domingo, 24 de maio de 2015

Capítulo 12: Mar da vida

Personagens deste capítulo


Adriano
Alberto
Alice
Bento
Brenda
Carvalho
César
Cristina
Diogo
Felipe
Fredy
Helena
Joaquim
Leandro
Lílian
Marina
Matheus
Matilde
Mônica
Olga
Patrícia
Rogério
Rúbia
Sérgio
Silvana
Sônia
Tânia
Tomás
Vera



Participação Especial








CENA 01. DANCETERIA. INT. NOITE.

Continuação do capítulo anterior. Patrícia que tira algumas fotos de César e Brenda, dançando e se beijando.

PATRÍCIA: - Pronto, agora podemos ir embora.

Patrícia e Sabrina saem da danceteria.

CENA 02. CALÇADÃO PRAIA REAL. QUIOSQUE. INT. NOITE.

Guto caminha desolado pelo calçadão e chega até o quiosque onde Carvalho e Virgínia curtem um pagode.

CARVALHO (dançando): - E aí Guto! Que cara é essa rapaz! Chega aqui com a gente! Curtir um pagode!
VIRGÍNIA (se requebrando): - Está uma beleza!

Guto se aproxima dos dois, pega um copo de cerveja e começa a beber.

CENA 03. CASA HENRIQUE. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Sônia sai do banheiro e volta para o jantar.

ADRIANO: - Está tudo bem com a sua mão?
SÔNIA: - Está sim, estou bem. Foi só um pequeno corte. (olhando para Henrique)
SILVANA: - Eu trouxe aqui uns curativos. (entregando os mantimentos para Sônia)
SÔNIA: - Obrigada.
DIOGO (terminando de limpar os cacos): - Bem, foi só um susto! Eu vou lá pegar o assado.
HENRIQUE: - Faça isso Diogo, por favor! Vamos todos para mesa.

CENA 04. FRENTE DA DANCETERIA. EXT. NOITE.

Sabrina e Patrícia saem da danceteria olhando as fotos de César e Brenda.

PATRÍCIA: - Aqui pelo celular eu não consigo ver direito, ficou um pouco escuro...
SABRINA: - Vamos lá pra casa. A gente passa as fotos para o meu computador e aí conseguimos ver melhor.
PATRÍCIA: - Isso mesmo! Olha um táxi ali!

As duas param o táxi, embarcam e vão embora.

CENA 05. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Olga sai da casa aparentando um pouco de pressa. Ela sai e fecha a porta, sem perceber que foi vista por Felipe.

FELIPE: - Onde será que ela vai a essa hora?

CENA 06. APTO FREDY. QUARTO FREDY. INT. NOITE.

Fredy assiste um filme deitado, na companhia de Lílian.

LÍLIAN: - Fredy, me diz uma coisa...
FREDY: - Fala.
LÍLIAN: - Você nunca me falou nada sobre sua família...
FREDY: - O que você quer saber sobre minha família?
LÍLIAN: - Sei lá, alguma coisa... Eu não sei nada sobre quem são seus pais, onde vivem, o que fazem...
FREDY (debochado / brincalhão): - Está achando que eu sou um criminoso que inventou uma identidade falsa para se aproximar de você?
LÍLIAN: - Claro que não, seu bobo... Ou vá saber, né? (ironizando / brincando)
FREDY (aos risos): - Ah, ta bom!...
LÍLIAN: - Falando sério agora...
FREDY: - Bem, minha família não é daqui de Praia Real. Na verdade eu nasci em São Paulo e vim pra cá ainda criança, estudar no Colégio São Matheus.
LÍLIAN: - Sei, o internato dos nerds! (risos)
FREDY: - Pois é... Mas eu não fiquei muito tempo no colégio. Logo troquei de escola e fui parar na mesma escola do César. Aí nós nos conhecemos e ficamos amigos.
LÍLIAN: - E seus pais, ficaram em São Paulo?
FREDY: - Minha mãe já faleceu há alguns anos... Meu pai casou novamente e agora vive em Buenos Aires.
LÍLIAN: - Foi recomeçar uma nova vida...
FREDY: - Isso mesmo... Mais alguma coisa, senhorita?
LÍLIAN: - Pra encerrar, um beijo acho que fica de bom tamanho...

Os dois se beijam apaixonadamente.

CENA 07. DANCETERIA. INT. NOITE.

Imagens de César e Brenda que dançam, se abraçam e se beijam. Os dois curtem todos os momentos, ao som das melhores e mais tocados hits da noite.

CENA 08. CALÇADÃO PRAIA REAL. QUIOSQUE. INT. NOITE.

