Cena 01. Int. Casa de barro.
Cômodo único. Tarde.
As horas se passaram. Rodrigo está
deitado no chão, sobre uma esteira.
RODRIGO: Nessa casa não tem nada. Nem TV, nem computador, nem
videogame... aliás, nem energia elétrica tem aqui. Ah, que saudade do conforto
da minha casa. Não! Eu não posso voltar pra lá! Minha mãe acha que eu sou um
louco, né? Então ela que fique achando. Eu nunca mais vou voltar.
Uma fumaça preta invade
a casa. Rodrigo começa a passar mal.
RODRIGO (desesperado): AAAHHH!!! Socorro!!!
Imagem do lado de fora
da casa. A fumaça preta sai pelas pequenas janelas. Logo após, ouve-se uma
risada diabólica.
Voltamos para dentro da
casa. Rodrigo está desmaiado, com sangue nos olhos.
Cena 02. Ext. Rio de
Janeiro. Rua. Tarde.
Celso, Tamara e Caio procuram por
Rodrigo. De repente, Tamara sente uma pontada no coração e para de andar.
TAMARA: Ai!
CAIO: Mãe, aconteceu alguma coisa?
CELSO: Amor, você tá pálida. O que aconteceu?
TAMARA: Meu coração... ai! Meu coração tá apertando. Ai! É o meu filho.
O Rodrigo tá em apuros. Ai!!! O Rodrigo...
CELSO: Vai ver foi só um mal-estar, Tamara. O Rodrigo tá bem.
TAMARA: Não, Celso! O Rodrigo não está em boas mãos. A gente tem que
salvar o nosso filho.
Celina, que estava
trabalhando na oficina, vai ao encontro dos pais e do irmão de Rodrigo.
CELINA: Aconteceu alguma coisa?
CELSO: A Tamara teve um mal-estar.
CAIO: Ei, você não é a namorada do Rodrigo?
Celina fica sem-graça.
CELSO: Caio, não é hora pra brincadeira. Tanto faz quem você seja. Por
favor, me ajuda a levar minha mulher pro hospital, pro pronto-socorro, sei lá.
TAMARA: Não! Não! Eu não quero ir pro hospital! Eu tenho que salvar o meu
filho.
(Sonoplastia: Pompeii – Bastille)
Tamara corre pelas ruas, em busca
do filho. Cena emocionante. Lágrimas escorrem pelo seu rosto. Tamara continua
correndo. Todos olham para ela, sem entender nada. Tamara corre muito, até
chegar em uma estrada de terra, onde não tem mais ninguém. Ela avista a casa em
que Rodrigo está.
TAMARA: Só pode ser. Meu filho tem que estar aqui!
Tamara corre até a
casa.
Cena 03. Int. Casa de barro.
Cômodo único. Tarde.
Rodrigo está desmaiado, com os
olhos vermelhos de sangue. Tamara entra na casa.
TAMARA (assusta-se): Rodrigo! Rodrigo, meu filho. Acorda! Socorro, alguém ajuda
aqui!
Teresinha e Bonifácio
chegam.
BONIFÁCIO: Oba, dona. O que a senhora quer?
TAMARA: Quem são vocês? O que vocês fizeram com o meu filho? Vocês
mataram o meu filho!
TERESINHA: Calma, dona! O rapaz é seu filho, é? A gente nem sabia.
TAMARA: Sim, ele é meu filho. E eu espero que ele esteja vivo senão eu
mato vocês! Vocês mataram o Rodrigo, não foi?
BONIFÁCIO: Teresinha, ocê acha que nós deve contar?
TERESINHA: Tá na hora, né?
BONIFÁCIO: Pois muito bem. A senhora disse que o rapaz aí é seu filho,
certo? Errado! Ele era seu filho. Agora nós já vendemos a alma dele para o
demônio.
TAMARA: Vocês o quê? Como assim?
Uma fumaça preta
novamente invade o ambiente. Teresinha e Bonifácio viram um só. Viram um
demônio.
TAMARA (grita): Socorro! Alguém me ajuda! Socorro!
DEMÔNIO: Isso! Grita! Ninguém vai te ouvir. Seu filhinho já era, sua
babaca!
Tamara continua
gritando por socorro.
Cena 04. Ext. Estrada de terra.
Tarde.
Celso e Caio procuram por Tamara.
Eles avistam a casa de barro e ouvem os gritos da mulher.
CELSO: Caio, é a sua mãe! Essa voz é dela! Ela tá em perigo!
CAIO: Vamo lá ajudar, pai.
Os dois correm até a
casa.
Cena 05. Int. Casa de barro.
Cômodo único. Tarde.
Os dois entram na casinha e veem
Rodrigo desmaiado e Tamara quase sendo morta pelo demônio.
CELSO: O que é isso?
DEMÔNIO: Oba! Mais dois!
O monstro avança em
Celso e Caio, que também ficam desacordados. Com medo, Tamara desmaia.
Cena 06. Ext. Estrada de
Terra. Tarde.
Raul e Marília passam de moto pela
estrada e notam a confusão acontecendo dentro da casinha. Raul para a moto.
RAUL: Ué, o que tá acontecendo aqui? Que confusão é essa?
MARÍLIA: Não sei. Mas é melhor a gente não se meter nisso. Vai que sobra
pra mim ou pra você, ou pra nós dois juntos?
RAUL: Curiosidade é meu nome do meio.
MARÍLIA: Cuidado, Raul!
Raul entra na casinha.
Ouve-se uma risada demoníaca.
MARÍLIA: Meu Deus! O que tá acontecendo? Socorro!
FIM DO CAPÍTULO

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