segunda-feira, 25 de maio de 2015

Capítulo 13: Mar da vida

Personagens deste capítulo


Alberto
Brenda
Carvalho
César
Cristina
Diogo
Felipe
Fredy
Guto
Helena
Henrique
Leandro
Lílian
Marina
Matilde
Mônica
Olga
Rúbia
Sérgio
Silvana
Tânia
Tomás
Vera
Virgínia



Participação Especial










CENA 01. CASA DE BRENDA. QUARTO DE RÚBIA. INT. DIA.

Continuação do capítulo anterior. Rúbia comenta com Brenda sobre as coisas que Guto lhe disse.

RÚBIA: - Você acredita que ele disse que você tinha saído com o César ontem?
BRENDA (surpresa/aflita): - O quê?!
RÚBIA: - É mesmo! Ele dizia que você tinha saído com o César! Que vocês estavam juntos!... Que estranho, não é?

Brenda fica perplexa olhando para Rúbia.

RÚBIA: - O que foi Brenda? Que cara é essa?
BRENDA (sem jeito): - Nada não, só estou surpresa com isso... De onde o Guto tirou essa história maluca?
RÚBIA: - Ah, não vamos esquecer que ele estava bêbado, não é? Só pode ter sido isso... Encheu a cara e ficou falando bobagem!
BRENDA: - Que coisa chata...

Rúbia se aproxima de Brenda e abraça a irmã.

RÚBIA (abraçada em Brenda): - Mas não preocupe, minha irmãzinha! Eu sei que você seria incapaz de fazer uma coisa dessas!

Brenda abraça Rúbia totalmente sem jeito, um pouco aborrecida, mas tenta esconder seus sentimentos.

CENA 02. QUISQUE CALÇADÃO. INT. DIA.

Carvalho e Sônia continuam conversando.

SÔNIA (surpresa): - Então, as meninas acreditam serem órfãs de mãe, é isso?
CARVALHO: - Foi a saída que a dona Matilde e seu Joaquim acharam para não contar a verdade para elas...
SÔNIA: - Talvez tenha sido melhor assim... O erro foi meu em abandonar minha filha...
CARVALHO: - Você tentou recomeçar, Sônia. Isso não é um erro.
SÔNIA: - Mas eu fiz isso de forma errada, Carvalho. Eu larguei tudo, deixei todos para trás...
CARVALHO: - E você não pensa em tentar recomeçar novamente? Não repetindo os mesmos erros do passado?
SÔNIA: - Eu penso muito nisso... Mas...
CARVALHO: - Então, Sônia! Não deixe que seus medos e arrependimentos dominem sua vida para sempre! Você errou, mas tem o direito, tem a chance de corrigir tudo o que deu errado e ser feliz novamente.

Carvalho segura a mão de Sônia.

CARVALHO: - Todos têm o direito de ser feliz, Sônia. Todos.

Os dois se abraçam no quiosque.

CENA 03. TRANSIÇÃO DO TEMPO. EXTERNAS PRAIA REAL. ANOITECER.

Imagens da beira da praia, do mar, alternadas com imagens da cidade, das pessoas caminhando pelas ruas do centro. Imagens da noite e imagens do dia. Legenda: DIAS DEPOIS...



CENA 04. BOUTIQUE POEME. INT. DIA.

Vera está arrumando a vitrine da boutique, quando avista Cristina entrando na loja. Vera sai animada da vitrine e abraça a irmã.

VERA: - Que felicidade, Cristina! Fiquei tão contente quando você me ligou dizendo que viria pra cá!
CRISTINA: - Minha irmã, você não sabe como eu estou ótima! Nunca estive tão feliz em toda minha vida! Quero voltar a trabalhar e muito aqui na boutique!
VERA: - É assim que se fala! Então vamos logo, porque eu quero te mostrar umas peças que chegaram, dessa estilista nova que está ditando a moda por aqui...
CRISTINA: - A Glória Colombo?
VERA: - Isso mesmo! Ela procurou aqui a boutique com algumas peças, para montarmos um mostruário dela... Eu fiquei apaixonada! A mulher é um estouro!
CRISTINA: - Sim, fiquei sabendo! Me mostra logo então! Quero ver tudo!

As duas saem sorridentes pela loja.

CENA 05. IMOBILIÁRIA. SALA DIOGO. INT. DIA.

