Personagens deste capítulo
Alberto
Brenda
Carvalho
César
Cristina
Diogo
Felipe
Fredy
Guto
Helena
Henrique
Leandro
Lílian
Marina
Matilde
Mônica
Olga
Rúbia
Sérgio
Silvana
Tânia
Tomás
Vera
Virgínia
Participação Especial
CENA
01. CASA DE BRENDA. QUARTO DE RÚBIA. INT. DIA.
Continuação do capítulo anterior.
Rúbia comenta com Brenda sobre as coisas que Guto lhe disse.
RÚBIA: - Você acredita que ele disse que você
tinha saído com o César ontem?
BRENDA (surpresa/aflita): - O quê?!
RÚBIA: - É mesmo! Ele dizia que você tinha
saído com o César! Que vocês estavam juntos!... Que estranho, não é?
Brenda fica perplexa olhando para
Rúbia.
RÚBIA: - O que foi Brenda? Que cara é essa?
BRENDA (sem jeito): - Nada não, só estou
surpresa com isso... De onde o Guto tirou essa história maluca?
RÚBIA: - Ah, não vamos esquecer que ele
estava bêbado, não é? Só pode ter sido isso... Encheu a cara e ficou falando
bobagem!
BRENDA: - Que coisa chata...
Rúbia se aproxima de Brenda e
abraça a irmã.
RÚBIA (abraçada em Brenda): - Mas não
preocupe, minha irmãzinha! Eu sei que você seria incapaz de fazer uma coisa
dessas!
Brenda abraça Rúbia totalmente
sem jeito, um pouco aborrecida, mas tenta esconder seus sentimentos.
CENA
02. QUISQUE CALÇADÃO. INT. DIA.
Carvalho e Sônia continuam
conversando.
SÔNIA (surpresa): - Então, as meninas
acreditam serem órfãs de mãe, é isso?
CARVALHO: - Foi a saída que a dona Matilde e
seu Joaquim acharam para não contar a verdade para elas...
SÔNIA: - Talvez tenha sido melhor assim... O
erro foi meu em abandonar minha filha...
CARVALHO: - Você tentou recomeçar, Sônia.
Isso não é um erro.
SÔNIA: - Mas eu fiz isso de forma errada,
Carvalho. Eu larguei tudo, deixei todos para trás...
CARVALHO: - E você não pensa em tentar
recomeçar novamente? Não repetindo os mesmos erros do passado?
SÔNIA: - Eu penso muito nisso... Mas...
CARVALHO: - Então, Sônia! Não deixe que seus
medos e arrependimentos dominem sua vida para sempre! Você errou, mas tem o
direito, tem a chance de corrigir tudo o que deu errado e ser feliz novamente.
Carvalho segura a mão de Sônia.
CARVALHO: - Todos têm o direito de ser feliz,
Sônia. Todos.
Os dois se abraçam no quiosque.
CENA
03. TRANSIÇÃO DO TEMPO. EXTERNAS PRAIA REAL. ANOITECER.
Imagens da beira da praia, do
mar, alternadas com imagens da cidade, das pessoas caminhando pelas ruas do
centro. Imagens da noite e imagens do dia. Legenda: DIAS DEPOIS...
CENA
04. BOUTIQUE POEME. INT. DIA.
Vera está arrumando a vitrine da
boutique, quando avista Cristina entrando na loja. Vera sai animada da vitrine
e abraça a irmã.
VERA: - Que felicidade, Cristina! Fiquei tão
contente quando você me ligou dizendo que viria pra cá!
CRISTINA: - Minha irmã, você não sabe como eu
estou ótima! Nunca estive tão feliz em toda minha vida! Quero voltar a
trabalhar e muito aqui na boutique!
VERA: - É assim que se fala! Então vamos
logo, porque eu quero te mostrar umas peças que chegaram, dessa estilista nova
que está ditando a moda por aqui...
CRISTINA: - A Glória Colombo?
VERA: - Isso mesmo! Ela procurou aqui a
boutique com algumas peças, para montarmos um mostruário dela... Eu fiquei
apaixonada! A mulher é um estouro!
CRISTINA: - Sim, fiquei sabendo! Me mostra
logo então! Quero ver tudo!
As duas saem sorridentes pela
loja.
CENA
05. IMOBILIÁRIA. SALA DIOGO. INT. DIA.
Adriano conversa com Diogo.
