deles, Lapa, RJ. MANHÃ.
Álvaro e Viviane estão deitados no quarto deles. Ele está com uma camiseta e um short, enquanto ela está somente de camisola.
VIVIANE: Vamos fazer o que hoje, amor?
ÁLVARO: Bora ir lá pra São Cristóvão?
VIVIANE: Lá pro Centro Nordestino?
ÁLVARO: Sim. Adoro lá. Que tal?!
VIVIANE: Também gosto. Então vamos na hora do almoço porque tem uns restaurantes excelentes lá.
ÁLVARO: Uhum.
Viviane liga a televisão do quarto.
JORNALISTA: (NA TV) Bom dia. Nessa manhã, aconteceu um incêndio na Urca. O incêndio aconteceu num galpão abandonado, que servia de esconderijo para bandidos. Todos os bandidos que lá estavam morreram, como um dos chefes, Rico Mascarenhas. Rico e seu bando eram procurados da polícia desde o início do ano e vinham cometendo crimes como assaltos e até tráfico de drogas e animais. Porém, aproveitando-se do incêndio, um homem sequestrou uma jovem que trabalhava na região. O nome dela ainda não foi divulgado.
VIVIANE: (PARA ÁLVARO) Meu Deus, Alvinho. Será que tão falando da Karina?
ÁLVARO: Não pode ser. Vou ligar pra ela, Vivi.
Álvaro pega seu telefone e liga para Karina.
ÁLVARO: (POR TEL.) Karina, pelo amor de Deus, deixa eu falar com esse bandido.
KARINA: (POR TEL.) Que foi, paizinho?
ÁLVARO: Você tá bem?
KARINA: Sim. Estou aqui na My Body.
ÁLVARO: Graças a Deus.
KARINA: Aconteceu alguma coisa, pai?
ÁLVARO: Mais ou menos, filha. É que vimos aqui na TV sobre um incêndio aí na Urca, aí uma moça foi sequestrada. Ficamos preocupados.
KARINA: Não sabia disso. Vou me informas, mas fica calmo, tá, pai?
ÁLVARO: Agora estou muito mais calmo.
KARINA: Então agora eu vou voltar pro trabalho. Beijo.
ÁLVARO: Beijos.
Álvaro desliga o telefone.

CENA 3: Sala de esperas em delegacia na Urca, RJ. MANHÃ.
Paula e Julia entram na sala e aproximam-se de um policial.
PAULA: Bom dia. Você poderia me dar uma informação sobre o sequestro que aconteceu hoje de manhã.
POLICIAL: Senhora, não podemos divulgar essas informações sem autorização do delegado.
PAULA: Então vai lá dentro e pega a autorização dele.
POLICIAL: Senhora, não posso me ausentar daqui. O que a senhora precisa saber sobre o sequestro após o incêndio? E por quê?
PAULA: Eu tenho uma funcionária da minha academia que sumiu e acho que ela pode ser a pessoa sequestrada.
POLICIAL: Então vou ver se já possuímos algum nome. Qual o nome dessa moça?
PAULA: Alice Cordeiro.
POLICIAL: Está bem.
O policial sai da recepção e vai à sala do delegado.

CENA 4: Sala do delegado em delegacia na Urca, RJ. MANHÃ.
O policial entra na sala do delegado Lacerda.
POLICIAL: Delegado, tem uma moça lá fora querendo saber sobre a moça que foi sequestrada mais cedo.
DEL. LACERDA: Eu já disse que não é pra dar nenhum tipo de informação.
POLICIAL: Mas ela insiste.
DEL. LACERDA: Expulsa ela daqui.
POLICIAL: Ela se diz patroa de uma tal de Alice Cordeiro.
DEL. LACERDA: Alice Cordeiro?!
POLICIAL: Sim.
DEL. LACERDA: Ok. Manda ela entrar. Ela está sozinha?
POLICIAL: Não. São duas.
DEL. LACERDA: Só a patroa entra.
O policial deixa a sala.