Virgínia e Carvalho dançam animados o pagode, que conta com muitas pessoas sambando, cantando, alegres. Enquanto isso, sentado na mesa, Guto continua bebendo. Virgínia percebe e fala com Carvalho.

VIRGÍNIA: - Carvalho, acho que seu amigo não está bem, viu? Ele não parou de beber desde que chegou aqui...
CARVALHO: - É mesmo... E o Guto nem é de beber assim... Vou falar com ele.

Carvalho se aproxima de Guto. Virgínia o acompanha.

CARVALHO: - Guto, ei rapaz! Não acha que bebeu demais, não?
GUTO (bêbado): - To matando a minha dor... To matando ela...
VIRGÍNIA: - Minha nossa! Tão novo e já está afogando as mágoas na bebida... Parece eu quando me separei do Alberto... Só que o meu porre foi de champanhe!
CARVALHO: - Calma Guto, não vai ser bebendo que as coisas vão se ajeitar... Vai pra casa, deita, descansa... Amanhã é outro dia...
GUTO: - Mas ela não vai voltar pra mim, Carvalho... Ela não vai voltar... A Brenda não vai voltar...
CARVALHO: - A Brenda?... Xiii... Ta apaixonado o rapaz!
VIRGÍNIA: - Coitadinho!
GUTO (chorando): - Ela saiu com o outro... Ela ta com ele agora... Eu já falei pra ela que eu amo ela... Eu já falei, mas ela ta com o outro...
CARVALHO (levantando Guto da cadeira): - Pronto, Guto... Chega de bebida. Vai pra casa, amanhã você conversa com ela.

Guto sai caminhando, tentando se equilibrar e vai em direção à sua casa.

VIRGÍNIA: - Meu Deus, amanhã ele vai estar com uma dor de cabeça!
CARVALHO: - Pois é... Ele é um bom rapaz. E pelo visto, gosta mesmo da Brenda.
VIRGÍNIA: - Brenda? Quem é Brenda?
CARVALHO: - Brenda é a irmã da minha filha, Rúbia.
VIRGÍNIA: - Carvalho! Você nunca me disse que tinha uma filha! Que lindo!

Os dois seguem conversando ao som do animado pagode no quiosque.

CENA 09. CASA TOMÁS. QUARTO CRISTINA. INT. NOITE.

Tomás e Cristina estão dormindo em seu quarto. Cristina acorda, sai da cama devagar, sem acordar Tomás.

CENA 10. CASA TOMÁS. COZINHA. INT. NOITE.

Cristina abre a geladeira, tira a jarra com água. Ela se serve e bebe um copo. Ela guarda a jarra na geladeira e quando fecha a porta, ela percebe um bilhete colado no local. Cristina lê o bilhete e fica surpresa.

CENA 11. CENTRO DA CIDADE. RUA. EXT. NOITE.

Sérgio está dormindo em um banco na rua. Enquanto isso, uma senhora passa por ali. Sérgio acorda com os passos apressados da senhora. Ele a observa e decide seguí-la.




CENA 12. CENTRO DA CIDADE. RUA. EXT. NOITE.

A senhora percebe que está sendo seguida e acelera o passo. Sérgio também acelera para alcançar a senhora. Ela segue apreensiva rapidamente. A senhora chega em frente à um prédio e quando vai entrar é abordada por Sérgio.

SÉRGIO: - Passa tudo agora, senhora!
OLGA (surpresa): - Sérgio?!
SÉRGIO (surpreso): - Olga!

     Os dois se olham surpresos.

OLGA: - Meu Deus, Sérgio! O que é isso?
SÉRGIO: - Desculpe Olga! Me perdoe!
OLGA: - O seu estado, suas roupas... Você!
SÉRGIO: - Estou assim desde que colocaram fogo no meu barraco...
OLGA: - Meu Deus!
SÉRGIO: - Estou dormindo na rua, mendigando, tentando me virar... E agora tendo atitudes imbecis como essa de perseguir e assaltar as pessoas... Estou me sentindo um lixo, Olga! Um lixo!

Sérgio chora e Olga o abraça.

OLGA: - Venha Sérgio, venha comigo, vamos entrar.
SÉRGIO: - Aqui nesse prédio? O que você veio fazer aqui?
OLGA: - Lá dentro a gente conversa melhor, agora vamos entrar...

Os dois entram no prédio.


CENA 13. APTO VERA. QUARTO SABRINA. INT. NOITE.

No quarto de Sabrina, Patrícia passa as fotos que tirou de César e Brenda na danceteria para o computador de sua prima.

