sábado, 16 de maio de 2015

Capítulo 9: Mar da vida

Personagens deste capítulo


Adriano
Alberto
Alice
Brenda
César
Cristina
Felipe
Fredy
Guto
Joaquim
Lílian
Matheus
Matilde
Olga
Patrícia
Ricardo
Rogério
Rúbia
Sabrina
Sérgio
Sônia
Tânia
Vera



Participação Especial
Médico, Mendigo Líder, Dr. Bertolini,







CENA 01. BEIRA DA PRAIA. DUNAS. EXT. NOITE.

Continuação do capítulo anterior. Brenda contesta os dizeres de Guto.

BRENDA: - Você está louco, Guto! Nunca! Eu sempre desejo e sempre desejarei o melhor para a Rúbia! Eu nunca que iria invejar ela, nunca! Disso você pode ter certeza.
GUTO: - A única certeza que eu tenho é que esse César só quer brincar com você.
BRENDA: - Não Guto. Eu vejo nos olhos dele que ele fala a verdade, quando diz que gosta de mim.
GUTO: - Então por que ele não deixou a Rúbia? Por que ele não está aqui com você?

Brenda e Guto ficam a se olhar.

GUTO (acariciando o rosto de Brenda): - Brenda, você não merece esse sofrimento, essa angústia. Goste de quem goste de você, quem tem amor pra te dar, pra te fazer feliz. Alguém que não te faça sofrer...

Brenda olha fixamente para Guto, que se aproxima ainda mais da moça e continua a declaração.

GUTO: - E eu acredito que esse alguém sou eu.

Guto se aproxima para beijar Brenda. Quando os dois estão próximos a se beijar, Brenda se esquiva.

BRENDA: - Eu não posso Guto, não posso!

Brenda sai correndo e Guto fica a observá-la.

GUTO: - Você ainda vai ser minha, Brenda...

CENA 02. CASA PETRÔNIO. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Petrônio, Helena, Matheus e Samantha estão jantando.

PETRÔNIO: - Você nem tocou na comida, Matheus.
SAMANTHA: - Está com algum problema?
HELENA (à Samantha): - Eu agradeço a preocupação com meu filho, mas pode deixar que os problemas dele eu mesma resolvo.
MATHEUS: - Os meus problemas só poderão ser resolvidos por mim e mais ninguém.
PETRÔNIO: - Claro meu filho, você tem toda razão.
HELENA: - Mas mesmo assim eu vou ajudá-lo... Aposto que é problema amoroso.
MATHEUS: - Nada a ver, mãe!
HELENA: - Nada a ver? Mas não me sai da cabeça que provavelmente aquela atiradinha que veio devolver a sua carteira te fez de bobo. Ou então você viu ela com outro garoto rico, porque essas vadias da praianha não perdem tempo...
MATHEUS (se levantando da mesa): - Eu vou para o meu quarto.
HELENA: - Matheus, volte aqui! Você não terminou seu jantar!

Matheus sai sem dar ouvidos para Helena.

PETRÔNIO: Você com seu pensamento frio, tira o apetite de qualquer pessoa, Helena.

Petrônio se levanta e sai da mesa, acompanhado de Samantha. Helena fica sozinha na mesa de jantar.

CENA 03. CENTRO DA CIDADE. FRENTE PRÉDIO ANTIGO. EXT. NOITE.

Felipe desembarca em frente a um prédio antigo. Mais uma vez, ele vigia para que ninguém o perceba.

CENA 04. APTO ROGÉRIO. SALA. INT. NOITE.

Felipe está sentado em uma mesa, à meia-luz, conversando com Rogério.

FELIPE: - Eu não quero furos, rapaz! Faça tudo isso bem direitinho, está ouvindo?
ROGÉRIO: - Calma, playboy! Tu ta falando com um profissional no ramo!
FELIPE: - Ninguém pode saber que parte do dinheiro que vai entrar na conta da empresa vai parar na minha conta do exterior.
ROGÉRIO: - É muito dinheiro?
FELIPE: - Pra começar, uns 2 milhões de dólares.
ROGÉRIO: - Boa transação... Mas como tu vai fazer pra ninguém desconfiar?
FELIPE: - Coloco a culpa em qualquer um dos empregados. Todo mundo vai acreditar e pronto, tudo limpo. (bebendo um copo de wiski).

Rogério e Felipe ficam a se olhar.