CENA 5: Sala da casa de João Carvalho em Rio das Flores. MANHÃ.
CÍNTHIA: Você aqui? Não acredito que isso seja verdade.
WESLEY: É verdade, querida. Tomou susto?
CÍNTHIA: Sim. Você é quase uma assombração.
ALICE: Me tirem daqui, já que erraram ao me pegar.
CÍNTHIA: Agora que tu tá aqui, praga, não vai ser solta tão cedo.
ALICE: Mas por quê?
CÍNTHIA: Você terá certa utilidade.
WESLEY: Se tá se achando a chefona, Cínthia, pode parar.
CÍNTHIA: Ah, esqueci de perguntar: o que você tá fazendo aqui, peste?
WESLEY: Isso você já vai saber.
CÍNTHIA: (IRÔNICA) Ui, cheio de mistérios!
WESLEY: Não queria que eu tivesse aqui, Cínthia?
CÍNTHIA: Você sabe que não.
WESLEY: Estraguei seus planos, né?
CÍNTHIA: Talvez.
WESLEY: Odeio ser estraga prazeres.
CÍNTHIA: Mas já está sendo.
WESLEY: Agora eu quero um esclarecimento. Qual a relação de vocês dois com o incêndio que aconteceu hoje no galpão onde o grupo da Vilma e do Rico Mascarenhas ficava?
CÍNTHIA: Que galpão?
WESLEY: Não se finja de sonsa, Cínthia. Fala logo.
CÍNTHIA: Não sei de nada.
WESLEY: (PARA SANDRO) E você, Sandro?
SANDRO: Também não tô sabendo.
WESLEY: Vocês acham que conseguem esconder isso de mim, né?
CÍNTHIA: Já falei que não sabemos de nada.
WESLEY: (IRÔNICO) Até parece.
CÍNTHIA: Wesley, mete o pé daqui. A negociação aqui envolve o João, não você, até porque você nem foi convidado.
JOÃO: Claro que ele foi.
CÍNTHIA: Então você tá querendo me ferrar também, João? Você é cínico e burro também.
JOÃO: Não abre tua boca pra falar de mim, Cínthia.
CÍNTHIA: Eu posso falar sim. Teu nome tá mais sujo que pau de galinheiro.
JOÃO: Como assim?
CÍNTHIA: A polícia daqui a pouco vai estar aqui na tua porta, querido. Por isso quero logo a mercadoria.
JOÃO: Tá querendo dizer que você vai me entregar pra polícia, Cínthia?
CÍNTHIA: Entenda como você quiser.
Wesley pega a chave da casa de João e tranca a porta principal.
WESLEY: Quem é burro agora, Cínthia?
CÍNTHIA: Abre essa droga, Wesley.
WESLEY: Não abriremos até você responder aquela pergunta que fiz sobre o incêndio. Vocês acham que conseguem me enganar trocando de assunto, né? Mas estão muito enganados com isso.

CENA 6: Sala do delegado em delegacia na Urca, RJ. MANHÃ.
Paula entra na sala do delegado.
PAULA: Bom dia, senhor delegado.
DEL. LACERDA: Bom dia, dona Paula.
PAULA: Delegado, pretendo ser breve até porque a minha amiga está lá fora me esperando. Eu quero saber se a vítima do sequestro é uma funcionária da minha academia, a Mais Saúde,  que está desaparecida. Ela é Alice Cordeiro.
DEL. LACERDA: Bem, senhora, não podemos dar informações tão precisas como o nome da vítima ainda, mas se for realmente essa moça, assim que puder, eu lhe darei informações. Só preciso do seu telefone para contato.
PAULA: Ok. Eu tenho um cartãozinho.
Paula entrega um cartão de papel para o delegado Lacerda.
DEL. LACERDA: Obrigado, dona Paula. Até mais.
Paula levanta-se da cadeira.
PAULA: Obrigada o senhor, delegado. Até mais.
Paula sai da sala.

CENA 7: Recepção da ‘Mais Saúde’, Urca, RJ. MANHÃ.
Paula e Julia chegam à recepção. Ingrid, Rejane, Susana e Hugo esperam as duas.
SUSANA: Como foi lá?
PAULA: O delegado não quis dizer se foi mesmo a Alice, mas se eles souberem de alguma coisa, irão me falar.
HUGO: (PARA PAULA) Paula, vamos lá pro escritório? Temos umas contas a fazer.
PAULA: Tá. Daqui a pouco eu chamo vocês, Ingrid e Rejane. Acertei os nomes:
REJANE: Sim.
Paula e Hugo saem da recepção e sobem as escadas para o segundo andar.
INGRID: Alguém poderia me mostrar uma foto dessa moça pra eu ver se a vi?
REJANE: Até parece que você tem boa memória, Ingrid.
INGRID: Tenho sim.
Susana mostra, no celular, uma foto de Alice para Ingrid.
INGRID: Eu vi essa moça ontem no hospital.
REJANE: Sério, Ingrid?