PATRÍCIA (frente ao computador): - Olha como ficaram essas fotos! Perfeitas!
SABRINA (entrando no quarto com copos de suco): - Mesmo com todos os efeitos da danceteria. Escuro, luzes, fumaça...?
PATRÍCIA: - Dá pra ver bem quando eles se beijam!... Meu Deus do céu, quem diria!... A Brenda pegando o namorado da própria irmã!
SABRINA: - Mas Paty, você vai mostrar essas fotos pra Rúbia mesmo?
PATRÍCIA (vira-se para Sabrina): - Sabe que enquanto a gente estava vindo eu fiquei pensando sobre isso...
SABRINA: - E então?
PATRÍCIA: - Eu acho que talvez não vou mostrar... Tudo bem que a Rúbia é minha amiga, gosto muito dela, mas isso é uma coisa que ela mesma tem que resolver, né? Eu não posso chegar e me intrometer assim, na relação dela com o César e também dela com a irmã!
SABRINA: - Pois é, é complicado mesmo...
PATRÍCIA (vira-se para o computador): - Mas olha essa foto aqui!

As duas seguem vendo as fotos.

CENA 14. CASA HENRIQUE. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Todos já terminaram o jantar, mas seguem na mesa, conversando.

DIOGO (aos risos): - Então ela pegou me deixou o pacote e foi embora!
SILVANA (aos risos): - Diogo, você e suas histórias!
ADRIANO: - E como você se livrou dessa situação toda?
DIOGO: - Tive que levar a caixa de calcinhas pra casa...

Todos riem. Menos Sônia, que ainda sente-se incomodada na presença de Henrique.

SILVANA: - Sônia, sua mão já está melhor?
SÔNIA: - Está sim, obrigada.
HENRIQUE: - É bom amanhã ir até algum posto médico, fazer um curativo melhor...
SÔNIA: - Farei isso sim.
ADRIANO: - Então Henrique, você tinha comentado antes que iria fazer mais convite para nós... Estou curioso!
DIOGO: - Eu também!
SILVANA: - E eu também! Porque nem eu sei que convite é esse!
HENRIQUE: - Bem, eu fiz surpresa para todos mesmo... É um passo muito importante para mim. Eu gostaria de convidá-los para a reinauguração da companhia de navegação.
DIOGO: - Que maravilha Henrique!
SILVANA: - Meu amor! Que surpresa mais gostosa! (beijando Henrique)
ADRIANO: - Isso merece um brinde!

Todos se levantam e brindam. Henrique olha firme nos olhos de Sônia.

SÔNIA:- Parabéns Henrique. Sucesso!
HENRIQUE: - Obrigado Sônia.


CENA 15. FRENTE CASA HENRIQUE. EXT. NOITE.

Diogo, Adriano e Sônia se despedem.

SILVANA: - Gente, foi uma noite ótima! Precisamos fazer isso mais vezes!
ADRIANO: - Podem contar com a gente! Não é meu amor (à Sônia)
SÔNIA: - Claro, foi muito agradável mesmo.
HENRIQUE: - Bom que gostaram.
DIOGO: - Bem, vou indo então. Boa noite para vocês, até a próxima!
HENRIQUE: - Boa noite Diogo, obrigado!
ADRIANO: - Ate mais rapaz!

Diogo sai.

ADRIANO: - Bem, nós também vamos indo, não é amor?
SÔNIA: - Claro, já está tarde e com certeza o Henrique e a Silvana querem descansar. Amanhã mesmo eu trago um jogo de copos novos pra vocês.
SILVANA: - Capaz Sônia, não precisa. Dizem que quando a visita vem pela primeira vez na casa da gente e quebra um copo, é sinal de sorte.
ADRIANO: - É mesmo? Não saiba...
HENRIQUE: - Silvana e seus conceitos místicos! (risos)
SÔNIA: - Mesmo assim. Eu não vou ficar bem se não reparar o estrago que fiz.
ADRIANO: - Vamos então, Sônia?
SÔNIA: - Vamos sim. Boa noite para vocês!
SILVANA: - Boa noite querida!

Adriano e Henrique se cumprimentam. Adriano e Sônia saem. Silvana e Henrique entram para dentro de casa.

CENA 16. CASA HENRIQUE. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Silvana e Henrique conversam na sala.

SILVANA: - Foi realmente uma noite muito boa.
HENRIQUE: - É mesmo.
SILVANA: - Fiquei com um pouco de pena da Sônia... Ela ficou totalmente sem jeito depois que quebrou os copos...
HENRIQUE: - Mas me pareceram os dois boas pessoas...
SILVANA: - Eu também gostei deles. São legais mesmo. (aproximando-se de Henrique) Agora eu vou subir, tomar um banho e cair na cama, porque eu estou podre!