CENA 05. APTO VERA. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Vera fica ansiosa sentada no sofá, a espera de Leandro, que demora a chegar em casa.

CENA 06. BEIRA DA PRAIA. EXT. NOITE.

Lílian volta para casa, quando flagra alguns barcos ilegais pescando na praia. Ela resolve fotografar com a cena com a câmera de seu celular. Enquanto tira fotos, ela nem percebe que um pescador se aproxima dela.

PESCADOR: - O que você está fazendo aí garota?
LÍLIAN (assustada): - Estou registrando esses flagras de pesca ilegal. Isso que vocês estão fazendo é crime, sabia?
PESCADOR: - Você é muito esperta, garota! Não tem crime nenhum aí...
LÍLIAN: - Claro que tem! Essa parte da praia é uma reserva ambiental, é proibida qualquer atividade de pesca ou caça de animais.
PESCADOR: - Oh, uma defensora da natureza!
LÍLIAN: - Não brinque meu senhor! A polícia já foi notificada uma vez e eu agora farei isso novamente.
PESCADOR: - Ah, não vai não!

O pescador tenta agarrar Lílian, que consegue se desvencilhar e foge correndo.

PESCADOR: - Esses vermes do projeto ambiental! Só dão trabalho!




CENA 07. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Tânia, Alberto e Marina estão na sala, quando a campainha toca. Olga vai atender e recepciona Rúbia, que se encontra muito bem vestida. César que nesse instante vem descendo as escadas, se impressiona com a beleza da moça.

CÉSAR: - Você está linda!
RÚBIA: - Obrigada! Você também, está um gato, meu amor! Lindo como sempre!

César pega a moça pela mão e a leva para o centro da sala.

CÉSAR: - Pessoal, essa é a Rúbia, minha namorada.

Alberto e Marina ficam a observar a beleza de Rúbia, enquanto Tânia olha um tanto esnobe.

CENA 08. CASA BRENDA. SALA. INT. NOITE.

Matilde, Joaquim e Alice estão jantando. Brenda entra em casa rapidamente.

MATILDE: - Brenda, querida, não vai jantar com a gente?
BRENDA: - Não, vovó... Estou com um pouco de dor de cabeça. Vou pro quarto, depois mais tarde eu como alguma coisa.

Brenda vai para seu quarto. Nesse instante, Guto chega em casa.

MATILDE: - Guto, senta, janta com a gente.
GUTO (sentando à mesa): - Claro, dona Matilde!... E a Brenda?
ALICE: - Entrou, foi direto para o quarto.
MATILDE (servindo o prato de Guto): - Disse que estava com um pouco de dor de cabeça. Depois eu faço um lanchinho bem gostoso para ela.
JOAQUIM: - A Brenda anda um pouco estranha depois que a Rúbia começou a namorar... (à alice e Guto) Vocês estão sabendo de alguma coisa?
ALICE: - Não sei de nada não, seu Joaquim.
GUTO: - Eu também não sei.
MATILDE: - Deixa a menina, Joaquim. Coisa da idade, gente jovem...

Os quatro seguem o jantar.

CENA 09. CASA BRENDA. QUARTO BRENDA. INT. NOITE.

Brenda está deitada em sua cama, abraçada em um travesseiro, chorando. Ela lembra de seu encontro com César. Após, lembra de Rúbia dizendo que ama o rapaz.

CENA 10. CASA ALBERTO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Rúbia é apresentada aos familiares do rapaz.

ALBERTO (cumprimentando Rúbia): - Seja bem-vinda em nossa casa, Rúbia!
CÉSAR: - Essa é minha irmã, Marina, que chegou da Noruega.
MARINA: - Muito prazer, Rúbia e espero que você goste do jantar, porque foi eu mesma quem preparou! (risos)
TÂNIA: - Com certeza ela vai gostar... Marina tem uma mão de ouro!... Eu sou Tânia, mãe do César. Muito prazer!
RÚBIA: - Muito prazer, dona Tânia.
TÂNIA: - Dona não, minha querida, por favor! Assim pareço mais velha... Deixe o dona para os empregados. Me chame só de Tânia.
RÚBIA: - Tudo bem, Tânia!
TÂNIA: - Mas olhando assim você... Eu não me recordo de ter te visto em alguma coluna social...
CÉSAR: - Mamãe, por favor!... E Felipe, onde está?
ALBERTO: - Ele teve que resolver algumas pendências do apartamento dele, não poderá estar no jantar...
TÂNIA: - Estranho, né? Resolver questões a essa hora...
ALBERTO: - Bem, vamos ao jantar? Estou morrendo de vontade de provar a comida da minha filha! Após o jantar a gente conversa mais.
CÉSAR: - Isso mesmo papai.