CENA 8: Escritório na academia ‘Mais Saúde’, Urca, RJ. MANHÃ.
Paula e Hugo entram na pequena sala.
PAULA: O que foi, Hugo?
HUGO: Nada demais. Eu só quero ficar um pouquinho com você mesmo.
Hugo começa a tirar sua blusa.
PAULA: Hugo, primeiro preciso conversar com a Ingrid e Rejane.
HUGO: Elas podem esperar um pouco.
Hugo e Paula se beijam. Paula para de beijar e afasta-se dele.
HUGO: O que foi?
PAULA: Não sei. Me deu um enjôo.
HUGO: Melhor ir no médico.
PAULA: Sim. Primeiro eu converso com elas, depois vou lá.
HUGO: Deixa que eu converso e você vai lá. Logo que eu acabar aqui, vou lá pra te acompanhar.
PAULA: Eu peço pra Julia ir comigo.
HUGO: Ok.
Os dois se beijam novamente e ela sai da sala.

CENA 9: Recepção da ‘‘Mais Saúde’’, Urca, RJ. MANHÃ.
INGRID: Sim.
JULIA: Que horas?
INGRID: Foi de noite.
SUSANA: Deve ter sido a hora que a Alice nos trancou.
JULIA: Ela ficou muito tempo lá?
INGRID: Não, ela entrou, falou com uma pessoa e saiu.
REJANE: Não reparei nisso.
INGRID: Você tinha ido fazer alguma coisa, banheiro ou água.
REJANE: Ah, sim. Então foi ela que te perguntou algo da Cínthia e você recusou?
INGRID: Sim.
JULIA: A Alice falou com você?
INGRID: Sim, queria saber algo da Cínthia Corlonn, mas eu disse que não poderia falar nada.
SUSANA: Ah, sim. Mas por que ela perguntaria algo da Cínthia pra você?
INGRID: Nós trabalhávamos com a Cínthia.
JULIA: Sério?
REJANE: Sim, mas ai ela deu aquele sumiço desde ontem.
SUSANA: Ah é. Até saiu no blog da Helô Ambrósio uma postagem sobre isso.
INGRID: O que ela fala?
Susana pega seu celular e procura a postagem sobre Cínthia no blog de Heloísa Ambrósio.
SUSANA: (LENDO POSTAGEM NO CEL.) ‘‘Após pagar um enorme mico, ou seja, um verdadeiro chimpanzé, Cínthia Corlonn, a mais invejosa e recalcada das socialites cariocas, fugiu nessa manhã, de helicóptero particular, num heliporto da Urca. A recalcada viajou com mais um de seus peguetes, mas o destino dela ainda é desconhecido. Tomara que seja um lugar bem distante de nós. ’’
REJANE: Dever ser o Sandro. Ele era amiguinho dela há um bom tempo.
INGRID: Concordo.
Paula passa pela recepção.
PAULA: Ingrid e Rejane, o Hugo vai conversar com vocês sobre o emprego lá em cima. Podem subir.
REJANE: Ok.
Ingrid e Rejane sobem as escadas.
PAULA: Julia, você pode vir comigo ao hospital? Não estou muito bem.
JULIA: Claro.
PAULA: Tchau, Susana. Daqui a pouco a gente volta.
SUSANA: Tchau. Boa sorte lá.
Paula e Julia deixam a academia.

CENA 10: Sala da casa de João Carvalho em Rio das Flores. MANHÃ.
WESLEY: Respondam!
CÍNTHIA: Fala logo, Sandro.
SANDRO: Eu? Não tô sabendo de nada.
WESLEY: (GRITANDO) Sandro, fala logo!
SANDRO: Já disse que não sei.
Wesley tira uma arma do seu bolso traseiro e aponta ela para Sandro.
WESLEY: Vai falar ou não, Sandro?
SANDRO: Tá me ameaçando, pagodeiro? Não tenho medo de você.
WESLEY: Mas da arma você tem.
SANDRO: Também não.
WESLEY: Então vamos ver se é verdade.
Wesley atira duas vezes no lado esquerdo do peito de Sandro, que cai no chão.
CÍNTHIA: (GRITA) Nãaoooooo!

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...


  

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