Adriano conversa com Diogo.

DIOGO (servindo café): - Então, como andam os preparativos para o início das obras do resort?
ADRIANO: - Estão se encaminhando bem, como o planejado.

Diogo oferece café para Adriano, que aceita. Após, senta-se e segue conversando com o amigo.

DIOGO: - Por falar em preparativos, o Henrique me deixou o convite para a festa de reinauguração da companhia de navegação (entregando o convite para Adriano).
ADRIANO: - Muito bom, obrigado!
DIOGO: - Ele reforçou bem, para você e a Sônia comparecerem.
ADRIANO: - Mas nós vamos sim, com certeza... A Sônia ta precisando sair um pouco... Desde que a gente veio pra cá, eu sinto que ela está um pouco diferente. Sei lá, talvez ela tenha estranhado um pouco o ritmo de vida daqui... Acostumada com o Rio de Janeiro a mil!
DIOGO: - É, tem razão. As mulheres são muito sensíveis às mudanças.

Nesse instante, Clarisse entra na sala de Diogo.

CLARISSE: - Com licença, Diogo. Eu trouxe os papéis para o senhor assinar, sobre aquele condomínio.
DIOGO: - Ótimo, Clarisse! Entre, pode deixar aqui na mesa.

Clarisse entra, cumprimenta Adriano e entrega os papéis para Diogo. Adriano fica observando o olhar carinhoso de Diogo para Clarisse. Clarisse sai.

ADRIANO: - É impressão minha, ou eu vi uns olhos brilhando quando a dona Clarisse entrou aqui na sala.
DIOGO: - Que olhos brilhando, o que? Está louco! Clarisse é apenas minha colega de trabalho. Excelente profissional aqui da imobiliária.
ADRIANO: - Claro, com certeza... (riso debochado)
DIOGO: - Mas não vou esconder que ela balança o meu coração!
ADRIANO: - Eu percebi isso na sua cara de cãozinho apaixonado quando ela entrou aqui, Diogo!
DIOGO: - Cãozinho apaixonado não, Adriano! (risos)

Os dois seguem conversando animados.

CENA 06. BEST FISH. DEPENDENCIAS DA EMPRESA. INT. DIA.

Alberto apresenta os setores da empresa para Marina, acompanhado de Felipe e Tomás.

ALBERTO: - Por fim, aqui é a sua sala, minha filha. Irá trabalhar junto com o Felipe.
MARINA: - Que bom! Vamos nos dar muito bem, não é Felipe?
FELIPE: - Claro.
TOMÁS: - Sendo assim, seja bem vinda, Marina!
MARINA: - Obrigada, Tomás!
ALBERTO: - Tomás, onde está o Leandro?
TOMÁS: - O Leandro? Bem, ele me que já estava chegando, e que... Bem, talvez tenha se atrasado por causa do trânsito...
MARINA: - É mesmo, nós também pegamos um engarrafamento. Pequeno, mas enfim, já causa um certo transtorno em algumas pessoas...
ALBERTO (para Tomás): - Quando o Leandro chegar, peça para ele ir até a minha sala, ok?
TOMÁS: - Tudo bem, doutor Alberto.
ALBERTO: - Felipe e Marina, bom trabalho para vocês! Nos vemos mais tarde então!
FELIPE: - Bom trabalho pro senhor também, tio.
MARINA: - Obrigada, pai! Bom trabalho pra você!

Alberto segue para sua sala. Tomás também se despede e sai.

MARINA: - Então, Felipe, vamos começar? Estou ansiosa!
FELIPE: - Claro, vamos sim. Eu vou te mostrar como funcionam algumas coisas...

Felipe abre a porta da sala e Marina entra. Felipe demonstra expressão de incômodo por ter que trabalhar com Marina.

CENA 07. MOTEL DO CENTRO. INT. DIA.

Deitados sobre a cama, Leandro e Mônica se beijam calorosamente.

LEANDRO: - Só você mesmo para ter essa ideia maluca!
MÔNICA: - Uma ideia assim de vez em quando é bom, pra começar bem o dia...

Leandro olha as olhas no relógio e dá um pulo na cama.

