A Batalha
Fomos até a sala do diretor, onde
estava o bispo Saul olhando pela janela, com seu cajado na mão. O mestre nos
deixou a sós com ele:
- Olá meus jovens! - falou ele ainda
olhando a paisagem- Dia lindo esse!
- Sim, bispo! - falei um pouco acanhada
- Sentem-se! - disse ele andando até a
poltrona do mestre Antonio. Nos sentamos- Eu vim até aqui porque recebi um
recado do filho de Dumber, o santo Lucas!
- E é para todos nós? - perguntou
Miguel- Eu pensei que eu e Rafael fossemos...
- Pecadores? - o indagou- Claro que
não! Vocês fazem parte dos planos de Dumber! Só ele pode julgar! O santo disse
que o amor verdadeiro entre o mesmo sexo existe sim e que não existe pecado
onde há o amor, meus filhos. A discriminação é um crime contra a sociedade! Dumber
os criou assim para um proposito e quem somos nós para abolir isso? Mas não foi
só de vocês que eu vim falar, vim passar um recado do mais alto!
- O senhor já viu eles? - perguntou
Leticia admirada
- Claro! E foi lindo! Só os vi uma
única vez! Agora, bem, agora, só os ouço e obedeço! Sou sacerdote de Dumber e o
bispo da igreja dEle, por isso sou a única pessoa viva que já o viu e
escuta-os!
- Interessante! - falou Marcos também
admirado
- Lucas pediu para dizer que vocês
estão no caminho certo, vocês não devem desanimar e que na luta eles estarão do
lado de todos. Ele é o senhor dos que guerreia a favor da luz! O santo também
mandou dizer que o que tiver que acontecer irá acontecer, pois Dumber já
escreveu tudo! E para Lucia ouvir o seu coração e deixar que o amor fale mais
alto! Pediu também para Amanda não deixar que o orgulho atrapalhe sua
sabedoria! E ele disse que o verdadeiro amor prevaleça acima da falsidade, que
Miguel e Rafael lutem pela igualdade social!
Naquele momento eu e todos estavam com
os olhos molhados de lagrimas. Estávamos felizes por saber que o santo Lucas
estava a nosso favor. Aquela era a maior prova de que tudo que estávamos
fazendo era certo.
- Agora, preciso ir! - falou ele indo
em direção a janela- Peçam para o mestre ir com vocês! Não vão sós! - assim que
terminou de falar, ele levantou seu cajado no alto e girou-o sentido horário
desparecendo.
Era cinco da tarde, estava eu, Leticia,
Amanda, Alana, Marcos, Rafael e Miguel no salão triunfal do castelo, nossas
varinhas estavam na mão. O mestre abriu a porta do salão e entrou, atrás dele
veio sacis, curupiras, mapiguaris, o negrinho do pastoreiro, sentauros,
ceifadores, Almans, unicornios, Estron, pegasus e os professores:
- Vocês- falou o diretor, apontando
para nós- Vão na frente! Esse guerra é de vocês! - olhamos um para o outro, eu
estava na frente do grupo, seguindo de Amanda, Miguel, Rafael, Marcos, Alana e
Leticia. Vi meu padrasto junto com os professores. O mestre estralou os dedos e
vassouras apareceu ao nosso lado. - Quando estiverem prontos!
Acenei com a cabeça e todos nós saímos
voando, alguns animais correndo, do salão triunfal. O vento em meu rosto me deu
a sensação de liberdade. Eu estava sempre na frente, o sol estava se pondo. Uma
coluna de fogo foi vista no céu, era como se Dumber quisesse que lutássemos,
quisesse que matássemos o conde Drácula.
Depois de mais ou menos meia hora
voando, avistei a ponta do castelo. Passamos pela floresta negra onde fadas,
botos, lobsomens juntaram-se a nós.