Henrique beija Silvana.

HENRIQUE: - Faça isso... deixa que eu arrumo aqui.
SILVANA: - Você é tudo, meu amor! (beijando Henrique)

Silvana sai e Henrique fica na sala. Ele senta no sofá com um copo de wiski na mão. Ele pensa em Sônia.

HENRIQUE: - Ela também não esqueceu...

CENA 17. CASA BRENDA. CORREDOR. INT. NOITE.

Guto caminha pelo corredor em direção ao seu quarto, mas acaba tropeçando em alguns objetos e cai.

CENA 18. CASA BRENDA. QUARTO RÚBIA. INT. NOITE.

Rúbia, deitada em sua cama, acorda com o barulho.

RÚBIA: - Que barulho foi esse?

 Rúbia se levanta e vai ver o que está acontecendo.

CENA 19. CASA BRENDA. CORREDOR. INT. NOITE.

Rúbia sai do quarto e se depara com Guto tentando se levantar.

RÚBIA: - Guto, que susto! Pensei até que fosse algum ladrão!
GUTO: - Não se preocupa, não é ladrão... É um só um coração partido...
RÚBIA: - Do que você está falando? Você está bêbado, Guto?
GUTO: - É eu bebi um pouquinho pra esquecer o que a sua irmã fez comigo...
RÚBIA: - A minha irmã? O que foi que ela te fez pra você beber todas?
GUTO: - Ela saiu com ele, Rúbia... Saiu com o outro...
RÚBIA: - Ele? Quem é ele? Que outro? Ai Guto, você está me deixando confusa, sabia?
GUTO: - Ela saiu com ele Rúbia... Ela não podia fazer isso...
RÚBIA: - Com ele quem, meus Deus?!
GUTO: - Ela saiu com o César...

Rúbia fica surpresa com as palavras de Guto.

RÚBIA: - O que foi que você disse, Guto?
GUTO: - A Brenda saiu com o César!

Rúbia olha fixamente para Guto.
RÚBIA: - Você só pode estar bêbado para dizer uma coisa dessas...
GUTO: - É verdade... Ela saiu com ele... Eles estão juntos...
RÚBIA: - Já chega Guto! Estou cansada de ouvir suas histórias de porre... Vê se vai dormir de uma vez e para de fazer barulho!

Rúbia volta para o seu quarto, enquanto Guto tenta caminhar em direção ao seu.

CENA 20. CASA BRENDA. QUARTO RÚBIA. INT. NOITE.

Rúbia entra no quarto e deita na cama.

RÚBIA: - A Brenda saindo com o César? Que loucura!... Ah, deixa pra lá! Conversa de bêbado mesmo...

Rúbia se vira na cama e dorme.

CENA 21. PRÉDIO DO CENTRO. APTO SÉRGIO. INT. NOITE.

Olga e Sérgio conversam.

OLGA (arrumando a mesa): - Você pode ficar aqui por alguns dias, até você melhorar, enfim...
SÉRGIO (sentado no sofá): - Muito obrigado, Olga! Você foi um anjo que apareceu na minha vida!...
OLGA: - Não diga isso, Sérgio...
SÉRGIO (indo em direção a Olga): - Eu queria te pedir perdão pelo o medo que eu te fiz passar hoje... Eu juro que não queria, mas eu não via outra saída senão assaltar para sobreviver... Eu perdi minha dignidade, meu respeito, minha alma!
OLGA: - Eu não tenho que te perdoar de nada, Sérgio. Agora já passou...
SÉRGIO: - Isso tudo o que eu estou passando só pode ser coisa da Tânia! Aquela infeliz!
OLGA: - Ela conseguiu envenenar até seu filho.
SÉRGIO: - Felipe... Ele nunca vai me perdoar!

Olga leva Sérgio até a mesa.

OLGA: - Eu quero te ajudar, Sérgio! Não suporto mais ver o senhor sendo maltratado pela aquela gente!...

Sérgio sorri para Olga.

OLGA: - Eu quero que o você me conte tudo o que aconteceu...

Sérgio conta os perigos que passou com as armações de Felipe e Tânia.

CENA 22. FRENTE DANCETERIA. EXT. NOITE.

César e Brenda vão saindo da danceteria e entram no carro do rapaz.

CÉSAR: - Foi uma noite maravilhosa!
BRENDA: - Eu também gostei muito!... Nunca dancei tanto na minha vida! (risos)
CÉSAR (acariciando o rosto de Brenda): - Você é linda dançando, sabia?
    