Todos se dirigem à sala de jantar.

CENA 11. CASA SÔNIA. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Sônia e Adriano estão jantando.

ADRIANO: - É um belo imóvel, não é?
SÔNIA: - É sim, uma bela casa.
ADRIANO: - O Diego conhece bem o gosto dos clientes dele e não hesitou em pegar essa casa para nós.
SÔNIA: - Ele tem muito bom gosto.
ADRIANO: - Mas eu vejo que você não está são contente... Está com a aparência triste, cabeça longe... Aconteceu alguma coisa?
SÔNIA (acariciando o rosto de Adriano): - É impressão sua, querido. Não tem nada não.
ADRIANO: - Tem certeza?
SÔNIA: - Absoluta. É cansaço da viagem.
ADRIANO: - Bom, já que é isso, pode deixar que a louça do jantar eu lavo.

Adriano beija Sônia.

CENA 12. APTO VERA. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Leandro chega em casa e encontra Vera dormindo no sofá. Ele se aproxima dela e a chama, mas ela não acorda. Sabrina entra no local.

SABRINA: - Oi pai, to saindo com a galera.
LEANDRO: - O que houve com a sua mãe? Por que ela ta deitada aqui na sala?
SABRINA: - Cansou de te esperar, né pai? Ela tava toda ansiosa, querendo falar com você... bom, to saindo!
LEANDRO: - Cuidado em menina! E não volta muito tarde!

Sabrina sai. Leandro pega Vera no colo e a leva para o quarto.

CENA 13. CASA HENRIQUE. QUARTO HENRIQUE. INT. NOITE.

Henrique e Silvana conversam deitados na cama.

SILVANA: - Estou adorando tudo isso.
HENRIQUE: - Tudo isso o quê?
SILVANA: - Isso tudo, essa cidade, essa nossa vida... Desde que eu te conheci, só coisas boas aconteceram para mim....
HENRIQUE: - Sabe que eu lembro desde dia em que a gente se conheceu até hoje?
SILVANA: - Ah não brinca Henrique!
HENRIQUE: - É sério!... Uma mega festa em São Paulo, lembra? Inauguração da loja de uma amiga sua, a Beth...
SILVANA: - E você foi com o Rafael, que era amigo da Beth, né?
HENRIQUE: - Você também não esqueceu!
SILVANA: - Como é que eu poderia esquecer? Eu estava com umas amigas e você chegou e me convidou pra dançar. Depois daquele momento...

Os dois se olham.

SILVANA: - Eu te amo, Henrique!
HENRIQUE: - Eu também te amo, Silvana.
SILVANA: - Mas eu não quero só falar da boca para fora. Eu quero te provar o meu amor!
HENRIQUE: - Como assim?
SILVANA: - Eu quero te dar um filho, Henrique!
HENRIQUE: - Tem certeza, não acha tudo tão rápido?
SILVANA: - Não, meu amor! O momento certo é esse! E só depende de nós e do nosso amor!

Os dois se beijam e rolam sobre a cama.

CENA 14. CASA PETRÔNIO. JARDIM. EXT. NOITE.

Na casa de Petrônio, Helena caminha sozinha pelo jardim, quando passa em frente ao quarto de Bento. Ela pensa em seguir o passeio, mas fica curiosa em saber o que ele está fazendo. Ela se aproxima e observa a janela do banheiro aberta e o local com a luz acesa. Helena espia pela janela do banheiro e vê Bento tomando banho. Ela fica a observar o rapaz e quando sente que ele vai sair, ela vai rapidamente para dentro de casa.



CENA 15. APTO ROGÉRIO. SALA. INT. NOITE.

Felipe se despede de Rogério.

FELIPE: - Estamos acertados então. Assim que você fizer o combinado, o dinheiro chega na tua mão.
ROGÉRIO: - Pode confiar.
FELIPE (estendendo a mão à Rogério): - Boa noite.

Rogério cumprimenta Felipe, porém, segura firme a mão do rapaz. Felipe olha fixamente para Rogério e percebe um olhar malicioso no bandido. Felipe solta a mão de Rogério e vai embora às pressas, surpreso com a atitude de Rogério.