Avistei Hades na frente do castelo. Nós
que estávamos voando, descemos. Fui até Hades que estava sorrindo para mim, era
a primeira vez que eu via seu sorriso, ele me fascinava. Seus olhos penetravam
o meu e me deixava tonta, mesmo no meio de uma pré-guerra, eu só tinha olhos
para Hades:
- Papai está dormindo! - falou ele-
Precisamos montar guarda, caso precise, eu recomendo que os que sabem voar
fiquem no céu olhando de cima!
- Miguel e Rafael fiquem na porta do
castelo- continuou o mestre- Lucia, Amanda e eu iremos entrar junto com o Xamã
e o Hades! Os outros se espalhem. Assim que conseguirmos soltar as fadas e
Erika, irei soltar um jato de Luz para o alto e vocês invadem o castelo!
- M-mas vocês vão matar papai? -
perguntou Hades
- Precisamos! - falei pegando na mão
dele
- Eu prefiro não ver! - falou ele, era
a primeira vez que Hades demonstrava sentimento perto de mim. Seus olhos
estavam cheios de lagrimas- Mas eu entendo! Só não façam nada com Alice, minha
irmã!
- Chega de papo e vamos! - falou Xamã
indo em direção a porta do castelo
Entramos no saguão do castelo que
estava todo iluminado por velas e caveiras de fogo flutuantes, onde eu já
conhecia, subimos as escadas. Minha mãe estava no lado leste do castelo, na
ultima masmorra.
- Como faremos para passar pelos
capelobos? - perguntei
- Eu vou manda-los sair dali, eles me
obedecem! - falou Hades, subindo as escadas. - Esperem ai!
Ele foi até eles, nos escondemos atrás
de uma pilastra:
- Vocês! Estão dispensados! - ouvimos
ele dizer
- Mas, mestre! - retrucou um deles
- Não me desobedeçam! Deixem que eu
cuido dela! Agora vão! - vimos eles passarem por nós, sem entender a atitude de
Hades.
Fomos até ele. Hades abriu a porta da
prisão e minha mãe saiu de dentro. Eu a abracei fortemente
- Filha! Eu disse que não era para vir
se arriscar por mim! - falou ela
- Vamos logo! - disse Xamã- Não temos
tempo para melação agora! Agradeçam depois!
Corremos até uma outra jaula onde havia
fadas presas. O mestre Antonio apontou sua varinha e a jaula de abriu. As fadas
todas saíram voando em direção a janela.
O mestre foi até a janela e apontou sua
varinha para o céu, de lá saiu um facho de luz. Neste momento ouvimos um grito
de guerra vindo de fora do castelo. Olhei para Hades que parecia mais triste que
o normal:
- Me perdoa Hades? - falei para ele,
meu coração doida ao ver ele assim
- Não tem o que perdoar Lucia! Vocês
estão fazendo o que é melhor para todos!
Saímos da masmorras, sem ao menos olhar
para trás. Invadimos o quarto do conde Drácula. Estava tudo escuro, o mestre
acendeu as velas dizendo: Acendam-se.
O caixão de Lúcifer estava vazio.
Naquele momento nos assustamos:
- Cadê ele? - perguntou Amanda
- Procurando por mim? - ouvimos uma voz
vindo de cima de nós. Olhamos. Ele estava sentado em uma das vigas se madeira.
- O que devo as honras de tê-los todos nos meus aposentos? - ele olha para
Hades- E você, Hades, o que faz ai?
- Desça, Lúcifer! - falou o diretor
- Olha quem está ai, se não é o mestre
de Magiscovs! - o conde deu um salto e veio andando em nossa direção- O que
veio fazer aqui na minha humilde residência? - ele estava irônico
- Você sabe que seus dias de reinado
acabou! - falou o mestre ficando frente à frente com Lúcifer
- Acabou? Eu achei que só estava começando!