LEANDRO (aflito): - Minha nossa! Estou atrasadíssimo!
MÔNICA: - Calma, Leandro!
LEANDRO: - Eu não posso ficar calmo, Mônica! Eu vou chegar atrasado no serviço!... (se arrumando rapidamente). E você, não vai se arrumar também?
MÔNICA: - Estou de folga hoje. Pedi um dia para ir visitar minha madrinha.
LEANDRO: - Quero ver quando eles descobrirem que a sua madrinha mora num motel na Barra!
MÔNICA: - Seu bobo! Eu vou visitá-la hoje sim, de verdade. Faz tempo que não nos vemos...

Leandro termina de se arrumar, beija Mônica rapidamente e segue em direção a porta da suíte.

MÔNICA: - Ei, Leandro!
LEANDRO: - O que foi Mônica?!
MÔNICA: - Não vai deixar o dinheiro?
LEANDRO: - Que dinheiro?
MÔNICA: - Essa é boa! Você acha que eu vou pagar o motel?

Leandro abre a carteira e entrega o dinheiro para a Mônica.

LEANDRO: - Acerta lá, ok?... Já comecei a não gostar dessas aventuras! Estão me saindo caro, sabia?
MÔNICA: - Obrigada, meu tigrão! (beijando Leandro)

Leandro sai rapidamente da suíte e Mônica se atira sobre a cama, contente.

CENA 08. PROJETO AMBIENTAL. SALA DE REUNIÕES. INT. DIA.

César conversa com Fredy e Lílian.

LÍLIAN: - Provavelmente a polícia apareceu por lá e deu uma dura nos caras da pesca ilegal.
FREDY: - Fizemos bem então em levar o material para a polícia.
LÍLIAN: - Mas eu estou com medo de que façam alguma coisa contra a gente, contra o projeto, sei lá...
CÉSAR: - É um risco que se corre, até porque, aqueles caras se mostraram dispostos a qualquer coisa. Mas creio que vai ficar tudo bem. Fizemos a nossa parte, agora a polícia vai fazer a dela e tudo vai se resolver.
LÍLIAN: - Tomara!
FREDY: - Por falar em resolver, como anda o seu namoro com a Rúbia?
CÉSAR: - Estamos bem...
LÍLIAN: - Ih! Não senti firmeza, não, hein!
CÉSAR: - Estamos bem, sim, tudo numa boa... Eu e a Brenda nos gostamos muito.
FREDY: - Brenda?!
LÍLIAN: - Mas o nome dela não é Rúbia?
CÉSAR: - É sim!
LÍLIAN: - Mas você disse Brenda, César.
CÉSAR: - Eu falei?
FREDY: - Rapaz, já tem outra no pedaço então?
CÉSAR: - O que é isso, não tem ninguém não! Eu só troquei os nomes, só isso...
FREDY: - Quem é Brenda, então?
CÉSAR: - É a irmã da Rúbia...
LÍLIAN: - Seus olhos brilharam agora, César!...
FREDY: - Caraca! Você está gostando da tua cunhada, é isso, meu irmão?
CÉSAR: - Gente, calma aí, eu ainda não sei... Mas eu acho que sim.
LÍLIAN: - César!
CÉSAR: - Eu não queria estar nessa situação, mas eu estou e não sei como sair... A única saída que eu vejo é terminar com a Rúbia.
FREDY: - Você teria coragem de deixar a Rúbia e ficar com a irmã dela?
CÉSAR: - Eu estou apaixonado, Fredy... É um amor muito grande o que eu sinto pela Brenda e não posso deixar isso guardado, escondido no meu peito.
LÍLIAN: - Então resolva isso logo, César. Antes que seja tarde demais, para que a Rúbia também não sofra muito, o que talvez seja quase impossível...

César fica pensando nas palavras de Lílian.



CENA 09. CALÇADÃO PRAIA REAL. EXT. DIA.

Caminhando pelo calçadão, Rúbia conversa com Patrícia.

RÚBIA: - Aí o César me levou pra jantar naquele restaurante chiquérrimo que abriu, sabe?
PATRÍCIA: - Sei sim.
RÚBIA: - Me senti uma legítima diva! (risos)
PATRÍCIA: - Que bacana...
RÚBIA: - O que foi, Paty? Está uma cara...
PATRÍCIA: - Acontece Rúbia, que eu tenho uma coisa pra te contar...
RÚBIA: - Fala então! Já estou ansiosa!