DIOGO (servindo café): - Então, como andam os
preparativos para o início das obras do resort?
ADRIANO: - Estão se encaminhando bem, como o
planejado.
Diogo oferece café para Adriano,
que aceita. Após, senta-se e segue conversando com o amigo.
DIOGO: - Por falar em preparativos, o
Henrique me deixou o convite para a festa de reinauguração da companhia de
navegação (entregando o convite para Adriano).
ADRIANO: - Muito bom, obrigado!
DIOGO: - Ele reforçou bem, para você e a
Sônia comparecerem.
ADRIANO: - Mas nós vamos sim, com certeza...
A Sônia ta precisando sair um pouco... Desde que a gente veio pra cá, eu sinto
que ela está um pouco diferente. Sei lá, talvez ela tenha estranhado um pouco o
ritmo de vida daqui... Acostumada com o Rio de Janeiro a mil!
DIOGO: - É, tem razão. As mulheres são muito
sensíveis às mudanças.
Nesse instante, Clarisse entra na
sala de Diogo.
CLARISSE: - Com licença, Diogo. Eu trouxe os
papéis para o senhor assinar, sobre aquele condomínio.
DIOGO: - Ótimo, Clarisse! Entre, pode deixar
aqui na mesa.
Clarisse entra, cumprimenta
Adriano e entrega os papéis para Diogo. Adriano fica observando o olhar
carinhoso de Diogo para Clarisse. Clarisse sai.
ADRIANO: - É impressão minha, ou eu vi uns
olhos brilhando quando a dona Clarisse entrou aqui na sala.
DIOGO: - Que olhos brilhando, o que? Está
louco! Clarisse é apenas minha colega de trabalho. Excelente profissional aqui
da imobiliária.
ADRIANO: - Claro, com certeza... (riso
debochado)
DIOGO: - Mas não vou esconder que ela balança
o meu coração!
ADRIANO: - Eu percebi isso na sua cara de
cãozinho apaixonado quando ela entrou aqui, Diogo!
DIOGO: - Cãozinho apaixonado não, Adriano!
(risos)
Os dois seguem conversando
animados.
CENA
06. BEST FISH. DEPENDENCIAS DA EMPRESA. INT. DIA.
Alberto apresenta os setores da
empresa para Marina, acompanhado de Felipe e Tomás.
ALBERTO: - Por fim, aqui é a sua sala, minha
filha. Irá trabalhar junto com o Felipe.
MARINA: - Que bom! Vamos nos dar muito bem,
não é Felipe?
FELIPE: - Claro.
TOMÁS: - Sendo assim, seja bem vinda, Marina!
MARINA: - Obrigada, Tomás!
ALBERTO: - Tomás, onde está o Leandro?
TOMÁS: - O Leandro? Bem, ele me que já estava
chegando, e que... Bem, talvez tenha se atrasado por causa do trânsito...
MARINA: - É mesmo, nós também pegamos um
engarrafamento. Pequeno, mas enfim, já causa um certo transtorno em algumas
pessoas...
ALBERTO (para Tomás): - Quando o Leandro
chegar, peça para ele ir até a minha sala, ok?
TOMÁS: - Tudo bem, doutor Alberto.
ALBERTO: - Felipe e Marina, bom trabalho para
vocês! Nos vemos mais tarde então!
FELIPE: - Bom trabalho pro senhor também,
tio.
MARINA: - Obrigada, pai! Bom trabalho pra
você!
Alberto segue para sua sala.
Tomás também se despede e sai.
MARINA: - Então, Felipe, vamos começar? Estou
ansiosa!
FELIPE: - Claro, vamos sim. Eu vou te mostrar
como funcionam algumas coisas...
Felipe abre a porta da sala e
Marina entra. Felipe demonstra expressão de incômodo por ter que trabalhar com
Marina.
CENA
07. MOTEL DO CENTRO. INT. DIA.
Deitados sobre a cama, Leandro e
Mônica se beijam calorosamente.
LEANDRO: - Só você mesmo para ter essa ideia
maluca!
MÔNICA: - Uma ideia assim de vez em quando é
bom, pra começar bem o dia...
Leandro olha as olhas no relógio
e dá um pulo na cama.
LEANDRO (aflito): - Minha nossa! Estou
atrasadíssimo!
MÔNICA: - Calma, Leandro!
LEANDRO: - Eu não posso ficar calmo, Mônica!