Os dois se beijam intensamente. César acaricia o corpo de Brenda.

BRENDA: - César, acho melhor não.
CÉSAR: - Por quê? A gente se gosta, se ama tanto...
BRENDA: - Eu sei, mas eu não estou preparada. Me leva para casa.
CÉSAR: - Tudo bem. Vamos então.

Os dois seguem em direção a prainha.

CENA 23. BAIRRO PRAIANHA. RUA. CARRO CÉSAR. INT. NOITE.

César para o carro uma quadra antes do restaurante.

BRENDA: - Obrigado por tudo César. Mas eu acho que esta será a nossa última noite de encontros.
CÉSAR: - Brenda...
BRENDA: - Eu não consigo César ficar fingindo! Me doi ter que esconder o que eu estou sentindo por você na frente da minha família e principalmente, na frente da minha irmã!...
CÉSAR: - Eu sei...
BRENDA: - A Rúbia te ama muito César! Ela é apaixonada por você!... Ela vai sofrer muito se a gente continuar se envolvendo dessa forma... E eu também.

Os dois trocam olhares. Brenda sai do carro e segue para sua casa. César fica a observá-la.

CENA 24. TRANSIÇÃO DO TEMPO. EXTERNAS PRAIA REAL. AMANHECER. / RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

Imagens do amanhecer na beira da praia. O sol surgindo, gaivotas sobrevoando o mar. As pessoas praticando exercício no calçadão. Corta para o restaurante Maresia. Brenda e Alice ajudam Matilde a arrumar as mesas.

MATILDE: - Você chegou um pouco tarde ontem, hein Brenda?

Brenda e Alice se olham.

BRENDA: - A senhora viu a hora em que eu e a Alice chegamos?
MATILDE: - Ouvi barulhos no corredor...
ALICE: - É, dona Matilde. É que o aniversário da Ritinha estava muito bom e aí a gente perdeu a hora.
MATILDE: - Mas é bom começar a cuidar, viu? O mundo hoje anda muito perigoso...

Matilde vai para a cozinha e Brenda e Alice continuam arrumando as mesas.

ALICE: - Depois você me conta tudo direitinho, ouviu?
BRENDA: - Pode deixar!

CENA 25. CASA TOMÁS. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Cristina já se encontra sentada na mesa do café, sozinha. Tomás entra no local.

TOMÁS: - Já está tomando café, meu amor? Eu acordei, te procurei na cama e você não estava...

Tomás se aproxima para beijar Cristina e ela vira o rosto.

TOMÁS: - O que houve, Cristina, está tudo bem?
CRISTINA: - Não, não está tudo bem.
TOMÁS: - O que houve então?

Cristina pega o bilhete e coloca sobre a mesa para que Tomás veja.

CRISTINA: - Que história é essa de marcar médico psiquiatra para mim, Tomás?

Cristina fica a encarar Tomás.

CENA 26. CASA ALBERTO. BEIRA DA PISCINA. EXT. DIA.

Alberto, Tânia, Marina e Felipe estão reunidos à beira da piscina, tomando café. Olga está próxima a eles.

MARINA: - Que ideia ótima pai aproveitar esse dia lindo para tomarmos café aqui no jardim.
ALBERTO: - Fazia muito tempo que isso não era feito aqui em casa.
TÂNIA: - Mas como sempre, a família nunca está completa...

César chega no local.

CÉSAR: - Agora está mamãe! (dando um beijo em Tânia)
TÂNIA: - Oh, meu Deus! Um milagre! (risos)
FELIPE: - Pensei que ia perder essa agradável companhia da família, César.
CÉSAR: - Claro que não! Essas coisas a gente não pode perder nunca!
ALBERTO: - Olga, traga mais café pra gente, por favor!
OLGA: - Sim senhor, seu Alberto!

Olga sai e todos ficam conversando.

CENA 27. APTO VERA. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Vera e Leandro estão tomando café, quando chegam Sabrina e Patrícia.

LEANDRO: - Bom dia meninas!
VERA: - Ai, me contem! Como estava a festa ontem?
SABRINA: - Muito boa, mãe! Danceteria bem moderna!
VERA: - E tinham muitos gatinhos?
PATRÍCIA: - Tinha sim, tia Vera! Cada gato!
LEANDRO: - Ei, ei!
SABRINA: - Calma pai, a gente não ficou com ninguém não...
VERA: - Mas por quê? Tinham que ter aproveitado!... Eu, quando era jovem, não perdia a oportunidade de beijar na boca quando saia, viu...
LEANDRO: - Ah, é assim, dona Vera?
VERA: - Ah Leandro, isso foi antes de eu te conhecer!... A Cristina já era um pouco mais reservada, mas eu, não perdia um gatinho!