- o conde estava com ódio, dava para ver em seus olhos- Você não sabe a honra
que me dá está cara a cara com o maldito que causou a condenação de todos nós,
vampiros! Você não sabe o prazer que me dá saber que serei eu o seu assassino!
- ele ria friamente.
- Lúcifer, você sabe que não sou eu o
culpado pela condenação de vocês! Sabe que cumpri apenas o que Dumber disse!
- Dumber, sempre Dumber! Que deus é
esse que não faz o serviço, que manda mensageiros? Você acredita mesmo no que
Saul diz sobre esse deus?
- Seu pai mesmo viu Dumber, seu pai foi
criação de Dumber! Não negue aquele que te deu a vida, Conde! - o mestre
segurava sua varinha em posição de defesa
- Mas Dumber se arrependeu de ter feito
os alternativos que vive do lado esquerdo da floresta negra! - ele demonstrava
rancor por Dumber. Neste momento ele olhou para Hades- Você! Por que está do
lado deles? Não me diga que ajudou os queridos de Dumber a entrar no castelo!
Sabia que você era como sua mãe! Sabia que você era fraco! Mas não tem problema,
Hades, você também vai morrer junto com eles!
Neste momento, o quarto foi invadido
por ceifadores e Almans, que pararam atrás de nós, esperando uma ordem para
poderem atacar.
- Lúcifer, arrependa-se do que você
fez! O seu fim não precisa ser esse! Você não precisa ter o destino do seu pai!
Acabe logo com isso e junte-se a nós! - falou o mestre. ele abaixou a varinha-
Olha, eu abaixei até a minha varinha para te mostrar que quero que você venha
para o nosso lado! - o ódio de Lúcifer ficava cada vez maior com o discurso do
mestre Antonio
- Seu velho idiota, da voz fina, pensa
que eu vou cair no seu papinho? Eu prefiro morrer do que me entregar a Dumber!
-ele levantou o dedo em direção ao mestre e disse- Morra!
Aquela cena ficará registrada em minha
mente para sempre! O mestre Antonio caiu no chão. Ele morreu com apenas o
levantar de dedo de Lúcifer.
Corri até o mestre caido no chão.
Ceifadores e Almans voaram em cima do Conde Drácula.
O conde tentou escapar, mas foi pego
por um dos Almans, que começaram a sugar sua alma, seus poderes. Até que
explodiu...
Amanda, mamãe, Hade, Xamã e eu, demos
as mãos e seguramos o corpo do mestre Antonio. Nos transportamos para fora do
castelo.
Ao chegar na frente do castelo, Xamã segurou o corpo do mestre no colo. Eu
estava chorando muito, minha mãe tentava me consolar. Hades me abraçava
fortemente, aquele momento eu me sentia protegida de tudo.
Amanda levantou sua varinha e deixou um
facho de luz sair dela, o que indicava que era a hora de todos recuarem. Dentro
do castelo, os nossos alternativos lutavam contra vampiros e Monstros ou
animais alternativos do mal.
Naquele momento, todos os nossos se
retiraram indo ao nosso encontro. Quando vovó veio de dentro do castelo e viu o
diretor morto no colo de Xamã, ela gritou muito alto e chorou. Os professores
tiveram que segura-la para que ela não caisse no chão.
- Antonio não pode está morto! NÃO
AGORA! - gritou ela
- Calma dona Sonia! Calma! - dizia a
professora Maria Batista que a segurava no braço esquerdo. O rosto da
professora apresentava um corte.
- Calma? Como posso ter calma com uma
coisa dessas?! - minha avó estava descontrolada.
- Vamos! - disse o meu padrasto-
Precisamos sair daqui antes que as forças das trevas nos ataquem!
Voltamos para Magiscovs de vassoura. O
mestre foi levado por Xamã que estava montado em um unicórnio.
Aquela foi uma das noites mais tristes
que eu já tinha passado em toda a minha vida. Ver o mestre morto foi uma dor
que matou um poquinho de todos nós.
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