Eu vou chegar atrasado no serviço!... (se arrumando rapidamente). E você, não
vai se arrumar também?
MÔNICA: - Estou de folga hoje. Pedi um dia
para ir visitar minha madrinha.
LEANDRO: - Quero ver quando eles descobrirem
que a sua madrinha mora num motel na Barra!
MÔNICA: - Seu bobo! Eu vou visitá-la hoje
sim, de verdade. Faz tempo que não nos vemos...
Leandro termina de se arrumar,
beija Mônica rapidamente e segue em direção a porta da suíte.
MÔNICA: - Ei, Leandro!
LEANDRO: - O que foi Mônica?!
MÔNICA: - Não vai deixar o dinheiro?
LEANDRO: - Que dinheiro?
MÔNICA: - Essa é boa! Você acha que eu vou
pagar o motel?
Leandro abre a carteira e entrega
o dinheiro para a Mônica.
LEANDRO: - Acerta lá, ok?... Já comecei a não
gostar dessas aventuras! Estão me saindo caro, sabia?
MÔNICA: - Obrigada, meu tigrão! (beijando Leandro)
Leandro sai rapidamente da suíte
e Mônica se atira sobre a cama, contente.
CENA
08. PROJETO AMBIENTAL. SALA DE REUNIÕES. INT. DIA.
César conversa com Fredy e
Lílian.
LÍLIAN: - Provavelmente a polícia apareceu
por lá e deu uma dura nos caras da pesca ilegal.
FREDY: - Fizemos bem então em levar o
material para a polícia.
LÍLIAN: - Mas eu estou com medo de que façam
alguma coisa contra a gente, contra o projeto, sei lá...
CÉSAR: - É um risco que se corre, até porque,
aqueles caras se mostraram dispostos a qualquer coisa. Mas creio que vai ficar
tudo bem. Fizemos a nossa parte, agora a polícia vai fazer a dela e tudo vai se
resolver.
LÍLIAN: - Tomara!
FREDY: - Por falar em resolver, como anda o
seu namoro com a Rúbia?
CÉSAR: - Estamos bem...
LÍLIAN: - Ih! Não senti firmeza, não, hein!
CÉSAR: - Estamos bem, sim, tudo numa boa...
Eu e a Brenda nos gostamos muito.
FREDY: - Brenda?!
LÍLIAN: - Mas o nome dela não é Rúbia?
CÉSAR: - É sim!
LÍLIAN: - Mas você disse Brenda, César.
CÉSAR: - Eu falei?
FREDY: - Rapaz, já tem outra no pedaço então?
CÉSAR: - O que é isso, não tem ninguém não!
Eu só troquei os nomes, só isso...
FREDY: - Quem é Brenda, então?
CÉSAR: - É a irmã da Rúbia...
LÍLIAN: - Seus olhos brilharam agora,
César!...
FREDY: - Caraca! Você está gostando da tua
cunhada, é isso, meu irmão?
CÉSAR: - Gente, calma aí, eu ainda não sei...
Mas eu acho que sim.
LÍLIAN: - César!
CÉSAR: - Eu não queria estar nessa situação,
mas eu estou e não sei como sair... A única saída que eu vejo é terminar com a
Rúbia.
FREDY: - Você teria coragem de deixar a Rúbia
e ficar com a irmã dela?
CÉSAR: - Eu estou apaixonado, Fredy... É um
amor muito grande o que eu sinto pela Brenda e não posso deixar isso guardado,
escondido no meu peito.
LÍLIAN: - Então resolva isso logo, César.
Antes que seja tarde demais, para que a Rúbia também não sofra muito, o que
talvez seja quase impossível...
César fica pensando nas palavras
de Lílian.
CENA
09. CALÇADÃO PRAIA REAL. EXT. DIA.
Caminhando pelo calçadão, Rúbia
conversa com Patrícia.
RÚBIA: - Aí o César me levou pra jantar
naquele restaurante chiquérrimo que abriu, sabe?
PATRÍCIA: - Sei sim.
RÚBIA: - Me senti uma legítima diva! (risos)
PATRÍCIA: - Que bacana...
RÚBIA: - O que foi, Paty? Está uma cara...
PATRÍCIA: - Acontece Rúbia, que eu tenho uma
coisa pra te contar...
RÚBIA: - Fala então! Já estou ansiosa!
Nesse instante, o celular de
Rúbia toca.
