Escrita por
Édson Dutra
Personagens deste capítulo
Adriano
Alberto
Alice
Brenda
Carvalho
César
Cristina
Felipe
Guto
Helena
Joaquim
Leandro
Matheus
Matilde
Mônica
Olga
Patrícia
Rúbia
Sônia
Tânia
Tomás
Vera
Participação Especial
CENA 01. RUA. EXT. DIA.
Tânia,
em pânico, é auxiliada por pessoas que passam pelo local. A socialite está
totalmente transtornada, mas fica feliz ao ver que algumas das jóias que estava
usando os ladrões não levaram.
CENA 02. BEIRA DA PRAIA.
EXT. DIA.
A
polícia ambiental apreende os barcos ilegais e prende os pescadores denunciados
por Lílian e Fredy.
CENA 03. RESTAURANTE
MARESIA. COZINHA. INT. DIA.
Matilde
prepara a lista de compras para que Brenda vá ao mercado.
MATILDE
(entregando a lista para Brenda): - Está aqui, minha filha.
BRENDA:
- Não é melhor esperar o fornecedor trazer essas coisas, vovó?
MATILDE:
- Não dá tempo, Brenda... Preciso disso pra fazer o prato de hoje.
BRENDA;
- Tudo bem, vou indo pro mercado então.
MATILDE:
- Não quer que o Guto te acompanhe pra trazer as sacolas?
BRENDA:
- Não precisa não, eu consigo trazer sozinha. Fui!
Brenda
sai e Matilde procura por Joaquim, quando o avista da janela preparando o barco
para a pesca. Matilde vai ao encontro dele.
CENA 04. BEIRA DA PRAIA.
EXT. DIA.
Matilde vai falar com Joaquim.
MATILDE:
- Joaquim! O que você está fazendo, homem?
JOAQUIM
(contente/animado): - Preparando o meu barco. Vou pescar!
MATILDE
(preocupada): - Meu Deus do céu! Você voltou do hospital faz poucos dias e vai
se arriscar novamente!
JOAQUIM:
- Não faça drama, Matilde! Eu não posso ficar parado o dia inteiro. E o
restaurante precisa de peixe.
Matilde
nesse instante avista Guto e chama o rapaz.
GUTO:
- O que foi dona Matilde?
MATILDE:
- Guto, meu filho, acompanha o Joaquim nessa pescaria.
JOAQUIM:
- Matilde! Eu não sou criança para ter babá!
MATILDE:
- Mas está teimando como se fosse uma! E está decidido. Só vai para o mar se o
Guto for junto.
JOAQUIM
(resmungando): - Está bom... Mandona.
MATILDE:
- Tudo certo então... Teimoso.
GUTO
(brincando): - Pode deixar dona Matilde, eu vou cuidar dele direitinho.
JOAQUIM:
- Você também rapaz?!
Guto
e Joaquim vão saindo para o mar, sob os olhares atentos de Matilde.
CENA 05. CASA BRENDA. QUARTO
RÚBIA. INT. DIA.
Rúbia
está no seu quarto arrumando suas coisas quando pega o cheque que César lhe deu
para pagar o tratamento de Joaquim. A moça pega o cheque e guarda em sua bolsa,
no fundo do guarda-roupas. Em seguida, ela sai.
CENA 06. BAIRRO PRAINHA.
CARRO CÉSAR. INT./ EXT. DIA.
César,
em seu carro, está indo para uma reunião no projeto ambiental com Fredy e
Lílian, quando avista Brenda a caminho do mercado e resolve segui-la.
CENA 07. BEST FISH. SALA
ALBERTO. INT. DIA.
Alberto
está em sua sala, analisando alguns documentos, quando Mônica entra na sala.
MÔNICA:
- Doutor Alberto, telefone pro senhor. É urgente.
ALBERTO:
- Urgente, Mônica?
MÔNICA:
- Sim, é da delegacia. Parece que a dona Tânia foi assaltada.
ALBERTO:
- Meu Deus! Passe logo a ligação pra cá!
MÔNICA:
- Claro.
Mônica
sai. Logo o telefone toca e Alberto atende.
CENA 08. DELEGACIA. SALA
DELEGADO. INT. DIA.
Alberto
entra na sala do delegado, acompanhado do doutor Bertolini. Alberto e Tânia se
abraçam.
TÂNIA:
- Alberto, meu querido!
ALBERTO:
- Tânia, está tudo bem com você?
TÂNIA:
- Tudo bem... As minhas pulseiras continuam no meu pulso...
ALBERTO:
- Trouxe o doutor Bertolini para que ele possa resolver o caso.
TÂNIA:
- Doutor Bertolini, como vai você?
DR.
BERTOLINI: - Tudo bem, Tânia.
ALBERTO
(ao Delegado): - Ele é o nosso advogado, vai tratar de todos os processos com o
senhor, delegado.
DELEGADO:
- Ótimo.
CENA 09. BEST FISH. SALA
ALBERTO. INT. DIA.
Felipe
fica sozinho no seu setor. Ele vai até a sala de Alberto e vê que Mônica também
não está. Felipe entra novamente na sala de Alberto e aproveita para vasculhar
as coisas de seu tio, na procura pelos documentos do negócio com países
sul-americanos. O rapaz se tranca na sala para procurar os papéis.