CENA 16. CASA ALBERTO. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Alberto, Tânia, César, Maria e Rúbia estão sentados à mesa para apreciar o prato preparado por Marina. Olga traz o prato, sob os olhares maléficos de Tânia. Todos se servem e Tânia é a primeira a experimentar.

TÂNIA: - O que é isso Marina?! Alguma brincadeira de mal gosto?! (bebendo água)
ALBERTO (surpreso): - O que houve Tânia?
TÂNIA: - Essa comida! Está péssima!

Alberto prova e cospe a comida.

ALBERTO: - Está horrível! Marina! O que foi que você fez?!
MARINA (surpresa/aflita): - Mas está tão ruim assim?
ALBERTO: - Essa sua comida norueguesa é puro sal, pimenta e vinagre!
MARINA: - Mas não pode ser, tem alguma coisa errada nisso...
TÂNIA: - Claro que tem! A sua receita! Eu não sei onde estava com a cabeça quando deixei você cozinhar! Olha o que você fez, estragou o jantar!
CÉSAR: - Calma, mamãe!
MARINA: - Eu não fiz isso! A Olga provou, estava tudo certo!
TÂNIA: - Então vocês estão precisando melhorar o paladar de vocês, pois isto aqui está horrível, uma verdadeira porcaria!... Desculpe Rúbia, minha querida, você não tem nada a ver com isso...
RÚBIA: - Tudo bem, não se preocupe comigo.
TÂNIA: - Vamos Alberto, vamos subir, tomar um banho e relaxar. Cuidado com a pressão!

Tânia e Alberto saem.

MARINA (cabisbaixa): - Eu também vou subir... Desculpa César, eu não queria...
CÉSAR: - Não se preocupa, Marina. Acidentes acontecem...

Marina sai da sala. Ficam só César e Rúbia.

CÉSAR: - É, depois de toda essa história... Ta afim de uma pizza?
RÚBIA: Não, não... Não estou com muita fome. Eu quero mesmo é curtir você, nós dois...

Os dois se beijam na sala e César.

CENA 17. CASA ALBERTO. QUARTO CÉSAR. INT. NOITE.

César e Rúbia, aos beijos, caem sobre a cama e começam a se despir. César e Rúbia transam.

CENA 18. DELEGACIA. SALA DELEGADO. INT. NOITE.

Sério é interrogado pelo delegado.

DELEGADO: - Fazendo baderna na rua e ainda desacatando ordens do policial?
SÉRGIO: - Eu não fiz nada, seu delegado! Eu apenas tropecei e caí nas mesas!
DELEGADO: - Bêbado?
SÉRGIO: - Nem bêbado e nem drogado!
DELEGADO: - Tudo bem senhor... Eu só vou precisar então dos teus documentos.
SÉRGIO: - Eu não tenho documentos não, seu delegado. Foram roubados.

O delegado olha para Sérgio, pensando em qual providência tomar.

DELEGADO: - Pois bem, você vai então ter que passar a noite aqui. Amanhã veremos o que vamos fazer com você.

O delegado chama o carcereiro para levar Sérgio à cela.

CENA 19. DELEGACIA. CARCEIRAGEM. INT. NOITE.

O carcereiro abre uma cela suja e úmida e empurra Sérgio para dentro do local. Sérgio olha desolado o local, segura-se nas grades e escora a cabeça, tristemente.




CENA 20. TRANSIÇÃO DO TEMPO. EXTERNAS PRAIA REAL. AMANHECER. / CASA ALBERTO. COZINHA. INT. DIA.

Imagens do amanhecer. Gaivotas voando pela praia, o sol nascendo no horizonte. O dia começa a clarear, iluminando a cidade de Praia Real. Corta para casa de Alberto. Olga está na cozinha quando Tânia entra no local.

TÂNIA: - Criada, prepare um bom café da manhã para mim e leve até o meu quarto. Aquela palhaçada da Marina me deixou com dor de cabeça e creio que isso seja fome...
OLGA: - Eu levo sim, mas antes a senhora vai ter que me responder uma pergunta.
TÂNIA: - Anda logo porque eu não estou com paciência.
OLGA (encarando Tânia): - Foi você quem estragou a comida da Marina, não foi?

Tânia fica encarando Olga.