RÚBIA: - Só um pouquinho, Paty... Alô?
(T)
RÚBIA: - O que foi vovó?
(T)
RÚBIA: - Agora? Mas eu estou indo encontrar o
César no projeto ambiental, quero fazer uma surpresa pra ele e...
(T)
RÚBIA: - Tudo bem, tudo bem... Já estou indo!
Tchau!
Rúbia desliga do telefone
chateada.
RÚBIA: - Ai que saco!
PATRÍCIA: - O que foi?
RÚBIA: - Minha vó, enchendo minha paciência
com aquele restaurante. Pra mim ir lá, ajudar no atendimento... Que saco, viu?
Não vejo a hora de me casar com César, ficar rica e me mudar daqui! Não quero
saber de trabalho em restaurante, servindo mesa, ou atrás de balcão!...
Desculpa, Paty, o que você ia me falar mesmo?
PATRÍCIA: - Deixa, pra lá, não é tão
importante assim... Sua avó está te esperando.
RÚBIA: - Desculpa não continuar o passeio ta?
PATRÍCIA: - Não tem problema. Eu te ligo à
noite pra gente se falar.
As duas se abraçam e se despedem.
CENA
10. APTO SÉRGIO. BANHEIRO. INT. DIA.
Sérgio sai do banho e termina de
arrumar.
CENA
11. CORREDOR PRÉDIO DO CENTRO. INT. DIA.
Sérgio está saindo do apartamento
de Olga quando esbarra em Rogério, que vem chegando.
SÉRGIO: - Desculpe!
ROBÉRGIO: - Não foi nada... Novo morador?
SÉRGIO: - Não, não, estou só por uns dias...
Visitando uma grande amiga.
ROGÉRIO: - Legal.
SÉRGIO: - Bom dia pra você! (saindo)
ROGÉRIO: - Bom dia!
CENA
12. APTO ROGÉRIO. INT. DIA.
Rogério entra no seu apartamento,
pega o celular e liga para Felipe.
CENA
13. BEST FISH. SALA FELIPE. INT. DIA.
Felipe está em sua mesa, quando
seu celular toca.
FELIPE: - Alô!
ROGÉRIO: - Fala, Felipe! Como está você?
Felipe, nervoso, muda o tom de
voz, tentando disfarçar o desconforto da ligação, pois Marina também se encontra
na sala. Ele se levanta e vai até a janela.
FELIPE: - O que você quer me ligando? Eu já
te falei que eu te ligo! Eu!
ROGÉRIO: - Mas agora não teve como eu ficar
esperando!
FELIPE: - Ta bom, fala logo o que você quer e
me deixa em paz!
ROGÉRIO: - O dinheiro está acabando...
FELIPE: - Meu Deus! O que você fez com os 200
mil que eu te dei? Jogou no lixo?!
ROGÉRIO: - Poxa, Felipe! Você bem sabe que
não dá pra viver com 200 mil!
FELIPE: - Não dá pra viver... Você um
desocupado, Rogério! Um vagabundo! 200 mil pra você já é mais do que
suficiente!
ROGÉRIO: - Não fala assim comigo, não hein!
Pode baixar tua bola! Ou tu quer que os bacanas aí fiquem sabendo do rolo que
tu fez?
FELIPE: - Tudo bem, tudo bem... (T) Quanto
você precisa?
ROGÉRIO: - 500 mil.
FELIPE (surpreso): - 500 mil?! Você
enlouqueceu, Rogério?!
ROGÉRIO: - É só pra pagar umas continhas que
eu to devendo...
FELIPE: - Você é louco, sabia?!... (T) Me
encontra amanhã, naquele boteco de sempre, ok?
ROGÉRIO: - Pode deixar, estarei lá!
FELIPE: - Agora me deixa em paz! Não enche
mais o meu saco!
Felipe desliga o telefone e volta
para a sua mesa.
MARINA: - Algo importante, Felipe?
FELIPE: - Não, nada não... Bem, eu vou dar
uma saída, logo mais estou de volta. Você consegue se virar por aqui?
MARINA: - Claro, pode ir sim.
FELIPE: - Ok.
Felipe sai e Marina fica
trabalhando.
CENA
14. BEST FISH. SALA ALBERTO. INT. DIA.
Leandro está sentado à mesa em
frente a Alberto. Está nervoso, suando frio.