CENA 10. PROJETO AMBIENTAL.
SALA REUNIÕES. INT. DIA.
Rúbia
entra na sala de reuniões e encontra Lílian e Fredy.
RÚBIA:
- Olá! Eu vou até a sala do César... (dirigindo-se para a sala do rapaz).
LÍLIAN
(interrompendo Rúbia): - Desculpe moça! Mas você não pode entrar aí!
FREDY:
- E o César não está. – diz Fredy
RÚBIA:
- Bem, eu acho que posso entrar sim, já que sou a namorada e futura noiva dele.
FREDY
(confuso/surpreso): - Namorada e futura noiva?
LÍLIAN:
- Desculpa, mas aqui não é lugar para brincadeiras...
RÚBIA:
- Não, não, não... Eu não estou brincando. Sou Rúbia, a namorada do César. Ele
não contou para vocês?
LÍLIAN
e FREDY (simultaneamente): - Não!
RÚBIA:
- Talvez ele queria fazer surpresa... Pois bem, eu ainda tenho que dar uma
saída. Quando o César chegar, peçam pra ele me ligar, ok?
FREDY:
- Sim.
Rúbia
sai e Fredy e Lílian conversam.
LÍLIAN:
- Gente! Essa moça é louca! – diz Lílian.
FREDY:
- E o César? Está com ela mesmo?
LÍLIAN:
- Não sei... Só sei que está atrasado, né? Já era para estar aqui na reunião...
FREDY:
- Bom, mas enquanto ele não chega, a gente bem que poderia aproveitar, né?
(aproximando-se de Lílian e beijando a moça).
CENA 11. SUPERMERCADO.
CORREDOR. INT. DIA.
César
segue Brenda dentro do mercado, atento a todos os passos da moça, que não
percebe que está sendo seguida.
CENA 12. RIO DE JANEIRO.
APTO SÔNIA. QUARTO. INT. DIA.
Adriano
entra no quarto e encontra Sônia deitada na cama, lendo um livro.
ADRIANO:
- Lendo um pouco, meu bem?
SÔNIA:
- Sim... Faz bem, não é?
ADRIANO:
- Faz sim... Então, melhorou um pouco?
SÔNIA:
- É, aos pouquinhos, vai passando...
ADRIANO:
- E qual a gente dar uma volta por aí, hein? Aproveitar esse dia lindo... Assim
você sai daqui do apartamento, relaxa, se destrai. Que tal?
SÔNIA:
- Ah, não sei não, Adriano...
ADRIANO:
- Vamos Sônia! Faz tempo que não damos uma volta. E outra, vai ser bom pra
você.
SÔNIA:
- Tudo bem, vamos sim. Mas vamos aonde?
ADRIANO:
- Tem uma exposição de quadros de Portinari. Acho que você vai gostar.
SÔNIA:
- Que maravilha! Vamos sim! Só deixa eu tomar banho então, é rapidinho!
ADRIANO:
- Tudo bem.
Sônia levanta-se da cama e vai se arrumar,
enquanto Adriano fica a observá-la.
CENA 13. BEIRA DA ESTRADA.
EXT. DIA.
Sérgio
é encontrado por um grupo de mendigos, que resolvem ajudá-lo.
MENDIGO
01 (à Sérgio): - Ei, está tudo bem?
MENDIGO
02: - Acho que ele precisa de ajuda.
MENDIGO
03: - Vamos ajudá-lo então.
Os
três ajudam Sérgio, que está deitado no chão.
SÉRGIO:
- Pra onde vocês estão me levando?
MENDIGO
02: - Pro nosso bando.
MENDIGO
01: - Não te preocupa. Aqui ninguém vai te fazer mal.
SÉRGIO:
- Muito obrigado. Obrigado mesmo!
MENDIGO
03: - Não precisa agradecer não. Só tem que ter força pra conseguir caminhar. A
gente te ajuda.
CENA 14. CENTRO DA CIDADE.
BECO. EXT. DIA.
Sérgio
chega ao beco, acompanhado pelos mendigos. Ele é recebido por outros mendigos
que também vivem no local.
CENA 15. SUPERMERCADO.
CORREDOR. INT. DIA.
César
se aproxima de Brenda.
CÉSAR:
- Quer ajuda com as compras?
BRENDA
(surpresa): - César! O que você está fazendo aqui?
CÉSAR:
- Eu vim fazer compras também.
BRENDA:
- Engraçado...
CÉSAR:
- Por quê?
BRENDA:
- Não vejo o cesto de compras, nem o carrinho... Compras você não veio fazer!
CÉSAR:
- Certo, você me venceu... É impossível te ver e não falar contigo.
BRENDA:
- Por que você me seguiu? Isso é loucura!
CÉSAR:
- Loucura é fugir do amor, Brenda.
BRENDA:
- A gente não pode ficar junto e você sabe porque... Você namora a minha irmã!
E ela é apaixonada do por você!
CÉSAR:
- Eu sei disso e vou resolver essa situação... Mas antes eu preciso saber uma
coisa de você, já que disse que confiava em mim.