OLGA: - Então, dona Tânia, não vai me responder?
TÂNIA: - Que palhaçada é essa, Olga? Claro que não fiz nada! A Marina fez o que fez por incompetência!
OLGA: - Mas eu provei o molho e estava tudo certo... Você não me engana Tânia! É você a culpada!
TÂNIA (se aproximando de Olga): - Dona Tânia pra você! E pare de se meter na minha vida, Olga! Você não vai ganhar nada com isso!
OLGA: - E você vai ganhar muita coisa, passando por cima dos outros para satisfazer seus caprichos?
TÂNIA: - Você está muito abusada, criada! É bom você se colocar no seu lugar, senão...
OLGA (pegando no braço de Tânia): - Senão o quê?

As duas se encaram ferozmente.

TÂNIA: - Senão eu vou ter que tomar sérias atitudes, severas mesmo, para que você saiba realmente com quem está mexendo.

Tânia se solta de Olga.

TÂNIA: - Agora prepara o meu café e rápido, que eu estarei te esperando no quarto.

Tânia se vira para sair, mas retorna.

TÂNIA: - E não vá colocar veneno em nada, porque se eu morrer, eu volto pra te infernizar, igualzinho como você está fazendo comigo!

Tânia sai e Olga fica na cozinha, expressando indignação.

CENA 21. CASA SÔNIA. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Sônia e Adriano tomam café da manhã.

ADRIANO: - Está tudo uma delícia!
SÔNIA: - Pãozinho fresquinho!
ADRIANO: - A noite foi boa, dormi como um anjo! O ar de Praia Real é fantástico!
SÔNIA: - É uma beleza mesmo...

O celular de Adriano toca. Ele se levanta da mesa e atende.

ADRIANO: - Alô?
(T)
ADRIANO: - Fala Diogo, tudo bem?
(T)
ADRIANO: - Diga, pode dizer...
(T)
ADRIANO: - Jantar hoje, na casa desses seus amigos?
(T)
ADRIANO: - Tudo bem, nós vamos sim. Que horas?
(T)
ADRIANO: - Combinado então. Abraço!

Adriano volta para a mesa.

SÔNIA: - Quem era?
ADRIANO: - Era o Diogo, nos convidando para um jantar na casa de um casal de amigos dele.
SÔNIA: - Hum, e quando será esse jantar?
ADRIANO: - Hoje à noite. E eu já confirmei a nossa presença.
SÔNIA: - Ai amor! E eu nem vi uma roupa nova pra colocar....
ADRIANO: - Querida, qualquer coisa que você usar, ficará linda... Como sempre!
SÔNIA: - Adoro quando você me elogia!... Depois vou dar uma volta pelo calçadão, aproveitar o dia lindo.
ADRIANO: - Posso te fazer companhia?
SÔNIA: - Claro, meu amor!

Os dois se beijam e seguem tomando café.

CENA 22. APTO VERA. QUARTO VERA. INT. DIA.

Leandro acorda Vera com delicioso café na cama.

LEANDRO (colocando a bandeja na cama): - Bom dia meu amor!
VERA (acordando/surpresa): - Bom dia querido... Nossa, que lindo Leandro! Faz muito tempo que eu não tomava café na cama...
LEANDRO: - Fazia tempo mesmo, mas você merece um belo café da manhã todos os dias.
VERA: - Eu te amo!
LEANDRO: - Eu também te amo. Mais que tudo nesse mundo!

Os dois se beijam.

VERA: - Leandro, quem sabe então, para celebrar o nosso amor, a gente não faz uma pequena viagem?
LEANDRO: - Viagem? Agora fica ruim Vera irmos para a Europa e...
VERA: - Não, não... Vamos para Petrópolis.
LEANDRO: - Petrópolis?
VERA: - Sim, só nós dois, você e eu... Um final de semana só pra gente. O que você acha?

Leandro fica pensativo.

VERA (ansiosa): - Vamos Leandro?! Tem lugar mais romântico na serra do que os hotéis de Petrópolis?
LEANDRO: Tem razão. Vamos sim! Hoje mesmo eu ligo para o hotel e reservo nossa estadia.

Vera beija Leandro apaixonadamente.

LEANDRO: - Agora tome seu café! Eu que fiz tudo!
VERA: - Hum! Então deve estar delicioso!




CENA 23. CASA BRENDA. QUARTO BRENDA. INT. DIA.

Alice vai até o quarto de Brenda conversar com a amiga.

ALICE (abrindo a porta): - Posso entrar?
BRENDA (sentada sobre a cama): - Claro Alice, entre.

Alice entra e senta na cama.