ALBERTO: - Então, Leandro, sabe por que eu te
chamei aqui?
LEANDRO (nervoso): - Não faço a mínima ideia,
doutor Alberto...
ALBERTO: - Leandro, você é um dos meus
melhores funcionários aqui e participou das maiores conquistas dessa empresa
enquanto na minha presidência.
LEANDRO: - É, a gente ajuda ao máximo que
pode.
ALBERTO: - E eu sei disso... E sei também que
você tem grandes capacidades que podem ser exploradas muito mais... Eu não sou
de fazer rodeios, e vou direto ao assunto. Você será promovido, Leandro.
Leandro respira aliviado na
cadeira e ao mesmo tempo, eufórico.
LEANDRO: - Doutor Alberto, quanta honra!
ALBERTO: - Como você sabe, o nosso setor de
marketing está um pouco deficiente. Precisamos melhorar. Então você deixa de
ser o supervisor de vendas e passa a ser o novo diretor de marketing da Best
Fish. Tudo bem pra você?
LEANDRO: - Tudo ótimo pra mim! Quero dizer,
tudo bem sim, doutor Alberto. Estou muito honrado com a oportunidade.
ALBERTO: - Deve ficar mesmo, Leandro. Você é
um grande profissional. Agora pode ir, arrumar suas coisas e mudar para o seu
novo setor.
LEANDRO (cumprimentando Alberto): - Muito
obrigado, doutor Alberto!
ALBERTO: - Logo mais faremos a apresentação
formal da sua promoção. Até logo!
LEANDRO: - Até logo!
Leandro sai da sala de Alberto
radiante.
CENA
15. CASA ALBERTO. COZINHA. INT. DIA.
Olga e Charles conversam na
cozinha.
CHARLES (sentado à mesa, comendo uma maçã): -
Há quanto tempo você trabalha aqui, Olga?
OLGA (limpando alguns pratos): - Trabalho com
para a família de seu Alberto há mais de 50 anos.
CHARLES: - Nossa! Muito tempo mesmo.
OLGA: - Sim, comecei a trabalhar graças ao
pai dele, um grande homem!... Vi seu Alberto criancinha ainda, estudou,
batalhou, cresceu na vida. E hoje ta aí, dono de uma grande empresa, com filhos
lindos...
CHARLES: - E uma esposa dedicada.
OLGA: - Esposa dedicada? Então nós não
estamos falando da mesma pessoa.
CHARLES: - Por quê não?
OLGA: - Dona Tânia só pensa nela, no bem dela
e em nada mais. Aquela lá não me engana não. É uma raposa!
Nesse instante, Tânia entra no
local.
TÂNIA: - Mas que farra é essa aqui nessa
cozinha? Não quero saber de conversinhas, fofoquinhas por aqui não, estão
ouvindo?
CHARLES: - Sim senhora.
TÂNIA: - Me admiro você, Charles. Mal chegou
e já está de papinhos por aí... E você Olga, está deixando o serviço cada vez
mais a desejar, viu?
OLGA: - Desculpe, dona Tânia. Eu vou me
dedicar mais aos meus afazeres.
TÂNIA: - É bom mesmo, porque senão vou ser
obrigada a te colocar pra rua! Se eu já não suporto freqüentar locais onde há
velhos atendendo, imagina como eu me sinto tendo um indivíduo assim aqui,
dentro da minha casa?
CHARLES: - Nossa, dona Tânia. Não precisa
falar assim.
TÂNIA: - Não se meta, Charles. A conversa não
é com você.
Olga e Tânia ficam a se encarar.
TÂNIA: - Então Olga, não vai me dizer nada?
OLGA: - Não. Só vou avisá-la de que agora a
tarde tirarei umas horas de folga, pois meus afilhados virão me visitar.
TÂNIA (risada debochada): - Como é que é?!
Você está achando que isso aqui é o que? Uma pensão?
OLGA: - Eu já comuniquei o seu Alberto e ele
concordou. Com licença.
Olga sai da cozinha. Tânia e
Charles ficam a sós no local.
TÂNIA: - É bem desaforada essa velha, viu? Ta
precisando de uma lição... (vira-se para Charles) E você? Está com essa cara de
cachorro de rua por quê?
CHARLES: - Nada não, dona Tânia.
TÂNIA: - Prepare o carro então. Quero ir ao
shopping. Não pretendo ficar aqui para ver os afilhadinhos favelados da Olga
aqui dentro.