Nesse instante, o celular de Rúbia toca.

RÚBIA: - Só um pouquinho, Paty... Alô?
(T)
RÚBIA: - O que foi vovó?
(T)
RÚBIA: - Agora? Mas eu estou indo encontrar o César no projeto ambiental, quero fazer uma surpresa pra ele e...
(T)
RÚBIA: - Tudo bem, tudo bem... Já estou indo! Tchau!

Rúbia desliga do telefone chateada.

RÚBIA: - Ai que saco!
PATRÍCIA: - O que foi?
RÚBIA: - Minha vó, enchendo minha paciência com aquele restaurante. Pra mim ir lá, ajudar no atendimento... Que saco, viu? Não vejo a hora de me casar com César, ficar rica e me mudar daqui! Não quero saber de trabalho em restaurante, servindo mesa, ou atrás de balcão!... Desculpa, Paty, o que você ia me falar mesmo?
PATRÍCIA: - Deixa, pra lá, não é tão importante assim... Sua avó está te esperando.
RÚBIA: - Desculpa não continuar o passeio ta?
PATRÍCIA: - Não tem problema. Eu te ligo à noite pra gente se falar.

As duas se abraçam e se despedem.

CENA 10. APTO SÉRGIO. BANHEIRO. INT. DIA.

Sérgio sai do banho e termina de arrumar.

CENA 11. CORREDOR PRÉDIO DO CENTRO. INT. DIA.

Sérgio está saindo do apartamento de Olga quando esbarra em Rogério, que vem chegando.

SÉRGIO: - Desculpe!
ROBÉRGIO: - Não foi nada... Novo morador?
SÉRGIO: - Não, não, estou só por uns dias... Visitando uma grande amiga.
ROGÉRIO: - Legal.
SÉRGIO: - Bom dia pra você! (saindo)
ROGÉRIO: - Bom dia!

CENA 12. APTO ROGÉRIO. INT. DIA.

Rogério entra no seu apartamento, pega o celular e liga para Felipe.



CENA 13. BEST FISH. SALA FELIPE. INT. DIA.

Felipe está em sua mesa, quando seu celular toca.

FELIPE: - Alô!
ROGÉRIO: - Fala, Felipe! Como está você?

Felipe, nervoso, muda o tom de voz, tentando disfarçar o desconforto da ligação, pois Marina também se encontra na sala. Ele se levanta e vai até a janela.

FELIPE: - O que você quer me ligando? Eu já te falei que eu te ligo! Eu!
ROGÉRIO: - Mas agora não teve como eu ficar esperando!
FELIPE: - Ta bom, fala logo o que você quer e me deixa em paz!
ROGÉRIO: - O dinheiro está acabando...
FELIPE: - Meu Deus! O que você fez com os 200 mil que eu te dei? Jogou no lixo?!
ROGÉRIO: - Poxa, Felipe! Você bem sabe que não dá pra viver com 200 mil!
FELIPE: - Não dá pra viver... Você um desocupado, Rogério! Um vagabundo! 200 mil pra você já é mais do que suficiente!
ROGÉRIO: - Não fala assim comigo, não hein! Pode baixar tua bola! Ou tu quer que os bacanas aí fiquem sabendo do rolo que tu fez?
FELIPE: - Tudo bem, tudo bem... (T) Quanto você precisa?
ROGÉRIO: - 500 mil.
FELIPE (surpreso): - 500 mil?! Você enlouqueceu, Rogério?!
ROGÉRIO: - É só pra pagar umas continhas que eu to devendo...
FELIPE: - Você é louco, sabia?!... (T) Me encontra amanhã, naquele boteco de sempre, ok?
ROGÉRIO: - Pode deixar, estarei lá!
FELIPE: - Agora me deixa em paz! Não enche mais o meu saco!

Felipe desliga o telefone e volta para a sua mesa.

MARINA: - Algo importante, Felipe?
FELIPE: - Não, nada não... Bem, eu vou dar uma saída, logo mais estou de volta. Você consegue se virar por aqui?
MARINA: - Claro, pode ir sim.
FELIPE: - Ok.

Felipe sai e Marina fica trabalhando.

CENA 14. BEST FISH. SALA ALBERTO. INT. DIA.

Leandro está sentado à mesa em frente a Alberto. Está nervoso, suando frio.