BRENDA:
- O que foi?
CÉSAR:
- Aceita sair comigo hoje a noite?
BRENDA:
- Você não está passando bem...
CÉSAR:
- Eu estou mais são do que nunca! E você ainda não me respondeu. Aceita sair
comigo hoje?
BRENDA:
- Eu já disse César... Isso é loucura! É arriscado!
CÉSAR
(indo embora): - Você então não vai aceitar o meu pedido?... Tudo bem, não vou
atrapalhar as suas compras...
Brenda
fica olhando César indo embora e pensa no convite.
BRENDA:
- César!
César
se vira.
BRENDA:
- Há que horas a gente se encontra?
César
volta correndo e abraça Brenda.
CENA 16. BEST FISH. SALA
ALBERTO. INT. DIA.
Felipe
encontra os papéis da negociação. Satisfeito, ele logo sai da sala de Alberto,
arrumando tudo para que ninguém desconfie de nada.
CENA 17. BEST FISH. SALA
FELIPE. INT. DIA.
Felipe
chega em sua sala, abre o cofre escondido no seu armário e coloca os papéis lá
dentro. Em seguida, faz uma ligação.
FELIPE:
- Alô?
(T)
FELIPE:
- Aqui é o Felipe. Estou te ligando pra marcar o nosso encontro... Eu pago
muito bem.
CENA 18. RIO DE JANEIRO.
CLÍNICA MÉDICA. EXT. DIA.
Adriano
estaciona seu carro em frente à uma clínica médica.
SÔNIA:
- O que nós estamos fazendo aqui, Adriano? Nós não iríamos dar um passeio?
ADRIANO:
- Eu estou preocupado com você, Sônia. Ultimamente você tem estado mais calada,
me parecendo um tanto insegura...
SÔNIA
(tentando fugir da situação): - É impressão sua, meu amor! Eu estou ótima!
ADRIANO:
- Mas ontem você teve um mal estar, de uma hora para outra e isso não é normal.
Por isso que eu te trouxe aqui, já que você havia dito que não estava bem. Nós
não poderemos ir para Praia Real com sua saúde frágil.
SÔNIA:
- Mas eu estou bem, Adriano!
ADRIANO:
- Isso só quem poderá dizer serão os médicos. Então, vamos descer?
Sônica
fica nervosa, pois não conseguirá seguir com seu fingimento para adiar sua ida
à Praia Real.
ADRIANO:
- Então, Sônia, vamos?
SÔNIA:
- Isso não está certo, Adriano. VocÊ poderia ter me avisado.
ADRIANO:
- Se eu tivesse te avisado, você também não viria. Agora que estamos aqui,
vamos entrar. Vai ser rápido. E se você estiver bem mesmo, o médico vai dizer e
pronto.
Sônia,
não tendo outra saída, aceita entrar na clínica com Adriano.
CENA 19. CASA TOMÁS. SALA DE
ESTAR. INT. DIA.
Patrícia
está lendo, deitada no sofá, quando Cristina entra na sala.
CRISTINA:
- Olá minha filha! (beijando Patrícia)
PATRÍCIA
(surpresa): Mãe?!
CRISTINA:
- O que foi Paty? Não gostou da minha roupa?
PATRÍCIA:
- Não, não é isso, está linda, mas... Você está bem?
CRISTINA:
- Nunca estive melhor!
PATRÍCIA
(abraçando Cristina): - Nossa, mãe! Que bom ver você assim novamente, feliz!
CRISTINA:
- Você me faz feliz, filha. Você, seu pai, essa minha vida maravilhosa!
PATRÍCIA:
- Te amo!
CRISTINA:
- Eu também te amo! Agora deixa sua mãe sair, porque quero passar lá na
boutique, ver como andam as coisas. Quer carona?
PATRÍCIA:
- Quero sim. Vou ao shopping encontrar a galera.
CRISTINA:
- Então vamos.
Saem
as duas, mãe e filha, abraçadas e felizes.
CENA 20. DELEGACIA. EXT. DIA.
Alberto
e Tânia vão saindo do local, acompanhados do Dr. Bertolini, se dirigindo para o
carro de Alberto.
DR.
BERTOLINI: - O delegado informou que já abriu as investigações para a busca do
veículo roubado e também dos pertences da dona Tânia.
ALBERTO:
- Bem, confio no teu trabalho, Bertoloni.
DR.
BERTOLINI: - Vou indo.
ALBERTO:
- Muito obrigado por vir. E não deixe de nos manter informados sobre tudo.
DR.
BERTOLINI: - Claro. Tenham um bom dia.
Dr. Bertolini vai embora.
TÂNIA:
- Que humilhação! Eu, Tânia Walker, dentro de uma delegacia!
ALBERTO:
- Nem foi nada de mais, Tânia. O importante foi que os assaltantes não fizeram
nada com você.
TÂNIA:
- É mesmo... Minha pulseira de ouro branco estava bem protegida pelo casaco.
ALBERTO:
- Mas a questão agora é que você não poderá mais sair sozinha por aí de carro.
Tem que tomar cuidado.
TÂNIA:
- Essa cidade já não tem mais segurança!