CHARLES: - Sim senhora.
Tânia sai e Charles fica na
cozinha, impressionado com o tratamento de Tânia à Olga.
CENA
16. CASA PETRÔNIO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Samantha conversa com Matheus
sobre a festa de aniversário dele.
SAMANTHA: - Então Matheus, está contente com
a festa que você vai ganhar?
MATHEUS: - Estou sim, mas não muito... É
sempre a mesma coisa. Minha mãe convida um bando de amigas delas e fica me
colocando num pedestal.
SAMANTHA: - Isso é chato mesmo... Mas e os
seus amigos, eles não vêm?
MATHEUS: - Vêm, eles vêm sim... Mas sei lá,
este ano eu estava com vontade de trazer alguém diferente.
SAMANTHA: - Como assim, alguém diferente?
MATHEUS: - Uma pessoa que está fazendo a
diferença na minha vida, sabe?
SAMANTHA: - Nossa! Que pessoa especial é essa
então?
MATHEUS: - Não posso contar, é surpresa!
Nesse instante, Helena entra na
sala.
HELENA: - O que é que vai ser surpresa, meu
filho?
MATHEUS: - Nada não mãe.
HELENA: - Como nada? Eu ouvi você falando
para a Samantha que vai ser surpresa... Quero saber, estou curiosa também.
SAMANTHA: - Estávamos falando sobre as
atrações da festa. Sempre foram surpresas, né?
MATHEUS: - É, já tive circo, já tive esportes
radicias... Sempre surpresas...
HELENA: - Isso mesmo. Suas festas sempre
foram as melhores entre os filhos das minhas amigas. Eu lembro de uma festa que
fui do filho de uma delas e levei você... Na casa da Laila. Nossa, que festa
horrível!
MATHEUS: - Eu lembro disso... Mas não foi tão
ruim assim, tinha cama elástica e bonecos animando o pessoal.
HELENA: - Que mal gosto, Matheus! Parecia
festa de pobre! Cama elástica, bonequinhos, eca! A sua foi fantástica, teve até
montanha russa! Nada de pobreza!
SAMANTHA: - Nossa Helena...
HELENA: - Nossa por quê? Se tem dinheiro, tem
mais é que mostrar! Quem não tem, que se vire! Eu é que não vou ficar me
escondendo no meu luxo todo, pensando nos outros, com a mente pequena.
MATHEUS: - Bom, o papo estava muito bom até
então...
HELENA: - Eu não consigo entender por quê que
vocês ficam defendendo as pessoas, como vocês dizem, humildes... Humildade não
leva ninguém a lugar nenhum! Não enche barriga nem dá lençóis de ceda! Acordem
para a vida, ainda mais vocês, que são jovens!
SAMANTHA: - Eu vou pra piscina.
MATHEUS: - E eu vou pro meu quarto, organizar
meu computador.
Samantha e Matheus saem e Helena
fica na sala.
HELENA: - Coitados... Acham que vão ganhar o
mundo assim, pensando nos pobres... Pobres não! Nos humildes... (riso
debochado)
CENA
17. CENTRO DA CIDADE. AVENIDA MOVIMENTADA. EXT. DIA.
Felipe sai de dentro de um banco
com uma maleta e caminha em direção a um ponto de táxi próximo, que fica na
quadra ao lado. Ao chegar na esquina para atravessar a avenida, Felipe esbarra
em Sérgio.
FELIPE (sem perceber quem é a pessoa /
cuidando a maleta): - Ei, não olha por onde anda?
SÉRGIO: - Felipe!
Felipe fica surpreso ao rever
Sérgio.
CENA
18. EXTERNAS PRAIA REAL. DIA./ CASA SÔNIA. QUARTO. INT. DIA.
Imagens da beira da praia
mescladas com imagens da cidade. Corta para casa de Sônia, Adriano entra em seu
quarto e encontra Sônia organizando algumas roupas.
ADRIANO: - Olá meu amor! (beijando Sônia)
SÔNIA: - Oi querido! Como foi o dia? Nem nos
vimos, hoje, não é?
ADRIANO: - Pois é, foi um dia corrido, viu?
Passei quase a manhã toda conversando o Diogo, falando sobre o espaço do
resort... Vai ficar muito bom, bem como eu planejei.
SôNIA: - Que bom!
ADRIANO: - Ah, ele também entregou isso aqui pra
gente.