ALBERTO: - Então, Leandro, sabe por que eu te chamei aqui?
LEANDRO (nervoso): - Não faço a mínima ideia, doutor Alberto...
ALBERTO: - Leandro, você é um dos meus melhores funcionários aqui e participou das maiores conquistas dessa empresa enquanto na minha presidência.
LEANDRO: - É, a gente ajuda ao máximo que pode.
ALBERTO: - E eu sei disso... E sei também que você tem grandes capacidades que podem ser exploradas muito mais... Eu não sou de fazer rodeios, e vou direto ao assunto. Você será promovido, Leandro.

Leandro respira aliviado na cadeira e ao mesmo tempo, eufórico.

LEANDRO: - Doutor Alberto, quanta honra!
ALBERTO: - Como você sabe, o nosso setor de marketing está um pouco deficiente. Precisamos melhorar. Então você deixa de ser o supervisor de vendas e passa a ser o novo diretor de marketing da Best Fish. Tudo bem pra você?
LEANDRO: - Tudo ótimo pra mim! Quero dizer, tudo bem sim, doutor Alberto. Estou muito honrado com a oportunidade.
ALBERTO: - Deve ficar mesmo, Leandro. Você é um grande profissional. Agora pode ir, arrumar suas coisas e mudar para o seu novo setor.
LEANDRO (cumprimentando Alberto): - Muito obrigado, doutor Alberto!
ALBERTO: - Logo mais faremos a apresentação formal da sua promoção. Até logo!
LEANDRO: - Até logo!

Leandro sai da sala de Alberto radiante.

CENA 15. CASA ALBERTO. COZINHA. INT. DIA.

Olga e Charles conversam na cozinha.

CHARLES (sentado à mesa, comendo uma maçã): - Há quanto tempo você trabalha aqui, Olga?
OLGA (limpando alguns pratos): - Trabalho com para a família de seu Alberto há mais de 50 anos.
CHARLES: - Nossa! Muito tempo mesmo.
OLGA: - Sim, comecei a trabalhar graças ao pai dele, um grande homem!... Vi seu Alberto criancinha ainda, estudou, batalhou, cresceu na vida. E hoje ta aí, dono de uma grande empresa, com filhos lindos...
CHARLES: - E uma esposa dedicada.
OLGA: - Esposa dedicada? Então nós não estamos falando da mesma pessoa.
CHARLES: - Por quê não?
OLGA: - Dona Tânia só pensa nela, no bem dela e em nada mais. Aquela lá não me engana não. É uma raposa!

Nesse instante, Tânia entra no local.

TÂNIA: - Mas que farra é essa aqui nessa cozinha? Não quero saber de conversinhas, fofoquinhas por aqui não, estão ouvindo?
CHARLES: - Sim senhora.
TÂNIA: - Me admiro você, Charles. Mal chegou e já está de papinhos por aí... E você Olga, está deixando o serviço cada vez mais a desejar, viu?
OLGA: - Desculpe, dona Tânia. Eu vou me dedicar mais aos meus afazeres.
TÂNIA: - É bom mesmo, porque senão vou ser obrigada a te colocar pra rua! Se eu já não suporto freqüentar locais onde há velhos atendendo, imagina como eu me sinto tendo um indivíduo assim aqui, dentro da minha casa?
CHARLES: - Nossa, dona Tânia. Não precisa falar assim.
TÂNIA: - Não se meta, Charles. A conversa não é com você.

Olga e Tânia ficam a se encarar.

TÂNIA: - Então Olga, não vai me dizer nada?
OLGA: - Não. Só vou avisá-la de que agora a tarde tirarei umas horas de folga, pois meus afilhados virão me visitar.
TÂNIA (risada debochada): - Como é que é?! Você está achando que isso aqui é o que? Uma pensão?
OLGA: - Eu já comuniquei o seu Alberto e ele concordou. Com licença.

Olga sai da cozinha. Tânia e Charles ficam a sós no local.

TÂNIA: - É bem desaforada essa velha, viu? Ta precisando de uma lição... (vira-se para Charles) E você? Está com essa cara de cachorro de rua por quê?
CHARLES: - Nada não, dona Tânia.
TÂNIA: - Prepare o carro então. Quero ir ao shopping. Não pretendo ficar aqui para ver os afilhadinhos favelados da Olga aqui dentro.
CHARLES: - Sim senhora.