ALBERTO:
- Vou contratar um motorista particular para você, querida.
TÂNIA:
- Motorista particular?!
ALBERTO:
- Sim. Assim você não corre tantos riscos. Vou pedir um motorista com noções de
segurança particular, assim você fica protegida.
TÂNIA:
- Ah não Alberto! Não estou gostando nada dessa idéia de ter um armário atrás
de mim!
ALBERTO:
- Não se preocupe, você não vai ser vigiada 24h por dia. Será apenas quando
estiver na rua, sozinha... Então está decido. Você terá seu motorista.
Os
dois, já dentro do carro, saem pelo centro da cidade.
CENA 21. PROJETO AMBIENTAL.
SALA REUNIÕES. INT. DIA.
Fredy
conversa com Lílian.
FREDY;
- Então, gostou do beijo?
LÍLIAN;
- Beijo? Que beijo?
FREDY:
- Como assim, que beijo? O beijo que eu te dei ontem!
LÍLIAN:
- Ah, voc~e chama aquilo de beijo? Nossa... Já ganhei beijos melhores...
FREDY:
- Sem graça... Você não me escapa, Lílian!
LÍLIAN:
- Você nem chega perto de mim, hein!
César
chega na sala de reuniões.
FREDY:
- Até que enfim rapaz!
CÉSAR:
- Desculpa, me atrasei um pouco...
LÍLIAN:
- Bem, pra nós você não deve tanta satisfação, agora, para sua namorada...
FREDY:
- Pois é, uma tal de Rúbia esteve aqui procurando por você.
LÍLIAN:
- Disse que era sua namorada e futura noiva!
CÉSAR:
- Bem, minha namorada ela é, agora, futura noiva? Isso ainda não...
FREDY:
- Então você está namorando e não diz nada pra gente?
CÉSAR:
- Acontece que foi tudo muito rápido...
LÍLIAN:
- Põe rápido nisso...
CÉSAR:
- Mas eu não vim aqui falar sobre mim. Quero saber sobre as prisões denunciadas
por vocês.
FREDY:
- Rapaz, os pescadores ilegais pescavam os peixes da reserva especial. Aquela
que nós tratamos, lembra, lá no fundo da praia?
LÍLIAN:
- Sem falar nas embarcações, que não possuíam nem licença da polícia
ambiental...
Os
três ficam conversando sobre o caso.
CENA 22. BEIRA DA PRAIA.
EXT. DIA.
Guto
e Joaquim retornam do mar. Os dois juntos, levam os peixes para o restaurante.
JOAQUIM
(animado, segurando um peixe): - Olha que peixão, Matilde!
MATILDE:
- É lindo mesmo... Quem pescou? Você ou o Guto?
JOAQUIM:
- Você acha que eu não seria capaz de pescar um peixe grande desse?
MATILDE
(aos risos): - Só estou perguntando homem!
JOAQUIM:
- O Guto só pesca peixinho...
MATILDE:
- É verdade Guto?
GUTO:
- Claro que não, dona Matilde! Está vendo aquele outro peixão ali? (apontando
para o pescado) Eu que peguei!
JOAQUIM:
- Não minta Guto! Aquele ali eu que pesquei!
E
os três conversam animados, com Guto e Joaquim, discursando sobre quem pegou
mais e os melhores peixes.
CENA 23. SHOPPING. CORREDOR
DE LOJAS. INT. DIA.
Alice
espera por Matheus, sentada em um banco. De repente, Matheus chega.
ALICE
(animada): - Você veio!
MATHEUS:
- E porque eu não viria?
ALICE:
- Não sei... De repente me passou pela cabeça essa possibilidade.
MATHEUS:
- Eu não seria capaz de deixar uma garota linda como você aqui, sozinha.
(acariciando o rosto de Alice)
Os
dois se olham fixamente e se beijam. Nesse instante, Sabrina e Ricardo chegam.
RICARDO
(zombando): - Matheus! Você está namorando, rapaz?
SABRINA
(debochando): - Com essa moça aí, tão, simples?
Matheus
fica sem jeito diante de seus amigos e Alice não gosta da situação. Ricardo e
Sabrina continuam a zombar:
RICARDO:
- Aposto que a mãe dele não sabe!
SABRINA:
- Xiii... Dona Helena vai ficar louca quando souber que o filhinho querido dela
estava aos beijos com uma garotinha de vestido de renda, que pelo o que eu
posso ver, me parece um pouco sujo... (aos risos)
MATHEUS:
- Chega pessoal! Ela não é minha namorada...
RICARDO:
- Ah não? E é o que então?
MATHEUS:
- É só mais uma que eu estou pegando. Ou vocês acham mesmo que eu estava de
coleirinha?
Alice
fica impressionada e chateada com as declarações de Matheus e sai do local
chorando. Matheus a vê indo embora e fica chateado, mas disfarça para que seus
amigos não percebam.
CENA 24. RIO DE JANEIRO.
CLÍNICA MÉDICA. CONSULTÓRIO. INT. DIA.
Adriano
e Sônia falam com o médico que examinou Sônia.
MÉDICO:
- Ela não tem nada. Está perfeitamente bem.