Todos riem.

PATRÍCIA: - Mas ontem eu não estava com clima para ficar com ninguém não... Ainda mais depois do que eu descobri.
LEANDRO: - O quê?
SABRINA: - Coisas de menina pai... (olhando para Patrícia)
VERA: - Hum... Segredinhos de adolescentes... Eu também tinha os meus!
LEANDRO: - Ah não, você não vai contar seus segredos de adolescente agora não é?
PATRÍCIA: - Ah, conta tia Vera!
VERA: - Vou contar!
LEANDRO: - Eu desisto!

Vera conversa animadamente com as meninas e com Leandro, contando histórias engraçadas.



CENA 28. CASA SÔNIA. QUARTO SÔNIA. INT. DIA.

Adriano se acorda e não encontra Sônia na cama.

CENA 29. CASA SÔNIA. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Adriano chega até a sala e encontra uma linda mesa de café da manhã. Sobre a mesa, encontra-se um bilhete de Sônia, dizendo que foi dar uma volta pelo bairro e que preparou o café especialmente para ele.

CENA 30. BAIRRO PRAINHA. RUA. EXT. DIA

Caminhando pelas ruas do bairro, Sônia percebe que algumas coisas do lugar não mudaram desde o tempo em que foi embora da cidade. Casas, ruas, árvores. Durante sua caminhada, Sônia encontra Carvalho.

CARVALHO (surpreso): - Sônia?!
SÔNIA: - Carvalho?!

Os dois se abraçam felizes.

CARVALHO: - Quanto tempo, meu Deus!
SÔNIA: - Que bom te reencontrar, Carvalho!
CARVALHO: - Não me diga que você voltou para cá!
SÔNIA: - É só por um tempo...
CARVALHO: - Mais de 20 anos...
SÔNIA: - E quase nada mudou...
CARVALHO: - Você continua linda!
SÔNIA: - E você o mesmo malandro de sempre!

Os dois riem.

CARVALHO: - Eu estou indo até o quiosque da praia. Me acompanha? Assim a gente aproveita e conversa mais!
SÔNIA: - Tudo bem, vamos sim!

Os seguem para o quiosque.

CENA 31. CASA TOMÁS. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Cristina interroga o marido.

CRISTINA: - Então Tomás, não vai me responder?
TOMÁS: - Meu bem, você precisa tratar, saber o que são, o que causa essas suas crises nervosas!
CRISTINA: - Que crises, Tomás! Eu estou ótima! Linda, maravilhosa!
TOMÁS: - Eu sei, mas é que às vezes...
CRISTINA: - Eu sei que às vezes eu desço do salto, mas isso já passou... Agora eu estou aqui, feliz, contente! De bem com a vida e bem disposta!
TOMÁS: - Que bom, meu amor... que bom.
CRISTINA: - Então vamos esquecer essa história de médico, de psiquiatra, de tudo! Vamos pensar na alegria da vida, Tomás! Na alegria da vida! (contente)

Tomás fica a olhar a felicidade de Cristina.

CENA 32. CASA ALBERTO. BEIRA DA PISCINA. EXT. DIA.

Todos estão reunidos na mesa do café, conversando.

ALBERTO: - Então César, como foi a reunião?
CÉSAR: - Reunião?
ALBERTO: - Sim, a reunião que você teve ontem no projeto ambiental. Como foi?
CÉSAR: - Ah sim, a reunião. Foi tudo bem pai, resolvemos o que tínhamos que resolver, enfim, correu tudo bem.
TÂNIA: - Reunião longa essa, hein! Nem vi você chegarem casa...
CÉSAR: - É que depois nós fomos para a casa do fredy. Pizza, vinhozinho, filme... Acabei perdendo a hora.
TÂNIA: - Sei...
MARINA: - E César, quais as ações futuras do projeto?
CÉSAR: - Estamos montando um plano de listagem de aves silvestres que existem aqui na região e elaborar um catálogo desses animais para que possamos ter o controle a respeito de seu ciclo de vida e também auxiliar na questão de caça predatória.
MARINA: - Que bacana, César!
CÉSAR: - Se você quiser, eu posso te mostrar um esboço do projeto. Tenho ele no meu computador lá no quarto.
MARINA: - Ah, eu quero ver sim!

César e Marina saem da mesa. Felipe, Alberto e Tânia continuam tomando café.

CENA 33. CALÇADÃO PRAIA REAL. QUIOSQUE. INT. DIA.