ALICE: - O que houve Brenda? Ultimamente você tem estado um pouco estranha, diferente... Até seu avô notou isso ontem. Você não quer me contar o que está acontecendo?
BRENDA: - Ai Alice! Você uma grande amiga, quase uma irmã para mim!... Tem sim uma coisa acontecendo e eu preciso falar.
ALICE: - Então me conte!
BRENDA: - Eu estou apaixonada. Estou perdidamente apaixonada por um cara.
ALICE: - Sim Brenda, mas o que tem de mais nisso?
BRENDA: - Esse cara é o César.

Alice olha surpresa para Brenda.

CENA 24. CASA VIRGÍNIA. BANHEIRO. INT. DIA.

Virgínia está se preparando para tomar banho. Ela entra no box e liga o chuveiro.

VIRGÍNIA (desanimada): - Água fria!...

Ela entra rapidamente para baixo do chuveiro para se banhar.

CENA 25. CASA VIRGÍNIA. COZINHA. INT. DIA.

Virgínia abre os armários à procura dos alimentos para o seu café da manhã.

VIRGÍNIA: - Supermercado passou longe da minha casa, hein!... Só achei essa lata de sardinha e esse pão dormido!... Nem café! Nem café!... E agora, o que eu faço?... Já sei! Carvalho pode me ajudar! É isso!

Virgínia sai empolgada para procurar por Carvalho.

CENA 26. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

Matilde pede para Guto ir pescar, sem que Joaquim saiba.

MATILDE: - Pegue alguns peixes Guto, grandes, viu?
GUTO: - Pode deixar, dona Matilde.

Guto sai. Ele está na areia, caminhando com o barco em direção ao mar. Joaquim entra no restaurante e vê Guto com o barco.

JOAQUIM: - Matilde, o que é que Guto ta fazendo com o barco?
MATILDE: - Eu pedi para ele ir pescar.
JOAQUIM (irritado): - E por não pediu pra mim?
MATILDE: - Por que você não pode fazer muito esforço, homem! Ainda ta se recuperando.
JOAQUIM: - Mas eu estou bem, Matilde! Eu poderia muito bem ter ido pescar no lugar do Guto! Ele é só um moleque, não sabe pescar direito!
MATILDE: - Mas está com a saúde ótima... Deixa de ser teimoso, Joaquim! Você não é mais um menino!
JOAQUIM: - Eu estou cansado de ser tratado como criança!

Joaquim sai do restaurante e vai caminhar pelo calçadão para esfriar a cabeça.

CENA 27. CASA BRENDA. QUARTO BRENDA. INT. DIA.

Brenda e Alice continuam a conversa.

ALICE (surpresa): - O César?!
BRENDA (levantando-se da cama): - Sim, o César. Desde que a gente se conheceu, rolou algo tão forte entre nós dois... Nós já nos encontramos escondidos uma vez... Nos beijamos... ele se declarou para mim!
ALICE: - Que loucura Brenda!
BRENDA: - É muita loucura mesmo! E o pior é que ele é namorado da minha irmã!... E a Rúbia gosta muito dele! Mas eu também amo ele demais! E eu não sei o que eu faço!
ALICE: - Vocês se conheceram antes dele estar com a Rúbia?
BRENDA: - Não...
ALICE: - Nossa, Brenda! Você não deveria...
BRENDA: - Eu sei Alice, eu sei... Mas agora eu já estou envolvida... Mas é preciso segredo! Ninguém mais pode saber disso!
ALICE: - Alguém mais já sabe?
BRENDA: - O Guto descobriu.
ALICE: - Mas o Guto não vai falar para ninguém. E não se preocupa, eu também não direi nada... Mas toma cuidado com essa história, Brenda!
BRENDA: - Pode deixar, eu tentarei resolver isso da melhor forma possível.
ALICE: - Eu quero que você saiba que eu sempre estarei do seu lado.

As duas se abraçam fortemente, emocionadas.

CENA 28. CASA ALBERTO. BEIRA DA PISCINA. EXT. DIA.

Marina toma banho de sol, quando avista Olga.

MARINA: - Olga!

Olga se aproxima.

OLGA: - Pois não, dona Marina.
MARINA: - Olga, você tem notícias da minha mãe?
OLGA: - Olha dona Marina, o que eu sei de sua mãe, é que ela está morando na prainha e que já deve ter voltado de viagem de Governador Valadares.
MARINA: - Acho que vou fazer uma visita para ela. Estou morrendo de saudades!