ADRIANO:
- Está tudo bem mesmo doutor?
MÉDICO:
- Sim, tudo normal. Até me impressiona isso, pois pelos relatos que vocês me
deram, ela me apresentou uma recuperação muito rápida, fora do normal. Algo
positivo, o que mostra que você Sônia, tem uma saúde de ferro.
ADRIANO
(comemorando): - Que maravilha! Assim poderemos ir amanhã mesmo para Praia
Real!
Sônia
dá um sorriso amarelo, tentando esconder o desconforto da situação.
CENA 25. CENTRO DA CIDADE.
BECO MENDIGOS. INT. DIA.
Sérgio
é acolhido pelos mendigos, que lhe conseguem roupas e comida. Em seguida, o
líder dos mendigos vai falar com Sérgio.
MENDIGO
LÍDER: - Nós conseguimos essas roupas e um prato de comida para você.
SÉRGIO
(comendo): - Muito obrigado!
MENDIGO
LÍDER: - Mas isso não vai sair de graça.
SÉRIGO:
- O que vocês querem que eu faça?
MENDIGO
LÍDER: - Agora que você é um de nós, vai ter que trabalhar para pagar tua
dívida.
SÉRGIO:
- Eu não consigo entender o que vocês querem que eu faça.
MENDIGO
LÍDER: - Está vendo aquela velha lá?
O
mendigo aponta para uma senhora idosa que passava pela rua, carregando uma
bolsa.
SÉRGIO:
- Sim, estou vendo. O que é que tem aquela senhora?
MENDIGO
LÍDER: - Ela está cheia de jóias e na bolsa provavelmente muito dinheiro...
SÉRGIO:
- Sinto muito, mas eu não vou roubar aquela senhora.
MENDIGO
LÍDER (irritado): - Escuta aqui amigo! Aqui não tem essa de sinto muito. Tu vai
lá e pega as coisas daquela velha!
SÉRGIO
(encarando o mendigo): - Não vou e ninguém vai me obrigar!
Sérgio e o mendigo ficam a se encarar.
CENA 26. CENTRO DA CIDADE.
BECO MENDIGOS. INT. DIA.
Sérgio
encara o líder do grupo, que quer forçá-lo a assaltar uma idosa.
SÉRGIO:
- Roubar é uma coisa que eu nunca vou fazer!
O
mendigo derruba o prato de comida de Sérgio no chão e rasga as roupas que havia
trazido para ele.
MENDIGO
LÍDER: - Aqui então tu não fica. Não quero escorados no meu grupo.
Sérgio
vai saindo do beco, quando o mendigo ainda lhe grita:
MENDIGO
LÍDER: - Tu não vai conseguir ser bonzinho assim a vida toda. A lei da rua muda
todo mundo!
CENA 27. CENTRO DA CIDADE.
EXT. DIA.
Rúbia
passeia com Patrícia pelo centro. As duas conversam enquanto olham as vitrines
das lojas. Em uma rua movimentada, elas passam em frente à uma loja de automóveis
e Rúbia fica maravilhada com um dos carros que estão à venda.
RÚBIA
(olhando o carro): - É lindo!
PATRÍCIA:
- Fantástico!
RÚBIA:
Será que a gente pode dar uma voltinha nele?
PATRÍCIA:
- Mas você ainda sabe dirigir? Porque faz tempo que vocês fez a auto-escola...
E nunca teve carro!
RÚBIA:
- Mas agora eu acho que chegou a minha vez... Esse carro é tudo!
PATRÍCIA:
- Você está pensando em comprar esse carro? Como Rúbia?!
RÚBIA
(com um sorriso discreto): - Espera que você vai ver...
Rúbia
retira da bolsa o cheque que César lhe deu e mostra para Patrícia.
PATRÍCIA
(surpresa): - Como você conseguiu isso, Rúbia?!
RÚBIA:
- Presentinho do César. Ele não é um amor?
As
duas entram na loja de automóveis e Rúbia procura um dos vendedores para se
informar sobre o carro.
CENA 28. CASA BRENDA. QUARTO
BRENDA. INT. DIA.
Alice
chora abraçada em Brenda.
BRENDA:
- Meu Deus do céu, por que ele fez isso com você? Você não merece isso Alice,
não merece. Alias, ninguém merece ser tratado dessa forma.
ALICE
(chorando): - Ele me magoou, Brenda. Me magoou muito...
BRENDA:
- Alice, você tem que procurar por alguém que te respeite, alguém que te
valorize. Você foi destratada pela mãe dele, agora por ele. Se entrega para
alguém que realmente te ame e te respeite, amiga. Você é tão bacana, linda,
carinhosa... Não merece sofrer assim.
ALICE;
- Eu sei Brenda, mas o pior de tudo, é que mesmo eu ficando magoada com tudo
isso que aconteceu, eu ainda gosto dele. O Matheus ainda está no meu coração e
vai ser difícil tirar ele de lá...
As
duas se abraçam afetuosamente.
CENA 29. BOUTIQUE POEME.
AREA ATENDIMENTO. INT. DIA.
Vera
trabalha concentrada quando, de repente, se surpreende com a presença de
Cristina.