Adriano entrega para Sônia o
convite da reinauguração da companhia de navegação de Henrique.
ADRIANO: - É o convite para irmos na
reinauguração da companhia de navegação do Henrique. E ele faz questão da nossa
presença lá.
SÔNIA: - É mesmo?
ADRIANO: - O próprio Diogo que disse. E nós
vamos, não é? Eu já avisei o Diogo para confirmar a nossa presença.
SÔNIA: - Mas Adriano! Eu nem tenho roupa pra
ir nessa festa...
ADRIANO: - Deixa de ser boba, Sônia! Eu te
dou dinheiro e você compra um vestido bem lindo, assim como você, está bom?
SÔNIA: - Tudo bem.
ADRIANO (indo para o banheiro): - Além do
mais, é bom a gente ir nessa festa, será um bom local para mim ampliar meus
contatos.
Sônia fica a olhar o convite de
Henrique.
CENA
19. (FLASHBACK). CALÇADÃO PRAIA REAL. EXT. DIA.
Imagens da beira da praia ao
entardecer, mais de vinte anos atrás. Sônia e Henrique conversam. Ele entrega
para ela uma carta.
SÔNIA: - O que é isso?
HENRIQUE: - É a minha carta de admissão. Eu
passei no teste, meu amor! Eu vou para São Paulo trabalhar na empresa!
Os dois se abraçam fortemente.
Aos poucos, o sorriso do rosto de Sônia vai se fechando.
HENRIQUE:- O que foi, meu amor?
SÔNIA: - E como fica nós dois, Henrique?
HENRIQUE: - É tudo uma questão de tempo. Eu
vou pra lá, e depois de uma, duas semanas, eu volto para te buscar.
SÔNIA: - Você faz isso mesmo?
HENRIQUE: - Claro Sônia! Eu te amo!
Os dois se beijam
apaixonadamente.
CENA
20. (VOLTA AOS DIAS ATUAIS). CASA SÔNIA. QUARTO. INT. DIA.
Sônia olha o convite de Henrique,
enquanto Adriano a chama na porta do banheiro.
ADRIANO: - Sônia! Sônia!
SÔNIA: - Desculpa, meu bem! O que quer?
ADRIANO: - Pode me trazer a toalha do
armário, por favor?
SÔNIA: - Claro, já estou levando aí.
Sônia atira o convite em cima da
cama e vai atender Adriano.
CENA
21. CENTRO DA CIDADE. AVENIDA MOVIMENTADA. EXT. DIA.
Felipe fica perplexo ao ver
Sérgio.
FELIPE: - Você? Eu não posso acreditar!
SÉRGIO: - Parece que seus capangas não
fizeram o serviço direito, meu filho.
FELIPE: - Eu não sou seu filho. Não tenho
pai. Meu pai morreu.
SÉRGIO: - Eu ainda estou vivo.
FELIPE: - Vamos ver por quanto tempo...
SÉRGIO: - Por que isso, Felipe? Por que isso
comigo?
FELIPE: - Me deixa em paz!... Senão eu mesmo
dou um jeito em você.
Felipe atravessa a avenida rapidamente
e entra num táxi. Sérgio fica a observá-lo.
CENA
22. TRANSIÇÃO DO TEMPO. EXTERNAS PRAIA REAL. ANOITECER. / RESTAURANTE MARESIA.
SALÃO. INT. NOITE.
Imagens da cidade ao anoitecer.
Corta para o Restaurante Maresia, onde o movimento de clientes continua grande.
Enquanto serve uma mesa, Rúbia sente-se mal e deixa cair os pratos no chão.
Alice e Brenda vão ajudá-la.
BRENDA: - O que houve, Rúbia?
RÚBIA: - Não sei, de repente, me deu uma
tontura, um enjôo... Acho que vou até o banheiro.
ALICE: - Eu te acompanho. Vamos.
RÚBIA: - Não precisa, eu vou sozinha.
Continua atendo aqui.
Rúbia vão para o banheiro do
restaurante.
CENA
23. RESTAURANTE MARESIA. BANHO FEM. INT. NOITE.
Rúbia sai do box das privadas e
para em frente a pia. Ela lava a boca, o rosto e fica a se olhar no espelho.
Aos poucos, ela abre um pequeno sorriso e posiciona as mãos sobre a barriga.
RÚBIA: - Estou grávida!
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