CENA 29. CASA ALBERTO. QUARTO CÉSAR. INT. DIA.

César se acorda e vai para o banheiro. Rúbia continua em sua cama, enrolada sobre os lençóis. César liga o chuveiro e toma banho. Rúbia se acorda e percebe que César está no banheiro. Ela vai até o local e fica na porta, observando César se banhar.

CENA 30. CASA ALBERTO. BEIRA DA PISCINA. EXT. DIA.

Felipe vai tomar banho de piscina quando encontra Marina.

FELIPE: - Olá prima!
MARINA: - Felipe! Fez falta no jantar ontem.
FELIPE: - Compromissos, não é? Estou comprando um apartamento.
MARINA: - Que bacana!
FELIPE (sentando a beira da piscina): - Mas Marina, me responda uma coisa. Por que você voltou da Europa?
MARINA: - Eu estava sentindo falta da minha terra, da minha família. São 15 anos longe!
FELIPE: - Voltou então só por saudade?
MARINA: - Não somente... Tem mais motivos que me fizeram voltar.
FELIPE: - Quais motivos?

Nesse instante, Olga chega no local, avisando para Marina que o táxi que ela havia mandado chamar chegou. Marina se despede de Felipe e sai, deixando o rapaz curioso em saber o real motivo da volta dela para o Brasil, que deixa Tânia perturbada.

CENA 31. DELEGACIA. CARCEIRAGEM. INT. DIA.

O carcereiro bate na grade da cela para acordar Sérgio, que estava dormindo em uns papelões espalhados no chão.

CENA 32. DELEGACIA. SALA DELEGADO. INT. DIA.

Sérgio conversa novamente com o delegado.

DELEGADO: - A noite de hoje foi só para você aprender a não fazer mais bagunça na rua.
SÉRGIO: - Sim senhor, seu delegado.
DELEGADO: - Pode ir, ta liberado. Mas não vai aprontar nada não, hein?
SÉRGIO: - Pode deixar, delegado! Obrigado!

Sérgio sai contente da delegacia.
               
CENA 33. CALÇADÃO PRAIA REAL. EXT. DIA.

Sônia caminha pelo calçadão movimentado, acompanhada por Adriano. Os dois caminham apreciando o mar, as pessoas, quando de repente, Sônia avista Joaquim, ao longe e sente uma aflição. Sônia para de caminhar de repente.

ADRIANO: - O que foi Sônia, aconteceu alguma coisa? Está se sentindo bem?
SÔNIA (aflita): - Meu bem, eu acho que esqueci de fechar a porta dos fundos lá de casa.
ADRIANO: - O que isso Sônia! A gente saiu, estava tudo bem fechado... Vem, vamos continuar nosso passeio.
SÔNIA: - Não Adriano, estou pressentindo, é uma sensação ruim... Vamos voltar para casa.
ADRIANO: - Mas Sônia!
SÔNIA: - Vamos meu amor, por favor!
ADRIANO: - Tudo bem, voltamos então... Mas aposto que você está se enganando.
SÔNIA: - Tomara!

Os dois retornam para casa, com Sônia expressando certo nervosismo e aflição. Joaquim continua a caminhar pelo calçadão, sem ter percebido Sônia.




CENA 34. CASA PETRÔNIO. FRENTE DA CASA. EXT. DIA.

Matheus está saindo de casa com seu skate quando esbarra em Noêmia.

MATHEUS (ajudando Noêmia): - Desculpa senhora!
NOÊMIA: - Não tem problema rapaz...

Matheus vai saindo.

NOÊMIA: - Ei, você não é neto do Petrônio?
MATHEUS: - Sou sim.
NOÊMIA (empolgada): - E ele está em casa?
MATHEUS: - Está sim.
NOÊMIA: - Então eu vou entrando aqui, pra fazer uma visita e trazer algumas lembrancinhas de Governador Valadares para ele!

Matheus segue e Noêmia entra na casa de Petrônio.

CENA 35. CASA TOMÁS. COZINHA. INT. DIA.

Cristina está preparando o almoço quando Tomás entra no local. Ele se aproxima e a abraça por trás. Se assusta e bate com o braço em um copo que estava no balcão e quebra o objeto.

CRISTINA (nervosa): - Olha aí, Tomás! Viu o que você fez eu fazer?
TOMÁS (juntando os cacos de vidro): - Calma meu amor, foi só um copo.
CRISTINA: Não interessa! Quebrou!
TOMÁS: - Cristina, você não vai ficar brava só por causa de um copo que quebrou! Tenha calma!
CRISTINA (aflita): - Eu não estou brava! E para de me pedir calma, Tomás!