CRISTINA
(alegre): - Olá pessoal! (para os funcionários da loja)
VERA
(surpresa/contente): - Cristina?!
CRISTINA:
- O que foi Vera? Não gostou da minha roupa? A Paty disse que eu estava linda!
VERA:
- E está linda mesmo! A roupa, a aparência, o espírito! Está maravilhosa!
CRISTINA:
- Eu estou ótima mesmo, minha irmã! Melhor do que nunca e louca para voltar a
trabalhar! (abraçando Vera).
CENA 30. CENTRO DA CIDADE.
BOTECO. INT. DIA.
Felipe
entra num boteco decadente, e vai para o fundo do local. Ele se aproxima de um
homem que está sozinho numa mesa.
FELIPE:
- Rogério?
ROGÉRIO:
- Doutor Felipe Cardoso Walker.
FELIPE:
- Por favor, fale baixo. Não quero que ninguém saiba que estamos mantendo
contato.
ROGÉRIO:
- Tudo bem. Mas o que você quer de mim, doutor? Como conseguiu me achar?
FELIPE:
- Tenho meus informantes... Eu soube que você tem experiência em manipulação de
contas bancárias.
ROGÉRIO:
- Modéstia a parte, eu sou especialista.
FELIPE:
- Bom saber... Pelo visto, acho que vamos nos dar muito bem...
Os
dois se olham fixamente, enquanto Rogério bebe um pouco de vodka.
CENA 31. TRANSIÇÃO DO TEMPO.
EXTERNAS PRAIA REAL. ANOITECER / CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Imagens
de Praia Real ao anoitecer. Corta para a casa de Alberto. Já é noite. Tânia e
Alberto chegam em casa.
TÂNIA:
- Querido, não precisava você faltar o trabalho na parte da tarde para ficar
comigo...
ALBERTO:
- Não tem problema. O Felipe ficou no meu lugar. E foi até bom, pois fazia
tempo que não passávamos um tempo juntos, só nós dois.
TÂNIA:
- É verdade, meu amor.
ALBERTO:
- E outra, vai dizer que você não gostou das jóias que eu te dei?
TÂNIA
(risos): - Você sabe que sim! Jóias sempre me deixam calma!
ALBERTO:
- Bem minha querida, o dia hoje foi cheio.
(subindo as escadas) Vou subir para tomar um banho...
TÂNIA:
- Isso querido. Eu ficarei aqui lendo essas revistas que eu trouxe. Logo
pedirei para Olga servir o jantar.
Alberto
sobe para o quarto e Tânia fica na sala, lendo as revistas. Olga passa pelo
local e vai em direção à porta. Tânia percebe e interroga a governanta.
TÂNIA:
- Aonde você pensa que vai, Olga?
OLGA:
- Eu vou dar uma saída, dona Tânia.
TÂNIA:
- Uma saída, é? Sei... Olha que não fica bem para uma senhora como você sair à
noite, sozinha...
OLGA:
- Não se preocupe. Eu vou resolver alguns assuntos e logo estarei de volta.
TÂNIA
(ironia/deboche): - À noite? Que estranho, Olga... Resolver alguns assuntos à
noite... Uma senhora... Ah não! Não me diga que você agora está fazendo
programa?
OLGA:
- A senhora me respeite, dona Tânia!
TÂNIA:
- Mas para resolver uns assuntos assim, à noite, só pode ser programa! Já sei!
Você fez e agora está indo cobrar, né? Deveria ser um pé-rapado, pra você ter
que ir cobrar o serviço num outro dia! (risos)
OLGA
(séria, encarando Tânia): - Será que foi eu mesma que fiz programa, dona Tânia?
Tânia
fica séria, olhando fixamente para Olga.
TÂNIA:
- Você não sabe o que está falando... Está ficando louca, de tão velha!
OLGA:
- Tem certeza, Margot?
TÂNIA
(nervosa): - Cale essa boca! Você não sabe de nada!
OLGA:
- Eu sei muito mais do que você imagina...
As
duas trocam olhares fulminantes.
TÂNIA:
- Sua velha! Horripilante! O que você sabe? Me diz! O que você sabe?!
OLGA:
- O jantar está sendo preparado pela Maria. Eu não vou demorar. (indo embora)
TÂNIA
(indo atrás de Olga): - Volta aqui, sua desaforada! Velha!
Tânia
fica nervosa, ao mesmo tempo irritada com o confronto de Olga.
CENA 32. BAIRRO CAPELA.
PRAÇA. EXT. NOITE.
César
encontra Brenda, no local combinado pelos dois.
CÉSAR:
- Você está linda.
BRENDA:
- Obrigada. Você também está muito bonito.
CÉSAR:
- Vamos para o restaurante então?
BRENDA:
- Vamos.
O casal parte para um restaurante no mesmo
bairro.
CENA 33. CALÇADÃO PRAIA
REAL. QUIOSQUE CENTRAL. EXT. NOITE.
No
quiosque central do calçadão, Virgínia e Noêmia desembarcam de um ônibus, de
chegada da viagem que fizeram à Governador Valadares.
NOÊMIA:
- Praia Real, que bom estar de volta!