Tânia sai e Charles fica na cozinha, impressionado com o tratamento de Tânia à Olga.

CENA 16. CASA PETRÔNIO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Samantha conversa com Matheus sobre a festa de aniversário dele.

SAMANTHA: - Então Matheus, está contente com a festa que você vai ganhar?
MATHEUS: - Estou sim, mas não muito... É sempre a mesma coisa. Minha mãe convida um bando de amigas delas e fica me colocando num pedestal.
SAMANTHA: - Isso é chato mesmo... Mas e os seus amigos, eles não vêm?
MATHEUS: - Vêm, eles vêm sim... Mas sei lá, este ano eu estava com vontade de trazer alguém diferente.
SAMANTHA: - Como assim, alguém diferente?
MATHEUS: - Uma pessoa que está fazendo a diferença na minha vida, sabe?
SAMANTHA: - Nossa! Que pessoa especial é essa então?
MATHEUS: - Não posso contar, é surpresa!

Nesse instante, Helena entra na sala.

HELENA: - O que é que vai ser surpresa, meu filho?
MATHEUS: - Nada não mãe.
HELENA: - Como nada? Eu ouvi você falando para a Samantha que vai ser surpresa... Quero saber, estou curiosa também.
SAMANTHA: - Estávamos falando sobre as atrações da festa. Sempre foram surpresas, né?
MATHEUS: - É, já tive circo, já tive esportes radicias... Sempre surpresas...
HELENA: - Isso mesmo. Suas festas sempre foram as melhores entre os filhos das minhas amigas. Eu lembro de uma festa que fui do filho de uma delas e levei você... Na casa da Laila. Nossa, que festa horrível!
MATHEUS: - Eu lembro disso... Mas não foi tão ruim assim, tinha cama elástica e bonecos animando o pessoal.
HELENA: - Que mal gosto, Matheus! Parecia festa de pobre! Cama elástica, bonequinhos, eca! A sua foi fantástica, teve até montanha russa! Nada de pobreza!
SAMANTHA: - Nossa Helena...
HELENA: - Nossa por quê? Se tem dinheiro, tem mais é que mostrar! Quem não tem, que se vire! Eu é que não vou ficar me escondendo no meu luxo todo, pensando nos outros, com a mente pequena.
MATHEUS: - Bom, o papo estava muito bom até então...
HELENA: - Eu não consigo entender por quê que vocês ficam defendendo as pessoas, como vocês dizem, humildes... Humildade não leva ninguém a lugar nenhum! Não enche barriga nem dá lençóis de ceda! Acordem para a vida, ainda mais vocês, que são jovens!
SAMANTHA: - Eu vou pra piscina.
MATHEUS: - E eu vou pro meu quarto, organizar meu computador.

Samantha e Matheus saem e Helena fica na sala.

HELENA: - Coitados... Acham que vão ganhar o mundo assim, pensando nos pobres... Pobres não! Nos humildes... (riso debochado)

CENA 17. CENTRO DA CIDADE. AVENIDA MOVIMENTADA. EXT. DIA.

Felipe sai de dentro de um banco com uma maleta e caminha em direção a um ponto de táxi próximo, que fica na quadra ao lado. Ao chegar na esquina para atravessar a avenida, Felipe esbarra em Sérgio.

FELIPE (sem perceber quem é a pessoa / cuidando a maleta): - Ei, não olha por onde anda?
SÉRGIO: - Felipe!

Felipe fica surpreso ao rever Sérgio.

CENA 18. EXTERNAS PRAIA REAL. DIA./ CASA SÔNIA. QUARTO. INT. DIA.

Imagens da beira da praia mescladas com imagens da cidade. Corta para casa de Sônia, Adriano entra em seu quarto e encontra Sônia organizando algumas roupas.

ADRIANO: - Olá meu amor! (beijando Sônia)
SÔNIA: - Oi querido! Como foi o dia? Nem nos vimos, hoje, não é?
ADRIANO: - Pois é, foi um dia corrido, viu? Passei quase a manhã toda conversando o Diogo, falando sobre o espaço do resort... Vai ficar muito bom, bem como eu planejei.
SôNIA: - Que bom!
ADRIANO: - Ah, ele também entregou isso aqui pra gente.