No quiosque na praia, Carvalho e Sônia conversam.

CARVALHO: - Onde você esteve por este tempo todo?
SÔNIA: - Tratei de refazer minha vida, Carvalho... Fui para o Rio de Janeiro, trabalhar, tomar um rumo... Conheci muitas pessoas que me ajudaram, me deram oportunidades... E fiquei por lá...
CARVALHO: - Dona Matilde guardava todas as cartas que você mandava para ela... Até que você não mandou mais...

Os olhos de Sônia se enchem de lágrimas.

SÔNIA: - Eu não podia ficar com aquela angústia, com aquele pesar de arrependimento. De ter deixado minha filha, minha família toda para traz.
CARVALHO: - Você gostava mesmo dele, não é?
SÔNIA: - O Henrique era o homem da minha vida! Eu tinha planos de me casar e ter muitos filhos com ele... Mas ele foi embora antes mesmo de eu dizer para ele que estava grávida. Eu fiquei sem chão. Pouco tempo depois que minha filha nasceu, meu pai me expulsou de casa. Achou que eu era mulher da vida fácil como a...
CARVALHO (interrompendo Sônia): - Como a Cláudia!

Os dois se olham.

SÔNIA: - Cláudia... Coitada... Levava uma vida sem futuro...
CARVALHO: - Foi-se embora e nunca mais voltou... E assim como você também deixou a filha para traz...
SÔNIA: - Pois é, eu lembro-me bem desse dia... Você foi até o restaurante com aquela criança nos braços...

CENA 34. FLASHBACK. BAIRRO PRAINHA. RUA. EXT. DIA.

Dia chuvoso na prainha, já ao entardecer. Carvalho segue com passos apressados em direção ao Restaurante Maresia, segurando nos braços um bebê nascido a poucos dias.

CENA 35. FLASHBACK. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

Carvalho entrega a criança nos braços de Sônia.

CARVALHO: - Eu não tenho como criá-la, Sônia!
SÔNIA: - E a Cláudia? Onde está a Cláudia?
CARVALHO: - Cláudia foi embora. Disse que nunca mais retornaria para cá... E me deixou nossa filha.

Nesse instante, chegam no local Matilde e Joaquim.

JOAQUIM: - Carvalho, o que faz aqui?
CARVALHO: - Eu vim pedir para vocês um favor que vale uma vida.
MATILDE: - Nossa Carvalho, que favor é esse?

Sônia se aproxima de Matilde e Joaquim e lhes mostra a criança nos braços.

MATILDE (surpresa): - Que lindo bebê!
CARVALHO: - É minha filha, dona Matilde. Minha filha com a Cláudia.
JOAQUIM: - E onde está Cláudia?
CARVALHO: - Cláudia foi embora. Não volta mais pra cá e me deixou a criança.
MATILDE (pegando a criança no colo): - Meu Deus do céu, que absurdo! Abandonar esse anjo!
CARVALHO: - Por isso que eu estou aqui, diante de vocês para pedir um favor, que vale uma vida. A vida da minha filha. Eu não tenho condições de criá-la, não tenho emprego fixo, moradia... Não há como educar uma criança e dar a ela tudo de bom e do melhor dessa forma. Por isso eu peço encarecidamente, seu Joaquim, dona Matilde, que vocês tomem conta da minha filha.
JOAQUIM: - O quê? Você quer que eu cuide do fruto de sua aventura amorosa com uma prostituta?
SÔNIA: - Papai!
JOAQUIM: - É muita falta de vergonha, Carvalho! Você deve assumir as suas responsabilidades!
MATILDE: - Querido, por favor!
CARVALHO: - Eu sei, seu Joaquim. Mas eu não tenho como dar conta dos cuidados de um bebê!
SÔNIA: - Papai, o Carvalho tem razão! Não há condições dele criar uma criança! Ele já foi responsável o suficiente de vir aqui, expor as suas fraquezas e pedir ajuda.
MATILDE: - Nossa filha tem razão, Joaquim!... E esse pobre anjo não pode ter a culpa dos erros que seus pais cometeram.

Joaquim fica pensativo.