VIRGÍNIA:
- De volta pra realidade... Ai, que vida! Que viagem...
NOÊMIA:
- Estava boa a viagem, né?
VIRGÍNIA:
É, até que foi boa a viagem... Lógico, nada comparado à Paris, mas...
NOÊMIA:
- Eu adorei! Acredita que eu cheguei a sonhar que estava indo para Governador
Valadares? Aí quando eu soube que ia ter a promoção do papel higiênico, eu
juntei todos os códigos e mandei. Por sorte, fui sorteada! É o destino, né?
VIRGÍNIA:
- Claro, só pode ser o destino...
NOÊMIA:
- Bom, vou indo lá! Abraço pra você! Tudo de bom!
VIRGÍNIA:
- Tchauzinho...
Noêmia
vai embora. Virgínia continua no quiosque, com as suas bagagens.
VIRGÍNIA:
- Que decadência, Virgínia... Quem te viu, quem te vê... De Paris, Londres,
Nova Iorque, à uma viagem para Governador Valadares, sorteada numa promoção de
papel higiênico... Que decadência!
Virgínia
olha em volta e não vê nenhum táxi.
VIRGÍNIA:
- Mas não tem nenhum táxi aqui, hein?... Também, táxi pra quê, se eu to sem
dinheiro pra pagar?
Virgínia
pega suas bagagens e vai para a sua casa a pé.
CENA 34. CENTRO DA CIDADE.
RUAS RETIRADAS. EXT. NOITE.
Caminhando
rapidamente pelas ruas retiradas do centro da cidade, Olga chega em frente a um
prédio antigo. Ela observa em volta para ver se não está sendo seguida e entra
no prédio.
CENA 35. CASA ALBERTO. SALA
DE ESTAR. INT. NOITE.
Tânia
tenta falar com César, mas não consegue pois o celular dele está desligado.
Nesse instante, Felipe chega em casa cantarolando.
TÂNIA:
- O que foi Felipe? Viu o passarinho verde?
FELIPE:
- Nada, querida tia. Está tudo normal...
TÂNIA:
- Normal? Sei... Te conheço Felipe e não é de hoje. O que você está aprontando?
FELIPE:
- Não estou aprontando nada, por incrível que pareça. Pode acreditar! Vou
subir, tomar um banho...
TÂNIA:
- Faça isso querido, pois logo será servido o jantar.
FELIPE:
- Não se preocupe, tia, eu já comi fora. Vou tomar banho e dormir. Boa noite.
Tânia
fica desconfiada de que Felipe esteja tramando alguma coisa.
CENA 36. RIO DE JANEIRO.
APTO SÔNIA. QUARTO SÔNIA. INT. NOITE.
Adriano
e Sônia arrumam as malas para a viagem à Praia Real. Adriano demonstra grande
entusiasmo na viagem, ao contrário de Sônia, que tenta esconder o desconforto.
CENA 37. RIO DE JANEIRO.
AEROPORTO INTERN. SAGUÃO DESEMBARQUE. INT. NOITE.
Marina
desembarca de sua voo da Noruega e estranha não encontrar ninguém no local para
recepcioná-la.
MARINA:
- Que estranho... eu avisei o papai que eu chegaria hoje... Bom, vou esperar,
ele deve ter se atrasado.
CENA 38. PRAIA REAL. CENTRO
DA CIDADE. LANCHONETE. INT. NOITE.
Rúbia
e Patrícia conversam.
PATRÍCIA:
- Amiga, que bom que você vai ficar lá em casa hoje. Precisamos acertar todos
os detalhes dessa festa... Tem que bombar! Meus pais liberaram geral!
RÚBIA:
- Que bacana Paty! Com certeza vai ser um arraso... E um renascimento, digamos
assim, porque você está há seis meses sem dar uma festa! Um recorde! (risos)
PATRÍCIA:
- É mais um motivo para essa festa bombar. Tenho que retornar com força total!
(risos)
CENA 39. CASA PETRÔNIO. SALA
DA TV. INT. NOITE.
Petrônio
e Samantha estão olhando TV enquanto Helena caminha inquieta de um lado a outro
na sala.
PETRÔNIO:
- Helena, minha filha, se acalme. Pra que tanta inquietação?
HELENA:
- O Matheus saiu de tarde e até agora não voltou. Nem pra jantar! Eu já liguei
para o celular dele e ele não atende... Eu odeio caixa postal!
SAMANTHA:
- Calma Helena! Matheus já está bem grandinho para toda essa segurança! Deixa
ele se divertir! – diz Samantha.
HELENA:
- Obrigado pelo conselho, queridinha. Mas do meu filho, cuido eu!
PETRÔNIO:
- A Samantha tem razão. É muita segurança, muita pressão em cima do garoto.
Você cobra de mais o modo como ele deve agir, ser, o que ele deve seguir, com
quem andar, sair... Você está se preocupando à toa, Helena (beijando a filha).
Eu vou me retirar. Boa noite. (saindo)
SAMANTHA:
- Eu também vou Pepe! (saindo também).
Helena
fica sozinha na sala, olhando atenta para a janela.
CENA 40. RESTAURANTE CAPELA.
INT. NOITE.