Adriano entrega para Sônia o convite da reinauguração da companhia de navegação de Henrique.

ADRIANO: - É o convite para irmos na reinauguração da companhia de navegação do Henrique. E ele faz questão da nossa presença lá.
SÔNIA: - É mesmo?
ADRIANO: - O próprio Diogo que disse. E nós vamos, não é? Eu já avisei o Diogo para confirmar a nossa presença.
SÔNIA: - Mas Adriano! Eu nem tenho roupa pra ir nessa festa...
ADRIANO: - Deixa de ser boba, Sônia! Eu te dou dinheiro e você compra um vestido bem lindo, assim como você, está bom?
SÔNIA: - Tudo bem.
ADRIANO (indo para o banheiro): - Além do mais, é bom a gente ir nessa festa, será um bom local para mim ampliar meus contatos.

Sônia fica a olhar o convite de Henrique.

CENA 19. (FLASHBACK). CALÇADÃO PRAIA REAL. EXT. DIA.

Imagens da beira da praia ao entardecer, mais de vinte anos atrás. Sônia e Henrique conversam. Ele entrega para ela uma carta.

SÔNIA: - O que é isso?
HENRIQUE: - É a minha carta de admissão. Eu passei no teste, meu amor! Eu vou para São Paulo trabalhar na empresa!

Os dois se abraçam fortemente. Aos poucos, o sorriso do rosto de Sônia vai se fechando.

HENRIQUE:- O que foi, meu amor?
SÔNIA: - E como fica nós dois, Henrique?
HENRIQUE: - É tudo uma questão de tempo. Eu vou pra lá, e depois de uma, duas semanas, eu volto para te buscar.
SÔNIA: - Você faz isso mesmo?
HENRIQUE: - Claro Sônia! Eu te amo!

Os dois se beijam apaixonadamente.

CENA 20. (VOLTA AOS DIAS ATUAIS). CASA SÔNIA. QUARTO. INT. DIA.

Sônia olha o convite de Henrique, enquanto Adriano a chama na porta do banheiro.

ADRIANO: - Sônia! Sônia!
SÔNIA: - Desculpa, meu bem! O que quer?
ADRIANO: - Pode me trazer a toalha do armário, por favor?
SÔNIA: - Claro, já estou levando aí.

Sônia atira o convite em cima da cama e vai atender Adriano.

CENA 21. CENTRO DA CIDADE. AVENIDA MOVIMENTADA. EXT. DIA.

Felipe fica perplexo ao ver Sérgio.

FELIPE: - Você? Eu não posso acreditar!
SÉRGIO: - Parece que seus capangas não fizeram o serviço direito, meu filho.
FELIPE: - Eu não sou seu filho. Não tenho pai. Meu pai morreu.
SÉRGIO: - Eu ainda estou vivo.
FELIPE: - Vamos ver por quanto tempo...
SÉRGIO: - Por que isso, Felipe? Por que isso comigo?
FELIPE: - Me deixa em paz!... Senão eu mesmo dou um jeito em você.

Felipe atravessa a avenida rapidamente e entra num táxi. Sérgio fica a observá-lo.

CENA 22. TRANSIÇÃO DO TEMPO. EXTERNAS PRAIA REAL. ANOITECER. / RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. NOITE.

Imagens da cidade ao anoitecer. Corta para o Restaurante Maresia, onde o movimento de clientes continua grande. Enquanto serve uma mesa, Rúbia sente-se mal e deixa cair os pratos no chão. Alice e Brenda vão ajudá-la.

BRENDA: - O que houve, Rúbia?
RÚBIA: - Não sei, de repente, me deu uma tontura, um enjôo... Acho que vou até o banheiro.
ALICE: - Eu te acompanho. Vamos.
RÚBIA: - Não precisa, eu vou sozinha. Continua atendo aqui.

Rúbia vão para o banheiro do restaurante.

CENA 23. RESTAURANTE MARESIA. BANHO FEM. INT. NOITE.

Rúbia sai do box das privadas e para em frente a pia. Ela lava a boca, o rosto e fica a se olhar no espelho. Aos poucos, ela abre um pequeno sorriso e posiciona as mãos sobre a barriga.

RÚBIA: - Estou grávida!

               FIM DO CAPÍTULO

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