Tomás percebe que Cristina pode estar tendo uma crise e tenta ajudá-la.

TOMÁS: - Tudo bem, agora me escuta. Você está um pouco nervosa, tenta se controlar...
CRISTINA (irritada): - Não! Eu não quero me controlar! Eu não estou nervosa!

Cristina bate em uma panela que estava no fogão e derruba toda comida no chão. Nesse instante, Patrícia entra no local assustada.

PATRÍCIA (assustada): - Mãe!
TOMÁS (aflito): - Não se aproxima, Patrícia!
CRISTINA (perturbada/aflita): - Por que você não quer que ela se aproxime, Tomás? Está me chamando de louca? Está achando que eu estou louca?
TOMÁS: - Cristina, você não está bem!
PATRÍCIA: - É mamãe, você não está legal! Tenta se controlar!
CRISTINA: - Calem a boca! Eu estou ótima! Eu não estou louca! Eu não sou louca! Eu estou bem...

Cristina começa a chorar. Tomás se aproxima dela e a abraça. Patrícia também se aproxima e abraça os pais. Os três seguem abraçados, chorando.

CENA 36. CASA ALBERTO. BEIRA DA PISCINA. EXT. DIA.

Rúbia vai para o quintal, a beira da piscina e avista Felipe.

FELIPE (saindo da piscina): - Você deve ser a nova namorada do César.
RÚBIA: - Sou sim. Prazer, Rúbia.
FELIPE: - Prazer, sou Felipe, primo do César. E como foi o jantar ontem?
RÚBIA: - Pra falar a verdade, foi um desastre. A Marina fez uma comida que ficou horrível e quase que o senhor Alberto passou mal.
FELIPE: - Sério? Aconteceu tudo isso mesmo?
RÚBIA: - Sim e no final, não houve jantar algum.
FELIPE: - Uma pena... Mas bom, seja bem-vinda à família.
RÚBIA: - Obrigada!

Felipe sai e Rúbia fica no quintal, observando o grande jardim da mansão da família Walker. Ela fica encantada com tanta grandiosidade. Nesse instante, Tânia chega no local.

RÚBIA: - Olá Tânia!
TÂNIA: - Olá minha querida. Agora sem cordialidades e vamos direto ao assunto.
RÚBIA: - Como assim eu não estou entendo...
TÂNIA: - O que você realmente quer com o César?

Rúbia olha fixamente para Tânia.

RÚBIA: - Eu pretendo me casar com seu filho.
TÂNIA: - Não me faça de boba garota!
RÚBIA: - Não estou fazendo ninguém de bobo aqui. O que eu sinto pelo César é amor, puro e verdadeiro e eu quero fazer ele feliz.
TÂNIA: - É bom mesmo que seja isso e que esse amor seja puro e verdadeiro como você diz. Pois eu só vou te avisar uma vez... Se você pensa que vai se aproveitar do César porque ele é rico e herdeiro de um império, você vai se dar mal. Porque eu vou ser a primeira a evitar que ele gaste o dinheiro dele realizando os caprichos de uma qualquer.

Rúbia encara Tânia.

RÚBIA: - Você está enganada ao meu respeito, Tânia. Deve estar me confundindo com essas vadias que andam por aí, de olho no dinheiro dos homens.
TÂNIA (irônica): - Ah, eu estou te confundindo?
RÚBIA: - Está sim. Você ainda não me conhece o suficiente. Mas, mesmo com essa sua desconfiança sobre mim, eu acho que nós vamos nos dar bem.
TÂNIA: - Será?
RÚBIA: - Tenho a mais absoluta certeza. (com olhar pretensioso sobre Tânia).

CENA 37. RESTAURANTE MARESIA. SALÃO. INT. DIA.

O restaurante está lotado. Matilde está ajudando a atender as mesas. Ela vai até a mesa de Henrique e Silvana.

MATILDE (arrumando seu bloco de anotações): - Bom dia, o que vão querer para o almoço?
HENRIQUE (olhando para Silvana): - Vamos querer o prato do dia.
MATILDE (surpresa): - Henrique?!
HENRIQUE (surpreso): - Matilde?
SILVANA: - Vocês já se conhecem?

Henrique e Matilde trocam olhares um tanto nervosos.


           FIM DO CAPÍTULO

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