Brenda
e César conversam animados e trocam olhares carinhosos.
BRENDA:
- A noite está ótima, mas já está ficando tarde...
CÉSAR:
- Você já quer ir embora?
BRENDA:
- Se você não se incomoda... Mas se for incômodo eu pego um táxi logo ali...
CÉSAR:
- Imagina, não tem incômodo algum. Eu te levo.
Os
dois saem do restaurante e vão de carro em direção à casa de Brenda.
CENA 41. PRÉDIO ANTIGO.
CORREDOR. INT. NOITE.
Olga
sai de um dos apartamentos, tranca a porta e vai embora rapidamente.
CENA 42. PRÉDIO ANTIGO.
CORREDOR. EXT. NOITE.
Na
saída do prédio, Olga entrega a chave para uma pessoa e vai embora,
rapidamente.
CENA 43. CENTRO DA CIDADE.
LANCHONETE. INT. NOITE.
Patrícia
e Rúbia conversam sobre a festa.
PATRÍCIA:
- Você vai levar o César na minha festa, né?
RÚBIA:
- Claro! Quero dizer, se ele não estiver ocupado, né? Por exemplo hoje, ele ia
ter reunião na empresa do pai dele até tarde. Nem o telefone ele deixou
ligado... Por isso que não está aqui comigo, me paparicando. (risos)
PATRÍCIA:
- Ok, mas ele não faz parte do projeto ambiental?
RÚBIA:
- Sim, mas o projeto é da empresa do pai dele.
PATRÍCIA:
- Qual é a empresa do pai dele?
RÚBIA:
Best Fish, conhece?
PATRÍCIA:
- Claro! O pai dele é um dos homens mais ricos do Brasil! É o chefe do meu pai!
Já fui em um jantar na casa dele, mas nunca vi o César lá. Sempre rolou um
boato de que ele não era muito dessas badalações da alta sociedade.
RÚBIA:
- Mas comigo vai ser diferente. Eu quero conhecer todos os agitos da high
socity! (vibra)
CENA 44. CASA PETRÔNIO. SALA
DE ESTAR. INT. NOITE.
Matheus
chega e encontra Helena, que lhe cobra explicações.
HELENA:
- Aonde você estava até agora, Matheus?
MATHEUS:
- Estava com meus amigos...
HELENA:
- Que amigos? Quem são esses amigos, Matheus?
MATHEUS:
- Meus amigos, ora! Pra que esse interrogatório agora? Eu não sou mais criança,
poxa!
HELENA:
- Eu sou sua mãe! Preciso saber com quem você se relaciona, quem são seus
amigos, de quais famílias eles pertencem e...
MATHEUS:
-Chega! Para com essa história de família, de dinheiro, de classe mais alta,
chega!
Helena
olha surpresa para Matheus.
HELENA:
- Que palavras são essas Matheus? Isso é jeito de falar com a sua mãe?
MATHEUS:
- É impressionante como você ignora todas as questões humanas, de sentimento...
HELENA:
- Não estou te entendo Matheus.
MATHEUS:
- Você nunca me entendeu, mãe! Só ligou para o dinheiro, para o patrimônio,
para os bens... Nunca para as pessoas...
HELENA:
- Mas Matheus, você é um rapaz rico, meu filho! Tem que cuidar do seu
patrimônio, sim...
MATHEUS:
- Eu tenho é que viver, mãe! E a minha vida não vai ser apenas dinheiro não,
como a senhora quer que seja.
HELENA:
- Matheus!
MATHEUS:
- Às vezes mãe, você é tão mesquinha, pensa e
vive num mundo tão pequeno... Parece às vezes que você esqueceu o que é
amar alguém por aquilo que a pessoa é e não por aquilo que ela tem, pelo o que
ela aparenta ter, pela casa ou pelo carro de luxo...
Helena
fica sem jeito diante das palavras de Matheus.
MATHEUS:
- Você só pensa no dinheiro mãe... Eu sinto pena de você por isso...
Matheus
vai para o seu quarto e Helena fica sozinha na sala.
CENA 45. RIO DE JANEIRO.
AEROPORTO INTERN. SAGUÃO. INT. NOITE.
Marina, depois de muito esperar, resolve
pegar um táxi.
TAXISITA:
- Pra onde moça?
MARINA;
- Para um hotel... Amanhã eu vou pra Praia Real.
TAXISTA:
- Para qual hotel, moça?
MARINA;
- Ah, claro... Leblon, por favor. Tem um ótimo hotel lá, de um amigo. Não
lembro o nome, mas sei onde fica (risos). Pra lá, por favor.
CENA 46. BAIRRO PRAIANHA.
CARRO DE CÉSAR. INT. NOITE.
César
pára o carro algumas quadras antes do restaurante Maresia.
BRENDA:
- Obrigada César. Foi uma noite muito agradável.
CÉSAR:
- Foi maravilhoso. Eu é que te agradeço por ter aceitado passar esse tempo
comigo.
BRENDA:
- Não há o que agradecer...
Nesse
instante, Guto passa pelo local e reconhece o casal. Ele se esconde e observa
Brenda e César conversando dentro do carro.
FIM DO CAPÍTULO
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