JOAQUIM: - Tudo bem, nós cuidamos da criança. Mas você não poderá nunca faltar com as suas obrigações como pai, entendeu?
CARVALHO (emocionado): - Muito obrigado, seu Joaquim! Eu nunca vou esquecer isso o que você e a dona Matilde estão fazendo por mim.
MATILDE: - A única coisa que eu me pergunto agora é o que eu vou dizer quando ela perguntar sobre sua mãe...
SÔNIA: - Diga que a mãe dela sou eu, mamãe.
CARVALHO: - Você vai fazer isso?
SÔNIA: - Você é um grande amigo, Carvalho, quase um irmão para mim. Não deixarei que essa criança sofra, jamais. Ela terá um lar muito feliz, crescerá junto com a Brenda, como se fossem irmãs de sangue, mas guardarão um forte amor de coração, sem dúvida.
JOAQUIM: - A criança já tem nome?
CARVALHO: - Rúbia. Em homenagem à minha falecida mãe.

Matilde embala a pequena criança nos braços e todos ficam a olhar carinhosamente para ela.

CENA 36. VOLTA AOS TEMPOS ATUAIS. CALÇADÃO PRAIA REAL. QUIOSQUE. INT. DIA.

Carvalho e Sônia continuam a conversa.

SÔNIA: - Foi um dia inesquecível.
CARVALHO: - E desde então, as duas cresceram como irmãs, acreditando serem filhas da mesma mãe.
SÔNIA: - E o pai de Brenda? O que dizem sobre ele?
CARVALHO: - Dona Matilde e seu Joaquim disseram que ele morreu, em um acidente de carro, quando ela ainda era criança.
SÔNIA: - Que história triste.
CARVALHO: - E a história é ainda pior... Você também morreu nesse acidente.
SÔNIA (surpresa): - O quê?
CARVALHO: - Seus pais disseram que você também morreu nesse acidente. Para as meninas, você está morta, Sônia.

CENA 37. CASA ALBERTO. BEIRA DA PISCINA. EXT. DIA.

     Alberto, Tânia e Felipe conversam. Felipe e Alberto sentados numas cadeiras. Tânia deitada numa espreguiçadeira.

ALBERTO: - César e a Marina estão até agora juntos, conversando... Ainda vão longe juntos.
TÂNIA: - César com certeza vai, agora a Marina eu já não sei...
ALBERTO: - Por quê?
TÂNIA: - Ela já chegou aqui em casa faz tempo e ainda não arrumou um serviço, em trabalho...
ALBERTO: - Não se preocupe Tânia, isso será por pouco tempo.
TÂNIA: - Como assim? Não me diga que você vai mandar a Marina embora daqui?
ALBERTO: - Claro que não! Marina continua aqui em casa até quando ela quiser, até porque essa casa também é dela...
TÂNIA: - Então o que é?
ALBERTO: - Vou dar um emprego para a Marina na Best Fish.
FELIPE (surpreso): - O quê?!
ALBERTO: - Isso mesmo. Eu pensei bem e achei melhor a Marina trabalhar na empresa junto com você Felipe.
FELIPE: - Comigo, tio?
ALBERTO: - É, eu senti que você anda muito atarefado. Então achei que a Marina pode te ajudar em muitas coisas.
FELIPE: - O que é isso tio, eu consigo dar conta do serviço sozinho.
TÂNIA: - Eu também acho o Felipe muito competente para o serviço.
ALBERTO: - Marina também é competente. Duas pessoas competentes no setor financeiro da empresa, só vem a somar. E está decido. Marina irá trabalhar conosco na Best Fish.

Tânia e Felipe trocam olhares.

CENA 38. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

Brenda está no balcão quando Rúbia se aproxima.

RÚBIA: - Brenda, eu queria falar com você, um instante. Pode ser?
BRENDA: - Claro. O que foi?
RÚBIA: - Vamos lá para o quarto, assim a gente conversa melhor.
BRENDA: - Tudo bem.


CENA 39. CASA BRENDA. QUARTO RÚBIA. INT. DIA.

Brenda e Rúbia sentam na cama.

RÚBIA: - Ontem a noite aconteceu uma coisa muito esquisita aqui em casa.
BRENDA (nervosa): - É mesmo? E o que foi?
RÚBIA: - Ouvi alguns barulhos no corredor e quando fui ver, era o Guto. Ele estava completamente bêbado.
BRENDA: - Nossa! Mas o Guto nunca foi de beber assim!...
RÚBIA: - Pois é, mas ontem ele estava podre... Mas o mais estranho, é que ele falava algumas coisas sem nexo, sem sentido, sabe?
BRENDA: - Falava coisas, como o quê?
RÚBIA: - Você acredita que ele disse que você tinha saído com o César ontem?
BRENDA (surpresa/aflita): - O quê?!
RÚBIA: - É mesmo! Ele dizia que você tinha saído com o César! Que vocês estavam juntos!... Que estranho, não é?

Brenda fica perplexa olhando para Rúbia.

                FIM DO CAPÍTULO



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